O Beco Diagonal



A mãe de Tiago o ajudoua levantar e se encarregou de aprumá-lo, Tiago estava coberto de fuligem e agora, estava a ajeitar os óculos.
- Mãe... Isso aqui é o Beco Diagonal? - perguntou pouco entusiasmado, não era possível que aquilo fosse de fato o Beco Diagonal, tão falado nas conversas entre seu pai e sua mãe em casa.
- Certamente que não Tiago, estamos na lareira dos fundos da Casa do Olivaras. Ele felizmente tem a bondade de emprestar essa lareira a nós da família Black. - sorria Dorea.
- Olivaras? Quem é esse mãe?
- Ah, não me faça perguntas, deixe que ele se apresente a você. Mas no momento certo... Vamos ao Gringotes, com sorte encontraremos o resto da família.
Tiago preferiu não perguntar mais. Segiu a mãe. Passaram por várias estantes extremamente altas e com várias caixas e caixinhas empilhadas até chegarem a uma portinhola que parecia dar para uma estreita rua.

Não se tratava de uma estreira rua, era um beco mesmo, lotado de pessoas. Era o BECO DIAGONAL. Sua mãe pegou em sua mão e puxou-o em meio à multidão.
- Como eu disse, vamos ao Gringotes primeiro.
- Err... mãe...
- Já disse para não me perguntar querido - disse Dorea meio impaciente, - vai saber de tudo na hora certa, Gringotes é o Banco dos Bruxos, famoso mundialmente - finalmente explicou.
O tal banco estava situado no fim da rua e Tiago notou que a construção parecia bem precária, era realmente torta e bem simples até.
Um pouco mais perto, notou que outras criaturinhas, um pouco mais "humanas" do que o tal elfo doméstico cuidavam do lugar. Tiago nem imaginou como os bruxos podiam deixar sua fortuna na mão de criaturinhas tão mirradas e feias.
- Duendes Tiago, são duendes... Eles cuidam do Gringotes. São dotados de fala humana e talvez até mais inteligentes que nós. Mas seu humor é terrível, evite olhares diretos para com eles, certo querido?
Tiago apenas concordou coma cabeça.

Entraram no tal banco, mas Tiago foi deixado esperando num corredor ao lado do local onde sua mãe pegou uma espécie de locomoção e saiu ao lado de um dos duentes. Ele levava uma chave grande e amarela, parecia ser feita de ouro.
Tiago já estava se cansando de esperar quando a mãe reapareceu ao lado do duente, descendo do "carrinho" com uma saca de algo que se parecia com moedas. Sim, eram moedas, Tiago já tinha visto o pai com algumas daquelas certa vez.
- Hora das compras querido. Venha. - saiu puxando ele pelas vestes.

Se dirigiram à mesma loja donde tinham saído a pouco. Entraram novamente pela portinhola e Dorea se moveu em dois passos puxando Tiago até o balcão. Tocou a campainha.
Um homem de aparência velha e doentia apareceu limpando algo que se parecia com um graveto.
- Ah, já era hora Sra. Potter, seus familiares passaram por aqui a pouco. - disse em tom suave e sorrindo.
- Oh Olivaras, desencontramos como sempre... Mas ainda assim, Tiago precisa de uma varinha. - sorriu dando tapinhas leves no ombro do filho.
Tiago jamais imaginaria que um dia teria varinha. Morava numa casa com dois bruxos, mas eles muito raramente usavam suas varinhas. Portanto não fazia idéia de como seria tocar numa pela primeira vez. Para sua surpresa, Olivaras lhes entregou a que estava em sua mão.
- Aqui está jovem... Um menino a pouco testou-a a não teve muita sorte com ela. Quem sabe você não tenha? - disse feliz Olivaras.
Tiago tomou a varinha em sua mão meio abobado. Não sabia o que fazer com ela, vira os pais agitarem as suas algumas vezes, mas não tinha certeza se devia. Olhou da mãe para o Sr. Olivaras meio confuso.
- Teste-a menino. 28 centímetros, feita de mogno e pelo que pode perceber, bem flexível. Experimente-a.
Tiago não sabia o que fazer com o pedaço de madeira avermelhada qeu estava em sua mão. Mas não podia vacilar naquele momento que para ele, parecia ser decisivo.
Então, remexeu a varinha rapidamente. Um pequeno objetos que se parecia com uma pena voou na direção oposta da varinhas. Olivaras aplaudiu sorrindo até as orelhas.
- Meus parabéns meu jovem, é raro que uma varinha funcione de imediato com um bruxo. Mas parece que esta é perfeita para o senhor. São 9 galeões Sra. Potter.
Dorea Potter pagou pela varinha sorrindo orgulhosa do filho e saíram finalmente.

As lojas no Beco Diagonal pareciam infinitas para Tiago, já estava cansado, porém não queria parar. Passaram por uma loja chamada Madame Malkin, Roupas para Todas as Ocasiões, onde Tiago ganhou suas vestes da escola e depois foram para Floreios e Borrões.
Tiago ficou encantado com a quantidade de livros. Sabia que o pai gostara de ler, então imaginou-o ali, ao lado dele. Mas ao mesmo tempo esqueceu, recordando que o pai já estivera ali e agora era sua vez. Ficou cerca de meia hora boquiaberto diante de uma prateleira de livros bem torta, na opinião dele, quase caindo. Teve a intensa impressão de que estava suspensa por mágica, ia perguntar a um garoto ao lado dele como expressões vazias e olhar frio mas a Sra. Potter apareceu:
- Acho que já estamos prontos querido - disse ela checando as penas, livros e tudo o mais. - Acho que já podemos ir até o Caldeirão Furado para descansar um pouco. - E saiu.
O Caldeirão furando era no começo ou final do Beco, Tiago não soube diferenciar. Era um bar velho que cheirava mal e tinha uma escadaria que dava para quartos, tratava-se de um bar-hospedaria. Tiago bebeu água e sua mãe vinho no local, ele estranhou a ausência de refrigerante, mas manteu-se calado. Já estavam subindo as escadas quando ouviram um grito:
- DOREA! - uma mulher respeitavelmente alta e de cabelos bem negros e cacheados vinha na direção de Tiago e sua mãe.
- Ah minha querida Walburga... E Druella - exclamou Dorea alto suficientemente para todo o bar ouvir.

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