Mais uma longa noite



Depois de convencerem Harry de voltar com a AD, voltaram para a escola. No caminho, discutiam animados qual seria o novo nome em vez de Armada de Dumbledore, onde Harry se recusava a dar uma opinião.

Chegando ao Salão Comunal da Grifinória, Gina foi direto pro dormitório acompanhada por Hermione, enquanto Rony e Harry sentavam nas poltronas e conversavam.

- Ah, Harry, se você quiser eu te ajudo a achar alguém pra ir no baile com você, tipo, não deve ser tão difícil, já que agora você não é mais um mentiroso patético e sedento de atenção...

Os dois deram risada e depois Harry comentou:

- Não, Rony, não vai precisar, eu... já arranjei alguém pra ir comigo... – Harry coçou a cabeça, bagunçando o cabelo, pensando num jeito de dizer ao Rony.

- Sério? Que bom! E quem é?

- É... a sua irmã.

Rony encarou o amigo como se avaliasse o seu estado e se era bom o suficiente pra sair com sua irmã, então concluiu:

- É, não era bem o que eu esperava, mas tudo bem – disse fazendo um sorriso maroto. – Mas veja lá, hein, é a minha irmã.

Harry riu e disse:

- Ta, foi meio por acaso que eu chamei ela. Ela disse que nem ia, por que o Dino ia com a Parvati, sei lá.

Quando eles perceberam que já era muito tarde, subiram para o dormitório e foram dormir.

Harry achou extremamente difícil dormir naquela noite, tudo parecia tão agitado.

Quando finalmente adormeceu, as coisas pareceram entrar no lugar e outras formas foram aparecendo. Ele se viu jogando Quadribol na Toca durante o verão com Rony e seus irmãos, estava tudo com uma aparência feliz e calma, e ele não se preocupava com nada. Havia uma macieira à sua esquerda e um lindo jardim abaixo dela, aquilo trazia uma sensação de “essas férias nunca vão acabar”.

Então a imagem foi escurecendo e ele estava com os pés no chão num lugar muito mal iluminado. Uma voz fria dizia: “Ele nunca mais vai se esquecer desse dia, quando tudo se repetir, ele vai me odiar como nunca odiou alguém e esse ódio irá traze-lo até mim e vai torna-lo vulnerável.”

De repente Harry viu imagens familiares, um local subterrâneo, onde se ouvia a água passar, o corpo de uma garota estirado no chão, uma garota de cabelos ruivos com o rosto pálido e sem vida, um livro de capa preto aberto ao seu lado, e logo em seguida um garoto jovem rindo e fazendo os dizeres “Tom Servolo Riddle” virar “Eis Lord Voldemort”.

Harry acordou rapidamente, estava molhado de suor, sentia um frio penetrar em sua pele, parecia que ele havia corrido vários quilômetros sem parar. Sabia que havia sonhado alguma coisa, mas não se lembrava de nada. Seus ouvidos latejavam esperando escutar aquela voz fria, mas só ouviu o vento bater na janela. Ele queria se lembrar, afinal não deveria mais sonhar com nada, agora que levara a Oclumência a sério.

Nem adiantava, ele não lembraria de nada e também não conseguiria dormir. Levantou-se, olhou no relógio, eram quase cinco da manhã, desceu para o Salão Comunal e tentou se concentrar em ler o livro de Transfiguração, sobre animagos. Assim ficou até o sol nascer e dar a hora de ir tomar café.


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