Sorry's Not Good Enough



Bom. Bom o bastante.

Eu não sou bom o bastante para ela. Para ela, minha adorável, doce, gentil, amável, carinhosa, cheirosa, linda, perfeita, minha Lily Evans.

Não consigo parar de pensar nela por nenhum instante. Fico imaginando meus braços em volta dela, protegendo-a de todo o mal. Ela deitada no meu peito enquanto eu tento contar as sardas de seu belíssimo rosto. Ou quando ela briga comigo sem motivo aparente. Ou quando fingimos, quer dizer, eu finjo que sei a historia de todas as constelações. Ou quando sou surpreendido no corredor quando ela pula em mim.

Ah! Essa ruivinha faz falta.

Fico feliz só de lembrar do seu sorriso, ou então quando o seu, lindo, nariz franzi enquanto ri. Sinto que fico anestesiado ao lembrar do perfume que, seus lindos cabelos ruivos exalavam, também quando os seus olhos verdes vivos me encaravam. Embargo-me só de lembrar dos seus carinhos, mimos, beijos e abraços.

É desesperador amar alguém e não poder ficar com essa pessoa. Queria poder ficar com a minha Lily toda hora, todo minuto, todo segundo, todo milésimo de segundo... Enfim, toda a eternidade.

Mas não posso, não fui feito para ela. Ela merece alguém muito melhor do que eu, alguém que a ame e a trate com o respeito que ela mereça. Eu não sou assim, eu a perdi pelo motivo mais estúpido, esdrúxulo que alguém possa conhecer. Eu perdi a minha Lily com razão.

Eu sou o cara mais bobo apaixonado de toda Hogwarts, mas não tenho a minha garota. É claro que sou apaixonado por ela desde o instante que eu a admirei pela primeira vez. Tentei conquista-la por dois anos, mas foi impossível. Ela é bem cabeça dura, mas mesmo assim a amo.

Quando consegui conquista-la, eu a tive no exato momento que eu mudei. Mas não foi o suficiente, não mudei por mim, mudei por ela. Eu ainda continuava o mesmo babaca de sempre, azarando as pessoas por apenas, minha única e exclusiva, diversão.

Continuava a fazer coisas que ela odiava, saía escondido, me transfigurava (sim, ela sabe que sou um animago clandestino) não estudava, me importava apenas com o quadribol e azarava as pessoas, mesmo sendo um monitor chefe.

Sim, eu sou um monitor chefe e continuo, quer dizer, continuava a fazer esses tipos de coisas, digamos, irregulares.

Depois que descobriram o que eu fiz não me tiraram o cargo. Se bem que, se tirassem do posto monitor chefe, não iria me importar.

O que eu fiz? A coisa mais estúpida do universo. Coloquei a vida de Seboso, quer dizer, Severus Snape, em risco.

Nas noites de lua cheia eu e os marotos nos transfiguramos para ajudar o nosso amigo, Remus Lupin, que é um lobisomem.

E uma dessas tais noites, Snape, nos seguiu até o Salgueiro Lutador, o nosso esconderijo. Ele entrou no esconderijo e logo foi atacado pelo Remus.

Se não fosse por mim, ele poderia ter morrido. Intervi entre os dois, Snape na forma humana e Remus na forma lobisomem.

Os gruídos eram altos e toda Hogwarts pode escutar, até o diretor, o Dumbledore. Todos saíram correndo para o jardim, quer dizer, todos os professores, pois os alunos ficaram dentro da escola para que não acontecesse nada com eles.

Foi um escândalo, mas ninguém sabia dos envolvidos; Remus, Snape e eu, é claro. Essa historia ficou apenas entre nós e os professores, mais ninguém soube da historia. Ninguém além de Sirius, Peter e Lily.

Mesmo sabendo da historia, Lily não terminou comigo, ela dizia que não era a minha culpa e que eu tentei ajudar o Snape. Ela também falou que sempre iria me apoiar, mesmo estando em enrascadas.

Depois do acontecimento, a quase morte de Snape, ele ficou um bom tempo em observação na Ala Hospitalar de Hogwarts. E eu, todo dia, obrigado pela minha ruivinha, iria visitá-lo. Eu odiava aquilo, ele deitado naquela cama estúpida e ficava olhando para ele sem dizer nada, era bem constrangedor.

Até que um dia o Snape dirigiu suas palavras para mim, pela primeira vez desde então.

- Por que você me ajudou? – Ele engoliu seco antes de falar.

Surpreso com o a quebra do silencio, fiquei mudo por um tempo e então disse:

- Era o que eu tinha o que fazer

- Mas porquê? – Ele queria realmente saber

- Nada – Continua imóvel a sua frente

- Você queria provar algo para alguém? – Ele lambeu o lábio inferior

- Não – Respondi monosilabicamente mais uma vez

- Para Evans, não é? – Seus lábios se transformaram e um sorriso maldoso.

- Por que você quer saber disso? – Aquelas perguntas estavam me incomodando

- Porque você nunca iria ajudar ninguém além de si mesmo e de seus amigos – Ele tentou gargalhar, mas estava muito fraco – Você é um individualista, só pensa em si. Coragem? Sim, você deve ter. Compaixão? Nunca

Aquela conversa estava passando dos limites. Minha paciência se acabou, fechei meus punhos com muita força. Senti o meu coração bater mais forte e a adrenalina correr em meu corpo

- Quer saber mesmo? – Respondi cuspindo aquelas palavras

- Quero – Ele respondeu da mesma forma

- Você não deveria estar lá. Você é um intrometido, por nós seguir. – O sorriso maldoso que estava em seu rosto, dera lugar para uma afeição amarga e de desgosto – Você vive enfiado dentro de salas de aulas, estudando até não agüentar mais. Por que, hein? Quer provar algo para alguém? Quer ser alguém que você não é? Já sei quem. Você queria ser igual a mim, a procura de emoção, aventura, tudo o que você não teve. Incluindo a Lily, a minha Lily. O que, eu tenho certeza que você nunca vai ter, pois, ela é minha.

Assim que concluí as minhas palavras, a porta da enfermaria é empurrada contra a parede. Snape e eu nos viramos, ao mesmo tempo, para ver quem era.

Lily estava parada na porta, arfando rapidamente, seu rosto estava vermelho e seus olhos cheios d’água. Logo em seguida ela saíra correndo.

Fui atrás desesperado, mas sem antes de dar uma olhada no Snape que sorria vitorioso com aquilo. Provavelmente estava feliz ao perceber que Lily ouvira todas aquelas palavras.

- Lily, Lily – Gritei.

Tentava correr para ver se a alcançava, mas ela estava muito mais à frente.

- Lily espere, por favor – Gritei, inutilmente, mais uma vez.

Corri mais rápido, estava desesperado para saber o porquê dela estar fugindo de mim. Eu não tinha feito nada, eu não a magoei, não gritei com ela, não me dirigi a ela. Tudo aquilo foi para aquele seboso do Snape, que me fez dizer tudo aquilo. Mas no final das contas acabei dizendo tudo para ela.

- Lily! – Agarrei o seu braço assim que eu a alcancei

Ela se virou bruscamente para mim, revelando olhos verdes vivos afogados em lágrimas. O rosto mais vermelho do que o seu próprio cabelo.

- O que foi? – Ela disse rispidamente

- Por que está fugindo de mim? – Perguntei cético

- Não se faça de desentendido, Potter – Ela jogou o meu braço para trás enquanto frisava o meu sobrenome.

- Sem enrolar, me diga o porquê disso.


Lily abaixou a cabeça e, suas lágrimas rolaram mais uma vez pelo o seu rosto, até caírem no chão.

Estávamos ali, parados naquele corredor deserto. Lily chorava muito e eu, estava paralisado a sua frente.

- Você só se importa com você, não é?

Sua voz ecoou tristemente, porém, com muito ódio. Aquele tom me assustou, eu nunca tinha escutado ela falar daquele jeito comigo.

- Não é verdade – Tentei me aproximar, mas foi em vão.

- Aquelas coisas que você disse para o Snape – Ela riu de leve enquanto limpava as lágrimas

- Eu não disse nada além da verdade – Respondi convicto

- O que? – Ela arregalou os olhos – Depois de todos esses anos...

Suas lágrimas cessaram repentinamente.

Percebi o que eu tinha falado era verdade. Para mim. Era tudo aquilo que eu queria dizer para ele, mas só para ele. Enganei-me todos esses meses ao dizer que eu havia mudado, não havia mudado em nada, continuava o mesmo James Potter de sempre.

Porém, o pior de tudo isso, não é de ter me enganado, é de ter enganado-a. Eu a enganei ao mostrar que havia mudado, mostrando alguém que ela queria ver e não quem eu sou. Eu a fiz de tola todo esse tempo.

- Qual é o problema nisso? – Falei alterando o tom da minha voz.

Fiquei irritado com aquelas lágrimas. Achava que tinha toda razão em dizer aquelas palavras para Snape, achava que estava sendo inteligente falando daquele jeito com ela. Eu apenas achava.

- O problema? – Repetiu amargamente – O problema como é você. Não mudou nada desde do instante que eu o conheci. Acha que é o dono da verdade e da razão. Tem uma resposta para tudo, você nunca erra, não é?

- Não mesmo – Respondi sério, mas era para ter soado como um deboche.

- Então o que foi aquilo? – Ela apontou em direção a Ala Hospitalar – Aquela conversa? Você pensou ‘Hum, hoje é um bom dia para dizer coisas para o Snape. Ah, tadinho, ele nem está sofrendo. Dizer algumas coisinhas não faz mal para ninguém, não é?’.

- Você sabe que não é verdade – Alterei o tom da minha voz, mais uma vez – Ele me provocou. Ele está sempre me provocando. Ele me forçou a dizer aquelas coisas...

- Mas bem que você queria dizer – Ela gritou

- Sim – Gritei em resposta


Aquilo foi um impulso. Ficamos nos encarando, em silêncio, por minutos, horas até. Não sabia se estávamos arfando porque estávamos cansados ou por causa de toda gritaria.

Nós nunca havíamos discutido daquele jeito, elevando a voz para sobressaltar a outra.

- Quer saber – Ela levantou a cabeça, dera mais um passo, chegando mais perto – Ele pode ser um sonserino, ou qualquer outra coisa, mas – Seus olhos encheram de lágrimas – Mas – Ela repetiu com a voz embargada – Mas ele tem mais coragem, mais compaixão, ele se responsabiliza pelos seus atos, diferente de você – Lily apontou para mim – Snape é mais homem do que você. Você é apenas uma criança mimada, é isso que você é. Você nunca chegara aos pés dele. E de ninguém.

Lily me olhou mais uma vez, antes de sair.

Aquelas palavras foram tão doloridas como uma faca, entrando lentamente, em seu peito esquerdo. Perdi o mundo em baixo de meus pés, sinto que não há razões para ficar mais aqui.


Hoje, faz um mês que Lily e eu terminamos. Falta um mês, também, para o fim das aulas.

Lily seguiu em frente com a sua vida, continua se dedicando aos estudos, como sempre. Sempre que a vejo, está sorrindo, se divertindo, diferente de mim.

Perdi todas as razões da vida, não sou o mesmo que eu era. Estou sempre amargo, não faço mais brincadeiras com ninguém, não estou me dedicando aos estudos e, o Quadribol já era. Não como, não durmo, não faço mais nada direito. Sempre pensando nela.

Lily e eu nunca conversamos, direito, desde então. Cruzamos nos corredores várias vezes, é impossível não encontrar com ela. Toda a vez que a vejo, tento pedir desculpas, mas ela vem sempre com a mesma resposta:

- Desculpa não é o bastante, Potter!

E, então, saí apressada.


- Pontas, que cara é essa?

Escuto uma voz, vindo do outro lado da sala comunal.

- Quê? Ah, são vocês – Estava com as mãos cobrindo o rosto, antes de falar.

Estava absorto em meus pensamentos (leia-se: pensando na Lily) E não virá que os três haviam chegado.

Eu deixei a sala comunal toda escura, pois queria ficar sozinho, como sempre. Não queria ser atrapalhado por ninguém.

- Não, sua mãe – Sirius ironizou – Claro que somos nós.

Ele me deu um tapa na cabeça. Isso doeu

- Que cara é essa? – Peter voltou a repetir a pergunta

- Você sabe do que é, Rabicho – Remus deu uma cotovelada no estomago do Peter. Parece que doeu – Ignore

- Então, Pontas – Almofadinhas e os outros, sentaram em minha frente.

- O que? – Pergunto meio receoso, pois quando o Sirius fala desse jeito, provavelmente é um dos seus planos.

- Temos um plano – Os três sorriram maliciosos.

Eu sabia

- Qual? – Afundo-me na poltrona, coço a testa e me preparo para ouvir o pior.

Sabe, os marotos, nós, sempre bolamos planos, mas esses planos, a maioria, é para aprontar alguma coisa. Eu não estou humor para arrumar confusão. E essa idéia, provavelmente, veio do Sirius e, as idéias dele... Não são nenhum pouco agradáveis.

Urgh! Não gosto nem de me lembrar.

- Como somos seus amigos... – Remus começou

Eu espero que sim – Sirius interrompeu o Aluado que logo recebia um olhar de advertência. Almofadinhas encolheu-se todo, de medo. Foi engraçado.

- Antes de ser interrompido – Remus olhou mais uma vez para o Sirius – Eu dizia que somos os seus amigos e queremos te ajudar

- Me ajudar? – Pergunto desconfiado – Com o que?

- Com a Evans, oras – Sirius disse como se fosse a coisa mais obvia do mundo. E era.

- O que vocês vão aprontar? – Pergunto com medo.

Eu não quero que eles façam nada com a Lily, nada de errado. Mesmo não estando com a Lily, eu a amo. E aí deles se machucarem-na.

- É o seguinte...

Aluado começa a contar o plano, no começo fiquei com medo, eu admito, mas como eles iam contando o plano, eu fui gostando. Quando as idéias extrapolavam, ou quando uma era muito engraçado, eu ria. Estava achando tudo aquilo muito divertido.

Eu confesso, essa foi a melhor idéia deles.

- O que eu preciso fazer? – Pergunto entusiasmado

- Decore isso – Sirius me jogou um pedaço de pergaminho

- O que é isso? – Pergunto curioso

- É uma música, não ta vendo, seu viado? – Sirius deu uma tapa na minha testa

- Sim eu estou vendo, eu vou ter que decorar? Mas não sei a melodia – Passo os meus olhos, rapidamente, pela a música.

- Não reclame. Estamos fazendo um favor para você – Almofadinhas da de dedo na minha cara.

Os três se levantaram e andaram até as escadas. Remus virou-se e disse:

- Ah, amanhã, antes da aula de poções, chegue 30 minutos antes e fique no corredor esperando.

- Ficar no corredor – Repeti enquanto tentava memorizar as instruções

- Quando vir a Lily, esconda, não esqueça – Sirius disse.

- Esconder-me – Repeti mais uma vez

- Boa noite – Peter disse

- Noite

Os três subiram as escadas, rindo como sempre e, eu, me afundei na poltrona.

Sorri, não estava acreditando que poderia ter a minha ruivinha mais uma vez. Espero não pisar na bola de novo.

Peguei o pergaminho e agora leio com a atenção a letra da música. A letra é muito bonita, duvido que eles tenham a escrito. Sabe como é, eles não tem muita criatividade e nem muita inteligência para escrever uma musica.

Quer dizer, o Remus tem, mas ele não é muito sentimental. Então, tecnicamente, eles não sabem escrever musicas.

Agora que eu reparei no nome da música, o que a Lily sempre me dizia, acho que eles escolheram essa música de propósito.

Estou surpreso com o trabalho dos marotos, tentar em me ajudar com a Lily. Eles são mais do que amigos...



20 minutos para começar a aula e nenhum sinal da Lily, de ninguém, muito menos dos marotos. Será que não vai ter aula hoje e esqueceram de me avisar? Não!

Se concentra, rapaz.

Aula agora é o menos importante, a Lily é mais importante de qualquer coisa. Qualquer coisa! Até a minha felicidade.

Será que a Lily não vai vir? Será que ela desistiu das aulas? Será que ela me esqueceu?

Não pense nisso.

Eu avisto uma menina ruiva virando o corredor. É a Lily. Nossa como ela está linda, quando não está?

Ops, quase esqueci de me esconder.

Corro e me escondo atrás de uma estatua qualquer. Há milhares aqui. Estou estrategicamente posicionado, quer dizer, para não soar tão, tão, tão gay, estou num lugar que eu possa vê-la perfeitamente.

Espero que ela não tenha me visto.

- 10 minutos para aula – Ela bufa e coloca uma mecha atrás da orelha. Linda como sempre.

Lily se se encosta à parede e fica olhando as pontas dos cabelos, como toda a garota faz quando está entediada. Por que elas fazem isso?

Ué quem são eles?

Aparecem três rapazes de bigodes e roupas estranhas, pareciam aqueles trouxas do México, muito estranho. Dois deles estão tocando violão e o terceiro está batucando uma caixa, o instrumento.

Espere aí, são os marotos. Querendo me enganar, não vão conseguir.

- Senhorita Evans? – O mais alto, Sirius no caso, a chama. Lily ficou assustada

- Pois não? – Ela se desencosta da parede e fica em frente a eles.

- Ahã – Remus, que é o loiro, pigarreia – 1 2 3

- “Lily, Lily – Eles começaram a tocar os instrumentos e a cantar, os três juntos - Você foi convidada para ir à Sala Precisa. Hoje à noite, as 22:30. Por favor, não recuse”.

- Ta bom – Ela arqueou a sobrancelha esquerda, como se estivesse desconfiada.

Bem, se três palhaços com roupas de mexicanos viessem cantar para mim, também ficaria desconfiado.

- Quem mandou vocês aqui? – Ela pergunta encarando os três, direito.

- Ninguém – O mais baixo, Peter, responde rapidamente.

- Como vocês conseguiram...?

Lily tenta encostar no bigode de Sirius, já ele da um tapa na mãozinha linda dela. Ela logo recua a mão.

- Não te interessa – Almofadinhas tenta responder brabo – Apenas vá à Sala Precisa, não esqueça.

- Mas porque eu tenho que ir? – Ela questiona. Os três fazem cara de preocupados.

- Se eu responder, vai estragar a surpresa, não é? – Aluado responde, Lily concorda com a cabeça.

- Au revoir – Remus bate na testa ao ouvir o que o cachorro do Sirius acabou de falar – Quer dizer, Ádios.

E logo os três saíram, tocando os instrumentos.

Lily continuou parada no meio do corredor, observando aqueles estranhos sumirem da vista dela. Ela coçou a cabeça, coçou o queixo, franziu o cenho, logo saiu andando pelo o mesmo caminho dos marotos.

Saio do meu esconderijo devagar, olho para os lados para não ver ninguém, quer dizer, um sinal da Lily. Fico em pé e respiro aliviado.

- Lily, Lily – Digo, com um sorriso nos lábios, em voz baixa.



- Por que vocês demoraram? – Pergunto apreensivo para os marotos.

Estou aqui, em frente à Sala Precisa esperando por eles há horas. Daqui a pouco a Lily chega e o plano vai por água abaixo e não a terei mais.

- Calma, nós estávamos arrumando a sala para vocês – Remus respondeu fechando a porta.

- Vista isso – Sirius me jogou uma roupa.

Dou uma olhada nela e percebo que é quase igual à deles, aquelas que eles estavam vestidos enquanto cantavam para Lily e que estão usando agora. A única diferença que a minha tem blazer e as deles não.

- É igual à de vocês – Digo estendendo a roupa

- Não – Rabicho responde – As nossas gravatas são diferentes. A sua é verde e a nossa é vermelha, de borboleta. É diferente.

Os outros dois concordam com a cabeça.

- Vista logo, daqui a pouco a Lily chega – Aluado me alerta.

Com um aceno com a varinha troco a minha roupa e visto a que os marotos me deram.

- Ficou bom? – Pergunto enquanto ajeito a gravata

- Está ótimo – Remus responde

- Agora entra logo que a Lily já está chegando – Almofadinhas me joga para dentro da sala e a tranca

Uau! Eles arrumaram tudo aqui.

Uma mesa para dois. Jantar a luz de velas. Tem até um palco com alguns instrumentos ali. Rio ao ver bonecos sentados em outras mesas, fingindo que há mais pessoas aqui.

Eles pensaram em tudo.

Ouço o barulho da porta sendo aberta.

OOW! Lily está linda. Mais do que linda, mais do que maravilhosa, se é que é possível. Ela está com um vestido verde, que realça seus lindos olhos. Nunca imaginei que eu pudesse vê-la mais linda do que sempre.

Ao me ver, Lily deu a meia volta, vi que ela queria ir embora. Porém, eles logo trancaram a porta e fizeram que ela se virasse para mim.

Aceno levemente.

- Oi – Digo sorrindo

Ela não responde, mas pelo menos acena de volta.

- A mesa de vocês - Sirius mostra a nossa mesa e, ele puxa a cadeira para Lily sentar, a minha ruiva senta e ele logo a empurra de volta.



Percebo que os instrumentos começaram a tocar, mas os marotos não estavam tocando-os. Ah, claro, havia me esquecido que eles sabem fazer magia. Colocaram os instrumentos para tocarem sozinhos.

Good, good, good, good enough.
Good, good, good enough.
Good, good, good enough.
Good, good


Almofadinhas estica o guardanapo e coloca no colo da Lily. Dou uma olhada no cardápio que está em nossa mesa. Fecho – o e deposito em cima da mesa.

Lily fica olhando para os lados, meio triste. Sua maquiagem está um pouco borrada. Ela está com os olhos marejados.


- I can't stop, I can't stop loving you. You're a dreamer and dreaming's what you do. You’re a dreamer and dreaming’s what you do

Começo a cantar meio baixo, meio devagar. Bem, eu nunca havia cantando para ela, estava meio nervoso.

Sirius passou rápido e colocou duas canecas, com cervejas amanteigadas, na mesa.

-I won't start believing that this is the end, there must be another way - Lily toma um gole da cerveja, percebo que ela não está prestando muita atenção. Pego na mão dela para ver se ela presta atenção em mim - Cause I couldn't handle the thought of you going away, woah yeah.

Vejo que os três estão se aproximando, com aqueles bigodes ridículos deles. Eles estão com os mesmos instrumentos que tocaram para a Lily hoje de manhã.

-Sorry's not good enough (good enough) why are we breaking up? (breaking up) Cause I didn't treat you rough so please don't go changing – Eles estão atrás de mim, tocando e cantando comigo. Agora ela está prestando atenção, porque ela está tentando esconder um sorriso - What was I thinking of? (thinking of) You said you're out of love (out of love), baby don't call this off because sorry's not good enough.

Afundo me na cadeira e passo a mão no rosto, espero que esteja dando certo. Espero que Lily esteja percebendo o quão grande é o meu amor por ela e que veja o quão arrependi estou.

Os marotos estão indo para o palco e estão tirando o bigode. Sirius puxa com tudo o bigode, deve ter doído porque ele fez um “Aouch”.

Lily queria dizer uma coisa, mas não pude deixa-la. Precisava terminar com aquilo, então, levei o meu indicador direito aos seus lábios e não a permiti falar.

Ai meu Merlin! Como é mesmo resto da letra? Não consigo me lembrar, começava com “Don’t...” qual é o resto? Olho para o Sirius e faço uma cara de “Não me lembro o resto da letra, me ajude, por favor”.

- Don't stop, all those things you do – Peguei uma rosa, que estava na mesa e passei no rosto dela.- He’s a believer and that's what gets you through

Sirius entendeu o meu recado e cantou por mim. Até ele trocou o “I” por “He”.

Lily deu uma garfada na salada e levou até a boca. Sua maquiagem está mais borrada do que antes.

- He can't fight this feeling that this is the end We're in the thick of it, where will this ever end? Woah, woah.

Pego uma foto nossa, em que estamos abraçados e sorrindo para a câmera, que estava em meu bolso e mostro para Lily. Ela vira a cara se recusando a ver, então, eu coloco a foto em baixo de sua mão.

Sirius me chama para subir no palco e lá vou eu. Corro e pulo para subir. Pego a outra guitarra que estava jogada no canto e coloca-a.

- Sorry's not good enough (good enough) why are we breaking up? (breaking up) – Sirius e eu estamos dividindo o microfone - Cause I didn't treat you rough so please don't go changing – Peter e Remus estão lá com a Lily, Rabicho está segurando o copo dela e está tomando através de um canudo. Aluado está dando comida na boca dela - What was I thinking of? (thinking of) You said you're out of love (out of love) baby don't call this off because sorry's not good enough.

Para não escapar, os dois, amarraram a Lily na cadeira. Bem útil, para falar a verdade.

Como a cadeira tinha umas rodinhas, eu empurrei a Lily até num canto da sala em que eles, os marotos, iriam começar a projetar umas fotos minhas com a minha ruivinha.

Agora me recordei o resto da letra, faço um sinal com a cabeça para o Sirius entender que eu lembrei a resto.

- For you said you'd never leave me here, be there to hold and please me. – Confesso que não reparei muito nas fotos, mas sei que elas eram emocionantes, pois Lily estava chorando. Eu não parava de olha-la. Eles também estavam assistindo e, acredite ou não, Peter estava chorando bastante - Sorry's just not good enough for you, But everybody makes mistakes and that's just what we do.

Lily me olha nos pela primeira vez desde a nossa briga, apesar da lagrimas, percebo que seus olhos estão brilhando. Lily me olhou com afeto, me olhou com amor.


Good, good, good, good enough.
Good, good, good enough.
Good, good, good enough.
Good, good.


Pego na mão da Lily e ela aperta, como sempre fez.

- Sei que o que eu fiz foi errado e foi pensado só em mim, não fiz aquilo para magoa-la – As palavras começaram a sair da minha boca, não estava pensando no que estava falando - Eu sei que isso não é o suficiente, cantar te pedindo desculpas não é o bastante, mas faria muito mais – Lily riu - Eu daria toda a minha felicidade só para ver você rindo ao meu lado, viveria na miséria se fosse o suficiente para tê-la novamente. Se fosse possível, daria minha vida para você – Lily fez uma cara de surpresa e começou a balançar negativamente a cabeça – Sim, eu morreria por você. Sabe porquê? Porque você é tudo o que eu tenho, minha alegria, minha esperança, minha sanidade, minha sabedoria, minha paz, meu amor, você é tudo em minha vida. Eu te amo.

- Don't go changing (sorry's not good enough)
Don't go changing (sorry's not good enough)
Don't go changing (sorry's not good enough)
Don't go changing.


Nós quatros saímos correndo e voltamos para o palco, para terminar de tocar a música.

- Sorry's not good enough, why are we breaking up? Cause I didn't treat you rough so please don't go changing.

- What was I thinking of You said you're out of love, baby don't call this off because sorry's not good enough. Sorry's not good enough. Sorry's not good enough


Lily conseguiu se soltar, não sei como, mas ela não estava com cara braba e nem nada. Na verdade, ela estava bem feliz, pois nos aplaudia de pé e abriu os braços me chamando.

Corri até ela, me ajoelhei, peguei uma caixinha que estava no meu bolso, abri-a e mostrei. Os olhos de Lily brilharam mais e seus olhos estavam mais marejados do que antes. Lily sorriu.

- Sim – Foi o que ela disse. Não preciso dizer para o que, não é?



N/A: Dedico essa fic a todas as pessoas que acompanham as minhas fics, as pessoas que gostam de J/L e, é claro, que gostam de McFly. Espero que vocês tenham gostado, é minha primeira OneShot e, eu nunca havia terminado uma fic antes, fiquei bem nervosa, quando eu ia chegando ao final da historia. Fiquei bem emocionada enquanto escrevia, confesso que chorei (o que não é difícil). Resolvi fazer essa fic enquanto eu escutava, pela milésima vez, essa musica, espero que tenha dado certo. Obrigada a todos os comentários, os votos tudo o que vocês fizeram, isso me motivou muito a escrever. Ai, ai. Beijos e obrigada mais uma vez.
Ps: Não preciso dizer de quem é a musica, não é?

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