a historia de draco e gina



Bom, esta história começa comigo Virginia Weasley, descobrindo que meu noivo com quem eu me casaria em quinze dias, estava me traindo. Agora pasmem, com nada mais nada menos, que a minha madrinha, colega de escola e namorada do meu irmão, Ronald. Foi assim que eu descobri realmente quem eram Neville Longbottom e Hermione Granger.

Como isso aconteceu? Bom, nós moramos juntos desde o primeiro ano da faculdade. Foi meio estanho, eu saí do The Observer no meu ultimo dia de estágio e me vi na rua. Deviam ser por volta de seis da manhã e meu único pensamento era ir para o pequeno apartamento que dividia com Neville antes que ele saísse e fosse para o trabalho. Neville havia conseguido um emprego, não um estágio não remunerado como o meu, no London Bank, ele trabalha com comércio exterior e diga-se de passagem ele é bom no que faz.

Antes eu não tivesse feito isso, e sim ido logo atrás de outro estágio, remunerado dessa vez, já que me casaria em quinze dias, ou talvez devesse ter ido me encontrar com minha mãe em Ottery Saint Catchpole uma cidadezinha rural nos arredores de Londres, onde eu cresci, e tomar um café tipicamente inglês com salsichas, muffins, chocolate e engordar uns quilos a mais.

Quando entrei em casa ouvi logo a voz inconfundível de Djavan, um cantor brasileiro, excelente, no microsystem, Oceano era a música. Sorrindo fui seguindo o som pela casa e ouvi mais do que a voz musical do Djavan . Eram risadas gostosas e quando empurrei a porta deparei-me com Neville e Hermione tomando café da manhEntão eu deixei a casa onde vivi com meus irmãos a vida inteira na Inglaterra, na mesma semana e com todo o dinheiro que eu havia juntado na vida e que serviria para comprarmos a nossa casa, e me mudei para Nova Iorque, nada me pareceu mais lógico e real. Consegui falar com uma ex-colega de escola, Lilá Brown, ela era bailarina, dançava num musical famoso, Lès Miserábles e me ofereceu ajuda por um tempo, o que eu aceitei prontamente.



Chegar a casa de Lilá Brown não foi difícil, o pior foi descobrir que ela não estava e ter de pegar as chaves com o porteiro, que parecia não aprovar a iniciativa da Srta. Brown, como ele fez questão de chamá-la.

Bom, o que eu posso dizer a respeito da Lilá, ela é a típica garota meio inglesa, meio americana, magra de dar ódio, alta, pernas longas, uma postura e segurança de dar inveja no resto da humanidade, e em geral bailarinas são assim, rica, que resolveu sair de casa, porque não queria casar-se com um primo, que era médico, como toda a família Brown esperava. Foi então que ela veio para Nova Iorque, estudou balé e hoje mora num apartamento mais caro que o salário dela pode custear, no Village, e dança em musicais. Nos correspondemos desde então e eu assisti a sua estréia no Fantasma da Opera, há cinco anos, tudo bem, ela estava no coro na época, mas era um musical na Broadway e isso valeu muito para ela.

O apartamento tinha somente dois quartos, era bem arrumado, cheirava a lavanda, entre as muitas peças havia um lindo biombo chinês separando a sala de estar da de jantar toda em tons violetas bem suave. Todo ele era decorado em motivos orientais, diga-se de passagem. Sua localização era boa e isso o fazia ser um tanto quanto caro. Enquanto arrumava suas coisas no quarto vago, Gina pensava no que faria para se colocar em Nova Iorque. Precisava de um trabalho urgente, o dinheiro não duraria para sempre.
ã juntos, na nossa cama, inteiramente despidos. Não precisou de mais nada para perceber o erro que seria uma vida a dois. Os detalhes da briga? Bom, digamos, que Hermione tenha saído bem machucada, afinal tem certas vantagens ser irmã de seis garotos maiores que você
Bom, em termos de estudo me considero preparada. Tínhamos uma vida planejada. Neville fez Direito, ele sempre quis isso desde criança, lembro dele falando isso para sua avó Margarida Longbotton, ele era órfão de pais, desde os três anos de idade. Eu fiz jornalismo, em Oxford, eu era bolsista, meus irmãos dizem que foi a minha curiosidade e tagarelice que me empurrou para esse lado, sei lá?! Mas enfim, adorei meu curso, as oficinas de fotografia, os estágios no jornal da faculdade. Só não suportei o estágio obrigatório na televisão, não tem jeito, detesto câmeras, embora tenha sido uma das mais fotogênicas, segundo meus professores na época. Então com essas lembranças maravilhosas e um currículo na mão, achei-me num começo de primavera em plena Manhattam atrás de emprego.

“Ah, sim! Nova Iorque não tem sido nada gentil comigo, nas primeiras vinte e quatro horas, talvez sejam conseqüências dos ataques terroristas a um ano. Lilá não para em casa, vive ensaiando o que me deixa sozinha no apartamento dela. E tudo o que eu consegui até agora foram quinze propostas de emprego recusadas, uma bolha no pé e um pedaço de brócolis entre os dentes. Deus que horror, será por isso que eu fui recusada?! Talvez sim, talvez não. Vamos lá retocar batom e ajeitar o cabelo para a próxima entrevista” pensava.



Foi na volta pra casa, no dia seguinte, que aconteceu. Ao entrar do elevador esbarrei num grupo de três rapazes, um loiro, alto, olhos azuis e os outros dois fortes e com caras de idiota.

_Desculpa aí, foi mal! O maior deles sorriu e eles saíram do elevador e se acharam no hall de entrada do prédio.

“Gíria, aposto que esse inútil não tem cérebro para outra coisa”, pensei. Odeio gente que fala mal. Descobri mais tarde que Crabbe, o das desculpas é estudante de medicina, as gírias ele aprende no trato com os pacientes no pronto-socorro. Interessante.



Três dias depois enquanto saía novamente do elevador para o hall do apartamento de Lilá, Gina foi “atropelada”, literalmente, por uma quantidade razoável de caixas. Resmungando algo sobre olhar para onde se anda, seus olhos se encontraram novamente com os azuis-acinzentados do rapaz loiro de dias anteriores.

_Que mundo pequeno, você novamente, ruiva. – o rapaz parecia estar se divertindo horrores com a situação.

_Você por um acaso é cego, ou apenas idiota? - ela tinha ficado realmente irritada por ter sido jogada ao chão tão facilmente.

_Hei! Não precisa ofender. Você nem me conhece ruiva. E eu estou só mudando de apartamento. Aliás não te devo explicações garota.

_Não te pedi explicações. E dá para parar de me chamar de ruiva, eu tenho nome.

_Certo, ruiva, ops, srta... - ela ignorou o fato de não ter se apresentado formalmente ao rapaz e disse novamente.

_Agora, será que dá para retirar essas coisas daqui. Eu preciso realmente entrar no meu apartamento.

_ Mas não precisa ficar tão zangada. - o sorriso irônico a deixou mais mal-humorada ainda e Gina pensou no quão irritante aquele rapaz bonito podia ser.

Draco pegou rapidamente os livros que haviam caído recolocou-os na caixa e usou-a para prender a porta do elevador, enquanto entrava. Dentro do mesmo, o rapaz louro pensava. “Ė ela é muito bonita, linda na verdade, mas tem um gênio, nossa mãe!”.

Nesse meio tempo Gina procurava as chaves do apartamento na bolsa. “Devia ter feito isso no elevador, que coisa mais estúpida, eu já estaria dentro de casa...e porque diabos eu estou perdendo a paciência tão facilmente!” - resmungava consigo mesma.



Com sorte numa segunda feira, saí para me encontrar com Lilá, fui encontra-la no teatro onde ela ensaiava, pegamos o metrô e voltamos para o Village. Chegamos a um cyber café numa rua próxima ao apartamento onde morávamos. Ela tinha marcado um encontro com um cara, na verdade ia dar o fora nele, e queria companhia.

_Ele é um canalha - disse Lilá.

_Não mais que meu noivo, rebati furiosa, a lembrança de Neville. Você sabe como eu estava? Eu não era mais um ser humano normal e sim alguém muito preocupada com impressão de convites, a cor das toalhas da mesa para a recepção e do vestido das damas de honra. Sem falar que nós morávamos juntos há tanto tempo.

_Ainda bem que você descobriu antes, já pensou se descobre cinco anos depois com dois filhos no mínimo para criar, Gina?

Senti arrepios só de pensar no que ela falara. Enquanto ela foi conversar com o cara que já estava esperando-a.

O café estava lotado, quase não consigo lugar para sentar-me, em volta do bar, uma grande burburinho, provocado por pessoas em busca de bebidas e senhas para internet. Corri os olhos avaliando o local, tijolos aparentes de coloração amarelada, móveis em aço escovado na cor cinza, mais high-tech impossível. Aprazível, pensei. Contudo após tomar um refrigerante, poção diária de calorias e celulite como dizia Lilá, resolvi sair. Na saída encontrei o loiro do elevador, ele sorriu e perguntou.

_Posso levar você para casa?

_Não precisa moro a uma quadra daqui.

_Eu sei, moro no mesmo prédio, esqueceu ruiva?

_Olha realmente...

_Tudo bem, você vai à frente e eu te sigo, aí você fica pra lá de constrangida, ou melhor ainda você me segue e eu fico todo sem jeito, ou podemos ir lado a lado, conversando feito gente civilizada, que tal?

_Bom, a ultima opção me parece melhor.

Estava começando a esfriar e havia chovido um pouco daí, o chão molhado, andando lado a lado, Virginia Weasley ia calada, enquanto Draco Malfoy resolveu engatar uma conversação. Num dado momento ele a tocou no ombro fazendo-a se voltar e um pequeno choque elétrico percorrer seu corpo.

_Certo só tem um detalhe que me incomoda profundamente, você pode me dizer seu nome ou vou ter que te chamar de ruiva pro resto da vida.

_Nossa, resto da vida e se e viver 100 anos? Minha bisavó viveu ate os 103. - ela sorria levemente divertida como uma criança que fizera uma grande traquinagem. Então ela olhou-o e estendendo a mão disse:

_Virginia Weasley, inglesa, 25 anos, jornalista.

_Draco Malfoy. 26 anos, Designer. Voltaram a andar em silêncio, até que ele falou novamente.

_Virginia, você gosta de brinquedos?

_Por que? - levantei uma sobrancelha inquisidoramente.

E de repente me vi numa loja de brinquedos, conversando com um estranho, elegante, encantador é verdade, e inexplicavelmente contando toda a minha vida e obtive um efeito semelhante nele.

_Sua vez!

_Certo. Saí de Long Island e vim para a faculdade, estudei Design e Engenharia, para quê? Inventar um brinquedo fantástico que ninguém tenha inventado ainda. Claro que fiz alguns free-lancers como design de jóias, mas os brinquedos são a minha vida. Caramba, você me ouviu?

_Sim, você ouviu a minha história porque eu não ouviria a sua?

Os dois aproveitaram que estavam numa loja imensa de brinquedos e começaram a brincar com todos os brinquedos possíveis e imagináveis, agindo como duas “crianças grandes”, saíram apenas quando a loja fechou, ela com um chapéu da Minnie e ele do Mickey. Andaram até o mesmo prédio onde moravam e ele a deixou no sexto andar enquanto subia até o oitavo e ultimo andar. Dentro de si, Gina sentia ter encontrado um amigo, um novo amigo, num novo mundo. Era isso.



WKNHY. Uma emissora de TV, uma rede de noticias paga. Um dos currículos que eu deixei foi lido realmente, e um recado na secretária de Lilá foi tudo o que eu precisei para recomeçar a viver. Trabalho. Acho que não tem nome mais doce que esse para um desempregado. E sem contar que eu não apareço na televisão, ninguém é doido o suficiente de colocar uma novata no ar. Graças a Deus!

Em duas semanas de trabalho e Gina já fizera algumas amizades, uma em especial. Pansy Parkinson. Ela e Alicia, eram âncoras do noticiário das nove da noite, o mais assistido da cidade. Pansy Parkinson não era o que se poderia chamar de uma beldade, mas ela tinha credibilidade e num país onde o presidente é um cowboy metido a herói, os jornalistas tinham de ser necessariamente confiáveis. Alicia Parkinson era mais bonita que a irmã e se destacara muito fazendo reportagens que ressaltavam o caráter humanitário do novaiorquino, como no caso do ataque terrorista ao WTC. Enfim, eram excelentes jornalistas e pessoas maravilhosas.



No inicio da terceira semana de trabalho, Pansy me avisou que me apresentaria ao noivo dela. Ela me apareceu sorridente defronte a um terminal de computador e disse:

_Nós vamos almoçar juntos, ele vem me buscar e você vai adora-lo, vai ver.

_Certo vamos conhecer o cara que faz o coração da Srta. Parkinson balançar como geléia.

_Gina, você e suas comparações. - Rindo Pansy resmungou algo a respeito da irmã estar atrasada, mas foi só ela reclamar para Alicia chegar deixando meia redação espantada.

Alicia Parkinson visivelmente mais bonita que Pansy, resolvera nesta manhã aparecer na redação do jornal, usando um chapeuzinho lilás com flores que Gina pensou que talvez nunca, mas nunca mesmo algum dia estivesse na moda.

“Fazer o quê? Pensou Gina. Ainda bem que elas não vão ao ar com suas próprias roupas”.



“Não sei porque não contei a Pan que já conhecia o noivo dela. Somos vizinhos, amigos afinal”. Pensava Gina.

Elas estavam trabalhando, Gina tendo como missão buscar informações em todos os arquivos do jornal sobre os últimos seqüestros que aconteceram em Nova Iorque nos últimos cinco anos, eram muitos dados, se considerada a reforma na policia de Nova Iorque que estava muito melhor aparelhada e atuante. Ou seja, Gina estava completamente entretida no trabalho, quando Pansy a chamou. Levantando os olhos Gina deparou-se, com um homem loiro, de olhos azuis acinzentados e um sorriso irônico permanentemente no rosto.

_Draco querido, essa é minha nova amiga e colega de trabalho, Virginia Weasley. - Pansy Parkinson estava sorridente fazendo as apresentações.

_E esse senhorita sabe-tudo, é o meu noivo Draco Malfoy, ele trabalha com Desing.

_Muito Prazer. As mãos se tocaram num cumprimento formal enquanto Gina sentia-se internamente desconfortável, além do arrepio que sentira no outro dia quando se viram no café. A confusão se seguiu por todo o dia nos pensamentos de Virginia. “Como ela podia simplesmente pegar-se pensando em alguém com quem ela não trocara uma única palavra que tivesse a ver com sentimentos. Mentia, o rapaz conseguira deixa-la uma tagarela, conversaram sobre tudo, mas tudo mesmo. Não, eles simplesmente tinham uma empatia que não podia ser ignorara assim, e além de tudo ele é um deus-grego. Jesus Cristo, tem a Pansy Parkinson, eu mal acabei de ficar amiga dela, que confusão”, pensava Gina.
Quatro semanas depois, um Draco Malfoy confuso encontrava-se num Cyber-café junto com Crabbe e Goyle. Goyle era o Barman do lugar, Draco pilheriava com ele, afinal para que ele estudara tanto se no fim acabara por ser barman.

_Você não entende. Ė divertido, vejo e converso com mais gente aqui do que se estivesse dentro do escritório de contabilidade de meus pais.

_Ah sim, então, você deveria ter sido padre...

_Olha Draco, diz logo o que te aborrece pois isso está ficando muito confuso, o que você quer afinal de contas?

_A Pansy ela quer que nós, bem, moremos juntos, mas eu não sei, eu queria a opinião de vocês, antes.

_Eu acho que você deveria aceitar, disse Crabbe. Sabe daria a nós um ar mais maduro se um de nossos amigos fizesse isso.

_Espera aí, essa eu não entendi, vocês ganhariam um ar mais maduro, com a minha decisão de morar com a Pansy? - Draco encarava os amigos com um misto de curiosidade e incredulidade.

_É.

_Quer saber, vão viver a vida de vocês. - Jogando o dinheiro da cerveja nas mãos de Goyle , Draco saiu aborrecido do café.



As pernas de Draco faziam o caminho do café para o próprio apartamento quase automaticamente e ele se achou defronte a porta de um apartamento do sexto-andar, apertando a campainha nervosamente. Depois de um tempo a ruiva atendeu, não menos surpresa do que ele esperaria.

_Olha, posso falar com você? - Draco perguntava defronte a porta entreaberta do apartamento que Gina Weasley dividia com Lilá Brown.

Ela não respondera prontamente ficara observando-o calada e ele continuou.

_Afinal eu posso ou não entrar? - E porque você agiu como se não me conhecesse lá na WKNHY?

_O que você queria que eu fizesse? Oi Pan, tudo bem eu conheço seu noivo, nós inclusive trocamos confidências, como eu nunca fiz com você sabe? Ridículo Malfoy!

_Tem razão. O caso é que eu estou disposto a acabar tudo com a Pansy. Ela quer que nós, bem... ela me propôs que morássemos juntos, mas eu não posso, eu não quero Gina.

_Eu não entendo...

_Entende sim, tem alguma coisa acontecendo entre nós dois e eu não gostaria de deixar isso passar sabe, tudo bem que você é linda, eu seria um completo canalha se dissesse que não tem nada a ver com isso, mas...

_Entra vai, temos muito que conversar.
Era um fim de domingo aparentemente calmo em Nova Iorque, se é que essa cidade pode ser considerada calma.

Havíamos saído, eu, Lilá e William seu novo namorado enquanto percorríamos animadas, as ruas de Manhattam, em busca de um lugar legal para jantarmos e jogarmos conversa fora, encontramos um grupo de cantores de rua, desses que cantam a capela e não resistimos. O nosso repertório foi composto por Rock & Roll Lullaby seguida de Geórgia On My Mind e várias outras que fizeram a nossa alegria e os nossos dólares que por sua vez fizeram a alegria do grupo. Fomos a um café próximo e de lá saímos em busca de uma boate para dançarmos. O local estava cheio, ficamos na fila em frete porta esperando a nossa vez, eu me lembro de ter me afastado para comprar água, estava com uma sede horrorosa e então aconteceu.

Tudo o que eu consigo me lembrar é de ouvir William e Lilá gritarem por mim, e de um farol iluminando meu rosto. Depois senti uma batida na perna direita no meio do fêmur, e algo se partindo, provavelmente meus ossos e mais nada. Senti depois que era erguida e posta em algum lugar, relativamente macio.

_Ela foi imobilizada srta. não se preocupe.

_Não, nós precisamos de um parente, ela não tem nenhum? - Ouvia perguntas e respostas desencontradas, mas por mais que eu tentasse, eles não me ouviam. E agora? O mundo todo escureceu e apaguei, de vez, por fim.

Acordei muito tempo depois num lugar calmo, tranqüilo, céu azul, grama verde, flores e uma luz muito branca. O lugar era adorável não tenho dúvidas. Nesse mesmo local vi Ana Maria minha prima que morrera há pelo menos cinco anos e aí compreendi também morrera ou estava próxima disso. Subitamente enquanto aproveitava o calor do sol fui puxada e me deparei com um local branco, frio e que cheirava a éter.

_Ela voltou. Os batimentos estão normalizando.

_Ótimo, tudo o que precisamos agora é dela aqui. Já chegam os outros...

_Fatalidades James, acontece, você sabe.



Acordei muito tempo depois, segundo Lilá, duas semanas depois, e me descobri numa cama de hospital. Bom, a perna direita estava tracionada, suspensa da cama, o rosto enfaixado com gazes e ataduras, os ossos do lado esquerdo haviam sido esmagados e além de tudo o mais desconfortável foi me descobrir completamente despida, a não ser pelo lençol da cama. Outra tragédia, descobrir que por mais que me esforce ninguém me ouve. Quando de repente a figura baixinha de minha mãe, Molly Weasley apareceu, senti lágrimas virem aos meus olhos. Ela percebeu e conversou comigo, mas como fazê-la entender que eu estava ouvindo tudo? Porém não podia verbalizar nada, nem a alegria em vê-la.



Três meses inteiros num hospital, Saint Thomas, era a previsão inicial. O meu aborrecimento foi compensado quando os médicos disseram que eu começaria a fazer fisioterapia para recuperar os movimentos das pernas e voltar a falar normalmente. Essa parte era cansativa e enfadonha, além do que, o maxilar e grande parte do rosto, reconstituídos por platina, ainda não haviam desinchado da ultima cirurgia.

Minha rotina nesse tempo? Bom, minha maior alegria foi quando numa manhã em que Anna a enfermeira havia terminado de me dar um banho, aquele de hospital, banho de gato, perguntei por minha mãe. Ela sorriu e combinou comigo por meio de piscadelas, que era até então a única forma de comunicação que eu tinha e que faríamos uma surpresa para ela.

Nesse meio tempo pude ver o quanto minha família me amava, meus seis irmãos vieram ver-me, foi um revezamento de cabelos ruivos e rostos sardentos entrando no quarto, o que era simplesmente encantador. E não só eles, minhas cunhadas vieram. Guilherme e Fleur, Percy e Penélope, Fred e Angelina, Jorge e Alicia, Ronald e sua nova namorada Sarah, além do solteiro Carlinhos. Lilá era outra que não saia do hospital, agora foi que o apartamento no Village ficou abandonado, de vez. Ela vinha diariamente e trazia fotos dos ensaios da peça e cantava para mim. Recebi cartões carinhosos, chocolates e flores, do pessoal da WKNHY, entretanto nada de Pansy Parkinson. Soube por Lilá que ela e Draco tiveram uma briga homérica no apartamento dele e haviam terminado o namoro. Fiquei triste por ela e contente por mim mesma. De certo modo é horrível saber que sua felicidade depende da infelicidade alheia.

Numa noite quando eu pensei que o horário de visitas havia sido encerrado ouvi Lilá conversando com alguém, e pouco depois um grande arranjo de orquídeas, minhas flores favoritas, adentrarem o quarto, por trás delas um cabelo loiro-platinado. Draco Malfoy.

A presença de Malfoy foi reconfortadora. Ele com seu senso de humor negro, sarcástico me fez rir, até que Saul um dos enfermeiros, um que mais parecia um armário de tão grande, veio avisar do fim do horário. Então num gesto que não combinava muito com ele, aparentemente, se inclinou e beijou-me a testa, não se importando nem um pouco com curativos e com a ausência dos meus cabelos vermelhos que haviam sido raspados na ultima cirurgia.

_Até que você fica bem carequinha.

Uma careta e um nariz franzido devem ter servido para demonstrar todo meu desagrado, pois ele logo riu e se desculpou.

_Sério, eu espero que você fique boa logo e que todo aquele lindo cabelo volte a crescer bem rápido.

_Eu volto amanhã, no mesmo horário, certo Gina?

Sorri. E com muito custo, pois era doloroso falei:

_Certo.



Até que um dia Doutor Thomas veio me ver e disse-me que eu poderia sair do quarto. Aí eu passei para pânico geral. Sair!!! Bom, fiquei tonta só de pensar. E quando trouxeram a cadeira de rodas à coisa só piorou. Mudar o ângulo de visão de deitada para sentada foi um pouquinho demais, creio eu. Terminei por ser amarrada a cadeira para evitar tonturas e uma possível queda e dei uma volta no corredor. E foi nele que progredi semanalmente até chegar ao jardim interno do hospital, o que foi uma benção.

Uma noite em que estava bem chateada consegui convencer Saul, o enfermeiro gigante, como brincava com ele, a andarmos um pouco, e fomos parar no sexto-andar. Berçário. No vidro do mesmo, mãozinhas pintadas em azul, balões coloridos nas paredes e bebês, muitos deles, carequinhas, loiros, ruivos, morenos, brancos, negros, orientais, lindos a grande maioria deles dormindo. Era reconfortante. Era como se pudesse ver, vários anjinhos da guarda, senti-me bem melhor depois disso. Voltamos para o quarto e repetimos o passeio por vários dias. Até que um dia os médicos anunciaram a minha alta em no máximo uma semana. O que ouvi com alegria, mas ao mesmo tempo com uma certa apreensão.

_Na realidade o hospital não pode fazer mais nada por você, agora só a fisioterapia e você mesma, Virgínia.
Gina vestida num pijama azul havia passeado na cadeira de rodas pelo corredor, onde conversara com duas crianças também internadas ali, compraram pirulitos numa máquina no fim do corredor, falaram a respeito de suas revistas em quadrinhos favoritas e da NBA. Outra coisa que as crianças gostavam, era do cabelo dela que começava a crescer e por essa razão o cacheado dele parecia mais intenso. “Parece um anjinho” haviam dito. O que a fizera rir um pouco. Quando eles se cansaram voltaram para seus respectivos quartos, mas Virginia não se deitou, antes ficou sentada pensando.

Foi nesse estado e no mesmo dia, que ela ouviu uma voz conhecida e logo depois uma batida na porta e o rosto redondo de Neville Longbotton aparecer.

_Olá Neville. O que você veio fazer aqui? - Na porta por trás do rapaz Molly Weasley muito nervosa falava.

_Mãe eu agradeço, mas será que você poderia nos dar licença por um instante, eu grito se precisar de ajuda. - O rosto do rapaz permanecia impassível enquanto ouvia o monólogo.

_Afinal o que você veio fazer aqui? - Gina havia virado a cadeira e estava defronte ao rapaz que por sua vez achava-se numa poltrona que ela mesma indicara.

_Eu soube do que aconteceu e tentei vir mais cedo, mas o banco... Gina eu queria te pedir desculpas, eu sei não tem perdão. Se você me odeia eu até entendo, mas eu pensei esse tempo todo. Eu terminei com ela, na realidade nós nem continuamos juntos...

_Olha Neville, eu sinto muito mas vocês dois só me deram provas de que amor é um sentimento que vocês não conhecem. Sabe, continuo acreditando em amor, em fincar raízes, criar família, porém isso só se faz com confiança, que eu perdi totalmente em você e Hermione.

_Então nós... acabou de vez, não há a menor chance, uma mínima, insignificante que seja.

_Não. - Ele se aproximou e pondo-se na altura dela, beijando-a na testa.

_Eu realmente desejo suas melhoras, minha avó andou rezando por você ela pôs intenção no culto de Domingo. Você não pode deixar de montar, eu lembro de você na hípica saltando, era impressionante, você gostava tanto. E eu me arrependo tanto.

_Pense Neville, quem sabe você acha alguém com quem você dê certo, ou mesmo vocês voltam. E obrigada pelos votos e agradeça a sua avó por mim, pelas orações.

_Gina eu posso pedir uma coisa.

_O quê Neville? Você não acha que já abusou demais de uma paciente numa cadeira de rodas. Agora sou eu que peço, ajude-me por favor a passar para cama, ou peça a minha mãe para chamar Saul o enfermeiro.

Ele levantou-a nos braços como se ela não pesasse nada, pôs na cama, ajudou-a com as cobertas e saiu. Aí Gina pode chorar por tudo o que ainda não havia chorado e se permitir enterrar de vez o passado.



Na noite seguinte Gina recebeu uma visita muito mais aprazível. Era Draco Malfoy, o rapaz agora vinha vê-la mais constantemente, também sofrera muito com o acidente. Se antes eram amigos agora então...

_É verdade que você vai ter alta em uma semana? - Ele se sentara na cama diante da jovem.

_Hu hum. - Ela lhe respondera ainda olhando para o espelho e quedara em silêncio novamente, meditando profundamente.

O rapaz resolvera não quebrá-lo e ficara quieto esperando que ela dissesse alguma coisa. Passaram-se muitos minutos até que...

_Draco... Ao chamado ele sobressaltou-se e foi para junto de Virginia postando-se de joelhos diante da cadeira de rodas.

_Você acha que isso tudo, a fisioterapia, pode me ajudar realmente? Eu estou com medo, eu não sei, e se eu jamais voltar a andar.

_Olha, Gina, o que os seus médicos dizem a esse respeito? E se por um acaso você não conseguir andar mais, nada a impede de viver, tudo bem teremos de achar um outro apartamento para você, ou pelo menos um prédio com elevador. Eu nunca te contei mas meu chefe, o dono da firma onde eu trabalho, teve poliomielite quando criança, e nada o impede de viver. Até andar a cavalo ele anda.

_

_ E o Natal? Você vai passa-lo aqui ou na Inglaterra?



O natal foi muito divertido. Passei-o no hospital é verdade, mas minha mãe veio ficar comigo e me acompanhou na celebração da capela do hospital. Ganhei vários presentes mas o melhor mesmo foi saber que no dia 27 eu teria alta, realmente.

Bom, o ano-novo passou, mas infelizmente, não acompanhei a chegada ao vivo, de Times Square, como fazem normalmente turistas e nova-iorquinos. Fi-lo do apartamento de Lilá Brown na companhia do meu mais novo mascote. Um cachorrinho esperto de nome Seth, de uma raça chinesa, Chow-chow, o mais interessante nele é a coloração da língua que é azul. Pode? Além do Seth, Draco, Lilá e William estavam comigo.



No dia 02, Draco e eu fomos ao teatro. Eu havia terminado de me arrumar quando Lilá bateu a porta do quarto me avisando que ele havia chegado.

_Hum, pelo jeito a noite promete. Você está simplesmente deslumbrante. - Um sorriso brejeiro ornava o rosto de Lilá Brown.

_Certo, cara mia. Agora com licença. Quando cheguei a sala tomei um susto ao contempla-lo brincando com Seth. Magnífico, era a palavra correta para descreve-lo. Se houvéssemos combinado antes não teria dado certo. Na realidade nós formávamos um contraste interessante ele todo de preto e eu de branco dos pés a cabeça.

_Oi. Novamente o beijo no alto da cabeça. Uma gentileza que nem ele sabia-se capaz.

_Vamos?



Balé. Sonho De Uma Noite De Verão, por uma companhia de dança brasileira. De onde mesmo? Ah, Minas Gerais. Não foi difícil encontrar lugar para a cadeira de rodas, o acesso era bem facilitado, afinal. Adoramos as trapalhadas de Puck, Oberon e companhia, esplêndido balé. Na saída voltamos a discutir porque Draco insistia em empurrar a cadeira de rodas, enquanto eu me sentia perfeitamente capaz de “pilota-la”. Ventava e fazia frio, daí a necessidade de casacos, luvas, etc.



_Então, vamos direto para sua casa srta. ou podemos passear um pouco? - O sorriso dele era estonteante, enquanto ajeitava um cachecol por cima do sobretudo preto.

_Passeemos um pouco então. - Gina retribuiu o sorriso inconscientemente. “È Virginia, você realmente está apaixonada por ele” pensava ela.

Os passeios se seguiram por vários dias, sempre depois do trabalho dele, enquanto isso Gina tentava diariamente se recolocar no mercado de trabalho, o que não era fácil. Um dia ela conseguiu, era quinta-feira e recebera uma resposta. Uma empresa de informática, Unisys que recrutava jornalistas para o trabalho de assessoria de imprensa.

Enquanto aguardava a hora de entrevista Virginia sentia-se desconfortável, era difícil conviver com olhares que a toda hora faziam-na sentir-se pequena e inválida, como um trapo velho, desses que se joga no lixo e não serve nem para reciclagem. Ela estava vestindo um dos conjuntos de blazer e calça que havia ganhado da mãe no natal, era elegante, simples e discreto. Ainda se encontrando com a psicóloga pelo menos duas vezes por semana, Gina tentava tirar de dentro de si, a sensação de invalidez e aqueles olhares não estavam ajudando em nada.

O posto era dela. Na sexta-feira pela manhã, recebera um telefonema avisando-a que começaria no trabalho na semana seguinte. Sem se conter Gina mandara a noticia por e-mail para os irmãos e para Draco.

À noite ele adentrou o apartamento que ela dividia com Lilá trazendo consigo uma garrafa de champanhe Veuve Cliquot 1948, e um arranjo com orquídeas.



_Pelo amor de Deus, você enlouqueceu? Gina não sabia se ria, brigava com ele ou simplesmente o beijava.

_Não isso é para uma comemoração. E você merece, replicou ele beijando-a ternamente. Quando ele conseguiu se conter e soltá-la havia um sorriso doce e suave no rosto de Virginia.

_Que tal nós dançarmos?

_Draco, eu não sei se você percebeu, ou se bateu com a cabeça no elevador, mas eu não tenho total controle sobre as minhas pernas.

_Não seja por isso. Ele se abaixou o suficiente e a ergueu da cadeira fazendo-a rir. Melhorou? Sem esperar por uma resposta dela ele se inclinou e a beijou passionalmente. Era um longo beijo, provocante, sensual. Havia muito sentimento depositado nele.



Os dois sorriam calmamente. Era extraordinário como estar com a pessoa certa, podia fazer você se sentir tão bem. Conversavam abraçados, no banho mais sensual que já haviam tomado em suas vidas, o banheiro iluminado tão somente por velas, o champanhe a muito tinha sido aberto. Era apenas o começo de uma vida a dois, e eles sabiam que haveria muito a ser vivido, muitas alegrias, além de inevitáveis tristezas, dificuldades, mas nada disso importava. Se eles estivessem juntos, unidos, poderiam conquistar o mundo.
Os passeios se seguiram por vários dias, sempre depois do trabalho dele, enquanto isso Gina tentava diariamente se recolocar no mercado de trabalho, o que não era fácil. Um dia ela conseguiu, era quinta-feira e recebera uma resposta. Uma empresa de informática, Unisys que recrutava jornalistas para o trabalho de assessoria de imprensa.

Enquanto aguardava a hora de entrevista Virginia sentia-se desconfortável, era difícil conviver com olhares que a toda hora faziam-na sentir-se pequena e inválida, como um trapo velho, desses que se joga no lixo e não serve nem para reciclagem. Ela estava vestindo um dos conjuntos de blazer e calça que havia ganhado da mãe no natal, era elegante, simples e discreto. Ainda se encontrando com a psicóloga pelo menos duas vezes por semana, Gina tentava tirar de dentro de si, a sensação de invalidez e aqueles olhares não estavam ajudando em nada.

O posto era dela. Na sexta-feira pela manhã, recebera um telefonema avisando-a que começaria no trabalho na semana seguinte. Sem se conter Gina mandara a noticia por e-mail para os irmãos e para Draco.

À noite ele adentrou o apartamento que ela dividia com Lilá trazendo consigo uma garrafa de champanhe Veuve Cliquot 1948, e um arranjo com orquídeas.



_Pelo amor de Deus, você enlouqueceu? Gina não sabia se ria, brigava com ele ou simplesmente o beijava.

_Não isso é para uma comemoração. E você merece, replicou ele beijando-a ternamente. Quando ele conseguiu se conter e soltá-la havia um sorriso doce e suave no rosto de Virginia.

_Que tal nós dançarmos?

_Draco, eu não sei se você percebeu, ou se bateu com a cabeça no elevador, mas eu não tenho total controle sobre as minhas pernas.

_Não seja por isso. Ele se abaixou o suficiente e a ergueu da cadeira fazendo-a rir. Melhorou? Sem esperar por uma resposta dela ele se inclinou e a beijou passionalmente. Era um longo beijo, provocante, sensual. Havia muito sentimento depositado nele.



Os dois sorriam calmamente. Era extraordinário como estar com a pessoa certa, podia fazer você se sentir tão bem. Conversavam abraçados, no banho mais sensual que já haviam tomado em suas vidas, o banheiro iluminado tão somente por velas, o champanhe a muito tinha sido aberto. Era apenas o começo de uma vida a dois, e eles sabiam que haveria muito a ser vivido, muitas alegrias, além de inevitáveis tristezas, dificuldades, mas nada disso importava. Se eles estivessem juntos, unidos, poderiam conquistar o mundo.
FIM


*tradução livre*

" Tão ultimamente, eu estou curioso'

O que acontecerá lá

Quando eu me for,

você precisará de amor para iluminar as sombras em sua face "



“Se uma grande onda cair, que caia sobre nós

E entre a areia e pedra

Você pôde fazer isto por conta própria”



“ Se eu puder, então eu irei, onde quer que você for

Acima, abaixo mim eu irei aonde você for”



" E talvez, eu descobrirei a maneira ,

de o guiar pelos mais escuros de seus dias "

" Se uma grande onda cair, que caia todo Bem

eu espero que haja alguém lá fora

Que possa me devolver a você "


" Se eu puder, então eu irei, onde quer que você for

Acima, abaixo eu irei aonde você for "


“Correndo com meu coração
Correndo com minha esperança

Correndo com meu amor”



" Eu sei agora, sozinho, Minha vida e amor

ainda poderiam entrar em seu coração e sua mente

eu ficarei com você por todo o tempo



" Se eu puder, então eu irei, onde quer que você for

Acima, abaixo eu irei aonde você for "

Se eu pudesse fazer entender que eu irei onde quer que você for "

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