Harry, Draco e Christian



Na manhã seguinte Harry ainda não havia se conformado. Decidiu que esperaria no salão comunal e que não sairia até que ela descesse e falasse com ele direito. Para seu azar a garota tinha suposto isso e não desceu. Hermione veio sozinha em direção aos amigos.
_Ela não desce antes do horário da aula. Sabe que você deve estar bravo e que vai esperá-la, então ela não vai descer, não adianta. – ela disse desanimada.
_Mas, Mione, ela não pode fazer isso! Como ela me pede uma coisa destas sem dar explicação nenhuma? – ele dizia inconformado.
_Já disse, Harry. Dê um tempo a ela, por favor. Você precisava ver como ela estava ontem. Aposto como está doendo tanto nela quanto em você!!!
_A Mione tem razão, Harry. – Rony dizia agora. Harry olhou para o amigo sem acreditar. – Vamos tomar café. Pressioná-la não vai dar em nada...
Ele resolveu seguir o conselho dos amigos, mas não desistiria tão fácil. Durante o café viu Rebecca sentar-se à mesa bem longe do grupo dele. Todos acharam estranho, mas ninguém se atreveu a comentar. Harry ficou pior depois que percebeu que ela nem olhava para lá, nem para cumprimentar de longe. Ele fez menção de se levantar, mas Mione o impediu, então ele desistiu.
Durante as aulas ela sentou bem longe deles também. Hermione achou melhor ir se sentar com ela. Harry e Rony entenderam.
_Harry não ta gostando nada disso, Rebecca. Talvez se você pelo menos explicasse o por quê... – Hermione dizia baixinho, mas a pessoa da frente ouviu e se virou para comentar:
_O que houve, Riddle? Brigou com um dos seus namoradinhos? – foi Malfoy que ouviu a conversa.
_Olha, Malfoy, não to com paciência hoje. Então se eu fosse você virava para frente e não me encheria o saco, ou eu vou te mostrar quem é a Lady Você –Sabe-Quem...
Pela cara que a menina fez, Malfoy achou melhor não contrariar. Deu apenas um sorrisinho sarcástico e se virou par continuar prestando atenção na aula.
Quando a aula acabou Rebecca se levantou e saiu rapidamente da aula, não dando tempo para que Harry a seguisse. Durante o dia todo ela fugiu dele. Harry desistiu de tentar falar com ela quando viu que seria realmente inútil. Toda vez que ele se virava para o lado dela, ela corria. A situação era mesmo chata e Harry resolveu desistir.
Rebecca resolveu se ocupar de alguma coisa. Já que não andava mais com os amigos tinha mais tempo livre. Resolveu ir a biblioteca para pesquisar sobre a Maldição Imperius e outras formas de controlar a mente das pessoas. Queria encontrar sozinha um jeito de se livrar da maldição. Infelizmente ela percebeu logo que isso não era possível, mas ela pode aprender bastante sobre outros feitiços da mente e coisas assim, já que passava os dias ali.
_Rebecca...
Ela ouviu a voz da amiga.
_Oi Mione. – ela parecia um pouco mais animadinha.
_Tudo bem? – Hermione estava hesitante.
_Tudo! -ela sorriu. O primeiro sorriso verdadeiro que dava em dias.
_O Harry quer saber se você vai treinar hoje?
Ela havia se esquecido totalmente do quadribol. Não haveria como ela continuar jogando. Imagine a quantidade de maneiras de se matar uma pessoa durante um jogo de quadribol.
_Rebecca? Você me ouviu? – Hermione puxou uma cadeira e se sentou em frente da menina.
_Ouvi sim, Mione. Diga ao Harry que não vou jogar mais. Que o Olívio pode colocar outro artilheiro no meu lugar. – ela falou com dor no coração. Quadribol talvez fosse a única forma de fazê-la não pensar um pouco em tudo isso.
_Eu não vou dizer nada enquanto você não me disser o que realmente está acontecendo!!! – Hermione falou brava sem perceber que tinha levantado a voz um pouco demais.
Alguns alunos a olharam assustados e Madame Pince fez um ruído de repreensão.
_Tudo bem então. Eu mando uma coruja para ele mais tarde. – disse voltando a ler o livro.
Hermione desistiu de entender a amiga. Um dia, se ela quisesse contar, ela contaria.
Os dias se passavam e nada mudava. Harry havia desistido de vez. Rony havia tomado as dores do amigo e também não falava com a garota. Hermione era a única com quem ela conversava. Toda escola tinha percebido o clima estranho e já haviam surgido várias teorias a respeito do caso.
Mais um passeio a Hogsmead ia acontecer naquele final de semana. Ela havia combinado de novo com Christian e dessa vez nada sairia errado. Era até bom porque aí Harry não tentaria falar com ela mesmo. Por um lado isso a deixava mais tranqüila, por outro ela ficava extremante chateada.
Quando ela estava saindo do castelo ela sentiu algo a segurando pelos braços. Não era possível! Eles já estão dentro do castelo?! Uma terceira mão tapava sua boca. Ela se debatia, mas não tinha força o bastante. Quando chegaram a um local mais afastado e escuro do castelo ela pode ver quem eram seus raptores: Crabe e Goyle... Eles a encostaram contra a parede e o que lhe tapava a boca tirou a mão. Ela ia gritar quando Draco Malfoy apareceu a sua frente e a silenciou com um feitiço.
_Eu não disse que você ia me pagar por sua ousadia comigo? Isso é só o começo... Tirem a varinha dela! – ordenou com um sorrisinho torto e nunca desviando o olhar dela. Os capangas obedeceram. – Agora tranquem-na no armário! Hahaha!!!
Essa era boa. De novo ela daria um bolo no coitado do Christian e dessa vez por causa do Malfoy! Essa era demais. Com certeza teria troco.
Malfoy a deixou trancada e saiu rindo com os capangas. Ela batia na porta para fazer barulho já que não podia gritar, mas era tarde. Estavam todos longe demais para ouvir qualquer coisa. Ela desistiu. Teria que esperar que alguém desse pela falta dela. Se sentou no chão e esperou enquanto bolava um jeito de se vingar de Malfoy.
O tempo passou e ela pode ouvir que o barulho no castelo aumentava. Os alunos deviam estar voltando, mas eles não passariam por lá, era fora do caminho das casas. Mas alguém passaria. Tinha que passar. E passou! Ela ouviu alguém se aproximar e começou a bater na porta. A pessoa falou com ela, mas ela não tinha como responder. Ela pode perceber que era Neville. Ela continuou batendo e ele resolveu fazer um feitiço para abrir a porta. Quando conseguiu a garota saiu lívida de lá de dentro e fazendo milhares de sinais para dizer que não podia falar. Mais uma vez ele usou um feitiço e a ajudou.
_Obrigada Neville! Nem acredito que alguém apareceu! As aulas com a Mione estão mesmo surtindo efeito, hein? Confesso que quando percebi que era você achei que não sairia dali tão cedo.
Ele pareceu meio ofendido, mas resolveu não se importar. – quem te prendeu aí, Rebecca?
_Quem me prendeu? Você já vai saber.... – ela saiu furiosa e pisando duro.
Atravessou o salão como louca chamando a atenção de todos ao redor, inclusive de Harry, Hermione e Rony.
_Rebecca? O que foi?! –Hermione foi correndo atrás da amiga seguida por Harry e Rony.
Rebecca não parava por nada. Andava rapidamente olhando para todos os lados, até que o viu! Parado a um canto, de costas para ela, conversando com outros alunos da Sonserina. Ela andou em direção a ele um pouco mais devagar, parecia uma gata que tinha avistado um rato de longe. Estava pronta para atacar. Os outros alunos perceberam e de repente um silêncio começou a surgir no salão. Ela chegou bem perto dele:
_Malfoy?
Ele mal teve tempo de se virar quando sentiu uma dor lascinante do lado esquerdo do rosto. Ele se desequilibrou e quase caiu. Quando viu quem era ficou meio atrapalhado.
_DA PRÓXIMA VEZ QUE VOCÊ SE METER A BESTA COMIGO UM SOCO VAI SER POUCO, OUVIU?
Todos em volta começaram a rir. Ela deu as costas ao garoto e começou a andar. Viu Hermione dando risada e a cumprimentou com um bater de mãos e uma piscadela, todos sabiam que ela também havia batido no garoto aquele ano. Eles ainda puderam ouvir alguém dizer:
_Vai ficar acostumado a apanhar de garotas, hein Malfoy!
As risadas triplicaram, Malfoy e sua turma saíram do salão principal. Rebecca saiu do salão sendo ovacionada.
A raiva dela tinha diminuído muito, mas ainda não tinha passado totalmente.
_Onde já se viu! Me deixar trancada no armário de vassouras e achar que vai ficar tudo bem! Essa é boa.- pensava Rebecca enquanto andava com um sorriso de satisfação no rosto.
_Rebecca! O que aconteceu aqui?! - Hermione falava com ela ainda rindo da situação enquanto tentava fazê-la parar.
Ela ia se virar para responder para a menina quando ouviu outra pessoa chamar seu nome. Era Christian.
_Rebecca? O que aconteceu hoje? Por que você não foi? - Christian parecia realmente chateado.
_Ai Christian! Desculpe. Eu estava indo quando o idiota do Malfoy me trancou no armário de vassouras! Eu não pude fazer nada! Desculpe-me. - ela disse sem graça para o garoto.
_Outra vez alguém da Sonserina! Rebecca, se você não quer sair comigo é só falar, tá? Mas não me faça de bobo! - e saiu andando e pisando duro.
_Christian! Não é isso...- mas não adiantava mais. O garoto já estava longe.
_Como assim de novo? - Era Harry quem falava. - Quer dizer que da outra vez você também não foi?
Só agora Rebecca percebera que Harry estava tão perto.
_Harry! - ela se assustou e começou a se afastar.
O silêncio começou a pesar, o ambiente começou a escurecer e ela voltou a ouvir aquela voz. Fez menção de fugir, mas Harry segurou seu braço.
_Não Harry, por favor! - ela quase chorava.
_Rebecca, você precisa me explicar o que está acontecendo! Por que você anda fugindo de mim? - ele perguntava ainda segurando-a.
Rebecca tentava se soltar, não queria olhar para ele. Estava ficando desesperada.
_Harry, por favor me solta! Me larga! ME LARGA! ME LARGA! POR FAVOR!! - ela começou a fazer um escândalo.
Conseguiu se soltar e saiu correndo. Harry correu atrás dela, mas o salão tinha se enchido ainda mais por causa da gritaria, ele logo a perdeu de vista.
Quando Rebecca percebeu que havia conseguido se livrar de Harry, parou um pouco e começou a procurar sua varinha, queria destruí-la para que não acontecesse nenhum acidente. Procurou, procurou, mas não achou. Malfoy a tinha pegado mais cedo quando a trancou.
_Idiota! Pelo menos serviu para alguma coisa! - falou consigo mesma.
Ela logo ouviu Harry gritando por ela. Resolveu voltar a correr. Harry a viu e a seguiu, mas ela estava muito a frente e indo para a Floresta Proibida. Harry ia segui-la, mas foi impedido por Rony e Hermione.
_Harry, não! - gritou a menina. - É perigoso. Você sabe que ela está mais segura lá dentro do que qualquer um de nós! Principalmente mais segura do que você! - ela dizia ofegante por ter corrido atrás dele.
_Mas Hermione!...
_Harry! Ela tem razão! - tentou Rony. - Vamos voltar para o castelo. Ela vai ficar bem e, quando se acalmar ela volta e então falamos com ela.
_Isso, Harry! É melhor! - completou Hermione.
A essa altura não adiantava mais procurar mesmo. Ela já devia ter se embrenhado muito na floresta.
Rebecca estava muito mal, não agüentava mais aquela situação. Precisava pensar em um modo de fazer Voldemort tirar o feitiço dela. Mas como? Quando já tinha se embrenhado o bastante na floresta resolveu parar um pouco. Sentou-se ao pé de uma árvore e começou a chorar. Aquilo estava começando a ficar ridículo! Ela tinha que fazer alguma coisa. Resolveu que ficaria por ali mesmo, pensando em uma solução para o seu problema.
Harry, Rony e Hermione voltaram para o castelo. Harry estava realmente arrasado. Ver Rebecca fugindo dele daquele jeito o machucou muito.
_Não fique assim, Harry. Tenho certeza que há uma boa explicação para isso. – tentava animá-lo Hermione.
_Vocês ouviram aquilo? Ela não foi se encontrar com o Christian aquele dia. Agora temos certeza que algo de muito grave aconteceu naquela tarde, mas o quê? – Rony se perguntava.
_Não sei Rony. – dizia Harry . – Mas vou descobrir! Por enquanto não vou fazer nada, mas se em 1 hora ela não sair da floresta eu vou entrar lá! E não adianta tentarem me impedir!!!
Rony e Hermione acharam melhor não discutir naquele momento. A situação era complicada e estavam todos nervosos.

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