Capítulo 3
Lily fugiu de onde James estava, imaginando a expressão presunçosa que ele tinha em seu rosto. Ela quase o beijara!
- Lily, o que foi aquilo, você estava prestes a beijar o James? – Alice sussurrou.
- Eu não estava!
- Eu vi com meus próprios olhos.
- Eu não quero falar sobre isso! – Lily gritou, atravessando, tempestuosa, o salão comunal até o dormitório das garotas.
Frank entrou no salão comunal e viu tanto Lily marchando pro andar superior quanto Alice, que ficara no salão.
- O que há de errado com ela?
- Ela não quer falar sobre isso.
Seus amigos foram atenciosos (ou talvez receosos) o bastante, para deixá-la sozinha até o dia seguinte, onde não mencionariam nada sobre o ocorrido do dia anterior. E ela esperava, mais que tudo, que James também deixasse isso passar e não mencionasse nada.
Suas esperanças foram extremamente frustradas, quando Lily sentiu um pedaço de papel aterrissar em seu colo, durante a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas. Relanceando os olhos para o professor, ela, cuidadosamente, abriu o bilhete.
Lily,
Me encontre, esta noite, na torre de astronomia, às dez horas.
James
PS: nem pense em não aparecer, eu mando alguém pra te buscar.
Lily virou-se em seu assento e olhou com raiva na direção de James. Mandar alguém para buscá-la; como se ele ou seus amigos pudessem entrar no dormitório das garotas. Esperou até que ele a olhasse de volta e rasgou o bilhete bem ao meio.
Alice a olhou estranhando, assim como Frank, que perguntou:
- Lily, o que você está fazendo?
- Estou destruindo um bilhete que o Potter me mandou – ela respondeu, agitando sua varinha e fazendo com que o bilhete fosse para uma pilha de cinzas, e queimou como se tivesse feito algo ofensivo.
- Pobre pedaço de papel, não teve chance alguma - Frank falou.
Lily olhou para Alice e rolou os olhos para Frank. Seus amigos apenas não entendiam seu jeito em odiar James Potter. Mas, partindo dos sorrisos enormes que eles trocavam entre si, Lily pensou que, talvez, eles soubessem.
Eram dez horas e cinco minutos e Lily estava se recusando em deixar seu quarto. Não estava indo se encontrar com James, assim como ele ainda não mandara ninguém para buscá-la. Observou seu reflexo no espelho quando pensou no rapaz, sua feição mostrando-se realmente desagradável. Lembrava-lhe sua irmã, Petunia. Lily desfez a carranca e foi pentear os cabelos quando viu uma imagem às suas costas, refletida no espelho.
No que ela girou, viu Sirius parado. O que foi até melhor do que pensava, já que estava esperando por James.
- Sirius? Como você entrou aqui? - ela sibilou, relanceando os olhos pelo quarto. Uma de suas companheiras o viu e olhou para Lily estranhamente.
- Não se preocupe, eu a conheço, se é que você me entende. Foi no terceiro ano. Uma boa garota, um tanto doida, mas era realmente carinhosa de vez em quando.
Lily se sentou e voltou a pentear seus cabelos. Ela não iria deixar James - ou o amigo idiota dele - interferir em sua vida.
- Não foi isso que lhe perguntei. Como você entrou, se garotos não são autorizados?
- Não é a primeira vez. Agora, como fiz, nunca poderei dizer. Isso se espalharia e seria um caos; garotos agindo furtivamente para ver suas namoradas e você, sendo monitora, teria que puni-los, contudo, com sua incrível generosidade e clemência, você não faria isso comigo...
- Cala a boca, Sirius. Saia e fale ao James que não vou encontrá-lo nesta ou em qualquer noite.
- Eu temi que você dissesse isso - Sirius falou, olhando-a sentada, com triste ironia.
- James deveria saber que eu diria isso. Agora, vá embora, antes que eu comece a gritar que há um garoto aqui e todas as garotas decidam atacar você.
- Elas não atacariam, já disse a você que esta não é a primeira vez. Além disso, o que você está fazendo que seja tão importante e que a impede de ir?
Lily suspirou em aborrecimento. De todas as pessoas, James tinha que enviar a única que não aceitaria resposta alguma.
- Estou escovando meus cabelos - ela replicou, considerando acertar Sirius com sua escova de cabelo para fazê-lo ir embora. Se fosse James quem estivesse ali, ela já teria feito isso.
Sirius pareceu ter percebido isso e tomou a escova das mãos de Lily.
- Hei, eu não termi-
Sirius correu a escova rapidamente pelos cabelos dela para, em seguida, pegar o braço de Lily e a puxar.
- Agora, com seu cabelo escovado - e você está adorável -, venha comigo; é terrivelmente rude deixar James esperando.
- Sirius, me solta - ela ordenou.
- Desculpe, tenho ordens - ele replicou, puxando-a logo atrás de si, pela mão.
- Solte minha mão.
- Isso seria o melhor, eu não acho que James apreciaria a idéia de eu estar segurando sua mão. Especialmente quando ele deseja fazer isso.
- Eu vou te bater, se você não parar - ela ameaçou ao passo em que era arrastada pra fora do dormitório até o salão comunal, e então afora deste. - Você vai me puxar o caminho todo?
- Você andaria do meu lado, de boa vontade?
- Não!
- Então, sim.
Lily suspirou e murmurou para si mesma:
- Tão bárbaro, realmente. Idiota.
- Quem? Eu ou o James?
- Ambos. Francamente, me arrastar quarto afora, no meio da noite. Você deveria me jogar sobre seus ombros também e me carregar neles, seria quase civilizado.
Sirius olhou para ela, atrás de si, considerando por um momento.
- Toque em mim e você morre. E me solte, já estou indo, uma vez que tenho que matar o James.
Eles finalmente alcançaram a torre de astronomia, e Lily entrou. Sirius ficou parado, esperando à porta.
- Você não vai entrar? - Lily perguntou.
- E ficar segurando vela? Não, estou apenas te entregando e indo embora. Tenho minha própria dama para me encontrar.
Lily considerou fugir dali, mas decidiu o contrário. Se James estava desesperado o bastante para enviar Sirius, poderia ser algo importante. Ela entrou, fazendo a porta fechar atrás dela com um barulho.
- O que você quer?
James a olhou do lugar em que estava, então desviou o olhar.
- Está atrasada - ele disse.
- Eu não vinha, até que você enviou aquele lunático pra me arrastar até aqui.
- Arrastar você? Ele arrastou você até aqui? Isto não foi o que eu pedi. Eu disse para persuadi-la.
- Como ele entrou lá? Você não sabe como, sabe? - ela perguntou alarmada. Se tivesse que aguardar alguma visita surpresa de James, enlouqueceria.
- Não, ele não quis me dizer. Já tentei descobrir.
Lily caminhou calma pela sala e sentou-se perto dele.
- O que você queria?
James a olhou com irritação.
- Se for pra ficar deste jeito, Lily, pode ir.
- Por mim tudo bem - ela irritou-se, ficando de pé.
- Não, Lily, espere, eu não quis dizer isso - ele gritou, agarrando-a e a puxando para se sentarem.
- Você me deixa louca! - ela explodiu, soltando-se e afastando-se dele.
- E você acha que não me deixa do mesmo jeito? Você me faz ficar insano!
- Então, por que está me perseguindo? - ela desafiou.
- Você acha que escolhi me sentir assim? Eu não posso evitar. Não escolhi me apaixonar por você, apenas aconteceu. Se eu tivesse escolha, teria me apaixonado por alguém mais doce e flexível.
Lily o olhou, reprimindo um sorriso pelo que ele dissera. Esta declaração deveria tê-la magoado, o que não aconteceu. Se Lily fosse James, não iria querer gostar dela tampouco.
- Doce e flexível? - ela perguntou, querendo saber até onde ele iria com aquilo. Ela não era flexível, mas era doce. Ao menos seus amigos pensavam isso.
- Sim, é o jeito que a garota dos livros de romance era descrita antes do cara beijá-la e...
- Espere, você lê esses livros inúteis? - Lily o interrompeu.
- Não, eles não são meus, são do Peter. Eu apenas os encontrei - ele se defendeu.
- E os leu - Lily adicionou.
- Superficialmente. E prometi pela vida do meu coelho de estimação que nunca contaria a alguém que Peter os lê - James esclareceu.
- Mas, você não tem um coelho de estimação.
- Foi o que ele disse também.
Lily rolou os olhos e suspirou. Por que ela estava ali exatamente?
- Havia alguma razão pra você querer me ver? Outra, além da de expressar que você desejava que eu fosse doce e flexível?
- Eu não desejo que você seja doce e flexível. Se você os fosse, não seria a Lily, e eu não amaria você.
Lily olhou-o chocada; ele disse que a amava? Não significava nada, pessoas soltavam essa palavra o tempo todo por aí.
- O que você está dizendo?
- Que gosto de você do jeito que você é - ele respondeu, não entendendo o que ela estava perguntando.
Lily sentiu-se como se não pudesse respirar. Ele disse que a amava. Simples assim. E tudo o que ele disse foi encantador. Ela poderia lhe dar alguns pontos por isso, se ele tivesse usado a palavra “gostar” em vez de “amar”. Poderia ser qualquer palavra. Mas não “amor”.
- Não, você disse: “Eu não amaria você”, você disse “amar”. Você não quis dizer isso, certo? Quero dizer, não seriamente, você estava apenas brincando, não estava?
James a olhou e eles mantiveram esse contato por um segundo. A intensidade daquele olhar fez Lily desviar seus olhos. Estava claro que, o que quer que fosse que James sentia por ela, era algo intenso, amor ou não.
- Como você acha que me sinto em relação a você? Você me dispensou centenas de vezes e eu ainda estou aqui, e se isso não é o bastante, o que vai ser?
Lily recusou-se em olhá-lo, ao menos enquanto ele a olhasse daquela maneira. Se James realmente a amava, então ela se sentiria mal em rejeitá-lo. Ela o odiava, mas não queria dizer isso. Não conseguiria apenas quebrar o coração de alguém.
James observou o estado de Lily; ela não o olhava, parecia perdida em seus próprios pensamentos. E isso era um progresso, mas, do jeito que eles iam, ele teria que levar o resto do semestre para lhe dar um beijo, que dirá dez. Considerou alcançá-la e beijá-la ali, contudo, decidiu o contrário. Lily precisava de tempo para pensar, digerir o que ele lhe dissera.
James levantou-se e pegou na mão dela, fazendo Lily ficar de pé. E, em vez de soltar a mão da garota, a trouxe até seus lábios e a beijou. Ela pareceu alarmada no ato, confirmando a James suas suspeitas: de que aquela não era a melhor hora para beijá-la.
- Boa noite, Lily. Você quer que eu a acompanhe de volta?
- Vai na frente, quero ficar aqui por enquanto.
Lily o viu se virar e ir embora, então segurou a mão que James beijara na altura de seu coração. Se ele simplesmente soubesse das coisas que ela estava pensando quando a beijou daquela maneira, não teria ido. Ela teria que manter seus sentimentos sob controle. Realmente teria.
NT: É, não tivemos beijo na boca... T.T Agora sabemos de onde o Harry tirou tanta nobreza.... Além da teimosia...rs... Ou seria burrice? ’Tá’í uma questão a ser discutida..hihihihi...
O meu muito obrigada a:
Carla Ligia Ferreira: também, quem não estaria louca por perder uma aposta dessa, pro James Potter?rs.. Ainda mais depois desse capítulo que ele se mostrou tão fofo! >.< Espero que tenha gostado. Beijos.
Sally Owens: minha amiga, muito obrigada pelos elogios! Devagar vou indo, com meu modesto inglês. E espero que tenha gostado deste capítulo também! Beijo enorme!
Michele Ramos Machado: realmente é triste ler a fic dos marotos por causa disso... mas essa vale a pena.. muita diversão! E romance, que eu adoro..hihihi.. Obrigada pelos elogios, Mi! E espero que tenha gostado deste capítulo. Agora, se quiser ler uma fic com fim muito, mas muito feliz pros marotos e pro Harry, é só ler a fic da minha mana Paty Black “Cansei, eu desisto”. Você vai gostar, vai ver! Beijos.
E aos que deram aquela passadinha básica...
Beijos, e espero que tenham gostado.
Livinha
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