Uma Nova Amizade
Nota 1: A partir desse capítulo já tem a minha personagem (a principal) pela qual eu espero que vocês sintam muita simpatia. As coisas vão mudar muito pra ela e pra Rony também. Leiam e se divirtam ;D
Nota 2: Esse capítulo tá um pouquinho maior que o outro e está MUITO melhor. Vocês vão gostar! xD
oooooooooooooooooooooooooooooooooooooOOOOOOOooooooooooooooooooooooooooooooooooooo
Quando Rony abriu os olhos entrou em pânico. Sentiu um frio correr por sua espinha. Levantou-se do chão de onde estava deitado num pulo. Não reconheceu aquele lugar. As pessoas eram diferentes, as lojas eram diferentes, tudo era diferente. Raciocinou e acabou por concluir onde estava: uma rua trouxa. Ele sabia pois sempre via as fotos que seu pai trazia. Entrou em desespero. Não gritava nem emitia som algum mas, olhando a sua face, dava para perceber que estava completamente apavorado; estava pálido como nunca estivera. As pessoas em sua volta mal o viam. Estavam ocupadas demais cuidando de suas próprias vidas e também estavam acostumadas a ver outras pessoas nas ruas todo o tempo.
Sarah estava indo para o colégio com sua amiga Cíntia como todos os dias. Entre uma animada conversa, caminhavam lentamente quando Cíntia falou:
- Olha Sarinha, aquele garoto. Meu Deus, olha a cara dele. – Sarah se virou para vê-lo e ficou com muita pena.
Ela era do tipo de pessoa que não se importava com nada se fosse preciso ajudar alguém. Alguns, que a invejavam pela sua bondade, diziam que ela era ingênua, mas isso não era verdade. Muito pelo ao contrário, ela era muito esperta, mas tinha bom coração.
- Coitado. Ele parece estar apavorado. Eu vou ver o que ele tem. – Deu um passo na direção do rapaz.
- Não! – Cíntia segurou o braço dela a trazendo de volta. – Você está maluca! Vai que ele te seqüestra. Eu sei que ele não tem cara disso e até que é bem bonitinho, – Cíntia fez uma cara ao observá-lo que Sarah, particularmente, achou muito engraçada. – mas ele pode te fazer mal. Olha o jeito dele, definitivamente não é normal. Além do mais, vamos nos atrasar para a aula.
- Não. – insistiu, teimosa como sempre. – Vai você. Eu sei que ele não vai me fazer mal, eu sinto isso.
- Então está bem, mas não diga que eu não te avisei quando ele te assaltar.
Elas se despediram e Cíntia se foi. Sarah encarou o rapaz por mais uma vez. Sabia que ele não a faria mal. Quando ela se aproximou do rapaz viu que ele não estava nada bem. Tinha começado a cair uma forte chuva e ele estava ficando todo encharcado e sujo com a lama que se formava no chão.
Quando Rony percebeu que aquela garota estava se aproximando dele, sentiu um forte temor o invadir. Sentou-se no chão onde estava antes. Não sabia onde estava e não tinha idéia do que falar e como agir.
- Calma. Não se preocupe, eu não vou te fazer mal. Quero te ajudar. – Ela falou com um doce sorriso.
Rony não entendeu absolutamente nada do que ela falara. Não sabia falar a língua da garota. Entrou em um desespero pior. Não conseguiria voltar para casa sem ao menos falar a língua local. Para quem pediria ajuda?
Pela cara que ele fizera, logo Sarah percebeu que ele não a entendia. Refletiu um pouco e reparou em seu aspecto nada parecido com as pessoas dali. A cor da pele, a roupa... Ele definitivamente não poderia ser dali.
- Você é americano, inglês ou alguma coisa parecida? – perguntou dessa vez em inglês. Sarah teve muita facilidade em aprender a língua já que sua mãe era britânica.
- Você fala minha língua! – Rony sentiu se coração enchendo de esperança ao escutá-la novamente. Poderia falar com ela e pedir ajuda. Sarah respondeu fazendo um sinal afirmativo com a cabeça e depois estendeu uma mão a Rony e ele a segurou.
- Preciso de ajuda. Eu estou um pouco... perdido. – Ele deu um sorriso nervoso.
- E está um pouco encharcado também. – Sarah brincou e os dois riram. – Venha que eu te ajudo. Eu moro aqui perto, posso te emprestar umas roupas, sei lá. Qual é o seu nome?
- É Ronald, Ronald Weasley. E o seu?
- Sarah, Sarah Wynette.
- Wynette? Seu sobrenome é inglês? – Rony se surpreendeu com a resposta da bela garota. Imaginou que ela fosse brasileira, pois ele reconheceu a língua que ela falou antes como português, embora não soubesse falar.
- Sim. Por que?
- Não, nada. É que você é brasileira, não é?
- Sim. Aqui é muito comum encontrar brasileiros. – disse rindo e Rony não entendeu o porquê. – E você? De onde é?
- Inglaterra.
- Puxa! Que legal! Como você veio parar aqui? – Rony ia responder, mas ela o interrompeu. – Espera. Venha e depois você me conta.
Sarah resolveu parar em uma lanchonete para pagar um lanche para ele. Rony estranhou o lugar, mas tentou se comportar como as outras pessoas que estavam ao redor. Quando foram fazer o pedido, Sarah perguntou o que ele queria.
- Nada. – Ele abaixou a cabeça. – Eu não tenho dinheiro.
- Não esquenta. Eu pago pra você.
- Obrigado. Eu não posso recusar, estou com muita fome e com frio também.
- Comemos e depois vamos para minha casa. Agora, o que você quer?
- Tem suco de abóbora?
- Hum? – Ela se assustou com o pedido. – Suco de abóbora? Aqui no Brasil não é muito normal beberem suco de abóbora, pelo menos não aqui no Rio de Janeiro.
- Eu estou no Brasil! Não acredito que estou no Brasil. – Rony se alegrou. Sempre tivera vontade de conhecer aquele país por ser tão diferente do qual ele vivia. Sempre ouvira seus irmãos Fred e Jorge falarem muito bem do país.
- O que você achou? – A garota riu, estranhando. – Lógico que estamos no Brasil. Mas então, o que você quer, sem ser suco de abóbora?
- Cerveja amanteigada tem?
- Não, tem cerveja normal. Mas mesmo assim você não pode beber. Quantos anos você tem?
- 16, por quê?
- Você não pode tomar cerveja. Não aqui no Brasil.
- E pudim de carne, tem?
- Não. – Sarah cada vez mais estranhava os pedidos que o ruivo fazia. Estava confusa.
- E pudim de arroz?
- Também não. – Ela falou sem controlar o riso.
- Que raios de culinária é essa que não tem nada? – Rony disse irritado.
- Eu vou pedir pra você. Se não for assim, nunca sairemos daqui.
Ela pediu dois sanduíches naturais e duas latas de refrigerante. Quando ela abriu a lata Rony levou um susto.
- O que foi? Nunca abriu uma lata antes? – Rony fez um sinal de não com a cabeça.
Sarah, definitivamente, não acreditava no que estava acontecendo. Primeiro ela encontrara um garoto na rua. "Um garoto muito bonitinho." ela pensava disfarçando um sorriso. Então descobre que ele mora na Inglaterra. "Mas ele nunca abriu uma lata e pede suco de abóbora.". Esses pensamentos eram impossíveis de não passar na sua cabeça. Tudo era muito estranho.
No entanto, se Sarah estava meio confusa, Rony estava pirando. ''Como isso aconteceu?'' ele perguntava para si mesmo e então se lembrou do pergaminho. ''É claro. Uma chave de portal!''. Ele fez uma expressão de que se lembrava de algo que chamou a atenção de Sarah.
- O que houve? – Ela deu um sorriso simpático, mas muito curioso
- Não é nada. – Rony ''despertou'' de seus pensamentos.
Comeram e foram para a casa de Sarah. Rony ficou sem jeito, mas logo ela fez com que ele ficasse à vontade. Sua mãe não estava em casa. Ela pegou uma camiseta e uma bermuda emprestadas com seu vizinho que era
seu amigo e as deu para Rony. Disse que ele poderia tomar banho e indicou o caminho do banheiro. Antes que ele entrasse, ela o chamou.
- Ronald, quando...
- Rony. – interrompeu ele. – Pode me chamar de Rony.
- Rony fica melhor. – Ela brincou fazendo uma cara de pensativa. – Bom Rony, quando você sair do banheiro me dê suas roupas para eu lavar.
- Tá. – Quando Rony ia entrar no banheiro, se virou para Sarah novamente. – Sabe, você não deveria trazer qualquer pessoa para dentro de sua casa, pode ser perigoso.
- Eu sei, mas sinto confiança em você... Mas você também não deveria acompanhar qualquer pessoa que te oferece ajuda.
- Digo o mesmo. Não sei porque, mas sinto confiança em você. – Os dois trocaram sorrisos e Rony entrou no banheiro.
Ele ficou impressionado com o cômodo. Tinha muitas coisas que ele nunca tinha visto. Abriu o armário e reparou que algumas coisas eram um pouco parecidas. Ao entrar no chuveiro ficou pensando como Sarah era bonita. E realmente era. Tinha longuíssimos cabelos até o quadril, castanhos com levíssimas ondulações. Sua pele era bronzeada e seus olhos eram verdes, os mais vivos que ele já havia visto. Por coincidência, lembravam muito os de Harry.
- Pare de pensar bobagens, Ronald Weasley. – Ele se censurou ao perceber que estava tendo pensamentos não muito apropriados com a menina que acabara de conhecer.
- Rony? Depois venha até a sala que quero conversar com você. – Sarah falava por detrás da porta.
- Tudo bem. Já estou indo.
Ao sair do boxe do banheiro rapidamente acabou escorregando e caindo. Levantou-se, reclamando de sua falta de atenção. Secou-se, colocou a roupa e se olhou no espelho. Era a roupa mais estranha que ele já havia vestido, mas mesmo assim saiu e foi para a sala.
- Nossa! Você fica bem melhor com essa roupa sabia? – Sarah concluiu sorrindo e pegou as roupas molhadas do rapaz. Deixou o ruivo na sala e foi rapidamente até a lavanderia. Alguns segundos depois voltou. – Já coloquei pra lavar.
- Obrigado. Sabe, eu pensei e... resolvi te contar a verdade. – Sentou-se ao lado de Sarah no sofá. – Eu ia mentir e dizer qualquer coisa, mas sinto que posso confiar em você. – Enquanto falava, passava a mão pela nuca nervosamente. – Acho que se eu falar isso para qualquer outra pessoa ela irá rir, mas se não falar com ninguém, não conseguirei ir para casa.
- Nossa. Deve ser grave, mas pode falar. – Sarah parecia preocupada com o que ele poderia dizer. Na verdade ela já estava meio preocupada, sabia que ele tinha algo de diferente, só não conseguia imaginar o que poderia ser.
- Eu sou diferente de você. Não sou uma pessoa comum.
- Vai dizer que você é um marciano? – Sarah brincou rindo.
- O que é isso? Marciano?
- Vai falar que você não sabe? – Rony fez um sinal negativo com a cabeça. – Realmente você não é comum.
- Eu vou ser direto. Eu sou um bruxo.
Sarah fitou-o séria e começou a rir sem parar. Dava leves tapinhas na perna de Rony, que estava ao seu lado sem entender a reação da menina. – Pare de palhaçada. Pode falar a verdade. – Ela tentava se controlar, mas não conseguia. Ria descontroladamente.
- Eu estou falando a verdade. – Rony falou tão sério que Sarah parou de rir no exato momento. Pela feição dele aquilo não era uma brincadeira.
- Como assim?
Ele contou tudo sobre ele e sobre o mundo bruxo. Sobre Hogwarts, seus amigos, sobre o menino-que-sobreviveu, até sobre Draco Malfoy, quadribol, feitiços e tudo mais. A cada coisa que ele falava ela se impressionava mais. Assim ficaram a tarde toda, apenas conversando. A essas alturas eles já haviam virado amigos. Rony tinha razão. Se ele contasse isso para qualquer outro trouxa, provavelmente o achariam louco, mas Sarah não. Por mais que ela achasse aquilo quase impossível, acreditava que era possível. Logo depois de Rony contar tudo, inclusive sobre Voldemort, a mãe de Sarah chegou.
- Olá, filha. Está com um novo amigo? – Ela entrou, jogou sua bolsa no sofá e logo deu um beijo na filha.
- Sim, mãe. – falava Sarah como se tivesse despertado de um sonho. Um sonho onde acabara de descobrir um novo mundo. – Esse é Rony. Mãe, você não vai acreditar, ele é um... – Ela não terminou de falar ao perceber a besteira que iria fazer afinal a mãe não acreditaria e, mesmo se acreditasse, isso deveria ser um segredo. –amigo do colégio. Será que ele pode dormir aqui? Os pais dele estão viajando e ele não queria ficar sozinho em casa.
- Claro, filha. Depois você arruma a cama do quarto de visitas, sem problemas. – Ia para seu quarto quando Sarah a chamou.
- Mãe! Ele é britânico.
- Nossa! – A mãe de Sarah fez uma cara de quem estava desconcertada. – Legal. Desculpe-me por não ficar muito com vocês, mas estou morrendo de sono e vou dormir. Boa noite para vocês.
- Boa noite, para mim porque ele não entendeu nada do que a senhora falou. Fala com ele em inglês.
A mulher, com um sorriso, se despediu de Rony e foi para o quarto. Ele estava impressionado com a facilidade de Sarah falar duas línguas simultaneamente. Em um minuto ela estava conversando com ele em inglês. No outro falava com sua mãe em português.
- Como você consegue falar duas línguas assim, tão normalmente?
- Bom... – Sarah contou para Rony não só sobre ela aprender a falar inglês com sua mãe, que era britânica, mas tudo sobre sua vida. Começou a contar que não tinha parentes e não conhecia seu pai. Ela comentou também que sua mãe guardava muitos segredos dela, pois sempre a via escrevendo cartas, além de sempre deixar frases no ar como: ''um dia você vai saber'' ou ''seu futuro não será do jeito que você pensa''. Sarah muitas vezes ficava um pouco assustada com isso, mas acabou se acostumando.
- Nossa! Você é bem diferente do tipo de trouxa que eu pensei que um dia fosse conhecer.
- Trouxa! – Sarah perguntou sem entender o que ele disse.
- É a definição que nós damos para quem não é bruxo.
- Ahm! Mas... o mundo bruxo é um segredo, não é?
- Claro! – Rony disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. – Ninguém pode saber.
- Se é um segredo, então por que você me contou?
- Confio em você. Não sei porque, mas confio. É algo que eu não posso explicar.
Sarah apoiou sua mão sobre o ombro de Rony dando um sorriso muito doce.
- Eu acho que você é um garoto muito legal. – Agora ela pegava as mãos de Rony. – Obrigada pela confiança. Não vai se arrepender.
Os dois ficaram se olhando durante alguns segundos quando foram interrompidos por uma voz.
- Amigos hein! – A mãe de Sarah havia ido à cozinha beber alguma coisa e comentou com um sorriso irônico.
- Mãe! – Sarah se assustou.
- Não é... não é nada do que a senhora... está pensando. – Rony tentava se explicar entre gaguejos.
- Eu não estou pensando nada. – Ela disse irônica. – Só vim pegar um copo d'água. – Pegou o copo, bebeu, deu um beijo em Rony e em Sarah e foi dormir.
- Sua mãe parece ser muito legal, Sarah.
- É sim. Eu a amo muito... Bem, vamos dormir. Vem que eu te mostro seu quarto. – Sarah saiu puxando a mão do ruivo e o levou até o quarto de visitas.
- É aqui que você vai dormir. Tem travesseiros e cobertores no guarda-roupa. – Sarah abriu o pequeno guarda-roupa, mostrando tudo que havia nele. – Também tem um pijama de um antigo amigo meu que acabou esquecendo aqui. Pode usar, acho que dá em você.
Rony ficou impressionado com o quarto. Era tão simples, mas tão aconchegante. Sarah o chamou para conhecer o seu quarto. Era muito parecido com o de Gina a não ser pelo...
- O que é isso? – Rony perguntou deslumbrado enquanto apontava para uma caixa meio azul em cima de uma escrivaninha.
- Isso? – Sarah apontou para o mesmo. – É um computador. Nele você pode fazer muitas coisas, você nunca viu um?
- Não, me mostra? Por favor... – Ele fez uma carinha de chorão que Sarah não resistiu.
- Tá bom. Vou pegar outra cadeira. – Sarah foi pegar uma outra cadeira que estava no canto do quarto até que Rony a interrompeu.
- Não precisa. – Rony pegou sua varinha, que ele resolveu esconder na roupa para não causar nenhum acidente, apontou para a cadeira. – Accio. – proferiu.
- Co... como... você fez... fez... isso? – Sarah gaguejava tamanho o espanto que sentia ao ver a cadeira futuar até eles.
- É fácil. Eu trouxe a cadeira até mim.
- E isso na sua mão? É a sua varinha? – Sarah puxou a cadeira e se sentou ao lado de Rony que já estava sentado.
- Sim. Eu não te mostrei antes porque...
- Tudo bem. – Sarah o interrompeu. – Mas como funciona? – Ela estava ainda mais admirada. Se antes tinha alguma dúvida de que toda aquela história era mentira, agora não tinha mais.
- É só você proferir um feitiço e pronto. Mas tem que se concentrar. Agora me mostra como funciona o compe... compa... compita...
- Computador. – Sarah disse entre risos. – Desde que você me mostre outros feitiços.
- Ok, mas apenas alguns, para não causarmos nenhum acidente.
oooooooooooooooooooooooooooooooooooooOOOOOOOooooooooooooooooooooooooooooooooooooo
Nota final: Gente, axu que vcs concordam que esse capítulo ta melhor né! Espero que tenham realmente gostado! Por isso... COMENTÁRIOS POR FAVOR! BjOK’S da LiKa =*
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!