Um certo berrador.



Já era noite quando um garoto chamado Harry Potter estava sentado no jardim da casa número 4, na Rua dos Alfeneiros. Era um garoto bonito, de encantadores olhos verdes e cabelos pretos e rebeldes, lhe dando levemente a aparência fantasmagórica.
Era costume para os vizinhos ver Potter ali. Aquele era o lugar onde o garoto pensava no ocorrido dos anos que passaram. Dumbledore, o bruxo mais poderoso do mundo, havia morrido, deixando-o sozinho. Sírius, seu padrinho, também morrera por sua causa, e sem contar seus pais, que morreram protegendo-o. Também tinha Cedrico, que morreu por sua causa, outra vez. Harry também pensava nos seus amigos, principalmente em uma linda garota de cabelos ruivos que ele teve que deixar de namorá-la para sua própria segurança. Eles não paravam de lhe mandar cartas, quais Harry não respondia, pois estava decidido, ele não levaria nenhum amigo para a busca das Horcruxes, muito menos para a batalha contra Voldemort, não queria ser mais uma vez responsável pela morte de alguém, ainda mais e seus amigos. Uma chuva com trovoadas típicas do verão começou a cair, e Harry foi obrigado a entrar na casa. Foi direto para o seu quarto, sem olhar para os tios, que estavam assistindo ao tele-jornal da madrugada na sala. Quando chegou lá teve uma surpresa: Píchi, a minúscula coruja de Rony voava rapidamente pelo seu quarto, com um envelope vermelho amarrado a uma das perninhas. Harry teve que pular pra poder catar Píchi, que estava assustado com os relâmpagos. Harry virou o envelope pra ver quem lhe mandara, mais não havia remetente. O envelope estava começando a esquentar quando Harry se tocou que ainda estava olhando a toa para o envelope vermelho. Harry abriu o berrador ás pressas, antes que ele explodisse. Na mesma hora, uma voz suave que Harry conhecia muito bem ecoou pelo quarto.

-Harry? Sou eu, Gina. Resolvi mandar esse berrador pra ver se você se toca!! Você está nos ignorando, se escondendo, se é que posso pensar assim, porque você não responde nossas cartas, não dá sinal de vida.......QUE É QUE VOCÊ QUER??? TEM GENTE QUE SE PREOCUPA COM VOCÊ SABIA??! Eu, Rony e Hermione iremos com você Harry, seja pra onde você vá! E não se sinta culpado por nada e nem por ninguém Harry, por favor.
Ah! Falando nisso, cansei de esperar, estou morrendo de saudades suas!! Vou ir ai na sua casa ainda hoje, ah, eu sei que cara você está fazendo Harry, e não adianta fazê-la, porque não tem como você me impedir tem?? NÃO!! Então, me espera lá em baixo, na lareira tá? Por volta das três da manhã.


Não vai esquecer hein Potter?

Gina Molly Weasley



Harry se sentou na cama, assustado e boquiaberto. Gina iria vir vê-lo! Claro que isso o animava, e muito. Mas Harry estava preocupado, e se não resistisse a ela? Será que ele era tão fraco ate a esse ponto? Harry ficou espantado quando Gina lhe disse para não se culpar com a morte de ninguém, e era isso que ele vinha fazendo desde o inicio das férias de verão. Como ela poderia saber? Ele só sabia de uma coisa. Perdera completamente o sono. Olhou para o relógio e ainda marcava 1:02 am. Era muito cedo para 3:00.
Quando Harry estava saindo o quarto, pensou no berrador, que para sua surpresa, não se rasgou, como aconteceu em seu segundo ano, com um berrador mandado pela Sra Weasley, no seu segundo ano. Harry o apanhou e ele estava meio volumoso, não era possível ter apenas uma carta ali. Ele o abriu novamente e lá dentro tinha uma foto dele com Gina que Colin tirou no ano passado. Na foto eles estavam muito felizes, namorando. E isso era o que no fundo, Harry queria. Mas se voltasse a namorá-la, sua vida estaria correndo perigo, e ela era a pessoa com que ele mais se preocupava em primeiro. Não queria de jeito nenhum ser responsável pela morte dela. Resolveu esperá-la lá em baixo, e levou um livro de Quadribol para passar o tempo. A hora parecia não querer passar. Ainda era 2:15 quando Harry terminou de ler o livro pela segunda vez. Resolveu preparar um grappe-fruit. Enquanto o lanche não fiava pronto, Harry voltou mais uma vez ao sofá da sala, olhando impaciente para a lareira. Será que ela não viria? Quando apitou a chapa do grappe-fruit, Harry correu em direção a cozinha. Enquanto estava pegando um prato, o garoto ouviu um barulho de lareira acesa vindo da sala. Enquanto Harry ia em direção ao cômodo, ouviu uma voz murmurar um feitiço. Então não era Gina, porque, como ele, ela ainda era de menor, e não podia fazer magia em casa. Harry tirou a varinha do cós da jeans e foi se aproximando cautelosamente da sala. Mas logo a baixou, quando viu uma cabeleira vermelha, de uma garota que o recebeu com um belo sorriso. Quando Harry acendeu a luz, viu que Gina estava deslumbrante. Estava usando uma jeans boca-de-sino, que quase não deixava aparecer seu tênis. Usava também um top vermelho que fazia um contraste incrível com seus cabelos vermelhos.

-E aí Harry? Não vai me cumprimentar?-perguntou a garota, colocando as duas mãos na cintura.

-Claro que vou! – respondeu Harry, indo em direção a Gina, para lhe dar um abraço. Mais foi logo parado pela mão da garota, que estava estendida, indicando assim, que o cumprimento era apenas um aperto de mão. Harry apertou a mão da garota, meio confuso. Gina largou rapidamente a mão de Harry e se sentou no sofá da sala.
O garoto se sentou no sofá de frente a Gina, meio curioso pela expressão no rosto dela.
-Harry, me fale a verdade, você ouviu os dizeres da profecia que se quebrou no ministério, não ouviu? – perguntou a garota, com uma expressão muito seria no rosto.

Como ela sabia? O que iria responder? Teria que mentir? Ou lhe revelar a verdade?

-Anh......

-Responde, Harry.

-Gina, eu acho que não carece discutir esse assunto aqui....

-Harry, ou você fala, ou nem eu, nem você vamos sair desta sala. – disse a garota, apontando a varinha para o garoto.

Harry estava muito espantado com a atitude da garota, então, só decidiu que deveria contar a verdade, por mais dura que ela seja.

-Venceu Gina. Eu sei o que aquela profecia dizia. – disse Harry, com uma expressão mais seria que a dela, se é que isso era possível. – Vou lhe contar toda verdade que ocultei de você. Bom, o globo de vidro que quebrou não era o único registro daquela profecia. Eu a ouvi por completa no gabinete de Dumbledore, foi pra ele que fizeram a profecia, daí ele pode me contar. Dizia que sou eu que tenho que liquidar o Voldemort, que nenhum dos dois poderia viver enquanto o outro sobrevivesse.

Gina nada disse, nem demonstrou ar de espanto, que nem fizeram Rony e Hermione, quando ele lhes contou exatamente isso. A garota apenas fitou Harry com um ar de curiosidade.

-Tem outra coisa que eu queria saber também.......O que significa Horcruxes?

Desta vez Harry não teve como esconder sua desconfiança, como Gina sabia das Horcruxes??

-Como você sabe disso? – perguntou Harry

-Bom, eu acho que você perdeu isso. – disse Gina tirando do bolso da jeans um medalhão, que Harry reconheceu imediatamente como o falso medalhão de Slytherin. Gina entregou o medalhão a Harry, que o observou por algum tempo, depois, tornou a olhar para Gina.

-Bom, Horcruxes é uma magia das trevas que reparte a alma. Isso acontece quando se mata alguém. Matar reparte a alma. Mesmo que a pessoa morra, ela não vai morrer por completo, porque um pedaço de sua alma continuara preso a Terra. Foi isso que Voldemort fez, por isso ele nunca morre. O diário era uma Horcrux. Só que Voldemort foi além de dividir sua alma em dois pedaços, ele dividiu em sete.

-Sete?

-Sete. Duas Horcruxes já foram destruídas, faltam cinco. Uma delas era o diário, outra era o anel do avô de Voldemort e o medalhão de Slytherin, que não sabemos se já foi destruído. Há grande indício de as outras Horcruxes serem uma taça de Helga Hufflepuff, alguma coisa de Gryffindor ou de Ravenclaw. Voldemort preferira guardar sua preciosa alma em objetos de grande valor. Por isso toda essa coleção de coisas que descenderam de alguém poderoso ou famoso.

-Então, era isso que você ia fazer na sala do Dumbledore, descobrir essas coisas?
-Era. E é isso o que vou fazer a partir de agora, procurar as Horcruxes restantes.

-Então.....foi esse o motivo do término do nosso namoro?

-Foi. – respondeu Harry, era muito ruim ter de contar tudo isso a Gina, só que ele se sentia mais leve, mais confiante, não sabia como explicar. –É por isso que eu não posso ter amigos, muitos menos uma namorada! Ele tentará me atingir através de vocês! Entenda, por favor.

-Eu nunca irei entender essa sua decisão, porque ela é a mais burra que eu já vi. – disse Gina – Como que você quer ter forças para enfrentar Voldemort sem ninguém pra te apoiar? Sem ninguém pra te ajudar? Diz!

-Olha Gina, é muito perigoso, é muito arriscado pra vocês...

-Ah, e pra você não é não, né?

-Mas eu tenho que fazer isso. Vocês não.

-Mas nós somos seus amigos, e amigos são para todas as horas, sejam elas boas ou sejam elas ruins. – terminou Gina, se levantando do sofá onde estava e indo se sentar ao lado de Harry. – Não sei como em algum momento você pensou que eu, Rony e Hermione não iríamos com você, mesmo se você impedisse.

Harry estava tão desarmado diante da garota, que não sabia o que responder. Ela estava certa e ele errado. Mas ele não podia voltar com ela. Ele sabia que sua vida estaria correndo grande risco se isso acontecesse, nisso ele tinha razão.

-Só por curiosidade, onde você achou esse medalhão? – perguntou Harry, querendo fugir do assunto, não sabia o que responder.

-Ah, na estação de King’s Cross. Quando você estava indo em direção ao seu tio, notei que alguma coisa brilhante caiu do seu bolso, tentei te chamar, mais seu tio já havia arrancado com o carro, então, quando ninguém estava olhando, fui lá e o apanhei.

-Ah tá.

-Harry...que cheiro de queimado é esse? – perguntou Gina, se levantando e olhando pra fora da casa.

-Ai meu Deus!!! É o grappe-fruit!! – exclamou Harry correndo em direção a cozinha, onde agora era visível uma grande quantidade de fumaça cinza. Harry não sabia o que fazer até que um jato de água atingiu a chapa em cheio. Era Gina.

-Você pode fazer magia em casa?

-Ah, meu pai comentou um dia desses com a mamãe que o Ministério não está se preocupando com o uso de magia por menores. Eu acho que eles têm coisas mais serias com o que se preocupar.

-Tem razão. Então.............eu posso usar magia?

-Pode.

-Ótimo!

-Harry, olha o que eu aprendi. – disse Gina tirando a varinha do bolso e apontando para uma borboleta que estava na porta da cozinha. – Avada Kedavra!
Um jato de luz verde atingiu a borboleta em cheio e em uma fração de segundos, ela caiu no chão, morta. Como ela fez aquilo, se ele mesmo havia fracassado ao tentar lançar um Crucio, no ano anterior, em alguns comensais?

-C...como você consegue ? – perguntou Harry, espantado, que agora sentia medo de Gina.

-Eu acho que o ódio que eu estou sentindo, é capaz de matar. – respondeu Gina um tanto irônica, guardando a varinha no bolso e tornando a olhar pra Harry. – Vamos?

-Er......vamos, mas....eu nem arrumei a minha mala ainda........e...

-Não seja por isso. – disse Gina, e com um papirote de varinha, fez o malão de Harry e a gaiola de Edwiges aparecerem em segundos entre eles. –Vamos usar Pó de Flu.

Gina caminhou até a sala, levando a gaiola de Edwiges em uma das mãos, com Harry e o malão em seus calcanhares. A garota tirou do bolso da jeans um saquinho vermelho e jogou todo o seu conteúdo na lareira e murmurou “A Toca”! e imediatamente a lareira se rompeu de chamas verdes.

-Primeiro você Harry – disse a garota, dando passagem para o garoto. Harry hesitou, mais resolveu não contrariar a garota, que não estava com o humor de sempre. Assim que pôs os pés na lareira, sentiu tudo rodar, captou vislumbres de aposentos de outros bruxos, que sumiam antes que ele pudesse vê-los mais atentamente, por fim, desacelerou e parou abruptamente na lareira do segundo prédio que mais gostava no mundo: A Toca. Harry engatinhou até a mesa e tirou um pouco de pó cinza da jaqueta assim que Gina apareceu na lareira, do mesmo modo que ele.

Nota da Beliinhá: Boom, chegamos ao final do primeiro. Se tiverem alguma critica e sugestão, comente! =]

Beliinhá

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