Sra. Figg
Capítulo 53
Sra. Figg.
A Rua dos Alfeneiros anunciava uma grande chuva antes da chegada das 05horas, o que era praticamente uma novidade para todos moradores da vila, o vento arrastava apressadamente as folhas secas como se houvesse garis invisíveis.
O céu ganhava tons acinzentados escuros e a rua menos movimentada da cidade de Shurey, estaria em grande destaque agora, entre as mais movimentadas.
As janelas das casas se debatiam com o vento a todo o momento, as plantas de algumas casas estavam voando pelos ares e grandes números dos carros se encontravam guardados nas garagens de suas casas.
Harry Potter, um menino magricela, com uma cicatriz fina na testa, assistia uma sacola plástica de um supermercado voar pelo céu, tudo na janela de seu quarto na casa dos seus tios, se divertia ao ver as pessoas correndo como se fossem salvar a Pátria, era muito engraçado enquanto ele estava bem seguro em seu quarto sem motivo algum para se molhar.
Harry Potter era um garoto que cursaria seu sétimo ano (e último ano) na melhor escola de Magia e Bruxaria, juntamente com seus antigos e novos melhores amigos: Rony, Draco, Gina, e sua amada, Hermione, o garoto possuía uma aparência doentia, era magro e estava crescendo exageradamente neste verão, percebeu a diferença quando foi cumprimentar sua tia no início das férias, ela estava menor que o garoto.
Harry Potter pertencia a Grifinória, uma das casas de sua escola, era apanhador do Time e disputava o cargo de Capitão com seu amigo Rony Weasley, não só o cargo de capitão como outras coisas também, mas não vamos tocar nesse ponto, pois isso fazia o garoto ficar extremamente aborrecido.
- Harry, o almoço está na mesa - informou a Tia meigamente aos berros da cozinha.
A atitude de seus tios mudara totalmente de um verão a outro, todos estavam percebendo essa grande diferença, principalmente uma Senhora que morava ali perto, na qual Harry costumava visitar semanalmente sua casa, pois os tios saíam e deixavam o garoto lá, com seus gatos.
Harry arrumou os óculos que escorria pelo nariz suado, estava novamente olhando a janela, agora sem dar atenção alguma para o que acontecia ao lado de fora daquele quarto, estava só se alimentando de grandes e falsas esperanças de que em breve Hermione mandaria uma carta, ao menos dizendo que estava querendo vê-lo. Apesar do modo que seus tios o tratavam que era bem melhor do que antes, mas o garoto se sentia entediado de ficar dia e noite sem fazer nada, exceto pela companhia de seu primo Duda, resumindo: a solidão era sua companhia, e precisava de alguém para conversar urgente, alguém como Hermione.
- Harry!- chamou sua tia novamente começando a se irritar.
- Já vou - respondeu no alto da escada, emburrado, dando uma última olhada na janela com uma enorme esperança de ver uma coruja sobrevoando o céu acinzentado, mas nada.
O garoto teria ido diretamente para a cozinha se não fosse pela campainha irritante soar pela casa.
- Quem será?- perguntou a tia se levantando da mesa e metendo sua cara de cavalo para fora da cozinha.
- Eu atendo - disse levantando a mão até a maçaneta gelada.
Harry abriu a porta e deparou com uma figura baixinha, tinha os seus 60 anos, era Sra. Figg com segurando um guarda-chuva e ao seu lado um gato, assim que a porta se arreganhou ela não tardou em abraçar Harry com muita força, deixando o garoto bem confuso.
- Sra. Figg, a senhora está me machucando - disse com falta de ar um momento depois em constatar em que ela não o soltava.
Ela soltou Harry e contemplou Petúnia que parecia não entender nada, com certo ar de preocupação que pairava entre os três.
- Quem você pensa que é para manter um jovem desses trancado aqui? - perguntou ela apontando o guarda-chuva para Petúnia que parecia assustada, ou até mesma a julgando uma louca.
- Sra. Figg, eu lamento, mas a senhora está delirando, eu não estou mantendo o garoto trancado aqui, você sabe muito bem o porquê dele estar aqui!
- Eu sei e sei coisas que vocês deveriam ter contado a ele, me envergonho de saber, Petúnia Evans! POR QUE VOCÊ NÃO CONTOU AO GAROTO? – Harry arregalou os olhos. Era estava ficando caduca?
Atrás de Petúnia se encontravam os olhares curiosos de Duda Dursley e seu Tio Valter, um homem imensamente gordo, que se não fizesse um regime urgente empacaria na porta com facilidade.
- Não estou entendendo - disse Petúnia com um sorriso no rosto, Harry não soube identificar se o sorriso era falso ou não.
- Acho que você deveria ter contado! – parou para colocar as mãos na cintura e suspirou - Você está me dando náuseas! - berrava ela com falha na voz, Harry deduziu que estava delirando, talvez por causa da chuva, ou até mesmo a ventania deve ter feito com que o seu cérebro ficasse desmiolado ou quem sabe a própria idade se dera ao trabalho de fazer isso.
Duda olhava tudo aquilo espantado e curioso, Tio Valter parecia ter entendido.
- Duda, vá para o seu quarto! - resmungou Valter autoritário.
Petúnia enxugou as mãos mais uma vez no avental e disse, ainda tentando manter o sorriso em seu rosto.
- Sra. Figg vamos conversar sobre isso em um lugar mais seguro - tentava acalmar.
Harry olhava aquilo, ela estava extremamente zangada.
- Já deveriam ter conversado! - resmungou ela se virando para Harry - Vamos garoto, siga-me - indicando com a mão ela entrou pela cozinha, Valter e Duda subiram as escadarias, Harry se divertiu por um segundo ao imaginar que eles poderiam descer rolando dali.
Harry de cabeça baixa sem entender nada, seguiu a Sra. Figg, ou se não fizesse isso era capaz de receber uma guarda-chuvada na cabeça, não se apressou em se sentar na cadeira, logo Petúnia entrou e em seguida fechou a porta amarrando a cara ao mesmo tempo.
- Lamento não ter contado para o garoto, foi uma falha minha, a senhora me descu... - ia dizendo com uma cara séria e cabisbaixa.
- Pára de enrolar e sente-se aí - indicou com a cadeira como se estivessem na casa dela.
- Harry - disse ela encarando o garoto - Seus avós estão vivos!
Harry se sentiu indiferente, seu ouvido deu um pequeno estralo e ele começou a ouvir um som irritante "Piii", seu estômago brincou divertidamente pela sua barriga, ele não sabia o que dizer e que atitude tomar. Ela fez um sorriso estrondoso no rosto, provavelmente esperando que ele fosse dar piruetas de felicidade, mas ele parecia mais incomodado com o zunido que estava incomodando.
- Eu deveria ter contado - justificou Petúnia com pressa tentando consertar tudo como se o Harry fosse se revoltar com ela.
- CALADA! - gritou Sra. Figg sem olhar para ela, ainda com os olhos fixos em Harry – Não vê que está deixando o menino assustado! – berrou muito furiosa, na verdade quem estava assustando mais Harry, era a própria senhora Figg. Rapidamente ela mudou a cara zangada e sorriu para Harry – Eles são meus amigos!
Harry fingiu erguer as sobrancelhas tentando demonstrar surpresa.
- Eles moram em Shurey?
Ela tossiu por alguns segundos e começou a massagear o seu gato, de modo que tia Petúnia olhava com ar de nojo pois ela podia ver no ar alguns pêlos de gato sobrevoando a mesa de jantar.
- Eles não moram mais aqui. Estão em Godric’s Hollow.
- Eu os conheço? - perguntou enquanto uma teoria inexplicável rondava sua cabeça, a pior das teorias, seria Dumbledore? Tinha sentido...
- Creio que somente sua avó - disse ela olhando Petúnia enquanto Harry tirava Dumbledore dos pensamentos com dificuldade - E você? Onde já se viu? Escondeu isso do garoto por... - ela começou a contar nos dedos e logo em seguida berrou espantada - POR 16 ANOS!
- Farei 17 semanas que vem! - interferiu o garoto coçando o queixo peludo como se fizesse extrema diferença.
- Piorô!- berrou ela espantada se levantando e deixando o gato desfilar pela mesa.
A idosa rodeava a mesa, sob os olhares espantados de Petúnia e curiosos de Harry. O gato se esfregava em volta das panelas.
- Pode me dizer ao menos quem é a minha avó?- perguntou se levantando e ficando de frente a ela, impedindo que ela desse uma terceira volta completa pela mesa tentando deixar Harry no maior suspense.
Ela olhou para ele com certo ar de desconfiança, como podia fazer tanto suspense se em 15 minutos estava berrando com Petúnia por não ter revelado a verdade?
- Queres mesmo saber?
- CLARO!!! - respondeu como se isso fosse a coisa mais óbvia do mundo.
Ela olhou para Petúnia que esticou as sobrancelhas e pulou da cadeira, ainda encarando Arabella.
- Não! Não volte no passado, eu não quero lembrar dos meus pais!- disse agoniada com a respiração falhando.
- Se você não quer ouvir que saia deste cômodo - disse ela apontando o guarda-chuva para Petúnia, enquanto ela não recuava para o espanto oculto da Sra. Figg - O menino tem o direito de saber - e virou para Harry - não é mesmo?
- É - respondeu olhando para Tia Petúnia e para a Sra. Figg ao mesmo tempo ficando enraivecido.
- Cuidado - disse a Sra. Figg rondando Harry - Você vai se assustar quando souber da verdade.
Harry estava começando a ficar realmente aborrecido, ela estava enrolando demais para contar uma simples verdade, era simplesmente muito suspense por uma coisa tão séria. Na verdade, Harry não estava com vontade mesmo de saber, ficara ali 17 anos vivendo sob os caprichos de Petúnia, por que agora, depois de maior de idade, ia querer conhecer os avós que ficaram um tempão escondidos?
- Sim, sua avó é a...
- Dim Dom - tocou a campainha interrompendo e Harry se lembrou nitidamente do ano retrasado, enquanto ele tentava conversar com os tios e as corujas entravam fora extremamente comédia.
- Francamente - berrou a Sra. Figg jogando os braços no tronco, agora quem estava irritada era ela.
- Salva pelo gongo - respondeu Petúnia antes de sair correndo da cozinha para abrir a porta.
Harry bufou faíscas e deu um chute na cadeira fazendo rolar pelo tapete da sala. A Sra. Figg voltou para cozinha e segurou o gato nos braços.
- Eu realmente a conheço? A senhora tem certeza?
- Sim - respondeu secamente - Aposto que você não a esqueceu tão cedo - disse a Sra. Figg puxando a mão do garoto bem de leve e acariciando delicadamente com as unhas. Harry olhou para as costas das mãos como se houvesse alguma coisa e puxou com pressa.
- Não pode ser - disse espantado quase aos gritos parecendo uma criança mimada e abandonou a cozinha correndo para o seu quarto, passou por Petúnia que assinava lentamente um papel para entregar ao carteiro.
- Menino Potter, volte aqui - berrou a Sra. Figg cambaleando até o Hall andando com a ajuda do guarda-chuva, ficando assim com três pés.
- A senhora não disse a ele o que não devia, não é mesmo, Arabella? - perguntou Petúnia fuzilando a Sra. Figg com os olhares, ao mesmo tempo em que o carteiro recebia a correspondência, astuto.
- Ele deduziu - respondeu fazendo uma reverência - Preciso dizer a ele toda verdade.
Petúnia subiu correndo até o quarto de Harry e logo em seguida a Sra. Figg chegou.
- Harry, abra essa porta! - berrava a tia socando a porta tendo como sucesso quase um arrombamento.
- Por que você nunca me disse Tia? - perguntou Harry aborrecido.
- Harry querido, vamos explicar tudo - gritou a Sra. Figg.
Harry abriu uma fresta da porta, cairia bem uma conversa agora, ficou olhando as duas no corredor com os olhinhos miúdos.
- Tia Petúnia, eu conheço Dolores Umbridge - respondeu Harry olhando a tia com raiva tentando entender que a culpa não era dela por Umbridge ser sua avó.
Tia Petúnia soltou uma olhar zangado para a Sra. Figg. Então Harry abriu passagem.
- Quem deu autoridade para a senhor...- ia dizendo Petúnia em um tom ameaçador para a Sra. Figg que estava assustada e puxava o guarda-chuva.
- Ela foi professora do Harry! - explicou Sra. Figg apontando o objeto em sua cara – Ele tem cicatrizes na mão por culpa dela!
Harry se arrependeu profundamente de perguntar quem era sua avó naquele instante.
- Mas eu não entendo. Minha mãe não era mestiça?- perguntou Harry se sentando na escrivaninha, enquanto a Sra. Figg sentava na cama do garoto e apoiava o guarda chuva no chão ao mesmo tempo em que apoiava o queixo nele.
- A Umbrigde também não é bruxa.
Harry escutou bem no fundo um vaso se espatifar.
- Umbrigde não é bruxa?- perguntou assustado.
- Não, ela é trouxa, apenas foi para o Ministério como Bruxa de puro sangue, está sendo caçada por todo país, pois ela passou a perna em muita gente, como você acha que ela recebeu a carta de Hogwarts?
Petúnia e a Sra. Figg se entreolharem.
- Ninguém recebe a carta de Hogwarts sem ter influência bruxa na família! Ninguém, não existe exceção!
Harry contemplou Petúnia e a Sra. Figg, assustado, enquanto a tia se tranqüilizava, seu coração disparou.
- Vocês já se conheciam... - resmungou Petúnia olhando para o chão.
- Talvez fosse por isso que Umbridge apoiou tanto o Snape.
- Exatamente - respondeu ela segurando o gato - Mas está do lado de Voldemort, Harry.
- Por quê? Ela devia estar do nosso lado, a filha dela foi morta por Voldemort!
- Ela se rendeu ao lado das trevas para não sofrer - a Sra. Figg se levantou e disse - Um dia você vai entender tudo, eu só queria dizer para tomar cuidado com essa bruxa, pois ela está procurando você.
- Umbridge, me procurando?
- Exatamente, ela está procurando você. – ela olhou para o teto e deu um suspiro como se gostasse dele - E seu avô, Harry, como posso defini-lo?- soltou outro suspiro - Uma pessoa muito doce. Cavalheiro que só ele...
Harry deu um salto da escrivaninha ficando quase de frente a Arabella.
- Como ele se chama? - perguntou com um sorriso estampado no rosto.
- Blue Hogan Evans, um grande batalhador, esse honra o que tem entre as pernas – disse ela esticando o punho no ar e agitando os braços mexendo suas pulseiras de madeira.
A mulher idosa sacudia os ombros do garoto com orgulho em seguida o envolveu em um abraço apertado.
- Obrigado mesmo - agradeceu baixinho.
- Ah, e parabéns pelo seu aniversário - disse depois do abraço - Andei conversando com o pessoal da Ordem, você terá uma grande surpresa.
Harry riu e olhou para Tia Petúnia.
- Tudo bem, eu a desculpo.
Elas sorriram e deixaram Harry sozinho no canto, precisava pensar em algumas coisas...
Esse, era simplesmente, um de seus primeiros sustos ao saber de toda a verdade.
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O Capítulo ficou um pouco bagunçado né? =/
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