Tentativas
Início da semana do dia das bruxas.
Não apareci no salão principal, para o café da manhã. Não estava com fome e queria ver a decoração do castelo. Cada ano era mais surpreendente. Passeava sem direção, olhando as caveiras penduradas por toda a extensão dos corredores, as abóboras que falavam sem parar e as teias de aranha que cobriam todos os cantos. Distraída, não vi que alguém se aproximava.
- Tarin.
Assustei-me.
- Maria! Tudo bem com você?
Abraçou-me, sorrindo.
- Saudades de você florzinha. Estou ótima e você? E as meninas?
- Estou, estamos todas bem. Por que você sumiu desse jeito? Não vemos você nem pelos corredores mais.
- Estou procurando evitar brigas com Tomme. Não me olhe assim, não me tornei submissa, mas, meu docinho de coco, eu o amo demais.
- Demais para que?
- Para fazer a escolha, entende flô?
- Escolha? Entre nós ou ele? Nunca pediríamos isso, você sabe.
- Claro que sei. Mas sei também que, se continuássemos como estávamos, ele logo me pediria isso. Decidi esperar um tempo, deixar as coisas se acalmarem. Mas também amo você, a Hav minha docinha, a Ali e toda a sua energia concentrada no trabalho e a gravidinha do grupo, Niie. Como amo todas vocês! Não sei nem como dizer. Não poderia viver sem “as marotas” por muito mais tempo.
- Só você Maria, com esse coração imenso aí, para saber acolher a todos. Eu entendo você, não que concorde, quero deixar isso bem claro, mas entendo. E as meninas com certeza entenderão também.
Ela sorriu. Olhando bem aquele rosto, tão doce e amigo, percebi o quanto era importante escutar aquele gostoso sotaque, o quanto era bom tê-la como amiga:
- Você faz muito falta. Estou feliz por poder falar com você e nunca abriria mão disso, nem que você me implorasse, nunca a deixaria em paz. Eu te amo demais para isso.
- Minha flôzinha! Vamos à velha ponte no fim da tarde. Preciso ver aquelas meladinhas.
- Eu as chamo. Vai falar algo ao seu namorado?
- Ó flô, ele não me deixaria ir, mas hoje, nem que ele me amarre, estarei na velha ponte no fim da tarde.
Sorri.
- Então, nós vemos mais tarde.
Subi até o quarto andar. Havenna estava ensaiando com AS MARUXAS. Entrei no grande salão que Dumbledore concedera para os ensaios das garotas, queria escutar. Alicia ocupada com os preparativos da festa veio me cumprimentar apressada:
- Tudo bem Tarin? Não te vi no café.
- Tudo bem sim. É... A Maria quer nos ver ao anoitecer na velha ponte.
- Ah! Que bom. Já estava com saudades dela.
- Eu também, mas, vá lá, não quero te atrapalhar.
Hav fez sinal para que eu esperasse um pouco, vi Tiago e Sirius conversando no canto das arquibancadas, respirei fundo, e fui até lá.
Ficamos conversando durante algum tempo. Sirius falava normalmente comigo, como se não soubesse que era apaixonada por ele. Tiago estava diferente, já não falava de Havenna como antes, agora a tratava com uma amiga o que a deixava muito feliz.
A música continuava, mas Hav veio falar conosco. Sentou-se do lado de Tiago que pos a cabeça em seu colo, mas não com “segundas intenções” como antes. Era uma das músicas que ela tinha preparado para o sábado de dia das bruxas, onde, realizando um grande sonho, cantaria na grande festa preparada todos os anos na escola. O tempo que estava ali, só podia me imaginar dançando com Sirius e, a cada música que iniciava, sentia uma enorme vontade de beijá-lo. Já não suportando aquela situação, inventei qualquer desculpa para sair dali, estava me levantando, mas Hav me segurou:
- Espere, preciso falar com você. Pode ser?
- Tudo bem. – disse sem emoção
Hav levantou-se e me puxou.
- Até mais garotos.
- Nos vemos mais tarde.
Levou-me até a velha ponte, ponto de discussões das “marotas”.
- Tata, eu estava pensando, sabe né, vendo a maioria dos meus sonhos se realizando, minha banda fazendo sucesso e todo o blá-blá de quem está se sentindo realizada, mas, esse é realmente o problema, não estou me sentindo realizada.
- Não?
- Não mesmo.
- Tudo bem, isso já é um velho assunto nosso, a questão é: o que vamos fazer?
- Justamente Tarinzinha, esse assunto é velho, mas a resposta é completamente nova. O que fazer? É óbvio! Ao invés de nos escondermos em grupos de apoio do tipo “Quassa: quem ama sem ser amado”, vamos à luta, vamos partir pra cima. Já que nos esconder não deu nenhum resultado vamos tentar algo diferente, ou seja, vamos lutar!
Havenna tinha um triunfante sorriso estampado e seus olhos verdes brilhavam.
- É fascinante e ao mesmo tempo tolo! Na teoria pode parecer algo fácil, mas como vamos exercer isso na prática?
- Chega de perguntas Tarin. Eu quero ação! – ela segurou meu braço, chacoalhando-me – Vamos investir no que sonhamos e no que queremos! Eu quero Lupin mais do que a vida e ao que percebo sente ao mesmo em relação ao Black. Ficarmos choramingando pelos cantos, desabafando, pagando mico de todos saberem de quem gostamos e somos ignoradas - estremeceu sutilmente – Não adiantou nada! Estamos no mesmo lugar que estávamos no início do ano, nem mais perto nem mais longe, o que se torna pior... Se pararmos para pensar estamos piores, pois nos relacionamos com outras pessoas, envolvendo-as mais nesse joguinho sem atitudes. Eu não quero mais isso, não quero ser essa pessoa fraca e sem coragem que me tornei desde que comecei a sentir, desde que comecei a amar, AMAR REMO JOHN LUPIN!
Eu a observava, e a cada palavra dita me sentia encorajada e cada vez mais convicta, senti o que ela estava querendo e percebi o quanto era importante ter acordado para aquilo. Respirando fundo depois de falar sem parar, continuou:
- O que você acha?
- Estou com você! – peguei na mão dela – Obrigada por me acordar. Eu não sei como ou quando, mas Sirius Black vai perceber que me ama o quanto eu o amo e vamos ser felizes para sempre. Você e Remo vão ser os padrinhos!
Ela ria, com os olhos meio marejados, após algum tempo, em que especulamos sobre nosso futuro, percebi que sim, seria maravilhoso, mas que me custaria caro, mas, depois de tanto tempo, estava disposta a pagar o preço.
- Quando iremos começar?
- Agora mesmo.
- Já sabe o que fazer?
- Sei sim. E você?
- É difícil, mas, sim, sei sim.
Ela sorriu.
- Nós vemos mais tarde.
Virou, jogando seus longos cabelos negros, e seguiu triunfante em direção ao castelo:
- Hav espere!
Virou-se novamente, me encarando fundo nos olhos, o que me fez estremecer e sentir coragem de enfrentar meu medo de magoar fosse quem fosse:
- O que foi?
- Maria quer nos ver, no fim da tarde.
- Estarei aqui.
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Remo estava sentado, embaixo de uma alta árvore, lendo um dos seus livros. Quando me aproximei olhou em meus olhos e sorriu. Segurou minha mão a qual eu puxei bruscamente, estava decidida e de uma vez por todas iria acabar com a situação ridícula em que nos encontrávamos. Ele logo percebeu, pelo meu ato, o rumo de nossa conversa, ele já sabia os indícios, pois não fora nem uma nem duas vezes que a tivemos.
- Branquinha. – respirou fundo – O que aconteceu?
- Me poupe Lupin. Você e eu já sabemos o que aconteceu, ou melhor, o que acontece.
Ele se irritou com o meu modo de falar, tornou isso evidente com sua inquietação, fechou os olhos por alguns instantes e disse extremamente cínico:
- É, sei sim. Mas não me preocupo mais, sei que daqui a um dia, dois, uma semana ou quando o vento mudar de direção ou quando mudar a lua você vai voltar pra mim. – vendo que não demonstrei nenhuma reação com o seu “desabafo”, continuou – assim que não agüentar mais a rejeição, assim que não suportar mais a solidão estará comigo. Irei sofrer até isso acontecer, mas logo terá fim.
Olhei para ele, um garoto lindo, inteligente e simpático. Aonde chegara? Falando barbáries para a garota que dizia amar. Fez despertar em mim um desprezo profundo, ver aquele, que com certeza um dia seria um grande bruxo, não ter coragem, não dizer o que pensava aos berros, não investir no que acreditava não ser rude e mesquinho e não me dar um tapa; desprezei-me também.
Mais fria possível, em um momento que não sentia nada além do desprezo continuei:
- Não precisará ficar aí, plantando, esperando como você sempre faz Lupin. Se pensa que volto por medo da solidão ou rejeição, prefiro mil vezes ela a você. Percebi isso nesse exato momento, sabe, elas são mais excitantes que você. Ao menos despertam em mim outro sentimento que não seja a pena, dó.
Ele me olhava com os olhos cheios de lágrimas:
- Me perdoe Tarin! Não sei por que disse aquilo, não quis ofendê-la. Você é minha vida, a coisa mais importante pra mim. Não fique magoada comigo, eu posso te esperar pro resto da vida se for necessário.
- Não seja patético Lupin! Disse aquilo porque tem sangue correndo nas veias. - suspirei – Cansei de repetir mil vezes o que nós dois já sabemos, então, vamos ser diretos. Eu sempre quis tê-lo como amigo, como sempre fomos até você vir com essa bobagem...
- Não é bobagem meu amor...
- Por favor, Remo. Até vir com essa bobagem de que me ama sempre nos demos tão bem e você sempre foi importante para mim, mas, acaba de estragar tudo. Na verdade foi um longo processo até chegar ao que sinto agora, eu te usando e você se permitindo usar, você não é fraco, você se faz fraco o que mais me enoja.
- Desculpe! Não vou mais ser fraco, prometo a você.
- Cala a boca! Não agüento mais. – respirei fundo, passando do total desprezo a irritação máxima - Como estava falando, éramos amigos, já não somos mais e não poderemos mais ser depois de tudo... De todas as besteiras que fizemos nesse relacionamento, se é que pode ser chamado assim, para mim foi mais um jogo, não podemos ser mais nada. NADA. Não restou nada e eu não quero mais te usar e não quero mais que você seja isso o que se transformou. Eu quero que o velho Lupin volte.
- Ele vai voltar você vai ver, e no fim tudo irá se ajeitar.
- Não, mesmo que ele volte, eu não vou ver. Remo, Lupin eu não quero mais falar com você. Não quero mais ver você não quero mais nada que diga respeito a você. Nunca. Nunca mais.
“Nunca diga nunca, você pode se arrepender”.
Lágrimas escorriam sem parar de seus olhos, sua dor era profunda e verdadeira, uma ferida antiga que eu cutucava sem querer ou sem querer saber. Um aperto no meu peito, tive que conter o choro.
É claro que queria sua amizade, mas, se não era possível conciliá-la com a tão esperada conquista do grande amor, não tive duvidas, optei por Sirius. Talvez mais tarde fosse pesar mais esse ato, fosse remoer a escolha, mas nunca escolhemos o mais fácil, talvez seja da natureza humana. Nas noites, em que chorei horas seguidas, lembrei-me desse dia, lembrei-me das lágrimas doloridas que escorriam dos olhos castanhos daquele que sempre me amou, e sim, quis que essa conversa nunca tivesse acontecido. Nada que a alvorada não me fizesse esquecer.
Fui à sala comunal, ainda faltavam algumas horas para o anoitecer. Comecei a fazer alguns deveres atrasados, não havia ninguém no recinto. Comecei a pensar alto:
- Dever de poções: “A Poção Derradeira: origem e proibição”, isso será realmente difícil encontrar.
Concentrada não vi a noite chegar e invadir a sala. Corri até a velha ponte, todas já estavam lá, menos Jaliniie que ainda não voltara de sua viagem. Não tivemos mais notícias dela, mas sabíamos que ainda não tinha casado, pois, com certeza, nos convidaria.
- Pensei que não viria mais nega.
- Me desculpe, estava fazendo meus deveres. Conseguiu driblar Tomme?
- Por favor, Maria, me diga que você não tem que fazer as coisas escondidas desse cara. – Alicia disse indignada
- Não, não. Quer dizer, dessa vez não avisei para evitar problemas...
- Faz favor Maria!
- Ah! Me deixe viu. Estou muito feliz e acho que é isso que importa, estou em paz com a vida. A única coisa que falta para ficar perfeito é a gente se unir de volta! E Jaliniie também, voltar. Queria tanto ver vocês duas sentindo a mesma paz que eu tenho com o meu coração – disse enquanto olhava eu e Hav.
- Verás, não tardará muito e verás. – Havenna sorria e eu sorri também
- O que vocês duas estão aprontando? – perguntou Maria
- Seja lá o que for não quero minha cliente envolvida em escândalos. – Ali disse forçando um tom de censura.
Rimos.
- Não se preocupem. Logo estaremos comemorando mais casamentos entre nós!
Eu e Hav nos olhamos e Alicia e Maria fizeram o mesmo, não entendiam do que estávamos falando.
- Por falar em casamento, alguém teve alguma noticia de Jaliniie?
- Pois é Mari, estava pensando justamente nisso. – falei
- Espero que não tenha se casado ainda, não vou perdoá-la nunca se não tiver nos convidado!
- Calma garotas! Ela ainda não se casou – Alicia fez um sorriso amarelo para Hav – Me escreveu hoje de manhã, mas, como estou muito atribulada com o show das queridas Maruxas, não me lembrei de comentar com vocês. Aconteceu algo, que ela não deixou bem claro, e foi preciso adiar a data.
- Algo?
- Será que alguma coisa grave?
- Não, grave não. Se fosse ela nos contaria.
- É, é o que esperamos, não é?
- Vocês conhecem a Jaliniie. Ela contaria com toda a certeza!
- Tadinha! Saiu daqui tão animada para o casório e no fim...
- Mas ao que me pareceu, pela carta, ela esta feliz pelo adiamento, assim a barriga vai estar enorme. Ela adorou a idéia!
- Ah! Que lindo.
- Ela é louca isso sim.
- Queria tanto vê-la! A barriga deve estar maior já.
- Eu queria ser uma mosquinha para vê-la conhecendo os sogros, estabanada do jeito que é.
Rimos criando a cena em nossas imaginações. Jaliniie estava fazendo muita falta no nosso grupo. Ficamos conversando sobre Niie, sobre as matérias mais complicadas, sobre o show de Hav que estava se aproximando. As horas passaram depressa e já estávamos atrasadas para entrar no castelo.
A sala comunal já deserta exalava um cheiro de cerveja amanteigada inconfundível, alguma comemoração deveria ter acontecido.
Alicia e Maria se despediram e subiram para os quartos, a primeira andava muito ocupada, correndo de um lado para o outro o dia inteiro mas estava feliz era o que importava e Maria, nem precisava dizer, era só sorrisos com o seu namoro indesejado por todos.
Maria era uma grande fonte de inspiração nesse minha nova fase, lutava todos os dias contra todos, até contra suas melhores amigas, por causa de quem amava. Deixara de ser convidada para algumas festinhas grifinórianas, sem se deixar abater, lógico que não deixamos barato e tivemos uma discussão com quem fizera isso com a “mãezona da casa”, logo todos se arrependeram e Maria retomou seu posto de sempre, a mais bela e sincronizada dançarina que animava todas as festas com seu enorme sorriso sempre estampado.
Havenna e eu nos enrolamos um pouco na sala comunal, estávamos curiosíssimas para saber da atitude que cada uma tomara. Mesmo sem termos combinado formalmente era lógico que esse era um assunto particular nosso e que só dizia respeito a nós duas e, no futuro, aos nossos amores.
- O que você fez?
- O que VOCÊ fez?
- Nem vem Hav! Eu perguntei por primeiro pode dizer.
- Ta bom. Eu... Eu falei com Remo.
- O que? – assustei-me
- Nossa Tata, não esperava essa reação sua.
- Não, desculpa. É que eu também falei com ele.
- É eu sei. O que foi ótimo! Eu curiosa para saber o que disse a ele.
- Você sabe?
- Claro! Me encontrei com ele depois da sua conversa, ele estava desesperado, foi horrível de ver.
- Horrível mas ótimo? Me explique isso direito.
- Eu explico! Mas você tem que contar antes o que disse a ele.
- Tudo bem, eu encontrei com ele no jardim, e comecei como sempre, cortando suas atitudes. Ele foi grosseiro comigo mas eu queria mais. Queria uma reação extrema dele, queria berros e não lágrimas, queria que me batesse me ofendesse mas ele não fez nada disso!
Hav me olhava um pouco assustada.
- Entende?
- Explique-se melhor.
- Ele é sempre tão perfeito, doce e sensível. Queria o ver perder a linha, exceder os limites. Ver Remo John Lupin endoidecer! Senti um desprezo tão profundo por sua calma, seu autocontrole tive vontade, quer dizer, não tive vontade de nada. Fiquei totalmente sem emoção e deixei bem claro que ele me havia me frustrado muito com aquilo. E sabe o que ele fez? Chorou. – revirei meus olhos – Insuportável! Chorou e pediu perdão. Isso me motivou profundamente a lutar pelo que quero, para ser diferente dele. Cortei, definitivamente, todas as minhas relações com ele, disse que achei uma bobagem o que fizemos e que me enojava disso. – sorri – Me libertei Hav! Finalmente sinto isso.
Havenna me encara, tinha um sorriso e ao mesmo tempo um olhar que expressava algo que não pude compreender.
- É Tata, percebo duas coisas: você é louca, algo que já desconfiava e Remo realmente te ama.
- Havenna, não vamos levar em consideração isso, vamos enfrentar o que for, sentimento, pessoa, tudo e todos!
- Eu sei! Não disse que não faria isso mas que vai ser difícil vai.
- Claro! O que vai dar uma emoção extra, hum?
Ela riu.
- Agora me explique, por que foi “ótimo”?
- Ora minha cara, Remo estava em total desespero e pelo caminho de amargura encontrou uma mão amiga, um ombro acolhedor. Desabafou comigo. Doeu muito Tata vê-lo assim, doeu de verdade e antes de mais nada, antes de continuarmos, eu tenho que saber: você realmente está decidida? Não terá mais recaídas que só machucarão mais a todos?
- Faça-me o favor Havenna! Eu já disse, estou liberta, estou, finalmente, livre!
- Tem certeza disso?
- Não irei cair no mesmo erro de novo.
- Ótimo. Então, ele me contou tudo. O que me fez perceber, obviamente, que ele não sabe de meus sentimentos por ele, graças à merlin! Me contou, aos prantos, o que disse a você e estava muito arrependido, disse que não pode segurar e que faria de tudo para voltar no tempo. Aconselhei-o a não tentar nenhum feitiço ou poção pois poderia piorar as coisas e acredito que ele vai seguir o que eu disse. Me contou também suas insensíveis palavras Tarinzinha e me assustei como você pode ser má quando quer.
Sorri.
- Uma arma que todos devemos ter.
- É lógico! Ele ficou mais calmo, e no momento mais perfeito de toda a minha vida, me abraçou e agradeceu pelo apoio que dei a ele, pelas palavras amigas! Seria melhor se não fosse ao contexto que foi mas só de sentir seu coração batendo próximo ao meu, o calor de seu corpo, sua respiração, sua voz perto de mim... Tarin eu poderia morrer naquele exato momento que eu seria a pessoa mais feliz do mundo.
- Que bom Hav! Estou muito feliz por você amiga – abracei-a – Foi muito bem para o primeiro contato, vocês quase não tinham trocado palavras antes, não é?
- É sim minha cara! Estou me sentindo mais determinada do que nunca, você não imagina.
Ficamos em um momento nostalgia visualizando opções.
- Tata foi realmente muito incrível o que fez hoje, obrigada.
- Ah! Hav, acho que ajudei mais a mim e a Remo do que a você viu. E você foi muito corajosa de falar com ele e sem demonstrar estar feliz em momento algum, é realmente uma artista!
- Apaixonada, é isso o que sou. Mas Táh, você tem que falar com Sirius, você está em desvantagem pois ele já sabe de tudo.
- Ele e metade da torcida da Irlanda.
- Você vai ter que ser muito corajosa, e eu sei que você é, não pode ficar nessa situação. Assim Remo não vai se desligar de você e também você não vai ter o que quer.
- Eu terei sim, toda a coragem do mundo, se for necessário, mas eu terei o meu amor junto de mim. Demore o tempo que for.
- Mas realmente espero que seja o mais rápido possível.
Ela sorriu e eu também, seria bem melhor mas estava disposta a esperar o tempo que fosse preciso.
- Hav, vamos dormir. Amanhã o dia será longo, tanto pra mim – suspirei – tanto pra você.
No quarto, todas já dormiam. Deitamos mas demorei a dormir, agitada com as perspectivas que o futuro estava proporcionando.
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