A maldição da herdeira
Depois de muita correria, fuga de lobisomens, fuga de dementadores, salvamento de hipogrifos e de bruxos inocentes o grupo pode finalmente voltar para o castelo razoavelmente em paz. Rony estava na enfermaria, pois sua perna tinha mesmo sido quebrada. Harry, Hermione e Rebecca também receberam alguns curativos e agora estavam na ala hospitalar. Harry já tinha contado grande parte da história para ela.
_Quer dizer que o fiel do segredo era, na verdade, aquele rato nojento do Rony?! É realmente difícil de acreditar! – ela dizia.
_Pois é meus jovens... A vida nos prega cada peça, não? – Dumbledore vinha andando calmamente em direção aos quatro. Rony fez o possível para deixar a perna bem longe do alcance do velho.- Então senhorita Riddle, agora que Harry já explicou o que aconteceu com ele esta noite, por que você não nos explica o que vem acontecendo com a senhorita esses dias? Fiquei sabendo de uma história absurda de que a senhorita andou fugindo do senhor Potter.
Todos olhavam para ela curiosos, principalmente Harry.
_ Foi Voldemort... – ela disse de cabeça baixa.
_O quê?! – perguntou Harry indignado.
Dumbledore fez sinal para que ele a deixasse terminar.
_Um dos comensais me capturou no dia em que fomos a Hogsmead. Eu me encontrei com Voldemort e ele me disse que deveria te matar Harry.... – ela não tinha coragem de olhar para ele.
Hermione levou as mãos ao rosto e Rony ficou de boca aberta. Harry parecia não ter ouvido o que ela havia dito.
_....como, logicamente, eu me recusei, ele me controlou com a Maldição Imperius, por isso eu pedi para que você se afastasse. Eu não conseguia resistir a Maldição.
_ Por que você não me contou?! – Harry estava de pé agora, não podia acreditar no que ouvia.
_Eu não sabia como! Estava com medo! – ela olhava para ele agora, seus olhos estavam molhados.
_Então por que é que você está aqui agora falando comigo? – Harry estava meio bravo.
_Eu fui a Hogsmead e sabia que haveria alguém me esperando, e tinha mesmo. Eu fui até ele e disse que havia te envenenado e que você morreria logo. Aí ele tirou a maldição de mim... – ela estava de cabeça baixa de novo e enxugava as lágrimas.
_E ele acreditou? – Dumbledore perguntou.
_Acho que sim. Eu tomei cuidado de fixar na mente o dia em que eu ofereci uma bebida a Harry. Acho que deu certo...- ela olhava para Dumbledore que sorria.
_Ele disse por que queria que você matasse Harry. Eu sempre achei que ele quereria fazer isso pessoalmente...
_Em um dos sonhos que eu tive ele disse que se eu o matasse ele poderia se recuperar, não entendi direito...
_Uhm! Então é isso...
_Isso o quê?... – todos olharam curiosos para o velho.
_Ano passado não conseguimos descobrir exatamente por que Voldemort quis que você viesse para cá. Imaginei que ele quisesse que você fosse instruída em magia para um dia sucedê-lo ou ajudá-lo, mas sempre achei que havia algo mais nisso. E tinha: Voldemort quer recuperar sua forma normal, mas isso só iria acontecer se você morresse Harry... – ele olhou rapidamente para o garoto. – Mas não podia ser uma morte qualquer, você precisaria morrer pelas mãos dele ou de alguém da família dele... Entendem a gravidade do problema?
_Quer dizer que ele não vai desistir tão cedo, principalmente quando descobrir que eu menti para ele...
_Quem sabe? Pode ser que ele arrume outra forma de conseguir voltar. Deve ter percebido que não vai ser fácil matar o Harry. – e depois de uma pausa. - Sem dúvida você é uma bruxa e tanto, seu plano foi muito arriscado e cheio de arestas. Não posso negar que muito dessa sua sagacidade você herdou do seu avô, a diferença é que vocês utilizam sua inteligência para fins diferentes...
_Bom, mas o que vai acontecer quando ele descobrir? – perguntou Harry.
_Não sei... – disse Dumbledore. – com certeza vai ficar muito bravo! Mas acho que isso não é novidade... – disse sorrindo.
Ninguém podia acreditar que ele pudesse estar tão tranqüilo diante daqueles fatos. Mas ele não estava calmo, sabia que a cada dia a batalha ficava mais difícil, mas não valia a pena preocupar aqueles alunos mais do que eles já deviam estar preocupados com tudo aquilo.
_Professor? – chamou Rebecca. – E se ele tentar me controlar de novo? Tem um jeito de evitar?
_Infelizmente não...
Rebecca se desanimou, era sua única esperança.
_Mas podemos proteger sua mente das invasões dele. – ele sorriu.
_Como? – ela perguntou ansiosa, Hermione também pareceu interessada.
_Você terá aulas de Oclumência. Desse modo ninguém poderá ler seus pensamentos, a não ser que você permita. È muito bom também para duelos, mas é algo que vocês aprenderão mais tarde.
_E quando eu começo? – ela estava animada de ter uma arma contra Voldemort.
_Acho que esse semestre não dá mais tempo. Além disso, o professor Snape deve estar bastante ocupado com as provas finais.
_Professor Snape? – todos perguntaram em uníssono.
_Sim! Ele é o melhor oclumente deste castelo, com certeza não há ninguém melhor para ensiná-la...
Metade da euforia da garota tinha se esvaído. Dumbledore não pode deixar de notar e apenas sorriu divertido.
_Bom, pense no assunto e me responda se você ainda se interessa pelas aulas. Eu vou voltar a minha sala, é melhor vocês descansarem um pouco. Amanhã haverá aula normalmente, ouviram?
Mais uma vez o desânimo abateu o grupo, menos Hermione, é claro. Antes de Dumbledore ir embora Rebecca resolveu perguntar:
_Professor?
O velho se virou para olhar para ela.
_Eu andei reparando numa coisa... Sempre que eu passo perto do dementadores eles parecem se afastar... E mais, quando entro na Floresta Proibida tenho a impressão de que nada de mau pode me acontecer. É só uma impressão ou eu estou certa?
_Não posso te responder com certeza, mas quanto aos dementadores, eles são seres das trevas e embora o ministério ache que não, eles com certeza tem muito mais temor e obediência a Voldemort do que ao ministro. Como voc^}e é neta dele eles se matem longe para não te fazerem mal. Já na Floresta você estará segura pelo mesmo motivo: os seres bons não fariam mal a inguém e, os das trevas não ousariam fazer mal a neta de Voldemort. Mas não se fie muito nisso agora... Quando Voldemort descobrir o que você fez pode ser que não tenha mais bons sentimentos em relação a você.
Rebecca não tinha o que dizer diante de tudo aquilo, mas com certeza também não entraria mais na floresta sozinha. Os outros três ficaram apenas absorvendo as informações sem reação nenhuma. Quando o velho foi embora Rony tentou mudar um pouco o rumo da conversa:
_E então? Você vai fazer as alas?
_Claro que ela vai fazer! É importante! – exclamou Hermione.
_É fácil falar, Hermione. Não é você quem vai ter aulas com ele!
_Ela tem razão Rony. É melhor fazer mesmo... – ela não parecia estar muito certa do que dizia.
_Bom. É melhor irmos dormir. Já está tarde e eu to mor... quer dizer, cansado...- disse Harry.
_Eu ainda preciso fazer uma coisa. Vejo vocês daqui a pouco. – e Rebecca saiu rapidamente da ala.
_O que será que ela vai fazer? – perguntou Harry.
_Não é óbvio? Ela vai falar com o Christian. – Hermione estava visivelmente feliz com isso. Rony e Harry se entreolharam fazendo cara feia.
**************
Ela não precisou procurar muito. Christian ainda estava no Salão Principal conversando com alguns alunos da Corvinal, entre eles Cho Chang, Rebecca a viu de longe.
_Christian?- O garoto se virou.- Posso fala com você?
Ele fez sinal aos amigos e eles saíram, alguns ainda deram risadinhas de segundas intenções que deixaram Rebecca bem sem graça.
_O que foi? – ele perguntou sério.
_Éh... queria te pedir desculpas...Te explicar...
_Não precisa me explicar nada... Eu já saquei. Você não quer sair comigo... – ele pareceu bem triste.
_Não é isso! OK, eu confesso que menti da primeira vez, mas eu não podia contar para ninguém o que havia acontecido. Mas da segunda vez foi verdade Aquele idiota do Malfoy me prendeu no armário!!! – ela quase suplicava para ele acreditar nela.
Ele apenas riu...
_É sério!
_Eu sei. – ele ainda sorria. – Eu fiquei sabendo, além disso ele ainda está com uma super mancha roxa no rosto. Soube que essa vai ser parte da detenção dele por ter te trancado no armário, madame Pomfrey não vai tirá-la.
_Bom, então você acredita em mim?
_OK, acredito...
_Se você ainda quiser, já que não vai ter mais passeios este semestre, podemos marcar algo durante as férias. O que você acha?
Ela pôde ver um brilho de alegria nos olhos do rapaz. Quase se arrependeu por ter certamente plantado uma semente de esperança no coração dele. Ele estava sorridente, mas logo ficou sério.
_Que pena, eu vou viajar nas minhas férias... – ele estava decepcionado, mas havia se lembrado de algo que o reanimou. – Mas vai ter a Copa Mundial de Quadribol! Você vai? Podemos combinar algo durante os jogos!
_Por mim ta ótimo. Ainda tenho que falar com os meus tios, mas acho que não vai ter problema.
_Que bom então!
_Lega! Preciso ir agora. Tenho que descansar um pouco.
_Vai lá, boa noite. – e deu um beijo no rosto dela.
_Boa noite. – ela respondeu meio sem graça.
******************
O final do ano letivo havia finalmente chegado. Os resultados das provas haviam saído e não poderiam ter sido melhores para Hermione e Rebecca. Harry e Rony tinham ido razoavelmente bem, pelo menos não haviam repetido em nada. Hermione decidiu desistir de algumas matérias, não estava agüentando o ritmo que se impôs. Rebecca aceitou as aulas de Oclumencia e já havia combinado começá-las logo que o semestre começasse. A Grifinória ganhou a taça das casas daquele ano. A final foi contra a Sonserina, Rebecca voltou ao time a tempo de jogar, sem dúvida era uma ótima artilheira. Malfoy teve que jogar com o olho roxo mesmo, o que só tornou a vitória da Grifinória mais doce ainda.
Voldemort descobriu logo que havia sido enganado pela neta, e não ficou nada satisfeito.
_Então quer dizer que Potter continua vivo?! Aquela mestiça me enganou! Mas ela vai se arrepender amargamente! Terá o mesmo fim que o traidor do meu filho! Não quero que tenham pena dela, se tiverem oportunidade matem-na! Não faço questão de fazê-lo, mas em Potter ninguém toca! Ele é meu, ouviram?! Aquela garota vai se arrepender de ter me desafiado! Acabou de se tornar uma de minhas piores inimigas...
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