CAPÍTULO 3
Embora Gina nunca tivesse ido a um baile de regresso às aulas, já tinha ido a bailes da igreja. Não dançava mal - eu também já estivera em alguns desses bailes e tinha a visto
mas, para ser franco, era bastante difícil adivinhar como é que se saíria com alguém como eu. Nos bailes da igreja dançava sempre com pessoas mais velhas, porque ninguém da sua idade a convidava. E dançava muito bem aqueles estilos que tinham sido populares há cerca de trinta anos. Sinceramente, não sabia o que esperar dela.
Confesso que também estava um pouco preocupado com o que ela iria vestir, embora não fosse assunto do qual lhe fosse falar. Quando Gina ia aos bailes da igreja vestia normalmente uma camisola velha e uma das saias de xadrez que víamos na escola todos os dias, mas o baile do regresso às aulas devia ser especial. A maioria das moças comprava vestidos novos e os rapazes vestiam fatos e, naquele ano, íamos contratar um fotógrafo. Sabia que Gina não ia comprar um vestido novo, porque não era propriamente rica. A profissão de sacerdote não dava muito dinheiro. Mas claro que os pastores não escolhiam essa ocupação por razões financeiras, escolhiam na por vocação. Mas também não queria que ela vestisse a mesma coisa que levava para a escola todos os dias. Não tanto por mim - não sou assim tão insensível - mas por causa do que os outros pudessem dizer. Não queria que as pessoas troçassem dela ou algo do gênero.
As boas notícias, se é que havia boas notícias, foram que o Rony não me arreliou muito a propósito da minha escolha porque estava demasiado ocupado a pensar na sua própria parceira. Ele ia com Hermione Brown, a chefe da claque principal da nossa escola. Não era a mais esperta das moças, mas era gira à sua maneira. Por gira refiro me, claro, às pernas. Rony ofereceu se para irmos trocando de par ao longo da noite, mas recusei porque não queria correr qualquer risco de ele troçar de Gina. Era bom rapaz, mas podia ser um pouco cruel às vezes, especialmente depois de alguns copos de bourbon.
No dia do baile, estive bastante atarefado. Passei a maior parte da tarde ajudando a decorar o ginásio e tinha de estar em casa de Gina cerca de meia hora mais cedo, porque o pai dela queria falar comigo, embora eu não soubesse porquê. Gina surpreendera me com esta exigência apenas na véspera, e não posso dizer que tenha ficado entusiasmado com a perspectiva. Imaginei que me fosse falar da tentação e do caminho pernicioso do pecado a que ela nos podia conduzir. Mas se viesse com a história da fornicação, eu sabia que ia cair morto ali mesmo. Rezei pequenas orações o dia inteiro na esperança de evitar aquela conversa, mas não tinha a certeza de que Deus fosse dar prioridade às minhas preces, por causa do modo como me havia comportado no passado. Ficava bastante nervoso só de pensar no assunto.
Depois de tomar um ducha, vesti o meu melhor terno, passei a correr pela florista para comprar flores para a Gina e dirigi me à casa dela. A minha mãe emprestou me o carro e estacionei o mesmo em frente à casa de Gina. A hora ainda não tinha mudado, por isso havia ainda luz na rua quando cheguei e percorri o caminho esburacado em direção à porta. Bati e esperei um momento, depois bati novamente. Por trás da porta, ouvi Arthur dizer "Já vou", mas não vinha propriamente a correr. Devo ter esperado ali mais ou menos dois minutos, a olhar para a porta, os ornatos, as pequenas fendas nos peitoris das janelas. A um canto, estavam as cadeiras onde eu e Gina estivéramos sentados apenas alguns dias antes.
Aquela em que me havia sentado ainda estava virada na direção oposta. Supus que ninguém tinha estado ali durante os últimos dias.
Finalmente, a porta abriu se, rangendo. A luz do candeeiro de dentro obscurecia ligeiramente o rosto de Arthur e parecia refletir se através do seu cabelo. Era velho, como já disse, setenta e dois anos pelos meus cálculos. Era a primeira vez que o via de tão perto, e conseguia ver lhe todas as rugas no rosto. A pele era realmente translúcida, até mais do que eu tinha imaginado.
- Olá, Reverendo - disse eu, engolindo a minha ansiedade. Estou aqui para levar a Gina ao baile.
- Claro que está - disse ele. - Mas primeiro quero falar consigo.
- Sim, Reverendo, foi por isso que vim cedo.
- Entre.
Na igreja, Arthur vestia se de maneira muito elegante, mas naquele momento parecia um agricultor, com um fato macaco e uma T shirt. Fez me sinal para me sentar na cadeira de madeira que trouxera da cozinha.
- Desculpe ter demorado um pouco a abrir a porta. Estava a trabalhar no sermão de amanhã - disse.
Sentei me.
- Não tem importância, Reverendo. - Não sei porquê, mas tínhamos mesmo de o tratar por "Reverendo". Era como se ele projetasse essa imagem.
- Muito bem, então, fale me de si.
Achei que era um pedido um tanto ridículo, tendo ele estado envolvido há tanto tempo com a minha família. Foi também ele que me batizou, e desde que eu era bebê que me via na igreja todos os domingos.
- Bem, Reverendo - comecei, não sabendo bem o que dizer - Sou presidente da associação de estudantes. Não sei se Gina lhe falou nisso.
Acenou que sim com a cabeça.
- Falou. Continue.
- E... bem, espero ir para a Universidade da Carolina do Norte no próximo Outono. Já recebi o formulário da candidatura.
Acenou novamente com a cabeça.
Mais alguma coisa?
Tenho de admitir que estava a ficar sem nada para dizer depois daquilo. Uma parte de mim queria pegar no lápis ao canto da mesa e começar a equilibrá lo, demonstrando lhe o que podia fazer durante trinta segundos, mas ele não era o gênero de pessoa para apreciar tal coisa.
- Creio que não, Reverendo.
- Importa se que lhe faça uma pergunta?
- Não, Reverendo.
Olhou me durante um bom bocado, como se estivesse a meditar sobre a pergunta.
- Por que é que pediu à minha filha para ir ao baile consigo? perguntou finalmente.
Fiquei surpreendido, e sabia que a minha expressão o demonstrava.
Não percebo o que quer dizer, Reverendo.
Não está a planear fazer nada para... a embaraçar, pois não?
Não, Reverendo disse rapidamente, chocado com a acusação. De maneira nenhuma. Precisava de alguém para me acompanhar, e pedi a Gina. É tão simples quanto isso.
Não tem nenhuma partida planejada?
Não, Reverendo. Não faria isso com ela...
Isto continuou durante mais alguns minutos ele a interrogar me cerradamente acerca das minhas verdadeiras intenções, mas, por sorte, Gina surgiu de um dos quartos das traseiras e o pai e eu viramo nos para ela ao mesmo tempo. Arthur finalmente parou de falar, e eu soltei um suspiro de alívio. Gina vestia uma bonita saia azul e uma blusa branca que eu nunca tinha visto antes. Felizmente, tinha deixado a camisola no armário. Não estava mal, tinha de admitir, embora soubesse que, comparada com as outras, no baile, iria mesmo assim parecer mal vestida. Como sempre, tinha o cabelo apanhado. Por mim, achava que teria ficado melhor com ele solto, mas essa era a última coisa que queria dizer. Gina parecia... Bem, Gina parecia exatamente ela própria, mas pelo menos não fazia tenção de trazer a Bíblia consigo. Isso seria de mais para se agüentar.
Não está a ser difícil com o Potter, pois não? perguntou alegremente ao pai.
Estávamos apenas a conversar disse eu rapidamente antes de ele ter oportunidade de responder. Por alguma razão, não achava que ele tivesse falado com Gina sobre o tipo de pessoa que ele pensava que eu era, e não considerava que aquela fosse boa altura para o fazer.
Bem, se calhar, devíamos ir sugeriu ela depois de um momento. Acho que pressentiu a tensão no ar. Dirigiu se ao pai e deu lhe um beijo na face. Não fique até muito tarde a trabalhar naquele sermão, está bem?
Está bem - disse ele baixinho. Mesmo comigo ali na sala, pude perceber que ele a amava verdadeiramente e que não tinha medo de o mostrar. O problema era o que pensava a meu respeito.
Despedimo nos e a caminho do carro entreguei a Gina as flores, dizendo lhe que lhe mostraria como colocá las ao peito quando estivéssemos dentro do carro. Abri lhe a porta e dirigi me para o outro lado, entrando também. Nesse pequeno período de tempo, Gina já tinha colocado as flores ao peito.
Não sou propriamente uma imbecil, sabes. Sei como se prendem as flores ao peito.
Pus o carro a trabalhar e segui em direção à escola. A conversa que acabara de ter com Arthur dava me voltas à cabeça.
O meu pai não gosta muito de ti disse ela, como se adivinhasse o que eu estava a pensar.
Acenei com a cabeça sem dizer nada.
Acha que és irresponsável.
Acenei de novo.
Também não gosta muito do teu pai.
Acenei com a cabeça mais uma vez.
Ou da tua família.
- Já percebi.
Mas sabes o que eu acho? perguntou de repente.
Não. Por esta altura já estava bastante abatido.
Acho que tudo isto estava de alguma maneira nos desígnios de Deus. O que é que achas que é a mensagem?
Pronto, lá vamos nós, pensei para comigo.
Duvido que a noite pudesse ter sido muito pior, se querem saber a verdade. A maior parte dos meus amigos manteve se à distância. Depois, Gina não tinha muitos amigos, por isso passamos a maior parte do tempo sozinhos. Pior ainda, descobri que, afinal, a minha presença já não era necessária. Tinham alterado as regras devido ao fato de Crabbe não ter conseguido arranjar par, e isso fez me sentir bastante incomodado. Mas, lá por causa do que o pai dela me dissera, não ia levá la para casa mais cedo, não é verdade? E mais, ela estava mesmo a divertir se; até eu podia perceber isso. Adorou as decorações que eu ajudara a montar, adorou a música, adorou tudo no baile. Dizia me constantemente que achava tudo uma maravilha e perguntou me se poderia ajudá la a decorar a igreja um dia, para um dos bailes que viessem a organizar. Murmurei meio contrafeito que podia telefonar me e, apesar de o ter dito sem nenhum indício de energia, Gina agradeceu me por ser tão atencioso. Para ser franco, senti me deprimido durante pelo menos a primeira hora, embora ela parecesse não notar.
Gina tinha de estar em casa às onze da noite, uma hora antes de o baile terminar, o que tornava as coisas um pouco mais fáceis de suportar. Logo que a música começou, fomos dançar e descobri que ela dançava bastante bem melhor até que algumas das outras moças e isso ajudou um pouco a passar o tempo. Deixou se conduzir bastante bem durante cerca de uma dúzia de canções e, depois disso, dirigimo nos às mesas e tivemos o que se assemelhou a uma conversa normal. Claro, soltou palavras como "fé" e "júbilo" e até "salvação" no meio da conversa e falou sobre ajudar os órfãos e salvar animaizinhos da auto estrada, mas parecia realmente tão alegre que era difícil sentir me em baixo durante muito tempo.
Daí que as coisas não tivessem corrido assim tão mal ao princípio, e, realmente, não foi pior do que aquilo que eu já esperava. Só quando Cedrico e Cho apareceram é que tudo começou mesmo a azedar.
Entraram poucos minutos depois de nós termos chegado. Ele vestia aquela T shirt estúpida, os Camels na manga e uma crista de gel no cabelo à frente. Cho colou se toda a ele logo desde o principio do baile, e não era preciso ser gênio para perceber que tinha bebido uns copos antes de ali chegar. O seu vestido era verdadeiramente vistoso a mãe dela trabalhava num salão de cabeleireira e estava a par das últimas modas e reparei que tinha adquirido aquele hábito elegante de mascar pastilhas elásticas. Moía mesmo aquela pastilha, mascando a quase como um ruminante.
Ora bem, o bom do Cedrico acrescentou álcool à tigela do ponche e algumas pessoas começaram a ficar tontas. Quando os professores descobriram, grande parte do ponche já tinha desaparecido e muitos dos presentes começavam a ficar com aquela expressão vítrea nos olhos. Quando vi Cho a beber o segundo copo, senti que devia ficar atento a ela. Apesar de me ter trocado por outro, eu não queria que nada de mal lhe acontecesse. Foi a primeira moça que beijei com a língua e, apesar de os nossos dentes terem chocado com tanta força na primeira vez, de tal modo que até vi estrelas e tive de tomar uma aspirina quando cheguei a casa, ainda sentia alguma coisa por ela.
Ali estava eu, sentado ao lado de Gina, mal ouvindo as suas descrições das maravilhas do campo de férias da igreja, observando Cho pelo canto do olho, quando Cedrico deu comigo a olhar para ela. Num gesto nervoso, agarrou Cho à volta da cintura e arrastou a até à nossa mesa, lançando me um daqueles olhares desafiadores e perigosos. Sabem do que estou a falar.
- Estavas a olhar para a minha namorada? perguntou, retesando se.
Não.
- Estava, pois disse Cho, arrastando as palavras. Ele estava a olhar fixamente para mim. - Este é o meu antigo namorado, aquele de que te falei.
Os olhos dele semicerraram se, como acontecia com os de Arthur. Parece que provoco esse efeito em muitas pessoas.
- Então és tu? - perguntou ele, sorrindo com desdém.
Pois é, eu não sou muito dado a lutas. A única luta em que me envolvi foi no terceiro ano, e parece que a perdi logo, pois comecei a chorar mesmo antes de o outro rapaz me bater. Normalmente, não tinha grande dificuldade em manter me afastado desse gênero de situações devido à minha natureza passiva e, para além disso, ninguém se metia comigo quando Rony estava por perto. Mas agora Rony estava algures lá fora com Hermione, provavelmente por trás das bancadas, em lado nenhum que se pudesse ver.
- Não estava a olhar - respondi finalmente - e não sei o que é que ela te disse, mas duvido que tenha sido verdade.
Cedrico semicerrou de novo os olhos.
- Estás a chamar mentirosa à Cho? - perguntou desdenhosamente.
Acho que ele me teria dado um soco ali mesmo, mas Gina, de súbito, meteu se na conversa.
- Não te conheço de algum lado? - perguntou alegremente, olhando o no rosto. às vezes, Gina parecia não se aperceber de situações que estavam a ocorrer mesmo à sua frente. - Espera, sim, conheço! Trabalhas na oficina do centro. O teu pai chama se Joe e a tua avó vive na Foster Road à saída da cidade, perto da passagem de nível.
Uma expressão confusa instalou se no rosto de Cedrico, como se estivesse a tentar compor um puzzle com demasiadas peças.
- Como é que sabes tudo isso? O que é que ele fez, também esteve a falar de mim?
- Não - respondeu Gina - que disparate! - Riu se sozinha. Só Gina conseguia encontrar motivo para rir numa altura daquelas. - Vi uma fotografia tua na casa da tua avó. Eu ia a passar, e ela precisava de ajuda para levar as compras para dentro de casa. A foto estava em cima da lareira.
Cedrico olhava para Gina como se ela tivesse espigas de milho a crescer lhe nas orelhas.
Entretanto, Gina abanava se com a mão.
- Bem, viemo nos sentar aqui para descansar um pouco depois de toda aquela dança. Faz mesmo calor ali. Querem juntar se a nós? Temos duas cadeiras a mais. Adorava saber como tem passado a tua avó!
Ela parecia tão contente com tudo aquilo que Cedrico não sabia o que fazer. Ao contrário de nós, que estávamos habituados aquelas coisas, ele nunca conhecera ninguém como Gina. Hesitou alguns momentos, tentando decidir se deveria esmurrar ou não o tipo que estava com a moça que tinha ajudado a sua avó. Se vos parece confuso, imaginem o que se estava a passar naquele cérebro danificado pelos vapores da gasolina de uma oficina.
Por fim, foi se embora sem responder, covardemente, levando Cho consigo. De qualquer maneira, Cho já se devia ter esquecido de como tudo aquilo havia começado, devido ao que já tinha bebido. Gina e eu vimo lo partir, e quando ele estava a uma distância segura, eu respirei de alívio. Nem sequer me dera conta de que tinha estado a reter a respiração.
Obrigado - murmurei timidamente, apercebendo me de que fora Gina, quem havia de dizer, que me tinha salvo de graves danos físicos.
Gina olhou de modo estranho para mim.
Porquê? perguntou, e como eu não lhe explicasse tudo com exatidão, voltou logo para a sua história do campo de férias, como se nada tivesse acontecido. Mas, desta vez, dei por mim realmente a escutá la, pelo menos com um dos ouvidos. Era o mínimo que eu podia fazer.
Acontece que aquela não foi a última vez que vimos Cedrico e Cho nessa noite. Os dois copos de ponche tinham mesmo dado volta à moça, que acabou por vomitar na casa de banho das senhoras. Cedrico, sendo o cavalheiro que era, foi se embora quando a ouviu vomitar, saindo furtivamente por onde tinha entrado. Foi a última vez que o vi. Gina, quis assim o destino, foi quem encontrou Cho na casa de banho, e era evidente que Cho não estava muito bem. A única coisa a fazer era limpá la e levá la para casa antes que os professores descobrissem. Apanhar uma bebedeira era um caso muito grave naqueles tempos e, se fosse apanhada, corria o risco de ser suspensa, talvez até expulsa.
Gina, Deus a abençoe, não queria que isso acontecesse. Eu também não, ainda que pudesse ter pensado de outra maneira se me tivessem perguntado de antemão, dado Cho ser menor e estar a violar a lei. Também tinha quebrado outra das regras de conduta de Arthur. Arthur reprovava severamente a violação da lei' e o consumo de álcool, e apesar de isso o não arrebatar tanto como a fornicação, todos sabíamos que levava tais casos muito a sério. Calculávamos que Gina pensasse da mesma maneira. E talvez pensasse, mas o seu instinto de ajuda deve ter se apoderado dela. Provavelmente, olhou para Cho e pensou "animalzinho ferido" ou coisa parecida, tomando de imediato conta da situação. Então fui à procura de Rony e encontrei o atrás das bancadas. Concordou em ficar de guarda à porta da casa de banho enquanto Gina e eu a limpávamos. A Cho tinha feito um belo trabalho, digo vos. O vomito estava por tudo o que era lado menos na retrete. Nas paredes, no chão, nos lavatórios, até no teto, mas não me perguntem como é que ela conseguiu esse feito. Portanto, ali estava eu, de joelhos e mãos no chão, a limpar vomito no baile de regresso às aulas no meu melhor terno azul, exatamente o que quisera evitar desde o princípio. E Gina, o meu par, também estava de joelhos e mãos no chão, fazendo exatamente o mesmo.
Quase que podia ouvir o riso esganiçado de Crabbe algures, ao longe.
- Por favor, não contes nada disto ao teu pai - pedi.
Está bem concordou ela. Continuava a sorrir quando, finalmente, se voltou para mim. Diverti me muito hoje à noite. Obrigado por me teres levado ao baile.
Ali estava ela, coberta de vomito, a agradecer me por aquela noite. Gina Weasley, às vezes, era mesmo capaz de dar com um tipo em doido.
Acabamos por sair às escondidas pela porta das traseiras do ginásio, mantendo Cho equilibrada entre nós, segurando a para que se mantivesse de pé. Estava sempre a perguntar por Cedrico, mas Gina dizia lhe para não se preocupar. Tinha uma maneira verdadeiramente tranqüilizadora de falar com Cho, apesar de esta se encontrar tão fora de si que duvido que soubesse sequer quem é que estava a falar. Levamos-a para o banco de trás do meu carro, onde desmaiou logo a seguir, mas não antes de ter vomitado mais uma vez no chão do carro. O cheiro era tão horrível que tivemos de abrir as janelas para não sufocarmos, e o caminho para a casa de Cho parecia mais longo que o habitual. A mãe dela veio à porta, olhou para a filha e levou a para dentro de casa sem dar sequer uma palavra de agradecimento. Penso que se sentia envergonhada, e nós, de qualquer maneira, não tínhamos muito para lhe dizer. A situação falava por si.
Quando a deixamos eram já dez e quarenta e cinco e seguimos diretamente para a casa de Gina. Fiquei bastante preocupado quando lá chegamos por causa da sua aparência e do cheiro, e rezei em silêncio para que Arthur não estivesse acordado. Não queria ter de lhe explicar o que se tinha passado. Bem, por certo daria ouvidos a Gina se fosse ela a contar, mas tinha um pressentimento de que, de qualquer maneira, ele arranjaria maneira de me culpar.
Acompanhei a, então, até à porta e detivemo nos no lado de fora sob a luz da varanda. Gina cruzou os braços e esboçou um sorriso, dando a impressão de ter acabado de chegar de um calmo passeio noturno em que estivera a apreciar a beleza do mundo.
Desculpem a demora, meu pc deu problema e quando arrumo eu acabei ficando sem um monte de programas, um dele so word. consegui baixar ontem um tal de Word Viewer, que permiti visualizar o arquivo, e hj já estou postando. Desculpa mesmo galera.
Bjokas pra vcs e obrigada a todos que lêem
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