Convite
Capítulo 3 - Convite
Harry passou os quatro dias seguintes trancado no seu quarto no andar de cima, ele não ouvia um ruído se quer de Petúnia, será que tinha tirado férias? Foi viajar? Ah, deixa ela em paz, uma surpresa inédita chegou naquela manhã de Domingo, uma coruja misteriosa estava voando dentro do quarto, ele ainda dormia num sono profundo, logo sentiu um pergaminho encostar levemente no rosto, acordou assustado, pulou da cama o mais depressa que pode, viu a carta no chão, ao passar de uns vinte segundos ele entendeu o que acontecera, percebeu a letra caprichosa de Hermione, e abriu a carta imediatamente.
Querido Amigo Harry,
Estou escrevendo novamente, para dizer que Luna e Gina hoje estão chegando de viagem hoje, bom gostaria de fazer um convite a você, o mesmo que fiz para Rony, Luna e Gina, que tal vocês passarem o resto das férias de verão aqui em casa? Sabe, antes eu me queixava que a minha casa era pequena, mas agora nos mudamos para o centro da cidade, a minha casa é praticamente duas vezes maior do que a anterior, faltam alguns movéis é claro, e a biblioteca que eu pedi como presente de aniversário e natal dos próximos anos, bom vale a pena né? Tem livros da Armada de Dumbledore, e outros.
Espero uma resposta, se for preciso mande uma carta agora mesmo para que o Sr. Weasley vá buscá-lo, o Rony me mandou uma carta dizendo que se possível ele até ia,
Beijos e Abraços,
de sua amiga,
Hermione Granger.
Harry finalizou a carta com um suspiro, a proposta era muito boa, esqueceria Sirius um pouco, reveria novamente os dois melhores amigos, se divertiria com eles, inclusive veria também Gina e Luna que com toda certeza teriam novidades para contar sobre a viagem que fizeram.
Harry dobrou a carta contra o peito, olhou pela janela, era quase onze horas da manhã e a garotada já rodopiava no jardim da frente, Harry sentiu duas lágrimas caírem, uma de cada lado, não sabia o porquê, talvez fosse por ter pensado em Rony e Hermione sorrindo e ele ali, no maior tédio de toda sua vida, rapidamente dirigiu ao guarda-roupa, escreveu o mais rápido possível para os amigos, dizendo que adoraria visitá-los só precisava de alguém para vir buscá-lo.
Harry foi muito grosso com Edwinges antes dela partir, com vários piados ela levantou as asas e saiu voando pelo céu azul sem nuvens.
Não tardou em menos de dois dias para resposta chegar, Harry precisava estar com o malão pronto, dali algumas horas, não demorou muito para suas malas estarem no Hall da casa dos Dursleys.
- O que é isso? - perguntou Válter querendo uma resposta, esticando os dois olhinhos por cima da cabeça de Harry.
Harry acabara de conferir mais uma vez se o malão estava fechado, levantou a cabeça para o tio.
- Estou indo embora - disse com um pouco de grosseria na voz.
Ouviu duas batidas na porta.
- Pede para essa gentinha ir logo, não quero esse pessoal sujando minha casa, agora não temos mais a sua tia para limpar, ela foi viajar.
Já imaginava, falou Harry para si mesmo ignorando o comentário de Tio Válter, não tardou para a campainha soar, ele abriu a porta com rispidez, não era Rony, nem Gina, nem Hermione e muito menos alguém da família Weasley, Lupin e Tonks estavam parados na porta.
- Harry, por que não está escrevendo para a Ordem? - Lupin tinha uma expressão séria e cansada no rosto como se não dormisse há dias, ainda usava as vestes rasgadas e segurava alguma coisa sem importância nas mãos.
Harry resmungou qualquer coisa que eles não escutaram.
- Ficamos preocupados sabia? - disse Tonks com as mãos na cintura, Harry nem percebera que o cabelo dela estava ruivo, do mesmo tom dos Weasleys.
- Bom, o Rony já vem vindo me pegar.
- O Sr. Weasley escreveu essa manhã pra gente, Harry, você devia ter nos avisado- e percebeu que os olhinhos gordos de Tio Válter espiavam tudo de lá de cima.
- Me deixa em paz - respondeu ele furioso sendo grosso com os amigos da Ordem e tentando fechar a porta, mas Lupin impediu colocando o pé entre a porta e o batente - Eu não aguento mais essa vida.
- Acalme-se Harry, viemos para te ajudar, pensávamos que estivesse algo acontecido, e ...
- Não, nada aconteceu eu estou bem - respondeu secamente sem encará-los.
- Ok, ok, então já vamos né Lupin? - perguntou Tonks puxando as vestes de Lupin para fora.
- Espera, eu tenho um assunto a tratar com o Harry, a sós- disse ele apontando para si próprio e para Harry.
- Tem? - perguntou Tonks com os olhinhos esticados, e Lupin soltou um olhar de censura - Ok, estou esperando lá na frente, mas não demore.
- Ok - e seguiu com os olhos Tonks deixar a porta - Olha Harry é o seguinte, estava mais do que na hora da gente falar sobre a fortuna do seu padrinho, você sabe é o único herdeiro...
- Eu não quero nada que venha do meu padrinho, não que eu não goste dele, eu gostava, mas a vida dele não me pertence, fique com vocês, eu não quero - disse imaginando mais ou menos o que Lupin queria dizer.
- Acalme-se, está nervoso, vai se arrepender mais tar... - dizia ele calmamente apoiando suas mãos nos ombros de Harry.
- Eu não quero, pronto e acabou! - cortou Harry com grosseria dando um passo para trás.
- Ok, assine aqui então, para que nós possamos continuar com a Ordem no Largo Grimmauld, número 12, e para que a conta de Gringotes dele venha a ser nossa.
- Ok, me dá uma pena.
Lupin tirou das vestes dois pergaminhos velhos e sussurados, puxou um tinteiro, e uma pena, deixou tudo sobre o amparador do hall.
Harry pegou a pena abriu o tinteiro, molhou a pena lá, e assinou os dois papéis.
- Pronto! - respondeu devolvendo o papel.
- Vai se arrepender Harry, se eu fosse você ficaria com você a conta dele, mas... Adeus - apertou a mão de Harry e foi até a porta - Se precisar de algo é só mandar uma carta, saberemos onde te encontrar - piscou.
Na saída para fora da casa dos Dursleys o tinteiro caiu no chão espatifando e sujando todo o tapete da entrada, a Sra. Weasley esbarra nele.
- Molly! - berrou Lupin surpreso.
- Remus - disse ela jogando os braços gordos e redondos em volta do velho lobisomem, como se ele fosse uma criança.
Harry foi pegando a gaiola o malão e a vassoura e foi indo até a porta.
- Harry, querido, que bom que vocês está bem - beijou a testa do garoto, e abraçou com tanta força que aquele abraço se lembrava o de Hagrid, para Harry era como se estivesse abrançando o sofá dos Dursleys e para ela era como se tivesse abraçando uma árvore plantada há 10 anos atrás.
- Bom, vamos, Rony e a Gina estão lá no carro esperando por vocês, espere, oh, eu ajudo - e pegou o malão do garoto.
Os dois saíram pela rua, Harry não deparou com carro algum, foi seguindo a Sra. Weasley, dobrou a esquina, e quase no final do quarteirão avistou Arthur com o braço apoiado em cima do carro lendo o Profeta Diário, Harry soube distinguir os cabelos ruivos de Gina no banco de trás, Rony estava sentado no porta-malas, mas ao ver Harry pulou de lá e começou andar na frente dele.
- Como vai, cára? - perguntou apertando a mão dele, enquanto ele deixava a gaiola no chão para apertar a mão do Rony - Eu ajudo - e pegou a gaiola.
Deixaram tudo no porta-malas, Harry cumprimentou o Sr. Weasley, e entrou no carro, deparou com Gina, seu estômago deu uma reviravolta, estava com o cabelo mais curto do que o normal, um pouco acima dos ombros, lisos como normalmente, e ela estava mais bronzeada do que de costume.
- Olá Gina.
- Olá Harry - disse ela dando espaço suficiente para o Harry e o Rony sentarem.
- Como vão as férias?
- Não muito boas - respondeu se ajeitando no carro sabendo que a palavra certa seria "péssimas" - E como estão as suas?
- Estive viajando com Luna, agora ela está com os pais dela - e ao falar isso, fechou o livro que estava nas mãos - Posso fazer outra pergunta?
- Quantas quiser - respondeu Harry corado e o carro já estava andando a caminho de um lugar afastado da cidade.
- Você também vai para a casa da Hermione né?
- Vou sim, você vai também? Vai ser divertido... Vamos sim!
Coraram, mas Harry não percebeu que ela havia corado, afinal estava muito bem bronzeada.
- Vou - respondeu meigamente.
O Sr. Weasley tinha atravessado um terreno baldio, e foi aprofundando mais nele, logo Harry percebeu que tinha uma estrada de terra mais a baixo, o caminho dava em uma pequena casinha, mas era um lugar muito distante e afastado.
- E o que andou fazendo além disso nas férias, Gina? - perguntou Harry enquanto a Sra. Weasley fazia algumas cruzadinhas no Profeta Diário que o marido largara ali do lado, e Rony brincava com Píchi que sobrevoava o teto do carro.
- Ah, bem divertidas, eu e a Luna vimos vários jogadores famosos de Quadribol - Harry olhou no mesmo instante para Rony, que se encontrava vermelho de inveja - Peguei autográfo de diversos jogadores, inclusive do Vitinho! - disse ela fazendo biquinho.
Harry soltou uma gargalhada e Rony resmungou alguma coisa inaudível, apenas ouviu "não teve graça".
- Você fez aquilo para me irritar, aquela assinatura não é do Vítor Krum, eu sei muito bem qual é a assinatura dele.
- Ah, ok, só fiz uma brincadeira - cortou Gina voltando a contar os detalhes da viagem para Harry.
Quando estavam descendo a estradinha de terra, a Sra Weasley meteu a mão no botão de invisbilidade, e o Sr. Weasley puxou a alavanca para levantarem vôo, era um carro igual ao Ford Anglia na qual Harry viajara com Rony há alguns anos atrás.
- Como vão Fred e Jorge?
A Sra. Weasley mudou de assunto instantaneamente, fazendo com que Harry deduzisse a resposta.
- Qual é o ingrediente mais difícil para se fazer a Poção Animaga? - perguntou a Sra. Weasley com a caneta na boca, fingindo estar com dúvida.
Harry olhou para Rony procurando resposta, mas não soube responde, então Gina gentilmente tirou as costas do banco e encostou a cabeça atrás do banco na qual seu pai estava dirigindo.
- Que tal os poros da Lua?
Harry sentiu um frio na barriga ao passarem as nuvens, então acima delas havia um enorme Sol que chegava queimar as costas, então Harry fechou o olho rapidamente pois um reflexo o estava incomodando, era tipo de um reflexo, e não se enganou, um reflexo que vinha da aliança de Gina estava ao lado do dedo médio na mão direita, Harry sentiu novamente o estômago dar uma reviravolta só não soube se foi por saber que Gina estava mais firme com Dino Thomas ou se foi por aterrissarem em frente a Toca.
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