Prólogo



Andromeda pegou na sua boneca de trapos e encostou-a ao peito. Cheirava a novo. Não novo de quem a tinha acabado de comprar, mas novo de quem a tinha guardado durante muito tempo para só a utilizar numa ocasião verdadeiramente especial.

Apoiou-se com uma mão no chão e levantou-se. Caminhou para a porta. O quarto era amplo e estava decorado em tons verdes. Das grandes janelas, dignas de um salão de baile, caíam luxuosos cortinados trabalhados que chegavam ao chão, e em cada uma um pequeno sofá, convidando a apreciar a rua que se desenhava do lado de fora da casa. Apesar das janelas serem altas e largas, o grosso tecido dos cortinados não deixavam passar praticamente luz nenhuma. Pelo contrário, abafavam-na e concediam ao quarto um ar sombrio e de um pôr-do-sol interminável.

As estruturas das camas eram ambas de ferro, com detalhes banhados em ouro. As colchas, de renda, tocavam o chão. Escondiam fantasmas e tesouros.

O papel de parede com laços e floreados estava já um pouco gasto, devido à humidade e aos largos anos a que resistira.

No seu caminho para fora do quarto, deteve-se em frente ao espelho que estava de lado da cómoda. Posou a boneca numa cadeira de costas altas que estava encostada à parede e pôs as mãos nas ancas enquanto se olhava criticamente no espelho. Definitivamente, com nove anos, ela não era tão bonita como Bella tinha sido com esta idade.

Deu uma volta, observando cada pormenor, e depois levantou os cabelos castanhos num carrapito, deixando algumas madeixas com reflexos ruivos caídas. Fez uma careta e largou-os novamente. Não, definitivamente não. Este penteado salientava ainda mais os seus enormes olhos castanhos. Odiava a cor dos seus olhos. Toda a sua família tinha olhos azuis. Porque é que ela, logo ela, tinha que ter saído… diferente? Encolheu os ombros, pegou na boneca, e saiu. Bateu com a porta.

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Bellatrix sobressaltou-se ao ouvir a porta da frente bater com força. Lá estão as pestes outra vez, pensou ela, revirando os olhos.

Virou uma página do livro que lia, “A Magia Negra Através dos Tempos”, e prendeu atrás da orelha direita uma madeixa comprida de cabelo negro e liso. Fazendo uma careta, soprou a franja que já lhe começava a chegar aos olhos, perturbando-a, e uma pequena porção de cabelo negro esvoaçou levemente.

A cama de dossel onde estava deitada era pateticamente grande para apenas uma rapariga de onze anos. Bella dormia sozinha neste quarto, pois os pais insistiam que a filha mais velha, sendo a promessa da família, deveria receber o melhor, ainda que por vezes o melhor não fosse o mais adequado.

As mobílias antigas e senhoris eram austeras e demasiado adultas e escuras para uma criança. O quarto tinha espelhos por todo o lado, talvez para relembrar a Bellatrix o quanto a aparência é importante para uma pequena Black.

Em vez de flores, laços e corações, os quatro postes de madeira que sustentavam a parte superior da cama estavam decorados com uma serpente cada um, que rodeavam a madeira e se dirigiam ao topo.

Na cómoda, alguns perfumes, uma escova de cabelo, e brincos estavam arrumados. Isto seria mais próprio de uma jovem senhora do que de uma criança.

Uma estante com livros sem imagens cobria uma das paredes. Ao lado uma pequena caminha. Bella partilhava este quarto com um gato.
À primeira vista, ninguém diria que este era um quarto de uma menina. No entanto, se procurássemos bem, descobriríamos, debaixo da enorme cama, uma quantidade significativa de alguns objectos roubados das irmãs, que estas acabariam por considerar perdidos. Algumas bonecas e livros com ilustrações.

Levantou-se e percorreu o vasto quarto. Sentou-se em frente à cómoda que tinha um espelho oval. Penteou os longos cabelos suavemente, quase com carinho. Deu uma pequena borrifadela de perfume no pescoço.

Ouviu o ranger da porta, que se abriu levemente. Olhou e viu um gato elegante, com um aspecto quase de imperador, de pêlo tão negro como o nome da família que o acolhia, e grandes olhos amarelados, a esgueirar-se rapidamente da porta para cima da enorme cama onde Bella havia estado deitada. Ela dirigiu-se ao pequeno animal e acariciou-lhe a cabeça e atrás das orelhas. Ele virou-se e ela, com um sorriso, coçou-lhe a barriga.

- Eles já chegaram, Brownie? – Perguntou ela docemente. O bichano miou e fechou os olhos. Bellatrix tomou isso como um sim. Prendeu os cabelos atrás das orelhas, ajeitou nas ancas o vestido que usava e saiu do quarto.

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- Argh! Odeio isto! – Gritou Narcissa. O laço que a mãe a tinha obrigado a usar apertava-lhe muito o cabelo, que ela gostava de sentir solto e a balançar-lhe nas costas. Usava-o um pouco abaixo dos ombros, eram loiros e brilhantes, e a mãe costumava dizer que ter volume nos cabelos não era digno de uma menina a sério, por isso costumava prendê-los com um grande laço.

Este dia era suposto ser especial, mas Cissy não fazia ideia porquê. Ela e as duas irmãs tinham sido obrigadas a vestir as suas melhores roupas, mas a loirinha tinha a sensação que era a única a permanecer na ignorância.

Oh não, pensou ela, Vem aí alguém. Narcissa tinha visto pela janela três pessoas a aparecerem do nada. Eram feiticeiros. E dirigiam-se para a porta da sua casa. Desceu do banco onde estava empoleirada para assim conseguir ver a rua, visto que os seus seis anos não lhe davam muito espaço de manobra em termos de altura. Endireitou a saia de roda do vestido cor-de-rosa, que lhe dava pelos joelhos, e desceu as escadas a correr. Foi ter a uma grande poltrona onde estava sentado o seu pai, Cygnus Black, a ler O Profeta Diário. Era um homem de cabelo grisalho, com uma barba farta, e várias rugas pronunciadas, principalmente na testa. Tinha um ar importante. Puxou-lhe uma manga para chamar a sua atenção.

- Papá! Papá! Está a chegar alguém! – Anunciou ela, muito ansiosa, enquanto dava pequenos saltinhos de excitação.

- Oh, sempre pontuais! – Murmurou ele, com um sorriso, visivelmente agradado – Obrigada Cissy, querida. Estou a ver que fizemos uma boa escolha. – Acrescentou ele, levantando-se da poltrona. A rapariga não percebeu ao que o pai se referia, mas não perguntou. Correu atrás dele, e ficou atrás da sua perna enquanto o observava a abrir a porta. Um homem alto e calvo, de olhos escuros, dava as mãos a uma mulher com cabelo castanho encaracolado preso num elegante gancho. Ambos estavam vestidos como se fossem a um casamento. Narcissa reparou então num rapaz que estava um pouco atrás do casal. Era por certo mais velho que ela, devia ter mais ou menos a idade de Bellatrix. Ele tinha cabelos com alguns caracóis que eram da mesma cor dos olhos, que eram castanhos. Uma expressão ligeiramente arrogante, se bem que ao mesmo tempo um pouco desconfortável, desenhava-se-lhe no rosto. O pai estendeu educadamente a mão ao homem do outro lado.

- Oh, Gaspar! Que prazer em voltar a vê-lo! – De seguida beijou a mão à senhora e acrescentou – Encantadora como sempre, Ariana. – Olhou para o rapaz e apertou-lhe a mão vigorosamente – Rodolphus, não consigo dizer como estou contente em receber-te novamente. Estás a ficar um homem!

Fez um gesto acolhedor, convidando-os a entrar, e dirigiu-os à sala, onde lhes ofereceu uma das melhores garrafas de Firewhisky da casa nos copos de cerimónia. Uma senhora apareceu, trazendo uma bandeja com aperitivos e cheirando exageradamente a perfume.

- Druella, querida, os Lestrange já chegaram! – Cygnus avisou a esposa. Ela cumprimentou os recém-chegados e foi abrir a porta novamente, visto que a campainha tinha voltado a tocar.

Entretanto, Andromeda tinha aparecido ao fundo das escadas. Estava linda com um vestido azul-escuro de veludo. As mangas de balão davam-lhe um ar de menina, contrastando com os cabelos cujas ondas estavam perfeitamente penteadas, sem nenhum fio de cabelo fora do sítio. Parecia incomodada e aborrecida. Dirigiu-se aos convidados, ouvindo alguns “Que vestido encantador!” e “Cada uma mais bonita que a outra!” e deixou, contrariada, Rodolphus cumprimentá-la com um beijo na mão, que, verdade seja dita, também não parecia ter sido dado de muito boa-vontade, a julgar pela rapidez e pela expressão do rapaz.

Foi-se sentar ao lado da irmã Narcissa numa só poltrona aguardando que a mãe regressasse. Nesse momento, três novas pessoas apareceram à porta da sala, guiados por Mrs Black. Eram também um homem, uma mulher, e um rapaz, mas estes tinham um ar um pouco menos amistoso. Foram recebidos por Cygnus e devidamente instalados, depois de se instalarem.

- Druella, traz mais aperitivos. Já não há mais para os Crouch. – Disse Mr Black. Virou-se para Andromeda com um ar de poucos amigos e ordenou – Andy, querida, vem cumprimentar o Barty Jr, do que é que estás à espera?

Andromeda lançou um olhar furioso ao pai e levantou-se a contragosto. Dirigiu-se ao rapaz que acabara de chegar, de olhos verdes e cabelos escuros, e deixou-o pegar na sua mão. Merlin, como eu odeio este rapaz. Tão incrivelmente arrogante. Ele era um ano mais velho que ela e lançava-lhe agora olhares lambidos de cima a baixo como se ela fosse propriedade dele, ou alguma coisa assim. Iack! Como é que ele se atreve? E está a demorar tempo demais neste beijo! Retirou a mão dos lábios dele abruptamente e deixou-o a beijar a sua própria mão. Sorriu triunfante e virou-se para a mãe. Se olhares matassem, Andromeda Black estava neste momento morta e enterrada.

Nesse momento a campainha tocou pela terceira vez. Desta vez foi Cygnus que se levantou e foi receber os últimos convidados. Mas antes que ele chegasse à sala, Bellatrix desceu as escadas e entrou na sala, lentamente. O seu corpete bordeaux apertava-lhe a cintura e dava-lhe formas mais adultas e femininas do que aquelas que ela possuía, com apenas onze anos, embora fosse já bastante desenvolvida para a idade. A saia preta de roda um pouco abaixo dos joelhos esvoaçava quando ela se movia.

Com um falso sorriso dirigiu-se aos convidados e cumprimentou-os educadamente, deixando escapar um ou outro elogio para cair nas boas graças de todos. Quando chegou à família Lestrange, Gaspar lançou-lhe um olhar agradado e disse como estava bonita naquele vestido. A mãe de Bella observava-a cuidadosamente. Definitivamente, a mais digna das três. O sangue puro corria nas veias de Bellatrix como em nenhuma outra das três irmãs. Era o orgulho da família Black.

Rodolphus esperou chegar a sua vez, e quando isso aconteceu, esboçou um sorriso de lado.

- Estás muito bonita Bella, como sempre. Estou contente com a escolha dos meus pais. – Disse ele, depois de lhe beijar a mão direita. Rodolphus não queria mostrar isso, mas Bella deixava-o embasbacado devido à sua beleza estonteante. Sabia que tinha que casar com uma rapariga de sangue puro. Sabia que o tinha que fazer com alguém que mal conhecia e que provavelmente até nem ia gostar, mas cedo ou mais tarde. Por isso, se fosse bonita, só podiam ser pontos a favor. A rapariga na sua frente era obviamente a mais bonita das três, e pelo que conseguia perceber, um exemplo para as suas irmãs seguirem. Observou como ela sorria superiormente enquanto afastava os cabelos dos olhos e a forma elegante como se sentava numa cadeira de costas altas, tendo o cuidado de endireitar a saia.

- São os Malfoy, querida! – Anunciou Cygnus, entrando na sala. Mais uma vez, três figuras entraram na sala. O homem, chamado Abraxas Malfoy, estava acompanhado de uma bengala, e os seus lisos e longos cabelos loiros a caírem-lhe graciosamente sobres os ombros. A sua mulher, Cedrella, parecia uma versão feminina do marido, igualmente loira, igualmente magra e visivelmente igualmente agradada de estar ali. Um rapaz no meio deles, de cabelos platinados penteados para trás, parecia um pouco assustado.

- Abraxas, Cedrella, que prazer! – Cumprimentou Druella. – E este deve ser o pequeno Lucius, não? Oh mas que adorável! – Deixou ela escapar, acariciando os cabelos do pequeno. Ele deitou-lhe a língua de fora.

- Lucius! Comporta-te! – Ordenou Cedrella Malfoy.

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Porquê? Porque é que os meus pais tinham que ter a brilhante ideia de fazerem um arranjinho entre mim e o idiota do Barty Crouch? Blah!!

Os dois tinham sido deixados sozinhos na sala, provavelmente na esperança que se começassem a dar melhor. No entanto, ainda não tinham trocado uma palavra.

- Então… Parece que os nossos pais querem mesmo que nos demos bem, ahm? Já é... - Contou pelos dedos - A terceira vez, acho, que nos encontramos... Não é? – Comentou Barty, tentando fazer conversa.

- Não quero saber. Sou eu que tenho que querer, não eles. – Chutou ela friamente. Ele pareceu um pouco surpreso mas continuou.

- Bem, eles até têm uma certa razão, não têm? – Andromeda ergueu uma sobrancelha – Afinal, quem é que iria querer ficar preso para o resto da vida com um nojento sangue-de-lama? – Questionou ele, esboçando uma expressão de nojo.

- Eu penso que o valor de um feiticeiro se vê pelos seus feitos e não pela sua família. – Disse Andy prontamente. Barty olhou-a de lado.

- Cá p’ra mim és amiguinha dessa gente não és? Não me admirava nada que te tornasses uma traidora de sangue. – Cuspiu ele, passando arrogantemente a mão nos cabelos.

Andromeda sentiu o sangue subir-lhe à cabeça. Cerrou os punhos e lançou um olhar mortífero ao rapaz ao seu lado.

- O que é que foi? Custa-te ouvir as verdades, lindinha? – Chutou ele desdenhosamente.

Tinha sido a gota de água. Virou-se aparentemente serenamente para Barty e deu-lhe um sorriso enganadoramente amável. Ele sorriu-lhe de volta, provavelmente convencido que tinha a rapariga na mão. Ela aproximou-se um pouco, ainda mantendo um ar angelical.

- AAAAAIIIII!!!! – Exclamou ele, os olhos a marejarem-se de lágrimas. A rapariga tinha pisado com força no pé do rapaz.

- E agora? De que é que o teu sangue puro te vai valer? – Rematou ela. Saiu da sala e subiu as escadas furiosa.

Barty massajou o pé. Vou endoidecer se for obrigado a conviver com esta traidora de sangue nojenta.

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- Por falar nisso, o teu primo Sirius vem cá passar o dia amanhã. – Disse Druella, quando se preparava para sair do quarto e assim deixar a sós Bellatrix e Rodolphus.

- O Sirius..? – A voz de Bellatrix tinha saído muito mais interessada do que ela tinha planeado.

- Sim. Amanhã. – Repetiu a mãe. Virou costas e fechou a porta.

Amanhã vou ver o Sirius, pensou ela com um sorriso. Ouviu uma tossidela. Viu na sua frente Rodolphus que esperava que ela falasse. Bateu ao de leve com a mão na sua própria testa. Pára de ter esses pensamentos, Bella! O Rodolphus é que interessa! O Sirius é que interessa! Ups… Não, o Rodolphus! O RODOLPHUS!

- O RODOLPHUS! – Deixou escapar. Ele olhou para ela alarmado e balbuciou um ‘Sim..?’ Ela afastou o cabelo da cara, sorriu, e disse – Desculpa, Rody. Não tinha intenção de gritar. O que eu queria perguntar é… é… como é que tens passado?

Bella via a boca de Rodolphus abrir e fechar, os seus lábios moviam-se, mas ela não ouvia qualquer som. Via os olhos do rapaz brilharem, provavelmente por estar a falar sobre o seu tema de conversa favorito – ele próprio. No entanto, tudo o que ela ouvia na sua cabeça era a voz aguda da sua mãe ‘O Sirius vem amanhã’… ‘O Sirius vem amanhã’… Suspirou. Rodolphus alargou o sorriso, provavelmente satisfeito consigo próprio por pensar que tinha conseguido um suspiro à bela morena. Mais uma vez o olhar dela desfocou-se. O rapaz de longos cabelos negros e olhos prata, embora um pouco mais novo que ela, era com quem lhe apetecia estar agora. Agora e na maior parte do tempo.

- Estás a ouvir-me, Bella? – Perguntou ele.

- Claro que sim, Rody! – Assegurou ela. Acariciou-lhe um ombro encorajando-o a continuar.

Não é que Rodolphus fosse mau. Nada disso. Aliás, comparando com as suas irmãs, o rapaz que os seus pais tão gentilmente tinham procurado para ela era mesmo muito aceitável. E tinha a certeza que se iam dar lindamente, quando se começassem a conhecer melhor e à medida que crescessem. O rapaz até era bonito. E simpático. E mais importante que tudo isso, vinha de uma família de sangue puro. Só havia um problema.

Não era o Sirius.

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Narcissa tinha sido praticamente arrastada até à cozinha pela sua mãe. A Lucius tinha acontecido exactamente a mesma coisa. Os pais dos dois tinham fechado a porta e ficado do outro lado do vidro, para poderem observar como eles se entendiam. No entanto, devido ao tempo interminável que os dois pequenos tinham ficado de costas voltadas um para o outro, sem falar, os mais velhos já se tinham fartado um pouco e estavam agora de costas para a porta, imersos numa conversa de adultos. Provavelmente uma conversa chata.

Cissy balançava as pernas para a frente e para trás. Estava sentada numa cadeira demasiado alta. Lucius tinha amuado do outro lado da cozinha e quando a menina não estava a olhar, ele lançava-lhe uma careta.

- Eu sei porque é que eles nos fecharam aqui. – Comentou Lucius, ainda encolhido a um canto.

- Ah é? Porquê, então? – Questionou Narcissa, com uma sobrancelha levantada.

- Eles querem que nós nos casemos. – Disse ele muito rapidamente, a cara mais contorcida que nunca.

Cissy sentiu o seu estômago dar uma volta.

- O quê??? Casar?? Contigo?? Que nojoooooo!! – Exclamou ela, completamente nauseada.

- Eu sei!! Eu cá também não me quero casar com uma parva como tu! – Gritou ele, ameaçadoramente.

Ela levantou-se e dirigiu-se a ele, de mangas arregaçadas. Também sabia impor respeito, quando era necessário.

- Podes repetir isso caso não tenhas amor à vida! – Berrou a menina.

Ele correu até ela e antes que ela pudesse reagir, ele puxou-lhe com força uma madeixa de cabelo.

- AAAAUU!!! IMPORTAS-TE???

- Não. – Disse ele, adquirindo então a cara mais inocente que conseguiu.

- Humpf! – Bufou ela, virando-se de costas para ele, o nariz empinado e os braços cruzados com força ao peito. – AAII! – Lucius tinha voltado a puxar-lhe o cabelo. – Pára!!! – Ordenou ela.

- Obriga-me! – Desafiou-a ele. Disse-o como quem entoa uma lenga-lenga.

Ela começou a correr atrás dele, completamente enfurecida. No entanto ele corria rápido. Não demorou muito até terem dado várias voltas à mesa, num jogo gato-rato.

- NARCISSA! – Exclamou Cygnus, que tinha reparado na briga que os dois estavam a disputar e tinha aberto a porta de rompante. – Pára imediatamente!!!!

Lucius riu. Não estava em sarilhos.

- Isso também serve para ti, Lucius!!! – Berrou Mr. Malfoy, colérico.

O rapazinho loiro calou-se de uma vez ao ouvir os seu nome.

- Sim pai… - Murmurou ele.

Bem feita, pensou Narcissa, com um sorriso malicioso.

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Andromeda olhava pela janela, o queixo repousado no braço direito. Via um rapaz de cabelos castanhos, em parte cobertos por um boné, que ele usava com a pala para trás. Devia ter a sua idade. Eram vizinhos.

Ele brincava contente com um cão. Parecia tão despreocupado, tão inocente, tão feliz, tão… livre.

- Ted!!! A avó Tonks já chegou!! – Exclamou uma voz feminina de dentro da casa. Ele deu umas palmadinhas no lombo do cão branco e correu para dentro de casa, seguido pelo animal.

Ao menos ele pode escolher os seus próprios amigos, pensava ela, amargamente. Invejava-o.

- Quem me dera… Quem me dera não ter nascido Black. – Sussurrou Andy baixinho. Uma lágrima rolou pela sua face, abrindo caminho por entre a pele lisa, e morrendo nos lábios rosados.

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N/A: *coro canta* ALELUIAAA!

:D

Por favor, não me matem! Aqui está, FINALMENTE, o primeiro capítulo (que é, na verdade, um prólogo) desta fic! Mas eu tenho uma boa desculpa! Juro! xD O meu computador anda completamente passado e perdi a maior parte do que tinha escrito (só tinha guardado mais ou menos um terço na minha pen) e tive que escrever TUDO OUTRA VEZ!! Aaaarrrggghh!! Mas sim, finalmente já cá está!

:D

É de notar que isto é um prólogo. E ficou muito longo, eu sei, mas queria mostrar mais ou menos como era a vida delas mais novinhas, e tinha que dar uma espécie de 'introdução' à história. Cá está. O primeiro capítulo não vai demorar tanto quanto este, PROMETO! E também prometo que vai ter muito mais acção! E daqui para a frente vou continuar a história com as irmãs mais velhas, em idade escolar. Este foi o único capítulo em que elas são tão novas.

Obrigado a todos pelo apoio, principalmente à Kiki Ravenclaw, a minha maior fã, antes ainda de ter começado a fic! xD

Beijinhooos! E comentem! ^^

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