. segredos e αmores de RL
Sexta feira, todas as aulas já haviam acabado e até que era um agradável fim de tarde.
Ele sentou-se sob a sombra de um carvalho, recostou as costas largas no tronco nodoso e abriu um livro intitulado: “Os casos mais fantásticos de Maldições”. Os orbes claros fixaram-se na leitura que tanto lhe aprazia. Mesmo ali, lendo, ouvia parte da conversa dos marotos e ora ou outra acabava por rir das brincadeiras. Involuntariamente ele se perdia em pensamentos e por fim, como não conseguia se concentrar repousou o exemplar sobre as pernas. Espalmou as mãos na grama e assistiu num meio sorriso a brincadeira entre Sirius e James.
”Não vejo a hora, amanhã é Lua Cheia.” ~ disse Sirius. Remus engoliu em seco e olhou pros lados, furtivamente. ”Ora, não sinto ansiedade alguma.” ~ retorquiu com mal humor. Os outros riram e um riso relutante escapou pelos lábios do Aluado.
Ele balançou a cabeça em negativa, lançando um olhar austero para os amigos e tentou concentrar-se novamente no livro, mas ao fim da primeira página Sirius chamou-lhe a atenção. ”Ih Aluado, olha lá, sua namoradinha vem vindo.” ~ Remus franziu o cenho, intrigado e buscou olhar na mesma direção que o amigo. Corou levemente e balançou a cabeça em negativa. ”Fica quieto Almofadinhas, está cansado de saber que Anne é minha amiga.” ~ retrucou ele, com um sorriso bobo nos lábios. ”Isso porque você é um tapado Aluado, eu não deixaria ela escapar.” ~ teimou Sirius. Ao ouvir aquilo, Remus jogou o livro no amigo, mas acabou rindo.
”Ele tem medo que ela descubra sobre seu probleminha peludo.” ~ disse James, calando-se em seguida com a aproximação da garota.
Anne já parecia ter avistado os garotos de longe, e aproximava-se, um sorriso singelos nos lábios róseos. Era sem dúvida uma das garotas mais bonitas de Hogwarts, não muito alta e magra, a pele alva se fazia notar, tal qual os cabelos louros e curtos. O que Remus mais gostava nela eram os olhos, sem cor definida, mas extremamente claros e brilhantes.
Agora ele afastou o livro e ficou sério, tal qual o resto dos garotos, todos cumprimentaram Anne, mas mantiveram o sorrisinho brincalhão nos lábios.
”Ora Aluado, porque não convida sua amiga pra festinha de amanhã no sétimo andar?” ~ perguntou Sirius, maldoso. Remus empalideceu consideravelmente, o amigo sabia perfeitamente que a noite seguinte seria de Lua Cheia. ”Ela não é muito de festas.” ~ disse ele mal humorado, se pondo de pé. ”Quer dar um passeio An?” ~ convidou, aflito por sair dali. Levantou-se rapidamente e antes mesmo que a loirinha pudesse lhe responder, ele passou o braço pelos ombros da amiga e se afastou dali o mais rápido possível. Não antes de olhar feio para Sirius, iria ter uma conversa séria com ele mais tarde.
”Anne, eu não vou à festa, por isso não convidei.” ~ explicou-se ele, assim que se afastaram, havia notado a carinha de desapontamento da amiga e não queria que ela entendesse mal.
Parou de caminhar quando chegaram perto do lago, ele escorou as costas no tronco nodoso de uma árvore, fitou a amiga.
Ela realmente ficara intrigada, isso para não dizer magoada, se eles iriam a uma festinha com certeza haveriam garotas, e Remus não iria gostar de levar a melhor amiga não? Não pôde deixar de sentir algo pesar em seu estomago, tudo bem que ela não era de festas, gostava até, dependendo da festa, mas se Remus a chama-se ela iria sem problemas, voltou os olhos para o Remus, não revidando a explicação dele, manteve-se quieta.
Ele engoliu as palavras que pretendia proferir, não lhe devia explicações, mas porque então se sentia tão culpado? Respirou profundamente, mantendo os olhos fixos nela.
”Eu iria, e a levaria com prazer, mas amanhã não posso... Não podemos, nós temos algo a fazer...” ~ disse ele, um tanto angustiado. Detestava ter segredos, ainda mais com ela que era sua melhor amiga desde a infância, mas não tinha coragem de contar, tal qual não assumia seus sentimentos, era algo complicado demais.
Ela lançou um sorriso para ele, meio sem graça, pelo fato do garoto ter se explicado por algo que não precisava, ela levou as pontas do dedo ao nariz coçando rápido e de leve ficou pensativa, mas deu os ombros. - Você deveria ir a essa festa... Vocês e seus amigos podem se divertir... - ela sorriu para ele, queria vê-lo feliz, e só isso iria fazê-la feliz também, Remus feliz, não precisaria de mais nada. Ele a fitou com carinho, Anne o conhecia bem demais, era praticamente impossível manter algum segredo perto dela, por isso havia se afastado consideravelmente nos últimos meses, tinha dois segredos, pra revelar um tinha de revelar o outro. Um replicava na solução do outro, realmente ele estava sem saída. Respirou profundamente, deixando que o ar enchesse seus pulmões.
Ela sabia que algo lhe preocupava, como ela sabia? Oras ela o conhecia a vida toda, deu passos a frente e se sentou ao lado do mesmo ajeitando as vestes, depois levantou os olhos para o garoto ao seu lado, ele parecia meio angustiado. Levou a mão aos cabelos colocando uma das mechas de seus cabelos atrás da orelha e falou. - Algo para fazer? O que vão aprontar? - falou em tom brincalhão, depois franziu o cenho fitando ele sério. - O que você tem Rem... parece preocupado? Está passando mal? Brigou com alguém? - ela falou preocupada com ele dando as hipóteses que passavam pela cabeça.
Remus ouviu a pergunta dela e rapidamente balançou a cabeça em negativa, o olhar fixo nas próprias mãos, onde havia ganhado novas cicatrizes.
”Estou bem, e não, não briguei com ninguém, você sabe que eu não faria isso!” ~ disse ele, que sempre era tachado como certinho pelo grupo de amigos.
Ele sentou-se ao lado dela, mantendo a mão escorada na grama, estava levemente inclinado e mantinha-se de frente para a amiga. ”Eu quero contar!” ~ disse ele, sincero. ”Mas isso implicaria em outros fatores... Sabe, tenho medo da sua reação!” ~ admitiu ele, levando a mão até os cabelos dela e afastando-lhe uma das mechas para trás da orelha. Em seguida sua mão deslizou até a nuca dela, donde os dedos enroscavam-se aos cabelos macios. Uma caricia não muito comum à um casal de amigos.
Anne por sua vez, fitava Remus com apreensão, ela sentiu seu rosto corar, seu coração bater fortemente, olhava para o mesmo que parecia querer falar alguma coisa. Levou os dedos as face dele fazendo um carinho no centro da testa dele depois se inclinou para frente dando um beijo na testa do mesmo e voltando para trás sorrindo, logo voltou a afagar os cabelos dele. - Eu sei que tem algo acontecendo... mais me conte só quando quiser...- falou sorrindo com o canto dos lábios, eles podiam ficar ali em silêncio, ela não se importava, só a presença do mesmo já a fazia sorrir.
Ele observou os amigos ao longe, sequer conseguia encará-la nos olhos, era um covarde, definitivamente. Aquela situação estava se mostrando mais árdua do que previra e ele fraquejou, teve ímpetos de aninhá-la em seus braços e lhe proteger de todo e qualquer mal.
Sentiu o coração batendo violento, estava extremamente nervoso e inseguro. Sua mão que se espalmava na grama fechou-se com força, arrancando algumas folhas. Sentia como se sua vitalidade se exaurisse, Anne era sua vida, mas não podia mais viver daquele modo, não a queria apenas como amiga, esse amor recém descoberto o estava consumindo, era tórrido, era inevitável.
Arrumou a postura e segurou o rosto dela entre suas mãos, sabia que ela retrucaria, ela sempre tinha algo a dizer, e antes que ela o fizesse, colou seus lábios aos dela, dando um firme selinho. Seu coração batia de forma violenta, suas mãos tremiam levemente. Nada se comparava à emoção que sentia naquele momento, inenarrável.
Abriu um pouco a boca e fechou os olhos, forçando-lhe um beijo terno e apaixonado, um beijo que dissesse por ele, tudo o que as palavras não sabiam expressar.
Ela ficou surpresa, de principio, mas não pestanejou a corresponder ao beijo dele. E Remus amava a garota, excessivamente. Até mesmo de modo possessivo, pois como amigo, costumava dar palpite nas companhias dela. Mas porque se preocupar naquele momento? Ela lhe pertencia! Passou os braços pela cintura delgada, abraçando-a com firmeza. Aprofundava o beijo com carinho, sim, mas havia ali um leve desespero. Uma volúpia, uma paixão. Paixão como nunca sentira antes por outro alguém. Sua língua buscou a dela e sentiu o gosto que provinha de seus lábios. Mas Remus era racional demais, aquele momento o aprazia, ao mesmo ritmo em que a consciência o mandava se afastar. Se realmente amava Anne tinha de fazer o melhor para ela, e definitivamente, o melhor não era um lobisomem.
Relutante ele desfez o laço do abraço. ”Tenho que ir, sinto muito.” ~ falou, rapidamente. E antes que mudasse de idéia ele levantou-se, rumando para a árvore sob o qual os marotos se mantinham. Ignorou as brincadeiras sobre o beijo, que fora assistido pelos amigos, voltou a esconder-se atrás do livro.
Anne mal tivera tempo de reagir ou protestar, apenas sentiu o descolar dos lábios e o viu se afastar, para ela foi como se o chão aos seus pés tivessem sumido, o fitou atônita, levantou-se rapidamente também mais ele já estava distante.
Anne corou fortemente, virou-se e seguiu caminhando até a árvore e sentando encostando as costas e a cabeça na mesma, fechou os olhos para tentar reviver aquele momento, mas foi interrompida por uma voz ao seu lado, um pouco mais do outro lado da árvore. - Vejo que está de caso com o Lupin. – comentou uma voz barganhada, ranzinza e fria, Anne “engatinhou” até ver quem tinha falado, parada sobre os joelhos olhando Severus Snape, piscou involuntariamente, e disse com a voz rouca.
- Está...ai a quan-to...tempo? - sentiu-se corar bravamente, Snape a fitou de um jeito intenso e sarcástico, fazendo Anne se sentir pouco a vontade, ele riu baixo. - Tempo necessário para saber que você não conhece Lupin. – Anne abriu a boca pasma para reclamar. - Ora, conheço sim, conheço desde pequeno... – Snape riu. - Conhece? Sabe que seu namoradinho é um monstro? – Anne o olhou com raiva. - Remus não é um monstro! – Snape pareceu não se incomodar com a raiva da menina. - É mesmo? Siga eles amanhã, antes do pôr do sol, siga eles, mais não deixe eles te verem... – falou Snape logo dando um sorriso maldoso e se levantando deixando Anne perplexa e curiosa, talvez ela fizesse isso mesmo que, afinal não tinha nada a perder.
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~ Espero que gostem da Fic; como sempre, me empolguei.
Obrigada à Bah Fox; Criadora da Anne McLars, sendo que praticamente todas as ações da Anne (na fic) foram feitas por ela.
Obrigada a todos que lerem,
por favor, comentem (:
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