≈. O Pior Dia.
Hermione e Amanda saíram juntas da sala da professora McGonagall, porém tomando uma longa distância uma da outra. Nenhuma das duas foi á ala hospitalar, talvez pra não demonstrar sinais de fraqueza.
- Lividium - disse Hermione rudemente á Mulher gorda, entrando depressa sem se importar com os olhares assustados e curiosos dos alunos da Grifinória.
Harry e Rony avistaram Hermione. Ela percebeu e tentou correr para as escadas que levavam ao quarto, mas Rony foi mais rápido e a fez parar, segurando a mão dela.
- O que acontceeu com você? - perguntou Rony preocupado. era a milésima vez que alguém fazia essa pergunta.
- Não foi nada - mentiu ela, não conseguindo olhá-lo nos olhos.
- Nada? - repetiu Rony, indignado. - O que são esses cortes no seu rosto então?
Ela passou a mão pelo rosto, mas não respondeu. Amanda passou devagar ao lado deles, subindo as escadas.
- Amanda? - disse Harry boquiaberto a ver o estado da garota.
Ela fechou a capa para esconder a mancha de sangue na blusa. Seus olhos se encontraram por um segundo e depois ela virou no corredor, desaparecendo de vista.
- Vocês duas...brigaram? - balbuciou Rony, atordoado.
Hermione assentiu com a cabeça, olhando para sua mão que Rony segurava com urgência. Desejou que ele não fizesse mais perguntas. Não teria como explicar que atacara Amanda por puro ciúme...
- Mas por quê? Eu já falei com ela pra não... - Rony parou de falar abruptamente. Harry parecia alarmado.
- Desculpa, eu tenho detenção amanhã cedo - disse, soltando a mão de Rony. - Boa noite pra vocês.
Rony ia acompanhá-la, mas pelo tom dela, desistiu. Ele e Harry se entreolharam. Havia muita coisa pra esclarecer ali.
Amanda escancarou a porta do quarto que dividia com outras duas garotas que nem sequer sabia o nome, mas nenhuma delas estava ali. Ela tirou a blusa, sentindo o corte arder. Suspirou e se jogou na cama, estremecendo só de pensar em acordar mais cedo.
Ouviu o ruído da porta se abrindo. Girou na cama e afastou as cortinas, mas não viu ninguém. Sentiu um movimento ás suas costas.
Ela se virou rapidamente e tomou um susto que a fez cair da cama, capotando igual uma jaca. Espiou apreensiva por debaixo das cobertas que haviam se enrolado nela.
Amanda soltou uma risada involuntária. Olha o que a consciência pesada faz com uma pessoa! ela pensou, subindo de volta na cama e puxou o lençol do chão. Uma gata branca e muito peluda havia tomado conta do travesseiro. Avançou para ela, ronronando.
- Que abuso! - Amanda sorriu. - Será q eu o seu dono é abusado assim também? - disse ela, examinado a gata, passando o dedo por uma marca particularmente interessante perto do pescoço do bichano. Era uma mancha preta em forma perfeita de um S, que se destacava nos pêlos branquíssimos.
Ela descansou a cabeça no travesseiro ao lado da gata e olhando para o teto, esperando que o sono viesse e o amanhã também.
Mal sabia que o dia seguinte seria um dos piores da sua vida.
No dia seguinte, Vallery acordou bem disposta. Já eram quase nove da manhã e alguns alunos sonolentos perambulavam pelos corredores. Descobriu-se procurando seu grupo de amigas, mas desanimou ao ver mentalmente que seria um milagre divino que seria encontrar Alexy, Nat e Mia acordadas tão cedo.
Ela se recostou na parede de um corredor onde uns sextanistas da Lufa-Lufa ainda andavam de pijamas, discutindo o que compraria em Hogsmeade naquele dia.
Nem sinal de alguém conhecido. Suspirou, quase decidida a afundar na parede e sumir de tanto tédio.
- Você ficou maluca?
Vallery se assustou, arregalando os olhos para a parede em que estivera encostada. Vozes nas paredes? Paredes falam?
- Não grita comigo!
Paredes falantes de repente lhe pareceu uma idéia particularmente idiota. Havia uma porta a menos de um metro dela. Vallery aprumou os ouvidos. Um garoto gritava:
- Você não tem noção do que poderia ter acontecido com ela?
- Mas foi ela que lançou o feitiço contra mim!
Vallery conhecia aquela segunda voz. Antes que percebesse, já estava com a orelha colada na porta.
- Amanda, você poderia ter matado a Hermione!
- Matado? - a voz dela tremia de indignação. - Eu nem estava com a minha varinha!
- Você sabe muito bem do que eu estou falando! Prometi não contar pra ninguém, a não ser que você não usasse...
- Acha realmente que eu desceria tão baixo? - Amanda estava visivelmente triste. - Eu pensei que você me conhecia...
- Conheço sim, e muito bem! - ele não estava preocupado em falar baixo. - Mandy, gente como você não pode se irritar, você sabe o que poderia acontecer se...
- Gente como eu? - ela repetiu. Cada palavra dele era como uma punhalada em seu peito. - Acha que eu não sou suficientemente igual a você? - ela falou baixinho, abaixando a cabeça e olhando pro chão.
Ele pareceu constrangido.
- Não... não quis dizer... - ele hesitou. - Só que se você contasse pra mais alguém, quem sabe até mesmo Dumbledore, não ajudaria você a se controlar?
- EU SEI ME CONTROLAR SOZINHA! - ela gritou num tom repleto de mágoas. - É a sua querida Hermione que não sabe!
Com um gesto só ela desabotoou a blusa. Ele prendeu a respiração. Acima do sutiã havia um corte profundo que ia do decote até quase o ombro esquerdo da garota.
- Foi isso que a senhorita certinha fez! Agora, sou eu que estou errada? Sou eu quem precisa se controlar? RESPONDE, RONY!
- Foi isso que a senhorita certinha fez! Agora, sou eu que estou errada? Sou eu quem precisa se controlar? RESPONDE, RONY!
Ele continuou calado. Ela fechou a blusa de qualquer jeito, fitando-o fixamente com seus olhos azuis penetrantes.
- Me desculpa, Mandy... - ele começou, havia urgência na sua voz. - Eu fiquei preocupado, o jeito como vocês duas brigaram, Hermione é minha melhor amiga...
- Isso significa que eu não sou nada pra você?
- Não, longe disso - ele parecia querer encontrar as palavras certas, mas não conseguia. - É que eu conheço Hermione há tantos anos, você chegou aqui não faz nem três meses... É a convivência, entende?
- Você gosta mais dela do que de mim, não é? - Ela encarou-o.
- Eu daria a minha vida pela Hermione.
Foi o golpe final. Amanda engoliu em seco. Enterrou as unhas na palma da mão, tentando diminuir a dor do impacto daquelas palavras...
- Então morra! Some da minha frente! SOME DA MINHA VIDA!
Ela se virou para a parede e fechou os olhos. Não queria que ele visse que eles se enchiam de lágrimas.
Porém ele viu, quando tentou se aproximar. As lágrimas rolavam pelo rosto dela, enquanto ela soluçava.
- Vai... embora...
- É isso mesmo que você quer? - disse ele, recuando um passo.
- Me deixa... sozinha...
Rony Weasley abriu a porta. Vallery saltou para o lado no mesmo instante, seu coração em disparada. Observou ele ir se afastando lentamente, hesitante, como se quisesse ficar.
Vallery se sentou no chão, atordoada. Imaginou como seria a detenção de Amanda e Hermione. Juntas.
Só havia uma pessoa que poderia ajudá-las.
As nove horas em ponto, Hermione chegou na sala da professora McGonagall. Amanda não estava lá. A professora apareceu na porta antes que ela precisasse bater. Mediu Hemione com os olhos.
- Venha comigo, srta. Granger.
Hermione não hesitou. Seguiu a professora silenciosamente e em passos rápidos, tentando imaginar que tipo de detenção receberia. E Amanda?
Hermione foi conduzida até uma antiga sala no alto da torre, já cansada de subir escadas. Olhou para McGonagall, nervosa.
A professora a briu a porta da sala. Na frente, no primeiro banco, estava Amanda, a cabeça apoiada nas mãos e assoprando a poeira da mesa, com um olhar baixo e triste.
Ela ergueu-o , e Hermione viu os olhos brilhantemente azuis fixos nela, primeiro com espanto, com uma expressão interrogativa, depois eles ficaram menores, mais apertados, começaram a arder e Amanda levantou-se lentamente. Hermione não desviou a tenção dela.
- Fora! - disse Amanda. Hermione abriu a boca, mas foi interrompida. - Fora daqui! - repetiu Amanda quase gritando. - Sai da minha frente!
Amanda avançou um passo, ameaçadora.
- Fora! - disse Amanda. Hermione abriu a boca, mas foi interrompida. - Fora daqui! - repetiu Amanda quase gritando. - Sai da minha frente!
Amanda avançou um passo, ameaçadora. Hermione recuou e se encostou na parede. A professora McGonagall, que ficara no corredor, entrou.
- Sente-se Hartwell! - Amanda se sentou, observando Hermione pelo canto dos olhos. - E você, Granger, sente-se ao lado dela.
Amanda levantou-se de novo, dando um pulo.
- Não vou mesmo ficar do lado dela! - disse Amanda, sua voz tremendo incontrolavelmente. - Isso é uma absurdo! Ninguém pode me obrigar, professora!
McGonagall lhe lançou um olhar severo e penetrante.
- Por favor, professora! - disse Hermione, decidida. - Me deixa cumprir a detenção sozinha! Quantas horas a senhora quiser, mas longe dela! Posso fica debaixo do lago com a Lula-Gigante, mas com ela não!
- Isto, srta. Granger, quem decide sou eu. - disse a professora secamente.
- Mas por que é que temos que ficar juntas? - perguntou Hermione indignada.
- Vocês não são crianças. Vão se entender como adultas. Quando chegarem a um acordo, eu as liberarei da detenção.
- É bem mais fácil encontrar um curandeiro que dê um jeito nessa cara de esquilo da Hermione do que entrarmos em um acordo. - disse Amanda batendo na mesa.
Hermione ignorou-a, embora tivesse vontade de quebrar a mesa na cabeça dela.
- Eu não tenho nada pra falar com a Hermione.
- Idem.
-Sente-se, Hartwell! - ordenou a professora. - Como é mesmo o seu nome?
- Amanda. - respondeu ela, sentando-se na ponta do banco, afastada de Hermione.
- Agora, me dêem as suas varinhas.
Elas entregaram, relutantes. A professora virou-se para uma mesa maior no canto da sala e tirou do bolso das vestes uma ampulheta, colocando de frente pras duas.
- Vocês têm três horas, a partir de agora. Quando vocês se entenderem, desçam até a minha sala.
Dito isto, a professora McGonagall abriu a porta e saiu, deixando para trás duas garotas com menos vontade de se entender possível.
Gina e Mia haviam revirado todas as salas possíveis de Hogwarts. Não faziam nem quinze minutos que Luna Lovegood entregara para Mia uma carta que mais parecia um pedaço de pergaminho rasgado de um livro. De Vallery, perecebeu ela, pela letra nada caprichosa e porque os a mais pareciam triângulos. A carta dizia que Hermione e Amanda estavam cumprindo uma detenção juntas e que queria que Mia as ajudasse. Mas em qual sala, especificamente? Não tinha esse pequeno detalhe na tal carta. Então Mia arrastou Gina com ela, embora a garota de início não quisesse ajudar:
- Eu ia pra Hogsmeade com meu namorado hoje!
- Falou certo, ruiva. Ia.
- Ah, você é muito chantagista!
- Não digo que ameaçar a não te dar presente de natal no ano que vem seja chantagem... Gina, pensei que você fosse amiga da Hermione!
- E sou. Mas ela pode sair dessa sozinha...
Mia era especialista nesses casos. Tudo resolvido então.
- Se Maomé não vai á montanha, arraste Maomé pelos cabelos.
E foi mais ou menos isso que ela fez.
Agora Mia e Gina subiam as escadas quase correndo, olhando em cada buraco de fechadura de cada porta. Quase todos os alunos estavam em Hogsmeade, por isso elas andavam rápido, porém tranquilamente pelos corredores vazios.
- Quantas salas... ainda temos... pela frente... ? - perguntou Gina ofegante, quando tentaram abrir a vigésima porta. - Só vamos achar essas duas ano que vem!
Mia petrificou. No momento exato em que se levantara depois de examinar uma fechadura, surgiu inesperadamente do alto da escada a professora McGonagall.
- Muito bom dia, professora! - disse Gina, falsamente animada.
Mia conservou o sangue-frio, fitando-a com fingido interesse. A professora ergueu as sobrancelhas, desconfiada.
- Vocês não deviam estar em Hogsmeade?
Gina tremeu atrás de Mia, porém a garota continuou olhando para a professora, como se fosse a coisa mais maravilhosa que já tinha visto.
- Ah, sim, claro, Hogsmeade... - disse Mia calmamente de um modo arrastado. Estava tentando ganhar tempo. - Mas nós não podíamos ir...
- Por quê não?
- É a Gina - ela apontou para trás, fazendo uma cara tristonha. - Ela está muito, muito doente...
- Não parece... Ela está perfeitamente bem.
Mia deu uma forte cotovelada nas costas de Gina.
- Cof cof! - Gina ofegou, com lágrimas nos olhos. - É, é gripe, professora... - mentiu ela, lançando um olhar maligno para Mia.
- Viu só? - explicou Mia. - E como eu sou uma amiga super dedicada, resolvi ficar aqui cuidando da Gina ao invés de me divertir loucamente com meus amigos. - disse ela, em tom que encerra a conversa.
- Com licença, professora , temos que ir... er... - hesitou Gina. -... No banheiro!!!!
E sem se despedirem da professora, subiram as escadas correndo, sem olhar para trás.
Mia estava se dobrando de tanto rir quando chegaram na próxima sala.
- Doeu, sua selvagem! - reclamou Gina, massageando as costas. Estavam de frente para a última porta a ser aberta.
- Deixa de ser frágil!
- Não enxergo nada - cochichou Gina, se encurvando para espiar pelo buraco da fechadura. - Tem chave aí. Elas devem estar nessa sala!
Mia mostrou uma vidraça no alto da velha porta. Gina entendeu e arrastou uma cadeira até a porta e as duas subiram, tentando se equilibrar. Uma vidraça daquelas podia ser empurrada, e as dobradiças estavam se soltando. Cedeu um centímetro, outro... era suficiente. Elas ficaram na ponta dos pés, espiando cada uma com um olho só pelo canto da vidraça.
- Bem, ali estão elas. - cochichou Gina. - Mas o que é que elas estão fazendo? Olha! A Hermione jaz sobre a mesa como se estivesse morta! Amanda arrancou os olhos dela!
- Psssst! Pára de besteiras - disse Mia, embora ela sempre pensasse em arrancar os olhos, antes de tudo. - Vamos ouvir...
Hermione afastou a manga das vestes do pulso. Já era a terceira ve que ela consultava seu relógio. Apenas meia hora havia passado. Trinta minutos que pareciam uma eternidade. Ela não suportava mais o silêncio. E hesitante, começou a falar:
- Ouça Amanda, preciso te dizer uma coisa...
Amanda não se mexeu. Não saía da sua cabeça o encontro com Rony de manhã mais cedo. As palavras dele...
- Eu daria a minha vida pela Hermione...
- Ouça, você precisa me escutar... Por favor! Eu não queria te machucar daquele jeito... Eu fiquei nervosa, o Rony...
- Eu daria a minha vida pela Hermione... - era aúnica coisa que Amanda escutava.
- O Rony é meu amigo, eu fiquei com... Ah, por que você disse aquilo pra mim?...
Amanda não respondia. Lágrimas teimosas vieram aos olhos de Hermione.
- Me diz alguma coisa! Grita comigo, faz o que quiser, mas não me despreze assim!
Amanda olhava fixamente para a areia que caía da ampulheta. Rony... porque estava tão triste se nem ao menos gostava dele? Foi um erro, pensou ela, acreditar que alguém se importaria comigo...
Ela ouvia a voz de Hermione como se tivesse a quilômetros de distância...
- Eu fui covarde... Você estava sem a varinha... - sussurrou Hermione. - Mas foi pelo que você disse, eu acho que não é mentira...
- Eu daria a minha vida pela Hermione...
Amanda olhava para a lereira, sem fazer um movimento sequer, parecia que nem estava ali.
- A culpa também não foi só minha... - disse Hermione, olhando para as mãos. - Sabe, a história de você e o Rony... Não sabia que vocês estavam juntos, eu ainda tinha esperanças, não desisti... Mas você disse que ele só gosta de mim como amiga...
Lentamente Amanda se virou, encarando-a com seus olhos azuis sérios, depois virou as costas e voltou a atenção para a lareira.
- Então você admite que gosta do Rony?
Amanda falou pela primeira vez, com a voz rouca, ainda de costas pra ela. Foi a vez de Hermione não responder.
- Por que você torna tudo tão difícil? - perguntou Hermione, ignorando a pergunta de Amanda. - Primeiro você fica quieta, agora... - ela hesitou, demorando alguns segundos antes de dizer, decidida: - Me desculpa, mas eu não vou desistir dele, se é o que você queria saber!
Amanda riu baixinho. Era verdade, então.
- Eu nunca fiquei com o Rony. Menti pra você. - Amanda disse com sinceridade, e se virou, agora encarando-a nos olhos. Hermione estava desconcertada. - Ai, ai... Você nunca me enganou, sabia desde o dia que entrei pra essa escola...
- Não tô entendendo nada! - cochichou Mia, nervosa apoiada na porta. - O que o seu irmão tem a ver com isso?
Gina estava igualmete chocada. Hemione e Rony? Mia estava tão ansiosa que esqueceu de segurar a vidraça.
A vidraça caiu com um estrépito que ecoou pelo corredor deserto. Vários caquinhos de vidro empoeirado cobriram o chão.
Gina e Mia desceram rapidamente da cadeira e olharam uma para a outra, espantadas.
- Besta quadrada! Por que não segurou a vidraça? - resmungou Gina em voz baixa.
- O que foi isso? - ouviu-se a voz de Hermione de dentro da sala.
- Já descobriram a gente, então vamos entrar! - disse Mia alegremente.
- Você tá doida? E se a professora voltar? - disse Gina nervosa. - Eu não quero ir...
- Não viaja, ela não vai voltar agora. - explicou Mia, impaciente. - Agora vamos esclarecer esse caso.
Mia abriu a porta seguida de Gina, que entrou numa decisão repentina. Hermione e Amanda olhavam para elas, impressionadas.
- Como vocês vieram parar aqui? - perguntou Hermione, quase não acreditando.
- Pela porta, ué - disse Gina. - Muito simples.
- Claro! - reforçou Mia. - Ou você acha que entramos voando pela janela?
- Vocês estão malucas!
- Por que? - peguntou Mia. - Foi um pedido da Vallery! Eu recusaria? - ela se sentou na mesa maior, quase derrubando a ampulheta. - Aquela garota já me tirou de muitas... ahn... situações embaraçosas... Então estou fazendo a boa ação do dia, salvando vocês! - concluiu dando um largo sorriso. Gina sentou-se ao seu lado.
- Podem continuar a conversa! - disse Gina inocentemente. - Nós não estamos aqui, é alucinação de vocês...
Amanda e Hermione se entreolharam, mudas.
- Vocês são mesmo dois bichos esquisitos! - disse Mia agitando a longa trança do cabelo loiro e castanho. - Por que é que complicam tanto a própria vida? Já estão sentadas aqui dentro quase uma hora e ainda não se entenderam. E por que não? Porque fazem de tudo uma tragédia!
Amanda não disse nada. O corte em seu peito ainda ardia.
- O que você quer dizer com isso, Mia? - peguntou Hermione, olhando tristemente para o chão. - Se você quer realmente me ajudar, por que não faz isso?
- Ok, Mione - pontuou Mia. - Mas sozinha não vai dar! Você tem alguma idéia? Mandy, posso te chamar assim?
Amanda afirmou com a cabeça. Mas ainda olhava fixamente a lareira, como se quisesse que a solução saísse rebolando do fogo.
- Vocês são muito parciais - disse Amanda baixinho para Gina e Mia.
- P-a-r-c-i-a-i-s? - falou Gina esticando as letras. - Como assim?
- É - acrescentou Amanda. - Alguma de vocês veio aqui pra me ajudar?
- Não - falou Mia com sinceridade. - Você também não nos pediu...
- Está vendo? - Amanda andava triste desde a briga com Rony. - E a Hermione te pediu ajuda?
- Também não - disse Mia de um jeito tímido que Amanda nunca vira nela. - Eu prometi pra Vallery que viria aqui, mas ela não disse a quem ajudar. Conhecemos Hermione faz muito tempo, então pensamos nela como prioridade...
Amanda deu um soluço audível. As palavras de Rony..." É que eu conheço Hermione há tantos anos, você chegou aqui não faz nem três meses... É a convivência, entende?" Não, ela não entendia. Mia veio lentamente e se sentou ao lado dela.
- Ei, Mandy... - Mia falou de um jeito que só ela poderia ouvir. - Também vamos tirar você dessa detenção... Não achou que te deixaríamos na mão, achou? Você parece ter conquistado a simpatia de Vallery, mas não sei como conseguiu, ela não é muito... muito acessível... Mas enfim, quer a minha juda? De amiga, promete que você e Hermione vão se entender, pelo menos na aparência?
- Como assim, na aparência? - perguntou Amanda. - Você quer dizer... Mentir?
- Isso! - Mia parecia encantada. - Bem, uma mentira sincera é melhor que uma verdade que machuca, certo?
- Vocês vão dizer que estão bem, se entenderam mas não querem ser amigas, infelizmente... - explicou Gina, que estava ao lado de Hermione. - Tudo bem assim?
Hemione e Amanda concordaram, sem se olhar.
- Bem, tudo resolvido!!! - disse Mia alegremente, agora subindo em cima da mesa. - E para animar esse clima de filme de suspense, tenho uma ótima notícia pra vocês!
- O quê? - perguntou Gina, curiosa. - Há alguma coisa que eu não sei?
Mia sorriu marotamente para elas.
- Titio Slughorn está organizando um baile. Quem quer ir?
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