Foi bom e pra sempre será!



Com o passar do tempo, Laura e Snape iam ficando cada vez mais próximos. Voltaram a conversar pelo caderno e se viam no jardim. Ficavam conversando, fazendo confidências ou apenas, em silêncio, observando o lago. Ele lhe contou tudo sobre seu passado, porque se tornou Comensal, sua paixão de adolescente por Lílian Potter, a relação com Bellatrix, e a história com Karkaroff.
A cada dia, descobria mais o homem por detrás da máscara de crueldade. A cada dia, se descobriam. Eram amigos de novo. Vez ou outra, se encontravam na torre do piano e Laura descobriu mais um talento que ele possuía: A voz . era realmente muito bonita. Ele até arriscou cantar uma vez com ela. Davam boas gargalhadas juntos.
Certa noite, Laura estava no jardim observando a lua cheia, que brilhava como nunca, as estrelas e o lago. Havia flores por todo lado e sentiu aquele perfume conhecido.
-Vai ficar aí parado ou vai vir me fazer companhia?-Ele levantou o canto do lábio num sorriso irônico.
-Está aprendendo rápido...
-Tenho um ótimo professor.-Riram e ele se sentou a seu lado. Ela olhava o céu, e ele a observava. Uma brisa leve os alcançou e uma mecha de cabelo caiu no roso de Laura. Ficaram em silêncio durante uns minutos. Então, ele levantou a mão e pôs o cabelo dela atrás da orelha, mas não baixou a mão. Ficou acariciando o rosto alvo da menina, que fechou os olhos e sorriu. Ele se aproximou mais, ela fechou um pouco o sorriso ainda de olhos fechados. Então, a mão de Severus traçou o contorno do rosto de sua aluna. Suas feições, seus olhos, seu nariz, sua boca... E parou na nuca. A mão livre pousou na cintura dela. Laura abriu os olhos e seus olhares se encontraram. Os rostos foram se aproximando, os olhos, se fechando e os lábios se encontraram. Um beijo puro, carinhoso, verdadeiro. Ela passou a mão pelo rosto dele quando se separaram. Ele fechou os olhos ao toque. Era tão menina, mas ao mesmo tempo, tão mulher. E mais uma vez a beijou. Mas dessa vez, era como se o mundo fosse acabar e quisessem levar para a outra vida, os gostos de suas bocas. Era como se os dois ansiassem por quilo a vida toda. Era um beijo doce, profundo e selvagem. Mas foi acalmando e terminou da mesma forma que começou o primeiro. Olharam-se novamente. Ele se ajeitou de forma que ficasse encostado no tronco da grande árvore e fez com que ela se encostasse em seu peito. E ficaram assim, abraçados e em silêncio apenas sentindo a presença um do outro. Com um movimento da varinha, Severus fez uma música ser ouvida somente pelos dois, como na tarde em que se viram pela última vez antes do incidente.
Logo no início, ele a apertou mais contra si e apoiou o queixo na cabeça dela.

“Não sei se o acaso quis brincar ou foi a vida que escolheu.
Por ironia fez cruzar o meu caminho com o seu
Eu nem queria mais sofrer a agonia da paixão
Nem tinha mais o que esquecer.Vivia em paz, na solidão
Mas foi te encontrar, e o futuro chegou como um pressentimento
Meus olhos brilharam, brilharam no escuro da emoção
Não sei se o acaso quis brincar ou foi a vida que escolheu
Por ironia fez cruzar o seu caminho com o meu”

Ele beijou o topo da cabeça da menina, que tinha um sorriso feliz dançando nos lábios. Não importava o que acontecesse, porque agora sabiam que poderiam não ficar juntos, que poderiam seguir caminhos diferentes, mas que, para sempre, as lembranças do que foram e representaram fariam parte de suas vidas. Que para sempre, um faria parte da vida do outro. Porque o que o destino separa, o amor une... Porque nem mesmo o tempo é capaz de curar certas feridas...

“Para quem bem viveu o amor
Duas vidas que abrem
Não acabam com a luz
São pequenas estrelas que correm no céu
Trajetórias opostas
Sem jamais deixar de se olhar
É um carinho guardado
No cofre de um coração que voou
É um afeto deixado nas veias
De um coração que ficou
É a certeza da eterna presença
Da vida que foi, na vida que vai
É saudade da boa, feliz cantar
Que foi, foi, foi
Foi bom e pra sempre será
Mais, mais, mais
Maravilhosamente amar
E foi, foi, foi
Foi bom e pra sempre será
Mais, mais, mais
Maravilhosamente amar...”











Fim!?

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