O ataque Centáurico
Capitulo 3 – O ataque Centáurico
Hermione acordou tarde no outro dia. Não que gostasse, geralmente costumava acordar bem cedinho, acostumada com as aulas de Hogwarts. O problema é que não havia dormido nada na noite anterior. Primeiro por que havia se emocionado muito no jantar de Harry, e segundo porque a discussão de Gina e Harry no quarto ao lado a acordava cada vez que pegava no sono.
Ela tomou um banho rápido, imaginando o que Harry reservara para ela naquele dia, esperando realmente que ele já tivesse desistido da idéia de mantê-la ali contra a sua vontade. Mas, quando abriu a porta do quarto, percebeu que alguma coisa mais grave e séria havia acontecido. Algumas pessoas corriam pelos corredores e quando ela parou um auror jovem que cruzava um dos corredores, ele simplesmente lhe respondeu:
- Fique em seu quarto, Srta. Granger... estamos sob um ataque...
Hermione não ficou em seu quarto, pelo contrário, sacou a varinha e desceu as escadas com bastante cuidado. Havia uma pequena multidão no salão que havia abrigado as pessoas mais ilustres no jantar da noite passada, com Harry, Gina e Rony no centro, cada qual armado com sua respectiva varinha.
- O que está acontecendo? – Hermione perguntou.
- Volte para o seu quarto! – Harry respondeu, rispidamente, mas Hermione não mexeu nenhum músculo. Gina lançou-lhe um olhar ferino, mas ela nem ligou.
- Não saio daqui enquanto não souber o que está acontecendo! – replicou Hermione, ficando na pontinha dos pés para tentar ver por cima dos enormes aurores.
- Estamos sendo atacados por Centauros! Esses malucos pensam que podem nos atacar com arcos, vê se pode! – disse Rony, olhando para fora quando uma flecha quebrou uma das janelas, fincando-se sobre uma coluna.
- Saia daqui, Hermione... vamos atacar em breve e não vai ser bonito! – disse Harry olhando para ela com um olhar profundo.
Hermione entendeu.
Realmente aquilo não era um problema para Harry. Ele atacaria e os centauros perderiam. Os centauros seriam estraçalhados pelo exército de Harry, e ele não queria que ela ficasse ali para criticá-lo depois. Uma onda de raiva tomou conta de Hermione naquele momento, e sem pensar muito, simplesmente atropelou o pequeno exército, alcançou a porta e saiu da mansão de Harry...
- Ai!!! – gritou de dor quando uma flecha perpassou seu braço. Por sorte não havia fincado. O veneno Centauro era poderosíssimo, mas não era liberado até que a flecha parasse.
Segurando o braço para conter a hemorragia, Hermione deu alguns passos para fora.
- Fujam! Fujam!!!! Eles vão atacar!!!
Hermione não conseguia ver nada. A dor a impedia de focar qualquer coisa. Viu um cavalo. Pensou que era um cavalo. Ele se aproximou dela, mas depois se afastou.
Hermione caiu no chão e lentamente foi tragada pela escuridão, enquanto o sangue se esvaía rápido do seu braço.
- Está querendo morrer, Hermione?
A voz de Harry foi a última coisa que escutou quando foi erguida nos braços dele.
- Coloque-me no chão! – disse ela, já tremendo de dor. – Coloque-me no chão, Harry... eu não vou deixar você fazer nenhuma atrocidade.
Hermione dizia isso, mas estava fraca demais para fazer qualquer coisa e começou a se encolher, enquanto a dor que sentia tirava-lhe lágrimas dos olhos.
Harry entrou na casa, enquanto a pequena multidão abria espaço para eles.
- Deixe-a, Harry... deixe-a – gritou Gina, ferida pelo ciúme. – Se não a deixar imediatamente, eu termino nosso noivado.
- Depois conversamos, Gina! – disse Harry, sem dar muita importância à ruiva, subindo as escadas com cuidado.
- Quer que chame um medi-bruxo – disse Rony que parecia um pouco desconfiado com a atitude de Harry.
- Não... cuidarei disso a meu modo! – respondeu.
Harry pousou Hermione sobre a cama dela e depois rasgou o robe que ela usava na altura dos ombros, deixando braços, ombros e parte dos seios à mostra.
- Garota estúpida! – disse ele, xingando Hermione enquanto ela se contorcia de dor. – Tinha que se meter nisso, também. Não entende que preciso fazer isso? Eu preciso subir ao poder de qualquer forma, Hermione! Depois que for o rei, ninguém mais poderá me impedir, então poderei fazer tudo o que quero.
- Eu não vou deixar... juro por Deus que o impedirei... – balbulciou. Ela escutava tudo o que ele dizia, mas não conseguia falar direito.
- ... eu poderei fazer tudo o que sempre planejamos... Hermione – continuou ele. – Libertar os elfos, acabar com os preconceitos de sangue que há em nossa sociedade. Não vê... os fins vão justificar os meios. Será ruim agora, mas eu recompensarei todo esse sofrimento.
- Não... Harry... é você que não entende. Você está se autojustificando, quando na verdade já está se transformando em algo ruim. Atrocidades cometidas não justificarão nenhum bem que fizer depois disso.
- Escute aqui, Hermione! – disse Harry, segurando-a pelos ombros e trazendo-a para perto de seu rosto, de forma que ela podia encarar aqueles olhos verdes de perto. Ela gemeu baixinho. Ele a estava machucando novamente, mas ela não reclamaria. Nunca, em toda a sua vida, tivera medo de alguém como tinha daquele que um dia fora o homem que ela amou. – Você não vai me impedir e se tentar irá se arrepender amargamente. Eu, pessoalmente, irei perseguir cada centauro que existe no mundo e matá-lo. E saiba que você será a culpada pela morte deles. Se não tivesse se metido nessa história, apenas um pequeno exército centáurico iria morrer agora... será toda a raça. Não deixarei que ninguém pense que sou fraco.
- Enquanto espalhar a morte, Harry... você será fraco... – disse ela, tirando uma voz do fundo da sua alma. No mesmo instante se arrependeu. Viu quando Harry ficou lívido de ódio. Tanto que achou que ele poderia agredí-la, mas o inverso aconteceu.
Ele abrandou o olhar, acariciou seus cabelos e tomou seus lábios possessivamente. Desta vez Hermione resistiu. Não deixou se entregar a sentimentos que pudessem manchar sua alma. Não deixaria aquele amor por Harry subvertê-la. Ela lutaria.... alguém precisaria lutar contra o imperador do mundo... seu amor...
- Pare! Pare! – disse Hermione, espalmando o peito de Harry para mantê-lo longe. – Fique longe de mim.
Harry tentou, mas como viu que Hermione estava resoluta, ele enfim a deixou. Largou-a sobre a cama, mas ainda ficou ali parado, observando-a, enquanto ela lutava para não chorar.
- Você será minha se eu disser que a quero. E abandonará essa casa quando eu disser que o faça. Entenda que agora você é minha. Poupe o meu tempo e o seu e pare de lutar comigo. Essa é uma luta que você não pode vencer. Vou deixá-la agora. Se o ferimento ainda não tirou suas forças, então isso quer dizer que não lhe fará mais mal.
Quando Harry bateu a porta do quarto, sumindo no corredor, Hermione enfim sucumbiu à dor no corpo e na alma e chorou livremente sobre a colcha fina de seu quarto elegante.
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