Novos Tempos
“A Guerra acabou!
Segundo informações recentes, a guerra que se espalhava pelo mundo bruxo terminou hoje, às 8h52min. Exatamente 10 minutos atrás.
O escolhido foi o responsável pela morte daquele-que-não-deve-ser-nomeado. Depois de horas e horas de batalha sangrenta, Harry James Potter que havia sido dado como morto pelo próprio Demônio das Trevas, “ressuscitou” e os dois travaram uma batalha Sangrenta...”
“Voldemort cai!
O conhecido Lorde Voldemort foi morto por uma Maldição da Morte que incrivelmente ricocheteou em um simples Expeliarmus...”
“Pela segunda vez Potter vence o maior bruxo das trevas da atualidade, e dessa vez definitivamente (Assim esperamos)! Será que não é demais para 17 anos de uma só vida?!...”.
- Harry?
A doce voz de Gina Weasley soou perto demais da orelha esquerda de Harry. Ele pulou para o lado com o susto, derrubando uma pilha de jornais recém empilhados. Todos eles tinham manchetes de sete anos atrás, época da queda de Voldemort.
O mundo Bruxo não poderia ter ficado mais calmo durante esse tempo. Harry mal podia acreditar que a data do próprio casamento estivesse a menos de um mês. Se pegou dizendo “Eu só posso estar em um sonho” incontáveis vezes, e todas as vezes ele precisava de um beijo de Gina para acreditar que era real. Bem, ela nunca fez nenhuma objeção.
- Acho que já toquei cada centímetro desses jornais umas dez vezes. – Se recompondo do susto. Gina o ajudou a pegar os jornais do chão.
- Harry...
Ela hesitou e depois pareceu preocupada com Harry. Não foi preciso palavras para Harry saber o motivo das preocupações da ruiva.
- Se você está preocupada com a minha cicatriz pode ficar tranqüila.
Chegou mais perto dela, e enlaçando-a com o braço esquerdo, derrubou mais alguns jornais da escrivaninha mais próxima. Os dois estavam no quarto de Sirius. O armário do lado da escrivaninha continuava com um aspecto imponente, como se não estivesse passado mais do que 5 minutos ali. A cama rangeu quando Harry sentou.
- Harry... Eu não entendo por que essa preocupação agora. Durante todos esses anos você nunca...
Ela não continuou. Ficou parada na frente de Harry, olhando o moreno nos olhos. “Como uma pessoa pode ter olhos tão bonitos quanto os dela?”.
- Sei o que você está dizendo. E que tudo parece... Quieto demais. Você deve se lembrar como foi o ultimo Casamento que nós fomos.
Ela se lembrava. Foi o de Hermione e o de Rony. Tudo parecia normal, como agora. Aliás, tudo parecia normal até o meio do casamento, quando aranhas começaram a aparecer por todos os cantos.
O final da tarde já estava chegando e diversas velas pairavam a 3 metros da cabeça de 300 pessoas que estavam numa granja, para assistir ao casamento de Rony e Hermione.
Todas as cadeiras estavam forradas com um pano branco perolado onde as mais diversas flores desenhadas cresciam continuamente. O contraste do branco com o tapete gramado era por si só um espetáculo que merecia a presença de 301 pessoas.
Hermione de azul caminhava para o altar improvisado com uma madeira extraída da própria granja. Os marceneiros foram dois elfos-domesticos. Fizeram um excelente trabalho.
A primeira veio tímida, com medo de tantas pernas. Mas a hesitação não durou mais que alguns décimos de segundo. Logo a segunda, a terceira, as quartas e as quintas tomavam conta do lugar. Não chegavam a ter o porte de um acromantula, mas tinham pelo menos um palmo.
Estranhamente os que tiveram contato com elas passaram três meses no hospital de doenças e acidente mágicos e um acabou morrendo com uma doença que ainda não havia sido catalogada pelo hospital e consequentemente não se sabia a cura.
- Sem contar o de Gui e de Fleur...
Gina mexeu com a cabeça, como se quisesse jogar fora algo extremamente repulsivo que ficou colado no seu cabelo. Ela estava um pouco mais alta, como era de se esperar. Tinha agora traços mais bem marcados, traços de adulto. Que se misturavam com a parte angelical herdada da adolescência. Seu cabelo cor de fogo estava cortado na altura do ombro, e seu corpo mais valorizado pelas roupas certas e pelo treinamento de auror ao qual ela estava submetida.
Se jogou na cama ao lado de Harry. Era impressionante como eles conseguiam se entender apenas com um olhar, sem duvida ela era a alma gemia dele.
- Ainda está em tempo de desistir. Afinal quem quer casar comigo? Eu sou tão monótono.
Harry tinha repetido isso diversas vezes para Gina, sempre com um sorriso no lábio.
Gina sorriu. Ela o amava. A mão dela foi em direção ao rosto dele. Alisou cada mínimo pedaço do rosto, como se quisesse gravar cada centímetro da face em suas mãos. Harry se aproximou dela. A mão dela deslizou até a altura do peito do moreno e voltou devagar em direção ao rosto. Segurou o cabelo de Harry que estava com mais ou menos 15 centímetros de comprimento.
A mão de Harry avançou cuidadosa em direção da cintura da ruiva, que já ofegava. O beijo foi intenso. Como sempre. O pensamento de Harry foi até uma garota a quem ele beijava do lado do lago negro. A mesma garota ruiva. A sua garota ruiva.
- Harry...
A garota que ele tinha tirado de dentro da câmara secreta. É impressionante como se pode passar tanto tempo ao lado de quem se ama e só perceber isso quando é tarde. Ainda bem que Harry percebeu a tempo.
- Harry.
Tempo. Essa era a palavra. Tinham todo o tempo do mundo agora. Nem Voldemort, nem trevas eternas, nem Dino, nem diário, nem irmão ciumento. Harry daria a vida por ela.
- Harry!
Gina tinha falado mais alto do que precisava.
- Agente já conversou sobre isso. Eu quero você. Mas...
Eles não tinham nem avançado muito. Apenas estavam se beijando. Apenas. Ou melhor, os beijos tiveram uma intensidade mais forte, sem contar no fato de Gina estar em cima de Harry e os dois estarem na cama. Harry sorriu. Ele a amava.
- Sei, sei...
Ela saiu de cima e foi para o lado dele. Deixando a cabeça sobre o peito do moreno, estavam um pouco suados, mas o vento que vinha da janela era divino. Harry estava feliz como nunca.
****************
O bairro Búsbintor era conhecido no mundo trouxa como “o bairro dos advogados”. Escritórios de advocacia brotavam em toda esquina. No mundo bruxo era apenas mais um bairro trouxa. Pelo menos até o surgimento Armada de Dumbledore, ou AD para os mais chegados. Tratava-se de uma empresa de segurança e de detetives.
O prédio era discreto, e vivia sobre a fachada de um escritório de advocacia. De fato existiam advogados de verdade no prédio, que nada sabiam sobre o mundo bruxo. A cor era cinza como a de todo prédio pela redondeza.
Homens de preto entravam e saiam constantemente.
No escritório principal, do 24 andar, se encontrava Neville. Acabou se dando bem quando decidiu romper com o ministério e criar sua própria vertente de segurança. A visita periódica de Harry Potter, também ajudou a impulsionar o negocio.
Já era a vigésima queixa sobre ataque de animais mágicos. E Longbotom estava pensando se seria inteligente criar um escritório próprio para isso quando alguém bateu.
- Senhor?
Veio entrando.
- Estou com os papeis. Aqueles sobre os anima...
- é eu sei que são sobre os animais, fui eu que pedi ou não foi? Está esperando o que? SAI garoto!
Agora era definitivo. Trabalho demais estressa, principalmente esse. Não é nada engraçado achar um corpo mutilado. Ele ainda podia sentir o cheiro de alguns. Levou instintivamente a mão ao nariz. Esse cheiro não saia.
Espreguiçou-se, se levantou, pegou um cigarro e abriu a janela. As luzes fracas dos postes mostravam as pessoas indo e voltando apressadas. O bairro era tipicamente comercial e tinha mais do que escritórios de advocacia. Diversos clubes noturnos deixavam a rua sempre movimentada.
Ali, do 24 andar as pessoas pareciam apenas formigas, insignificantes. A cinza do cigarro caiu no dedo dele. Hoje não foi um dia nada bom. Primeiro saber que sua mulher estava em estado grave no hospital, ataque de lobisomem. Ele olhou para o céu. Como um lobisomem ataca na lua minguante?
No passado o lobo Ferir Greyback tinha dado muito trabalho, mas não chegou a se transformar em lobisomem em lua minguante. Lua minguante!
Tinha alguma coisa muito estranha acontecendo.
Na esquina seguinte a do prédio da AD tinha um clube bem relaxante. Nada como uma boa musica e uma boa companhia.
- Boa noite, Rodrigo. Alguma coisa nova?
- Não senhor, só o de sempre. Já vai?
- é estou precisando descansar. Gritei com o Thiago por besteira. Você precisava ver, ele ficou branco.
Gargalhou um pouco, e começou a andar em direção do Clube, The Negga. Apesar do cansaço, um auror nunca baixa a guarda. Dois encapuzados seguiam ele, andando incrivelmente rápido. Não durariam mais de dois segundos para chegar nele precisava pensar. Se pegasse a varinha iria infligir a lei bruxa. Ah! Pro inferno a lei bruxa.
Tomou a decisão tarde demais. Ficou tão concentrado nos dois que não percebeu o terceiro bem na sua frente. Só depois que a varinha tinha saído da sua mão que ele percebeu na encrenca em que se metera.
A porta ao seu lado se abriu. Ele sabia que se não entrasse seria bem pior. Tentou pegar a varinha da mão do estranho, porém esse tinha reflexos incríveis. “Clack”. É esse o som que uma varinha faz quando quebra. Tanta mágica e poder e de repente “Clack”, adeus varinha.
- Queira entrar.
A voz era rouca e profunda e foi dita com um tom de ordem tão forte que Neville simplesmente entrou. Há 30 segundos atrás ele estava conversando com o porteiro e agora isso.
- Não é nada bom se meter no negocio dos outros Longbotom.
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