Capítulo 1



13h22min, Centro de Londres, Ministério da Magia, Quartel-General de Aurors

– Droga! Está um calor abrasador! – comentou Ginny Wesley, de súbito, sentada na beirada de sua secretária, enquanto ditava um relatório à sua pena.

Hermione, que se encontrava imersa em pergaminhos, os cabelos vastos ocultando sua bela face, ergueu a cabeça em resposta ao resmungo da amiga.

– Ar condicionado fazia maravilhas. – ela disse, dirigindo um olhar acusador a Malfoy.

Estava sentado com as botas em cima da secretária, a cabeça loira apoiada no encosto da cadeira, e não fazia absolutamente nada.

– Não se babe, Granger. – Draco ironizou, permanecendo com o olhar fixo no teto.

Ginny revirou os olhos.

– Porque ela haveria de se babar por um Malfoy? – ela articulou, no mesmo tom irônico.

Lentamente, Draco se acomodou na cadeira. Ginny sentiu-se perfurada quando ele lhe dirigiu um olhar frio e cortante.

– Porque um Malfoy é melhor que um Wesley? – inquiriu ele, provocante.

Temerosa, Hermione fitou Ginny, esperando pela habitual explosão de raiva. Era sempre assim. Desde que aqueles dois haviam ficado juntos entre as mesmas quatro paredes, a antipatia recíproca aumentara ainda mais. Não se suportavam. Lutavam como cão e gato, e os arranhões ardiam psicologicamente.

Mas, uma vez que estavam dentro do quartel, poderiam evitar tal comportamento caótico. E Hermione não era otária o suficiente para intrometer-se no meio das brigas rancorosas que eles travavam um com o outro.

Viu a ruiva pousar os pés no chão e levantar-se muito hirta.

Os cabelos ruivos tocavam-lhe as costas, compridos e brilhantes. A tonalidade azulada de seus olhos escurecera depois de ela completar vinte e três anos e, apesar de ainda possuir sardas, grande parte delas havia desaparecido. Enfim, tornara-se dona de uma beleza impetuosa e fogosa.

– Olha aqui seu… – Ginny calou-se de brusco e virou a cabeça para a mão forte que apertara seu ombro com delicadeza.

– Pegando fogo de novo, hein? – Harry disse com ar simultaneamente maroto e alarmante.

Após ter recebido um memorando interdepartamental, Harry saíra por uns instantes. Tinha ótima aparência, senão a melhor até os dias de hoje. Alto e atraente, trajava um manto de detalhes esverdeados. Os óculos redondos ainda existiam, embora ele os usasse com menos freqüência, pois Hermione receitara-lhe uma poção para melhorar a vista.

– Está «um calor abrasador». – Draco afirmou, deitando uma olhadela de lado a Ginny. Ela, por sua vez, não escondeu a aversão e fez-lhe uma careta feia.

Harry mordeu o lábio para não rir da situação meio infantil. Então, rodou os calcanhares e deu alguns passos:

– Vamos almoçar? – ele perguntou a Hermione, que sorriu amigável e um tanto aliviada.

– Hei! – a ruiva interrompeu, aproximando-se dos dois. – Vão me deixar aqui? Sozinha?

Depois de suas palavras serem pronunciadas, um ruído ao fundo da sala se deu e, caminhando com ar superior, Draco esbarrou contra as costas de Ginny, murmurando: – Agora é que você vai ficar sozinha, querida. – e saiu.

Um segundo depois, uma Ginny toda furiosa seguia atrás dele.

– Eu te pego, Malfoy! – ouviu-se do corredor ao lado.

Harry, por fim, gargalhou.

– Esses dois não vão se entender nunca. – Hermione dizia enquanto ajustava a pilha de pergaminhos num pequeno monte de papel amarelado.

O moreno suspirou.

– Achou alguma informação sobre o caso de Sophia Hangar? – ele questionou, ao que a morena sacudiu a cabeça negativamente.

– Droga!

Hermione ergueu-se desanimada.

– Havemos de encontrá-la. – ela tentou entusiasmar. Mas já fazia três meses que não descobriam qualquer rastro quanto ao paradeiro de Hangar.

***
– Gosto de vê-la assim! – Harry elogiou, dez minutos mais tarde.

Encontravam-se no local habitual onde almoçavam as raras vezes que possuíam. O ambiente era acolhedor, rodeado por rostos conhecidos, bruxos célebres.

Hermione sorriu, corando de leve.

– Assim como?

Os olhos verdes deslizaram pela face lisa. Os cabelos ondulados estavam presos em um coque puxado, algumas mechas escaparam do penteado, emoldurando o rosto não muito moreno, mas perfeito. Hermione tinha os lábios entreabertos e os olhos, cor de mel, grandes e cintilantes. Doces.

Ele gostava do cabelo, do perfume a framboesa.

– Luminosa. – Harry sussurrou em voz meiga, notando que ela corava ainda mais. – Porque não namora? Por causa da profissão?

Hermione quase engasgou.

– Sim. – ela mentiu, desviando o olhar para uma mesa vazia.

(N/A): Oi. Espero que gostem da nova fic e podem comentar, ok? Dizer o que acham sobre os personagens, qualquer coisa, mas comentem pf.
Eu agradeço.
Beijo

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