Anotações de Leonardo.
Capítulo 81 (ou 30).
Anotações de Leonardo.
- Pára tudo! Como assim, ela está viva?- perguntou incrédula com as mãos na cintura batendo o pé com ansiedade.
Leonardo remexeu alguma coisa em suas gavetas, batendo bem depressa como se tivesse procurando algo e Harry ouviu um barulhinho reconhecível de correntes em seguida.
- Vira-tempos - abriu a boca para dizer alguma coisa mas não tinha voz suficiente – Trocaram os corpos no banheiro, no momento da fumaça!
Hermione teve que socar a mão dentro da boca de Rony para que o amigo não emitisse algum som que pudesse denunciá-los, por pouco também ela não exclamou um "Francamente!" e Harry pisou no pé de cada um para que não começassem uma briga com discussões.
- Mas o corpo dela... - ia dizendo trêmula.
- É o corpo de outra pessoa, acredite!
Ela parecia não acreditar.
- Onde ela está? Quero vê-la. Preciso vê-la.
- Com todo prazer, siga-me.
Leonardo fez um gesto e contornou a escrivaninha, ela se ergueu no ar com um baque de ensurdecer, um buraco negro apareceu no lugar, e podiam ver não muito nitidamente uma escada giratória de pedra.
- Venha - e começaram a descer.
Harry, Rony e Hermione saíram do esconderijo com muito cuidado segurando as varinhas em punhos, não deixando de vigiar o que acontecia atrás de seus ombros.
- Luna, não pode ser - sussurravam incrédulos e desceram juntos na ponta dos pés para o local escuro.
- Harry!- gemeu Hermione grudando nele como se fosse um gato escalando - Vamos voltar.
- Preciso saber onde a Luna está!
Ela apertava com muita força o seu punho.
- Harry, você tem certeza? Não é bom mexer nas coisas do passado.
- Se você quiser, pode voltar, ok?- ele foi, propositalmente, grosseiro com a namorada que ficou ofendida e soltou seu braço fazendo bico.
Eles desceram vários degraus e deram em um corredor, quase sem luz, Harry puxou a varinha para murmurar um Lumus, mas Hermione impediu.
- Eles podem nos ver.
- Ah, certo - e guardou a varinha, caminharam tentando seguir os passos de Leonardo e da mulher de cabelos negros e repicados, parecia muito com Belatriz.
- É por aqui - Leonardo indicou com a porta cabeça, olhou para os lados, fazendo Harry puxar Rony e Hermione entre os armários, após conferir, ele tirou uma chave das vestes e abriu o tão esperado momento.
- Aqui está, Lechery - e mostrou - Aqui ela está - e estendeu o braço - Vou deixar vocês a sós, ok? - ele saiu deixando a porta encostada.
- Ele vai nos ver - pensou Harry mentalmente, era óbvio, ele caminhava em direção ao trio.
Harry puxou a varinha, bem ali escondido, ele acertou um Petrificus Totalus no professor.
- Harry, você não devia ter feito isso.
- Ele não me viu - disse pulando o corpo do professor - Agora sigam-me - era impossível distinguir alguém naquela escuridão.
Foram até a porta e puxaram de leve, enxergando entre os vãos, lá estava, Lechery conversando com Luna, presa na parede. Os punhos em volta de correntes.
- Me solta - rangia Luna entre os dentes tentando sair da parede sem sucesso.
Lechery rodeava a garota.
- Acredite, não vamos fazer nada de ruim contigo. Leonardo salvou sua vida, vai te soltar. Estou sendo sincero - ela mordiscou de leve a unha.
- Então por que ele me prendeu aqui?- perguntou agressiva, pronta para atacar.
- Ele só está escondendo você, Luna, de Você-sabe-quem!
- Vocês não são aliados de Vo-vold-voldemort?
Ela negou com um sonsinho de assobio.
- Não, Leonardo só não quer que Você-sabe-quem descubra que você está aqui. Nós podemos acabar morrendo.
- Então me soltem, por favor.
- Sim, nós vamos te soltar, se você prometer que não vai contar nada aos seus amigos. Principalmente a Você-sabe-quem.
- Claro que não, Leonardo é uma boa pessoa.
Harry, Rony e Hermione ainda assim não acreditaram, prepararam as varinhas para atacar Lechery e salvar Luna, quando escutaram um grito vindo de longe.
- Gente! Gente! - cabelos parecidos com chamas vinham voando ao vento, eles se assustaram - Ele vem vindo - e apontou para Leonardo.
- Precisamos esconder - resmungou Harry.
- Vamos voltar - disse Hermione puxando a manga do garoto e a varinha ao mesmo tempo - Rony, dá sua mão - e puxou a mão do garoto.
Lechery que escutou o barulho se aproximava para ver o que acontecera.
- Vem cá!- berrou Harry puxando a manga das vestes de Gina para dentro da lata de lixo, ignorando completamente a mão de Hermione tentando puxar a sua.
Gina se viu, um segundo mais tarde, envolvida nos braços fortes de Harry e escorregaram por alguns tubos de metal, caindo em um monte de estrume, fedendo muito.
- Harry, o que você fez?
- Salvei as nossas peles – ele abriu os olhos depois disso.
- Onde estão Rony e Hermione? – perguntou a garota assustada.
Ele tentou se levantar apoiando no saco de lixo.
- Eles devem ter saído do Durke. Vi ela com a varinha antes de escorregar.
Gina concordou e ajudou ele a se levantar no chão fofo.
- Harry, vou afundar.
Ele segurou na borda do lixo.
- Isso fede demais.
Ela concordou com a cabeça, apoiou também na borda e juntos pularam para fora.
- Harry, você sabe como sair, não sabe?
Ele preferiu se manter calado, puxou a varinha e falou em resposta.
- Vamos tomar um banho...
Ela, que se limpava com as mãos, parou imediatamente e correu até ele.
- Harry, você tem noção do que está acontecendo?- ela parecia muito irritada como se a culpa fosse praticamente toda dele.
- Sim, eu sei, estamos presos aqui!- berrou fazendo várias corujas voarem de seus ninhos nas árvores ao lado.
Gina olhava boquiaberta para o cenário.
- Harry! - gemeu ela quase debulhando em lágrimas.
Harry que estava de costas para a Mansão, se virou, tomou um susto pulando para trás ao ver que onde Culler era um prédio branco, com uns 30 andares.
- Estamos nas costas do prédio - eles olharam para os lados e viram que o muro cobria as ruas movimentadas da Cidade - Estamos em... Por todas penas do Hipogrifo! - berrou lágrimas soltando dos olhos.
Gina subiu em uma pedra para ter uma visão de onde estavam, os seus cabelos se remexiam ao vento.
- Harry! Estamos em Nova York!
- C-Como é que é?
Harry correu até a pedra e subiu também.
Os muros sumiam e logo adiante localizaram um semáforo, mudando de cor, carros vagarosamente cortando a avenida. O sol se pondo atrás da biblioteca com muitas esculturas redondas. Viram também um enorme relógio em uma torre, ponteiros gigantes e pontiagudos, os números romanos indicavam que agora era cinco horas e vinte e cinco minutos.
- Agora são cinco horas, o fuso horário é diferente de Londres.
Harry concordou boquiaberto.
- Isso aqui é outro mundo!
- Podicrê, mas precisamos tomar banho. Harry, você está fedendo - ela torceu o nariz brincando.
- Você também.
- Ahhh! - Gina empurrou o garoto de brincadeira, que pulou de costas da pedra - Vai tomar um banho!
Harry deu a mão para que Gina descesse da pedra e juntos caminharam pelo quintal do prédio.
- Olha, tem um porão aqui, vamos entrar.
- É a única saída - resmungou.
Harry com ajuda de Gina, puxou as argolas de ferro e a portinhola de madeira veio junto.
- Cof, cof! – tossiu Gina quando a poeira se dissipava.
- O que é exatamente isso?- perguntou Harry puxando a varinha - Lumus - e não viu nada além da poeira.
- Não tem outro caminho para ir ao prédio, então vamos por aqui mesmo.
- Não sei se é seguro - protestou Gina puxando a varinha também por precaução.
Eles foram tateando o lugar.
- Veja, Harry, aqui tem uma escada.
Harry seguiu sua voz na escuridão e esticou a varinha, viu os olhos da garota brilhando.
- Por favor, abaixa isso - ela parecia tão inofensiva.
- Tudo bem - riu guardando a varinha.
De mãos dadas, como amigos, é claro, eles subiram até o andar de cima, era um lugarzinho quadrado, com uma janela fechada e bem no final uma porta que embaixo havia uma luz.
Harry se aproximou com o objetivo de abrir a porta, Gina segurou pelo músculo e disse.
- Não, pode ter alguém. É arriscado.
- Droga, não trouxe a capa.
Gina foi até a janela tentando espiar os terrenos.
- Quantidade exatamente não é o suficiente, apenas com alguns toques você pode tornar irreal algo que existe - ela disse pensativa - Será isso mesmo?
Harry soltou uma risadinha pelo nariz.
- Você está parecendo Mione com essas falas.
- Harry!- ela disse em voz baixa, se não tivesse nessa situação, ela teria gritado - É isso! Eu não posso fazer feitiço, mas você pode, torne algo irreal, que é real.
- C-Como assim?- ele perguntou estudando a varinha e coçando a cabeça.
- Bem, você precisa fazer com que nós fiquemos invisíveis.
Ele sacudiu os ombros.
- Não pensei nisso - disse irônico.
- Há, há, há, então vamos, sacuda essa varinha.
E como se uma luz tivesse acendido em sua cabeça, puxou a varinha e soltou um feitiço fazendo com que eles ficassem invisíveis. Ainda assim, Harry conseguia ver Gina, só que como um fantasma, mas pessoas normais não os veriam assim. Ele riu.
- O que você está rindo?- ela perguntou vendo suas roupas.
- É engraçado ver você invisível. Parece um fantasma.
- Ótimo, agora vamos atravessar - disse ela contornando ele e atravessando a porta como Nick-quase-sem-cabeça vivia fazendo.
Harry a seguiu e ele se assustou ao ver a cozinha lotada de gente vestida de branco, com as cabeças cobertas por uma toca branca com formato de um cérebro na ponta, cortavam cebolas, tomates, carnes... (- Credo, que fedo - reclamou um deles), Harry e Gina atravessaram a cozinha sem ao menos serem vistos, chegando em um corredor com várias portas e no fim, uma sala quadrada, com muitos sofás.
- O efeito do feitiço dura 10 minutos, já está acabando.
Após alguns minutos de investigação pelos corredores eles perceberam que estavam normais.
- Precisamos tomar banho.
- E roupas?
Passos se aproximavam.
- Harry, aqui!- Gina puxou Harry para dentro de um cômodo, era um quarto com uma cama vermelha no centro, dois pilares aos pés, com serpentes que giravam até o teto. Um guarda roupa em um canto, e um banheiro ao lado.
Harry e Gina rolaram rapidamente para baixo da cama e ali ficaram, após alguns minutos, notaram que o perigo se fora.
- Sabe, aqui tem guarda-roupas!
- E banheiro - completou Harry.
- Você primeiro, eu deixo - ela disse tampando o nariz.
Ele riu, e saiu da cama, foram até o guarda roupas.
- Vou ficar escolhendo minha roupa, enquanto você toma banho - ela foi até a fechadura da porta e girou a chave.
Harry arregalou os olhos
.
- Por precaução - disse ela agitando a chave no ar e deixando na cômoda ao lado. Ambos riram do espanto de Harry.
Ele foi até o guarda roupa. Abriu as duas portas.
- Essas roupas são de Aurores.
- Será que Leonardo é um auror?
Harry deu os ombros e pegou uma azul escuro, com uma faixa branca (aquilo era idêntico a um roupão trouxa).
Após vários (e coloca vários nisso) minutos, Harry saiu do banho, com o seu roupão de trouxa, ou melhor, com as vestes de Aurores, e com a faixa amarrada à cintura.
- Você ficou muito dez!- disse Gina com uma roupa rosa nas costas e bagunçando o cabelo dele.
Assim que ela se trancou no banheiro, Harry se jogou na cama, todo molhado, cruzou as mãos embaixo da nuca, pensando.
"- Gina está tão interessante"...
- Ai, ai - suspirou e ficou assim, pensando no corpo ondulado de Gina, acabou pegando no sono.
- Harry! Harry!- Gina sacudia seus ombros - Levante-se.
Ele viu tudo desfocado, procurou os óculos, mas Gina entregou. Quando sua visão se encaixou, fazendo com que ele pudesse ver tudo em seu devido lugar, Gina começou.
- Precisamos sair, são quase 10 horas, e aposto que esse quarto vai ser ocupado por alguém.
Harry concordou, sem ao menos entender uma palavra, tinha os olhos fixos na roupa de Gina com o cinturão laranja (do mesmo tom de seus cabelos) amarrado.
- Você fica diferente com esse roupão - ele brincou.
- Vamos, precisamos sair.
Eles saíram na ponta dos pés e continuaram subindo algumas escadas, deparando com um Saguão circular, maravilhoso, e do outro lado do vidro, as ruas de Nova York.
- Gina, vamos fugir?
- Com esses trajes?- ela perguntou assustada.
- Então, o que vamos fazer?
- Procurar o Leonardo, conversar com ele e sair daqui.
Harry puxou a mão de Gina para longe dali, achariam Luna e picariam o hipogrifo dali o mais rápido possível.
Eles passaram quase a noite toda procurando alguma pista de Luna ou algo parecido, mas não conseguiam ao menos se localizar.
- Estou cansada - disse ela olhando para o relógio e fazendo a conta nos dedos - Agora são 4 horas! Vamos dormir.
Após muita insistência, Harry e Gina acharam um quarto bem no final do quinto andar.
- É, vamos dormir aqui - disse tirando os sapatos e se jogando na cama debaixo da beliche.
- Harry, por favor, será que dava pra você dormir em cima? Tenho medo de cair à noite.
Ele se levantou para concordar, ficando de frente a garota.
- Claro, claro.
<
Lágrimas surgiram nos olhos da garota, ela abandonou o quarto antes que ele pudesse impedir, sumindo pelos corredores, e a porta se fechou com um estalido.>>
Ele sacudiu a cabeça e se encontrou deitado na cama, Gina dormindo logo abaixo.
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N/A: Uma cena H/G ... só pra variar, afinal, quem nunca teve um sonho ... e nesse sonho, beijou uma amiga? o.õ Mas acalmem-se, é só um sonho!
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