Capítulo 6




Capítulo 6



James sabia que Lily fugir era bom sinal. Significava que ela sentia-se desconfortável, e queria manter-se afastada dele. Claro que isso acontecera na maior parte da vida dela, porém, agora, era porque ela gostava dele. Só que teimava em não admitir. Mesmo para si mesma. Ele teria que lidar com tudo cuidadosamente; se agisse rapidamente, a assustaria, se fosse devagar, perderia tempo, e não havia muito tempo para se perder. James tinha que fazê-la ver que eles estavam destinados um para o outro. Ele estava certo de que ganharia a aposta, mas não queria forçar, queria que ela se apaixonasse gradativamente. E isso iria exigir mais paciência do que ele tinha.

XXX---XXX


Lily quase ignorou seus deveres por estar tão preocupada em evitar James. Depois de eles discutirem, e ela fugir feito um cãozinho assustado, estava certa de que ele tiraria proveito e forçaria outro beijo. Não “forçar” no sentido literal, mas seduzi-la, que era a melhor arma dele. Setembro já estava quase terminando e James já havia conseguido beijá-la duas...quatro vezes, isso se o beijo que começou tudo contasse, e incluindo o beijo de boa noite.

Contudo, o senso de dever acabou vencendo e ela foi patrulhar os corredores, tentando, de todas as maneiras, ignorar James ao seu lado.

- Então, depois da nossa briga, eu pensei que seria mais fácil nos beijar e acabar logo com isso.

Lily virou a cabeça para encará-lo. Não tinha ouvido uma única palavra que ele tinha dito antes dessa última frase. Estava ignorando-o completamente, concentrando-se no número de passos que havia dado, para distrair-se.

- O que foi?

- Lily, você ouviu alguma coisa do que eu disse?

- Não. Pensei que você tivesse percebido.

- Se eu tivesse percebido, por que continuaria falando? - ele perguntou frustrado.

- Porque você ama o som da sua própria voz.

James sabia que poderia responder àquilo, e eles poderiam discutir o resto da noite, mas não estava a fim. Então, em vez de dizer alguma coisa, ele a agarrou e a prensou contra a parede.

- Me solte!

- Acho que não - ele disse, olhando-a de cima por ser mais alto.

Lily o empurrou, mas James não se moveu. Depois de alguns segundos empurrando-o e o amaldiçoando, ela praticamente se afundou à parede, tentando criar assim um pequeno espaço entre os dois, respirando com dificuldade.

- Já terminou? - ele perguntou, parecendo entediado.

- Você vai me soltar, não consigo respirar - ela retorquiu rispidamente.

- Eu sei aplicar os Primeiros Socorros - James falou sugestivo.

- Estamos numa posição errada pra isso.

- Vou fazer em qualquer posição que eu puder.

O que ele disse, fez com que Lily lhe desse um tapa no braço. James estava certo de que, se ela conseguisse alcançar seu rosto, o tapa teria lhe acertado lá.

- É só uma brincadeira, Lily.

- Você está me vendo rir?

James suspirou, Lily estava dificultando de novo. Provavelmente, ela ainda estava irritada por causa da discussão de antes, pois, mesmo ganhando em seus argumentos, ela havia pedido. De qualquer maneira, ela realmente não poderia ter ganhado, e era isso que a irritava. Ela estava se lamentando, mesmo tendo permitido aquela aposta.

- Lily, vamos, relaxe - ele disse, sorrindo para ela. Estava esperando que a garota lhe sorrisse de volta, mas não aconteceu. - Lily... - ele insistiu, antes de se inclinar e depositar um beijo na altura do ombro dela.

Ela enrijeceu seu corpo, mas não o mandou parar. James relanceou os olhos para Lily e viu que ela estava com os dela fechados. Ele tomou isso como um sinal para ter cuidado, enquanto voltava a beijar o pescoço dela até o maxilar. Ouviu-a soltar um curto lamento, e fez com que seus lábios ficassem bem pertos dos dela.

- James, não - Lily disse suavemente, praticamente implorando para ele não beijá-la.

Era um pedido que ele, definitivamente, queria negar, pois sabia que se ele atendesse Lily, ela não seria a única a enlouquecer. Às vezes, para se ganhar uma guerra, tinha que perder algumas batalhas. E essas batalhas eram sempre melhor perdidas em teoria.

James fechou os olhos e encostou suas testas, ouvindo-a soltar um suspiro de alívio. Ele não abriu os olhos, e muito menos Lily, apenas aproveitava aquela proximidade por um minuto.

- Lily, eu não vou beijar você apenas se você concordar com uma coisa.

- Quanta consideração, você não me beijar. O que te fez pensar que eu deixaria? - ela perguntou com raiva. Ele abriu os olhos rapidamente, vendo-a encará-lo com a face rubra. Ela estava corando.

- Você realmente diria não? - ele replicou, sabendo que ela não diria “não”, e sabendo que Lily também sabia muito bem disso. O fato de estar corada, a entregava.

- Como é? - ela perguntou, não desviando o olhar.

James precisou de todas as suas forças para não beijá-la e provar que estava certo, mas algo lhe dizia que ele também não poderia estar certo o tempo todo.

- Saia comigo amanhã, no tempo livre.

- Por quê? - perguntou desconfiada.

Ele desejou realmente que ela aprendesse a confiar nele.

- Só conversar. Você sabe, conhecer você melhor - ele respondeu.

- Então você não está apenas tentando ficar sozinho comigo e me beijar como um garoto apaixonado?

- Não. Eu amo beijar você... - Ele parou de falar ao olhar os lábios dela, tão próximos dos seus. Olhou então para o alto rapidamente, antes que caísse em tentação. - Mas isso não é tudo o que eu quero de você. Eu me apaixonei pela sua alma, não pelos seus lábios.

Lily o olhou, surpresa pelas palavras dele. Nem todos eram como ele, fazendo esse tipo de sacrifício. Ele não tinha mais tanto tempo, mas queria passá-los conversando e não tentando ganhar a aposta.

- Então, você não vai tentar me beijar?

- Farei o possível para conseguir - ele falou, afastando-se dela.

Lily, de repente, teve uma idéia. Ela cruzou os braços e seus olhos brilharam quando o encarou. James odiava aquele olhar. Quando uma mulher tinha aquele brilho nos olhos, significava problemas.

- Prometa - ela exigiu.

Não havia jeito de sair daquilo. Ele poderia dizer não, mas tinha que tentar.

- Prometer o quê?

- Prometa que não vai tentar me beijar amanhã.

James segurou um gemido, ela estava armando uma pra ele. Se dissesse não, ela começaria com uns de seus discursos do tipo: “se você se importa comigo como diz, você vai prometer e blá blá blá...”

- Eu prometo.

Depois que eles terminaram as rondas nos corredores e disseram boa noite, Lily foi para seu quarto e pensou naquela conversa. James não a beijara e prometera que não o faria no dia seguinte. Por alguma razão, o fato de que ele quis beijá-la a preocupou mais do que se ele a tivesse beijado.

Isso era muito para se considerar sozinha. Lily precisava do conselho de alguém que sempre quis dá-lo - ela querendo recebê-lo ou não.

- Alice! Alice, acorde - sussurrou, sentando-se aos pés da cama e indo devagar até ficar ao lado da amiga.

- Humm-quê? - Alice falou com a voz enrolada, quase ininteligivelmente; virou para o lado e abraçou o travesseiro. Lily a virou para si. - Estou acordada, estou acordada.

- Eu preciso de sua ajuda.

- O que aconteceu? O James te beijou de novo? - Alice perguntou, sentando-se e olhando desejosamente para seu travesseiro, por sobre o ombro.

- Não... ele não me beijou - Lily disse, tentando compreender o que acontecera.

- Então qual é a grande novidade? Ele não te beijou. Bom pra você.

- E ele me prometeu que não tentaria me beijar amanhã - Lily adicionou.

- Você o fez prometer isso? E ele aceitou? Bom trabalho, Lily - Alice disse, afundando-se em seu travesseiro.

Lily a agarrou e a fez sentar-se de novo.

- Por que ele faria algo assim?

Alice suspirou, percebendo que ela não voltaria a dormir até que Lily tivesse todas as respostas de seus problemas. Tinha vezes que Alice se perguntava como Lily era tão esperta, sendo que ela não conseguia perceber a mais óbvia das coisas.

- Lily, todos nós já estamos cansados de saber que James te ama. Ele quer te fazer feliz. Se você mandá-lo atravessar o salão comunal dos Slyltherins nu, ele vai.

Lily chacoalhou a cabeça, tentando retirar a visão perturbadora que se formara em sua mente pelo que a amiga havia dito. Bem, talvez nem tão perturbadora assim...

- Alice, eu acho que minha cabeça vai explodir. Ganhando ou perdendo, James Potter ainda vai continuar apaixonado por mim.

- Eu sei, querida. Mas você o odeia, se lembra? Você vai viver, se quebrar o coração dele - Alice respondeu. Fechou os olhos e voltou a dormir.

Lily olhou para sua amiga adormecida, considerando o que ela disse. Poderia viver se quebrasse o coração de James? E por que, com isso, ela se sentia como se estivesse quebrando o seu próprio?

XXX


Lily acordou no dia seguinte e se encontrou no chão, deitada ao lado da cama de Alice. Colocou a mão em sua cabeça e olhou para cima.

- Você está bem aí embaixo, Lily?

- Alice, por que eu estou no chão?

- Você adormeceu aos pés da minha cama. Eu tentei te acordar, mas você acabou deitando no chão. E depois que você bateu no chão e não acordou, eu percebi que nada o faria, então te deixei aí - Alice explicou.

- Eu também te amo, Alice.

- Apresse-se e se prepare, Lily. Você tem um grande dia pela frente, com o James.

- Não é um grande dia. Nós só vamos passar juntos, o período livre - Lily disse casualmente, esperando para julgar a reação de seus amigos.

- Que legal. Frank e eu vamos estudar na biblioteca - Alice replicou.

- Vocês dois têm tido muito que estudar, ultimamente. - Lily olhou para a amiga com o canto do olho.

Um tom rosado atingiu as bochechas de Alice e ela sorriu timidamente.

- O que você quer dizer, Lily?

- Nada. Apenas que é curioso duas pessoas que odeiam estudar, fazerem isso o tempo todo e juntas.

- Temos que estar prontos pros NIEM’s, você sabe - Alice falou calmamente.

Lily percebeu que ela não a olhou quando disse isso. Se Alice não estava levando em consideração a amizade delas, a amiga tinha que ser punida, entretanto, Lily decidiu não fazer nada.

- Então... O que você acha que eu devo fazer com o James? Ele prometeu não tentar me beijar, e que sairíamos apenas para conversar ou discutir alguma coisa. Normalmente, eu iria querer discutir, mas estou enjoando disso. Quero ficar feliz hoje.

- Eu ouvi Lily Evans dizer que está cansada de discutir? Com James Potter? Estou ouvindo perfeitamente ou eu engoli acidentalmente alguma poção de insanidade? - Alice zombou.

- Acho que, por hoje, ele e eu podemos nos dar uma trégua. Você sabe, um dia para repor as energias. Ou algo do tipo. Além disso, eu preciso de uma razão para discutir, e eu tenho o pressentimento de que ele não vai me dar nenhuma hoje.

- Sabe... Ele prometeu não te beijar - Alice disse, inclinando sua cabeça para o lado.

- Sim. E daí?

- E se eu dissesse pra você tentá-lo? Seria engraçado ver por quanto tempo ele resiste a você.

Lily sorriu. Isso era uma idéia cruel. Uma que ela achava interessante.

- Por que eu faria isso?

- Para testá-lo, obviamente. Ele disse que te ama, faça-o provar resistindo a você - Alice explicou.

- Alice, você sabe que essa é uma coisa horrível de se fazer.

- É, mas seria divertido.

- E seria uma razão para discutirmos, se ele cair - Lily adicionou.

- Isso mesmo. E você precisa dar um jeito de ficar em vantagem nessa aposta.

- Certo, porque eu vou vencê-la. Não importa o que aconteça.

XXX


James afundou-se no sofá do salão comunal, ao lado de Remus.

- Então você acha que isso não é uma boa idéia?

- Você prometeu não tentar beijá-la - Remus resumiu. Ele tinha ouvido James lhe explicar tudo.

- Isso.

- É uma boa idéia, contanto que você consiga cumprir sua palavra.

- Você acha que não consigo?

- Autocontrole não é uma de suas virtudes - Remus comentou. Ele gostava de James, mas tinha que dizer a verdade.

- Eu sei, mas, pela Lily, vai ser.

- Acredito em você. Você sempre esteve disposto a fazer coisas que não gostava se envolvesse alguém com quem você se importa.

James sorriu pra ele.

- Não há nada que eu prefira fazer, do que te ajudar com seu pequeno e peludo problema. Exceto, talvez, beijar a Lily - acrescentou saudoso.

- Porém, é melhor não. Não vou fingir que tenho um vasto conhecimento da mente feminina, mas eu sei que elas não aceitam bem quando você quebra promessas - Remus aconselhou.

- Por que você acha que ela me fará quebrar a promessa? Você não acha que ela está planejando alguma coisa, acha? - James perguntou em voz alta.

- Talvez ela esteja testando você. Algumas mulheres fazem esse tipo de coisas. Mas não me pergunte, as mulheres são um mistério pra mim.

- Você acha que a Lily vai fazer isso? Testar-me? - James perguntou.

- Não sei. Talvez. Se você quer um conselho sobre mulheres, por que não pergunta ao Sirius? Ele poderia ser de maior ajuda - Remus sugeriu.

- Porque eu quero encontrar um jeito de entrar no coração dela, não nas calças.

XXX---XXX


O período livre veio e Lily ficou esperando do lado de fora da sala de aula. James vinha logo atrás, conversava com Remus e Sirius. Uma mão pousou em sua cintura, fazendo-a pular, e virou rapidamente para ver James.

- Por que você está me tocando?

Ele retirou o braço da cintura dela e começou a caminhar ao seu lado.

- Desculpe, mania de amigos.

- Eu não vejo você fazer isso com Sirius, Remus ou Peter.

James não respondeu. Andou ao lado de Lily até sentarem-se perto do lago, um ao lado do outro.

- Você já nadou?

- Não, e não estou com vontade - ela respondeu rapidamente.

Ambos continuaram sentados e em silêncio, sem saber o que dizer.

- Lily, pode relaxar, eu vou manter minha promessa - James assegurou.

Ela sorriu pra ele.

- Fico feliz em ouvir isso. Se você quebrasse a promessa, eu não teria certeza se poderia confiar em você.

Essa foi uma dica óbvia. Talvez Remus estivesse certo, talvez ela estivesse testando ele.

- Fale sobre você, Lily.

- O que você quer saber?

- Tudo.

A expressão no rosto dele era tão sincera e fofa, que Lily teve que sorrir. Talvez ela pudesse falar. Quem sabe assim ele não se assustaria e se afastaria dela?

- Minha cor favorita é verde, sou louca por chocolate, sou propensa a ter ataques de pânico e posso ficar instável mentalmente de vez em quando. Tenho o pior temperamento do mundo, posso ficar falando durante horas, adoro filmes trouxas, posso chorar durante horas com um final triste num livro, sou uma romântica incorrigível e isto é um fato.

Ela parou para tomar ar.

- Vamos ver... o que mais? Me sinto mal se algo sai errado, sou perfeccionista, tenho mania de limpeza e sou um ratinho de biblioteca. Posso discutir por horas, mesmo se estiver errada. Sou teimosa como uma mula, ou só a Alice é quem gosta de dizer isso. Sou a única bruxa da minha família, minha irmã me odeia por isso, e eu nunca levei uma detenção na minha vida.

Lily parou de novo para respirar. James aproveitou para interrompê-la:

- E para o seu futuro, o que você quer?

- Eu tenho planos de um dia me estabilizar e casar, construir uma família. Quero fazer a diferença no mundo, torná-lo um lugar melhor.

Olhou para James e viu que ele não estava reagindo como ela esperava. Ela tinha lhe contado todos os seus defeitos, e ele ainda a olhava como... como se ela fosse a única garota para se olhar.

- Hum...você não está aborrecido com tudo isso? Eu contei a você que posso estar louca, que sou uma pessoa difícil, e você fica aí sentado, sorrindo pra mim?

- Eu já sabia de todas essas coisas sobre você, afinal, eu te amo.

Lily deitou-se na grama, encarando o céu. Quem disse que o amor era um dom maravilhoso, nunca conheceu James Potter, pois, no caso dela, amor era uma maldição. James deitou-se ao lado dela, perguntando-se sobre o que a garota estava pensando.

- O que faz você me amar tanto? O que te atraiu em mim, pra começo de história?

James a olhou, e Lily o olhou de volta, seus narizes quase se tocando.

- Seu espírito, sua compaixão, seu coração... Você irradia tudo que é bom.

Lily não soube o que dizer. De todas as coisas, essa era a última que ela esperava ouvir.

- Eu... Obrigada.

Eles se olharam, e James sentiu que precisava dizer alguma coisa para quebrar o momento. Ele tinha prometido que não a beijaria, e aquele momento estava tão perfeito para beijá-la...

- E eu? - ele perguntou.

Lily o amaldiçoou mentalmente. Ela estava li, esperando para ser beijada, pois só assim poderia dizer que ele quebrou a promessa, e ela então poderia manter seu ódio por James.

- Eu não gosto de você, lembra?

- Você tem que ver alguma qualidade boa em mim. Não pode me odiar por inteiro.

- Quem disse?

- Lily...

Ela voltou a olhar para o céu, pensando. O que havia para se gostar em James?

- Você é persistente.

- Tem que ser, quando se ama você.

- Você é leal com os amigos. Eu gosto disso, mesmo não aprovando sempre o seu tipo de lealdade. É bom ver esse tipo de qualidade.

A conversa acontecia quase como se eles fossem amigos. Lily descobriu-se desarmada, pois era fácil ter uma conversa civilizada com James. Não poderia ser afetada pelas coisas gentis que ele dizia. Agir amigavelmente era a última coisa que ela queria. Precisava que ele continuasse e tentasse beijá-la, assim, ela poderia sentir raiva dele novamente.

Lily virou sua cabeça e o encarou de novo, estando certa de que eles estavam realmente muito próximos. James percebeu a intenção dela, e também a encarou, notando que ficaram mais perto do que antes. Lily prendeu a respiração, esperando. Em quesitos de seduzir um homem, ela não era muito experiente.

James olhou para os lábios dela, e tentou pensar em outras coisas. Sirius e Remus haviam sugerido que ele imaginasse o Prof. Slughorn de cuecas. Este pensamento o fez torcer o nariz em uma careta, fazendo Lily o olhar estranhamente. Que tipo de expressão era aquela?

- O que há de errado?

- Nada - ele respondeu apressadamente.

Lily ficou desconcertada em continuar a encará-lo. Ela aparentemente era uma sedutora horrível. Ou talvez, ele estava apenas querendo manter a promessa. Ela tinha que encontrar uma maneira. E numa ação rápida, e que ela sabia que iria lamentar, rolou o corpo, ficando em cima dele, seus rostos a poucos centímetros de distância.

James descobriu que a imagem do professor não estava funcionando. Nada poderia distraí-lo da garota em cima dele. Mas ele não poderia desistir, não quando sabia que ela o estava testando. Era o único motivo de Lily Evans rolar para cima dele e ficar nesta posição.

Lily percebia o tormento dele, e estava lutando para não rir. Rindo, perderia toda a graça. Ela fechou os olhos, esperando que, com isso, ele perderia o autocontrole.

James percebeu que não estava disposto a se aproximar dela, e apenas tinha que dizer não. Para não fazer nada errado, ele girou os corpos e fechou os olhos para não ver Lily tão perto. Mas isso não estava causando o efeito esperado; não vê-la, só o fazia senti-la mais ainda, e isso não era uma boa coisa.

Abriu os olhos e a encarou. Ele não poderia beijá-la, mas, talvez, se ela tentasse beijá-lo...

Lily sorriu abaixo dele, como se lesse seus pensamentos.

- Eu acho que não... - ela falou, desvencilhando-se dele.

James a viu se levantar e começar a ir embora.

- Hei! Aonde você vai?

- O tempo livre está quase acabando, e eu tenho que ir para a aula.

XXX


Alice levantou-se num pulo de onde estava, puxando Frank consigo.

- Viu? Eu lhe disse que ela estava começando a gostar dele.

- Não aconteceu nada - Frank argumentou.

- Mas ela seguiu minha idéia ridícula, o que comprova alguma coisa. - Frank pensou em responder, quando Alice o puxou bruscamente. - Temos que ir à biblioteca, antes que ela nos veja. Lily pensa que estamos estudando, e ficaria doida se soubesse que estávamos espiando.

- Eu disse que esta era uma má idéia.

- Cala a boca.

XXX


Lily entrou na biblioteca, encontrando seus amigos ofegantes. O que eles estariam fazendo? Eles finalmente tinham se beijado?

- Por que vocês estão respirando com tanta dificuldade? Perdi alguma coisa?

- Não - eles responderam ao mesmo tempo.

Lily olhou de um para outro, decidindo que ainda tiraria aquela história a limpo. Então falou:

- Nós temos aula, vamos.

XXX


James decidiu matar a aula que teria agora, pois queria discutir com seus amigos o que acontecera nos jardins do castelo. Remus tinha sido o mais difícil de se convencer, mas ele acabou indo com os amigos.

- Eu não entendo. Por que ela me fez prometer que não a beijaria, sendo que me forçaria a tentar beijá-la? - ele perguntou finalmente, após ter contado o que havia acontecido.

- Talvez ela seja doida - Peter sugeriu. James estava prestes a retorquiu, quando Remus lhe deu um cutucão. - Desculpe.

- Eu acho - Remus começou.

- Eu tenho uma teoria - Sirius o cortou.

- Vou deixá-lo explicar, uma vez que é tão raro você ter teoria sobre alguma coisa - Remus disse.

- Ela quer que você tente beijá-la, porque prometeu que não tentaria, e ela queria ver se você manteria sua promessa.

- Eu sei tudo isso - James o interrompeu.

- Deixe-me terminar. Olha, ela quer que você a beije para ela ter uma razão para te odiar, porque ela está começando a gostar de você, e isto seria uma justificativa para ela querer que você a beije, já que, por causa da aposta, ela não pode querer.

- Isso não faz sentido - James disse.

- Elas são mulheres - Sirius concluiu.

- Isso não é um pouco insensível, Sirius? - Remus ralhou.

- Mas é verdade, elas são loucas, o que se percebe mensalmente.

- Isso é nojento - Peter disse, olhando o amigo.

- É mesmo, e realmente grosseiro - James adicionou.

- É verdade - Remus concordou.

- Hei, isso não é tão ruim quanto o que acontece com você todo mês!

XXX


Lily sentou-se entre Alice e Frank. Tinha que explicar a eles o que havia acontecido.

- Então, ele manteve a promessa? - Alice perguntou. Frank pareceu desconfortável.

- Manteve, mesmo comigo tentando dificultar as coisas.

- Sabe o que eu acho? - Alice perguntou e, sem esperar resposta, continuou: - Eu acho que você queria que ele a beijasse, não por causa daquela promessa tonta, mas sim porque você está se apai-...

- Eu não estou me apaixonando por ele! - Lily quase gritou, levantando-se.

- Isso foi uma negação, o que eu ouvi? - Alice provocou.

Lily lançou a ela e Frank um olhar duro.

- Não venham falar pra mim sobre negação. Eu sei o que vocês dois estavam realmente fazendo durante o período livre de hoje.

Os dois a olharam sentindo-se culpados quando Lily virou-se e foi embora. Se eles ao menos soubessem ao que ela se referia, não estariam sentindo nem metade daquela culpa.

XXX


Lily pensou que ela conseguiria passar o resto do dia ignorando James, contudo, ela se enganou. Eles não tinham feito a ronda àquela noite, o que ela não fazia com freqüência, mas ainda estava aborrecida com Alice e Frank. Então, ela decidiu descer para o salão comunal, jogando-se num dos sofás com uma enorme caixa de chocolates. Na verdade, eles eram de Frank, mas o amigo compreenderia. Tinham que compensar. Ele e Alice tinham agido como se tivessem um enorme segredo, e olharam para ela o tempo todo durante aquele dia.

Imaginou que estava muito bem sozinha, até que ouviu alguém se aproximando. Lily olhou em volta para ver quem era, pensando que talvez fosse Alice ou Frank a fim de tentar uma reconciliação.

- Quem está aí?

- Sou eu - uma voz respondeu. Ela conhecia aquela voz...

- James? - Ele aproximou-se rápido do sofá em que Lily estava. - O que você está fazendo acordado até agora?

- Isso - ele respondeu, segurando o rosto dela em suas mãos.

- Você prometeu que não me beijaria hoje, e não pode me tocar até amanhã - Lily lembrou.

- Já é amanhã - ele falou, indicando o relógio. Lily seguiu seu olhar e percebe que já se passara alguns minutos da meia-noite. Tecnicamente, ele estava certo.

Ela não teve muito tempo para contemplar esse pensamento, quando os lábios dele alcançaram os seus. Não se preocupou em resistir, pois seria inútil. Então, aprofundou o beijo, imaginando que, como calorias, beijos não contavam após a meia-noite.

James se surpreendeu ao tê-la correspondendo tão bem, geralmente, Lily era mais teimosa. Mas ele não pensaria sobre isso, se concentraria nela e no delicioso saber dela misturado ao chocolate.

Lily sentiu que estava sendo erguida do sofá, que girava, mas não quebrava o beijo, até que James sentou-se no sofá e ela em seu colo. Ele ergueu as mãos, afundando-as nos cabelos da garota, trazendo-a mais perto. Lily sentia que ia morrer sendo beijada daquele jeito, era intenso demais. Não deveria estar sentindo algo tão novo, não deveria estar sentada no colo de James no meio do salão comunal vazio.

Depois de mais alguns segundos, ela finalmente recobrou os sentidos. Desvencilhou-se de James e se levantou, tentando manter-se da melhor maneira possível, o que foi quase impossível. Ignorando que sentia tontura, estava sem forças e havia um zumbido em seu ouvido, ela olhou para baixo, encarando James, e disse automaticamente:

- Estou indo para a cama agora. Boa noite, James - ela disse, girando nos calcanhares e andando calmamente até seu quarto.

James a assistiu ir embora e então foi para seu dormitório a passos lentos. Ela podia estar fugindo, mas ao menos não fugira com hostilidade.

Tão logo Lily chegou em seu quarto, ela desmoronou em sua cama. Tudo estava tão errado. Se com três beijos ele a fizera sentir tudo aquilo, como ela poderia resistir a sete?




NB: Ai esse capítulo foi tão bunitinhu! A minha pergunta para a Lily é: Será que ela quer resistir aos sete beijos restantes??? ^ ^ Ah, se eu pudesse trocar de lugar com ela! hahahaha

NT:
Só tenho algo a dizer: “será que a Lily realmente quer que eu responda a essa pergunta?”rsrsrsrs... Ah, se eu pudesse aconselhá-la..hihihi...

Ju Silveira: espero que tenha gostado deste capítulo. Beijos.

Nandinhah Evans Potter: bem, se a Lily está ficando mais “doce”, eu não sei.. mas apaixonada... *ai, ai.. espero que tenha gostado do beijo! Beijo...

Sally Owens: esse capítulo ao menos compensou, né mana? Pelo tamanho e pelo beijo..rs.. obrigada sempre pelos elogios.. =D Espero que tenha gostado! Beijo pra você.

Michy: obrigada pelo elogio, querida... e espero que tenha gostado deste capítulo. Compensou, não?rs.. Beijos.

Bianca Evans: a Lily está começando a se deixar levar..afinal, como ela mesma disse: não adianta resistir..hehe.. E quanto ao Sirius... ah, ele sempre vai ser tudo de bom..hihihi... (mas isso é porque eu amo ele.. *.* )Espero que tenha gostado..beijos..

Lua Potter: o Sirius é tudo..rsrs.. espero que tenha gostado deste capítulo também! Beijos.

Súh: que bom que está gostando! *.* E espero que a demora pela att tenha valido a pena. Espero que tenha gostado. ;-D


Aos que não deixaram reviews, mas acompanham a fic sempre:

Espero que também tenham gostado.

Beijos a todos,

Livinha.

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