A cor do céu em dias de chuva
“Cada minuto a partir deste agora
Podemos fazer o que gostamos em qualquer lugar
Eu quero tanto abrir seus olhos
Porque eu preciso que você olhe nos meus. ”
_Você poderia ter sido feliz.
Era tudo que ele conseguia ouvir agora, naquele lugar cheio de pessoas gritando e lutando. Era tudo o que ele conseguia sentir, o poder daquelas palavras, ao invés dos machucados em seu corpo.
Como poderia ignorá-la? Ela andava por aí como se fosse inalcançável, tinha a resposta antes mesmo de lhe fazerem a pergunta.
Seus olhos cinzas olhavam pra ela contra sua vontade. Quando ele se dava conta já estava reparando em como seus cabelos ficavam com diferentes tons de vermelho no sol e em como as sardas ao invés de deixá-la feia, a deixava mais angelical.
Mas ele tinha que admitir, de angelical ela não tinha nada. Draco percebeu isso quando ela começou a devolver seus olhares, com seus olhos cor de chocolate, tão intensos quanto os dele.
Em algumas semanas, ele já estava completamente doente. Porque era assim que Draco via o amor, como uma doença sem cura. Não que ele estivesse amando, em todo caso.
Ela estava sem o Potter para adorar, já que ele não aparecera em seu último ano de escola. Estava sem seus tantos irmãos e sem a Granger. Adoravelmente sozinha.
E foi por essa razão que Draco decidiu seguí-la, enquanto ela ia sozinha para o corujal. O mais patético, Draco pensou, não foi ele seguí-la, mas vê-la chorando com uma carta.
_Harry... – A ouviu murmurar, apertando a carta contra o peito. Como ele disse, patético.
Certo, se ela queria chorar pelo Potter, não seria ele que iria consolá-la. Então, decidido a esquecer toda aquela história, Draco começou a descer as escadas.
_Malfoy? – Ela chamou completamente confusa.
_O que é? – Perguntou Draco, quase que surpreso em ouvir seu nome e virando de frente para Gina, decidido a não deixar transparecer nada.
_O que você está fazendo aqui?
_Isso é um corujal, Weasley. O que acha que eu estou fazendo aqui? Tomando banho?
_Sua educação me comove, Malfoy. – E dizendo isso, Gina saiu. Deixando um Draco completamente irritado pra trás. O mais engraçado é que agora, Draco sabia que aquilo tinha sido o começo de tudo.
Nos dias que se passaram Draco quase não viu Gina. Eles não tinham aulas juntos, nem tinham os mesmos corredores juntos.
Aquilo irritava Draco, não que ele admitisse é claro. Mas não tinha problema em deixar transparecer sua falta bom humor.
_Foi quando eu virei pra ele e disse: “Você está com ciclete na suas calças!” – E Crabbe desatou a rir. – Entendeu? Ciclete nas suas calças! - E começou a rir de novo, caindo da cadeira, fazendo todos rirem. Draco se sentiu extremamente bem com isso.
No intervalo das aulas, depois do almoço, Draco foi para a torre de astronomia. Adorava ir lá, principalmente em dias de chuva, como aquele.
Dias de chuva, para ele, eram mal interpretados. Quase ninguém gostava deles, por não poderem sair para fazer qualquer coisa idiota que aquelas pessoas da escola gostavam de fazer. Mas quem gostava, na opinião de Draco, sabia que era a coisa mais maravilhosa do mundo.
Chegando à torre, sentou-se em seu lugar habitual, onde podia ver ficar longe da chuva, mas vê-la perfeitamente, caindo no lago negro, molhando as árvores e os campos.
Alguns minutos depois, Draco ouviu passos. Levantou-se rapidamente, se perguntando quem estaria fora do salão comunal num frio daqueles.
_Ah... – Disse a garota, em meio ao susto e o descontentamento. – É você... Pode deixar, eu vou embora.
_Certo. – Disse Draco simplesmente. Gina se irritou, quem aquele garoto achava que era?
_Bom, agora não vou mais. – Disse Gina decidida. – Você não é o dono de Hogwarts, é?
_Eu disse alguma coisa, garota? Você que disse que ia embora! – Disse Draco ofendido.
_Exatamente! – Disse Gina, sentando-se no lugar de Draco logo em seguida.
_Hey, cai fora daí! – Disse Draco irritado. – Esse é o meu lugar!
_Então quer dizer que o Malfoy fica olhando a chuva? Que romântico. – Disse Gina sem entusiasmo.
_Quem disse que eu estava olhando a chuva? Que coisa mais estúpida! Eu estava esperando uma garota. – Disse Draco levantando a sombracelha.
_Ah, certo. Então vá procurar outro ponto de encontro porque esse é meu lugar! – Disse Gina.
_Seu lugar? Você não é dona de Hogwarts, é? – Disse Draco com um sorriso debochado.
_Muito engraçado. – Disse Gina sem olhá-lo. Draco percebeu que ela olhava pra chuva como ele olhava.
_Eu não vou ficar esperando a minha garota em pé! Chega mais pra lá! – E Draco empurrou Gina, sentando ao seu lado. – O que você está fazendo aqui, afinal?
_Isso é uma torre de astronomia, Malfoy. O que você acha que eu to fazendo aqui? Escrevendo uma carta? – Disse Gina ainda sem olhá-lo.
_Olhando a chuva. – Disse Draco olhando para o Lago. Gina finalmente o olhou, estranhamente.
_Sim. – Disse Gina finalmente, voltando a olhar o Lago. Nos próximos minutos, ninguém falou mais nada. A chuva engrossou, mas nenhum dos dois se importou. Draco se sentiu estranho. O que seu pai diria de ele estar sentado olhando a chuva com uma Weasley? Mas ao mesmo tempo, sentia-se extremamente confortável.
_Sabe o que eu acho?
_O que?
_Sobre a chuva... – Disse Gina e Draco a olhou. – Eu acho que ela é mal compreendida. Sabe por que vim aqui? Todas as minhas amigas estavam reclamando porque o passeio para Hogsmead foi cancelado por causa da chuva... Como elas podem reclamar de uma coisa dessas? As pessoas se enfiam em seu próprio mundo, e esquecem que existem coisas tão simples, mas extremamente maravilhosas. – E Gina olhou para Draco. – Quase ninguém gosta de dias de chuva, mas quem gosta, sabe que é a coisa mais maravilhosa do mundo.
Draco sentiu uma coisa extremamente estranha em seu estômago. Gina estava linda, seus cabelos balançavam com o vento com pequenas gotas de chuva. E ela estava tão perto que ele podia sentir seu hálito quente bater em seu rosto.
A próxima coisa que ele fez, pensando agora, foi a maior burrada de sua vida. E também a coisa mais maravilhosa que já lhe aconteceu.
Draco a beijou. Simples assim. E não foi nada nojento, como ele falava pra quem quisesse ouvir. Beijar uma Weasley? Prefiro beijar um trasco, são menos nojentos!.
Pelo contrário, beijá-la era sufocante e insuficiente. Quanto mais ele a beijava, mais ele a queria. Mas assim como começou, o beijo acabou.
Gina abriu os olhos e o olhou, sua boca estava tão vermelha que Draco quis beijá-la de novo, mas não podia, não agora.
Ela sorriu e se levantou, indo a direção ás escadas. Não sem surpreender Draco, de novo.
_Limpe os lábios, não vai querer que a sua garota te veja com batom. – E foi embora.
Draco sorriu, mesmo sabendo que era a coisa mais estúpida que fizera. Fechou os olhos, ainda podia sentir seu gosto, misturado com o cheiro de chuva.
No dia seguinte, Draco só pensava em vê-la. Tinha que encontrá-la e tê-la em seus braços de novo, mesmo isso soando extremamente patético.
Mas Draco não a viu. Nem na hora do almoço, nem na troca de aulas, nem no jantar. Decidiu ir andar um pouco pelo castelo, a chuva ainda caia lá fora, como se o mundo pensasse como ele.
Passou pela sala precisa, onde no quinto ano havia sido formada a “Armada de Dumbledore”, Draco pensou debochadamente. Lembrava-se também que tinha feito de tudo para descobrir Potter e seus amigos, mas ele não se lembrava o por que.
Draco achava aquela guerra muito estúpida. Aquilo era entre Voldemort e o Potter, porque ele tinha que perder sua vida por isso?
Draco se lembrava que desde pequeno, seu pai sempre falara sobre o Potter. Em como o Potter salvou o mundo bruxo derrotando Voldemort com apenas um ano, em como ele teria que derrotar Potter muitas vezes para ser melhor e em Potter sempre seria melhor que ele.
Quando Draco viu o Potter pela primeira vez, ele ouviu tudo que seu tinha lhe dito, dentro de sua cabeça. O odiava, com todas as forças.
Mas agora ele sabia, o Potter não era ninguém importante pra ele.
Draco continuou a andar pelo castelo, olhando a chuva bater fortemente nas grandes janelas. Decidiu ir á biblioteca, quem sabe não teria algum livro interessante para passar o tempo.
Chegando à biblioteca, Draco percebeu que havia só mais uma pessoa lá. A Weasley estava abaixada, lendo um livro concentrada. Hora ou outra colocava os cabelos atrás da orelha e escrevia algo no pergaminho.
_Ora ora, não é que Grifinorios estudam mesmo? – Disse Draco debochadamente, sentando confortavelmente numa cadeira á frente de Gina.
_O que você quer Malfoy? – Perguntou Gina sem olhá-lo.
_O que acha que eu quero? – Perguntou Draco olhando pra Gina.
_Não tenho idéia. – Disse a garota ainda sem olhá-lo.
_Primeiramente eu quero que olhe pra mim. – Disse Draco sério. Gina não o olhou.
_O que é isso, Malfoy? Ficando emotivo agora?
_Olhe pra mim.
Gina finalmente o olhou relutante. Draco sabia que ela não queria olhá-lo por medo, porque o olhar era tão importante pra ela quanto pra ele.
Os olhos dela eram lindos, Draco não pode deixar de pensar. Resolveu chegar mais perto, tinha que chegar mais perto. Inclinou-se na mesa, ficando á centímetros de Gina, que não conseguia desviar o olhar daqueles olhos cinzas.
_Sabe o que eu quero agora? – Sussurrou Draco. Gina balançou a cabeça levemente, sentindo a respiração de Draco em seus lábios. – Quero você. – Dizendo isso, Draco a beijou como nunca havia beijado uma garota.
Precisava dela, precisava sentí-la. Mas havia um obstáculo, literalmente falando, uma mesa inteira. Draco parou o beijo, fazendo Gina reclamar baixinho. Sorrindo, ele se levantou e pegou Gina pela mão, sem falar nada.
Os dois foram em direção as estantes de livros e mal chegaram perto das estantes, Draco jogou Gina contra parede, fazendo-a tomar um susto.
_Malfoy, o que...
_Cala a boca, Weasley. – Disse Draco grosseiramente, para logo depois beija-la intensamente.
Nos dias que se seguiram, tudo aconteceu muito rápido. Gina nem se assustava mais em ser surpreendida por Draco, quando ela estava andando sozinha, e ser levada para uma sala vazia para mais uma seção de amasso, não que ela estivesse reclamando, é claro.
Mas porque ele tinha que ser tão grosso? Nunca falava coisas bonitas pra ela, ou falava alguma coisa. Na verdade não havia tempo de falar nada, ele sempre a agarrava e a fazia ficar quieta. Até que isso a enjoou.
Tinha marcado com ele 9:30 na sala de DCAT, que á essa hora e com aquela chuva, estava completamente vazia.
Mal ela entrou na sala, ele a agarrou e a empurrou contra a porta, fechando-a.
_Malfoy, para fechar a porta você pode utilizar a mão, viu? – Disse Gina tentando se controlar. Ele estava realmente muito perto.
_E qual seria a graça disso? – Disse ele sorrindo, como só sorria para ela e isso foi o que mais dificultou ela a ficar longe dele. Gina se soltou dos braços de Draco, tentando ficar longe, virando de costas para ele.
_Qual o problema? – Perguntou Draco cruzando os braços, encostando-se á uma mesa.
_Já reparou que quando nos encontramos, está sempre chovendo? – Disse Gina séria, sem olhá-lo.
_Já. E já reparei que quando você quer falar sério comigo, você nunca me olha nos olhos.
_O que estamos fazendo, Malfoy? – Perguntou Gina, ignorando o comentário de Draco, ainda sem olhá-lo.
_Se chama dar uns amassos, Weasley. – Disse Draco debochadamente.
_Você nem ao menos me chama pelo primeiro nome...
_Você também não! – Disse Draco se defendendo.
_O que vai acontecer depois? Quando essa guerra estourar? Estamos em lados opostos, Malfoy.
_Sim Weasley, estamos.
_Abra os olhos, Malfoy. Você sabe que está errado.
_Eu não vou mudar de lado por você, Weasley. – Disse Draco sério. – Olhe pra mim.
_Você nunca faria nada por mim, Malfoy. Então, porque estamos fazendo isso? – Ela perguntou mais pra si mesma do que para Draco.
_Olhe pra mim.
_Nós não podemos fazer isso, Malfoy. Não tem porque, tudo isso foi uma loucura e...
_Olhe pra mim, Weasley! – Disse Draco mais alto do que gostaria, agarrando Gina e virando-a de frente pra ele. – Nós não precisamos pensar no futuro. – Disse Draco baixo.
_Claro que precisamos Malfoy. – Disse Gina chorando. – Não temos um futuro juntos, graças a você.
_Eu não posso abandonar minha família por sua causa, Weasley! – Disse Draco tentando fazer Gina entender.
_Por favor, Draco, abra os olhos. – Disse Gina suplicante.
_Meus olhos nunca se abrirão Ginevra, eu nunca tive esse direito. – Disse Draco soltando-a, passando a mão nos cabelos quase brancos.
_Mas é sua vida, não deixe que eles mandem nela! – Berrou Gina, chorando desesperadamente.
_É a minha vida, não vou deixar você mandar nela! – Berrou Draco de novo, ficando vermelho.
Gina se virou, colocando as mãos em seu rosto. Não queria encará-lo e ela sabia que ele sabia o por que. Gina enxugou as lágrimas, decidida.
_Você poderia ter sido feliz. – Disse Gina, saindo logo em seguida. Deixando um Draco sem resposta, pela primeira vez na vida.
No dia seguinte, a guerra estourou. Comensais invadiram a escola atrás de Harry Potter. Todos falaram que ele não estava lá, mas ele estava.
O Potter foi atrás de alguma coisa na escola, e Draco sabia o que. Era uma das Horcruxes de Voldemort. E com isso, a guerra aconteceu em Hogwarts.
Draco precisava encontrá-la, sabia que ela estava em perigo, sentia isso. Saiu correndo em direção á escada, pulando um ou dois corpos desmaiados, ou até mortos pelo caminho, sem olhar pra atrás.
Foi quando a viu, estava chamando por um dos seus irmãos, que certamente havia se ferido na guerra. Draco parou, ela estava bem. Não queria chegar perto, não depois da discussão deles.
Mas quando Draco ia embora, algo aconteceu. Um vulto apareceu silenciosamente atrás de Gina, e Draco a reconheceu na hora.
_Sabia – O vulto disse – Que sua mãe acertou um dos meus lá atrás? O que seria pior pra ela? Morrer ou ver a filha morta?
Gina gritou com o susto, virando e pegando a varinha o mais rápido que pode.
_Bellatrix Lestrange. – Disse Gina não deixando transparecer o medo em sua voz. – O que vai fazer? Torturar-me até me enlouquecer? Acho que você deveria mudar de tática, fofa.
O sorriso de Bellatrix se transformou numa expressão de ódio, foi aí que o coração de Draco gelou.
_Quem você pensa que é pra falar assim de mim, sua traidora de sangue? – Disse Bellatrix com ódio.
_Sabia que seu tão amado Lord é um mestiço sangue-ruim? Sabia que eu sou mais pura do que ele?
Draco abriu a boca, aquela garota era louca? Ele tinha que fazer algo. Fez a primeira coisa que passou em sua cabeça.
_Tia! – Chamou Draco, Bellatrix o olhou.
_O que você quer garoto? Titia está ocupada, não está vendo?
_O... Lord está procurando você por todo lugar.
_Ele já está aqui? – Perguntou Bellatrix de súbito.
_Está. – Disse Draco simplesmente.
_Eu já vou, eu só preciso acabar com essa fedelha. – Gina segurou sua varinha mais forte, sabia que não tinha chances, mas Draco estava lá.
_Não posso perder tempo com você... Então, Avad...
_Petrificus Totalus! – Gritou Draco. O corpo de Bellatrix caiu no chão, imóvel.
_Corra Weasley, corra! – Disse Draco pegando Gina pela mão, correndo para fora do castelo. Gina nunca correu tanto na vida, não sabia para onde estavam indo, mas confiava em Draco.
Draco parou de súbito, respirando com dificuldade. Estavam aos arredores da floresta proibida.
_Se ela me achar... Ela vai ver que eu traí minha família. – Disse Draco pra si mesmo. – Vai ver que eu mudei de lado.
_Você mudou de lado? – Perguntou Gina, também respirando com dificuldade.
_Não Weasley, eu petrifiquei minha tia pra fazer uma surpresa. – Disse Draco debochadamente. Gina sorriu, mas logo depois sentiu seus cabelos arrepiarem. Bellatrix Lestrange estava procurando-os, e sem saber, ia em direção á eles.
_Como ela se livrou do feitiço tão rápido? – Perguntou Gina assustada.
_Eu sei lá, sempre achei ela estranha. Corre. – Disse Draco, puxando Gina mais uma vez. Bellatrix ouviu os dois correndo, e começou a correr atrás deles.
_Draco? – Chamou Gina. – Nós estamos indo pra...
Mas Draco não disse nada, segundos depois eles chegaram aos arredores do Lago, em frente aos portões de Hogwarts.
Draco se assustou, haviam gigantes, dementadores e muitos comensais por aquele lugar. No centro da luta estavam Harry e Voldemort.
_Gina! – Alguém chamou. – O que..? Solta ela seu desgraçado! – Era Ron, que puxou Gina pra longe de Draco.
_Sai daqui, idiota! – Disse Draco tentando puxar Gina.
_Ron, me solta! – Gritou Gina esperneando. – ME SOLTA! Draco! Atrás de você!
Draco olhou para trás, a tempo de ver sua tia saindo de trás de uma árvore.
_Ora ora, então quer dizer que o certinho se rebelou? – Disse Bellatrix com um sorriso demoníaco. Draco procurou sua varinha, para ter certeza que ela havia caído.
_Procurando isso? – Disse Bellatrix com a varinha na mão. – Que peninha... Vou ter que matar você... Mas quando minha irmã souber o que você fez, ela vai me agradecer. Quem diria, um Malfoy envolvido com uma Weasley. Que nojo, não?
_DRACO! CORRE DRACO! – Gritou Gina, tentando chutar o irmão que tentava levá-la para trás de uma árvore. – Me solta Ron! Me solta!
_Não solte ela! – Disse Draco, virando para Ron, sabendo que a próxima vitima de Bellatrix seria Gina. – Então titia, sempre achei que você falava demais e fizesse de menos.
Gina sentiu seu estomago despencar, ela iria matá-lo se ninguém fizesse nada.
_Ora, seu! Eu não vou te matar... A princípio. Que tal um duelo digno. Eu com duas varinhas e você sem... Crucio! – E Draco caiu no chão, gritando de dor.
_DRACO! DRACO! – Gina gritou, tentando se soltar de Ron, que prendia ela.
_Ela vai te matar, entendeu? – Disse Ron, tentando segurá-la.
_Ele me salvou... Eu não posso abandoná-lo... Os gritos... DRACO! – Gina se soltou de Ron, a tempo de ver o que veio a seguir.
_Sectusempra! – Gritou Bellatrix, fazendo cortes surgirem em todo corpo de Draco, que caiu no chão. Gina correu o mais rápido que pode em direção á Draco. Não podia suportar mais ouvir seus gritos.
_Sectusempra! – Gritou Bellatrix de novo, fazendo o coração de Gina congelar. Draco gritou ainda mais, Gina ajoelhou ao seu lado.
_Deixe ele em paz! – Gritou Gina, chorando, colocando a cabeça de Draco em seu colo.
_Ele já eras, Weasleyzinha. – E Bellatrix saiu em direção á Voldemort. – Eu ainda te encontro...
_Draco... Fala comigo. – Disse Gina acariciando seu cabelo ensangüentado. Seu rosto estava todo desfigurado, as mãos e roupas de Gina em poucos minutos ficaram cheias de sangue. Em toda a parte, as pessoas gritavam feitiços, Gina podia ouvir a voz de Harry em meio à multidão.
_O que você ta fazendo? – Perguntou Ron. – Vamos sair daqui, estamos no meio da guerra! – Gina não ligou, só queria que Draco abrisse os olhos. Foi quando ele abriu.
_Eu discordo de você. – Disse Draco com dificuldade, quase que sussurrando, olhando para Gina. – Eu fui feliz, Gina. Com você. – E dizendo isso, Draco sorriu, fazendo Gina sorrir.
Mas logo depois, o sorriso de Draco sumiu.
_Por favor Draco, não feche os olhos... Eu preciso deles... Para olharem nos meus. – Disse Gina suplicante, chorando.
Draco não tinha forças pra fazer nada, precisava de Gina, mas sabia que não podia mais. Fechou os olhos, sentindo algumas lágrimas de Gina cair sobre seu rosto. E foi assim que Gina nunca mais viu os olhos cinzas, que Draco nunca mais viu os olhos cor de chocolate.
_Draco? Por favor, Draco. Eu te imploro! – Gritava Gina, balançando o corpo imóvel de Draco.
_Gina, vamos sair daqui. – Disse Ron desesperado, não entendendo nada.
_NÃO! EU NÃO VOU DEIXÁ-LO! – Disse Gina agarrando o corpo de Draco.
Naquela hora, Gina ouviu a voz de Harry dizer a maldição da morte. O corpo de Voldemort caiu silenciosamente no chão. A guerra havia terminado.
_Gina, nós precisamos sair daqui! – Gritou Ron, em meio á tantos gritos.
_Não... Draco... Não... Não... – Disse Gina baixinho, balançando-se levemente. Ron não sabia o que fazer, em todo lugar havia comensais e dementadores fugindo, os professores e Grope tentavam espantar os gigantes. Uma luz verde passou á centímetros de Ron e Gina.
_Desculpe por isso Gina. – Disse Ron, mas Gina não lhe deu atenção, estava chorando baixinho. – Estupore!
E Gina caiu desmaiada no chão, largando o corpo de Draco. Lembrava-se de uma ou duas coisas daquele dia. Acordou na Ala Hospitalar, com sua família e Harry ao seu redor. Fred morreu, fazendo Gina chorar por dias. Soube que sua mãe matara Bellatrix e que o corpo de Draco fora enterrado por Lucius e Narcisa.
_Eu sinto sua falta. – Disse Gina colocando uma única rosa branca no túmulo de Draco. Nele, podia-se ler “Filho amado”. – Talvez eu estivesse errada sobre sua família, afinal. - Porque tudo teve que ser tão difícil para nós? – E dizendo isso, Gina foi embora.
Agora, sentada na varanda da Toca, olhando a chuva, Gina não podia deixar de pensar em como houve tanto tempo perdido para ela e Draco. Mas que o tempo que houve, foi o mais maravilhoso de sua vida.
_Não é possível! – Disse Draco se defendendo. – Tem que ter algo que você gosta em mim!
_Hum... – Disse Gina, aconchegando-se mais ao peito de Draco, aproveitando as poucas vezes que conversavam. – Talvez uma coisa...
_Sabia! – Disse Draco divertido. – O que?
_Seus olhos. – Disse Gina simplesmente.
_Por quê? – Perguntou Draco curioso.
_Porque eles são da cor do céu, em dias de chuva.
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