O segredo de Lupin
O Segredo de Lupin
Lílian estava fazendo a ronda próximo ao escritório de Dumbledore. O corredor tinha uma luz prateada que vinha da lua cheia do lado de fora do castelo. Embora fizesse mais de uma semana desde que ouvira a conversa ente Tiago e Sirius, ela ainda não tinha coragem te olhar naqueles olhos castanho-esverdeados e conversas com Tiago, que também não tinha chamado a garota para sair, apesar de haver um passeio a Hogsmeade no dia seguinte.
Ela foi tirada de seus devaneios por uma gritaria em um corredor próximo. Curiosa, Lílian entrou naquele corredor e se escondeu atrás de uma armadura para ver o que estava acontecendo. Em poucos segundos a fonte da gritaria entrou no campo de visão da garota: Professor Flitwick vinha na frente, andando o mais rápido que suas pernas curtas permitiam; Professor Slughorn o seguia de perto, segurando pelos braços um Tiago irritado que tentava se soltar e berrava com Snape, que tinha no rosto uma expressão que misturava susto e triunfo, ele tinha um dos braços fortemente segurado por McGonagall; a Professora estava mais séria do que o comum e gritava alguma coisa com Sirius, que estava logo atrás com o rosto branco; ao lado, estava Pedro e, com a mão segurando firmemente o ombro do garoto, vinha a Professora Sprout. Rapidamente o grupo passou por Lílian e alcançou a gárgula que guardava a entrada do escritório do diretor. Ainda aos berros, eles subiram a em caracol.
A garota ficou olhando hipnoticamente para a gárgula. Ela já tinha visto Tiago briga com Severo antes, mas nunca tinha o visto tão bravo. E o próprio Snape? Por que deixou Potter berrar com ele sem revidar? E qual era o motivo daquela expressão estranha? Pedro parecia com medo, mas ele sempre pareceu ter medo da própria sombra... Mas Sirius? Nem Lílian nem ninguém já tinham visto Sirius com medo. E onde estava Remus? O mais intrigante, no entanto, eram os professores. Pareciam preocupados. Nada que os garotos haviam aprontado todos esses anos tinha atraído tanta atenção e curiosidade.
Lílian não sabia quanto tempo havia passado quando o grupo saiu. Flitwick e Sprout seguiram apressadamente e desceram a escada no fim do corredor. McGonagall e Slughorn, no entanto, ficaram parados aos pés da gárgula falando em tom sério com os quatro garotos:
–– Vocês ouviram o Professor Dumbledore. –– começou McGonagall –- Não faz sentido em repetir tudo o que ele disse. Para as suas salas comunais o mais rápido o possível.
–– Sem barulho e sem brigas.
Os professores seguiram para a escada. Assim que seus passos se silenciaram Tiago agarrou Snape pelas vestes e o encostou na gárgula. Lílian fez menção de ir até lá, mas, seja lá qual fosse a encrenca, ela não queria se meter.
–– Você não ouse contar a quem quer que seja –- A voz de Potter era inflexível e tinha um tom perigoso ––se mais alguém ficar sabendo...
–– Seu querido amiguinho lobisomem vai ser expulso aos chutes daqui. –– disse Severo friamente.
–– Exatamente. –– falou Sirius ameaçadoramente –- Mas você não vai poder presenciar a cena pois já vai estar morto e enterrado.
–– Se não me engano, quem me contou como entrar naquela passagem foi você, Black. E quanto a você, Potter? Amarelou na última hora?
–– Tiago não tinha nada a ver com aquilo!
–– Ah, que bonitinho! Defendendo o seu amiguinho, é Black?
–– Ai seu...
Sirius quase avançou em Snape, mas Tiago levantou uma das mãos e o impediu.
–– Guarde isso para o dia em que ele resolver contar a alguém sobre Remo. E, nesse dia, eu vou fazer questão de te ajudar, Sirius. Olha aqui, Ranhoso, eu realmente não ligo de ir para Azkaban se você estragar a vida do Remo.
Tiago soltou Severo e, junto com Sirius e Pedro (que continuava calado e com cara assustada), foi para a escada.
–– Quer dizer que a qualidade de vida que o Sr. Lobisomem vai ter nessa escola está nas minha mãos? –– falou Snape numa voz alta e maliciosa.
–– Só não se esqueça que você ME deve a SUA vida, Snape. –– A voz de Tiago estava extrema e assustadoramente calma.
Assim como a primeira conversa que Lílian havia ouvido, esta também lhe proporcionou revelações, de certa forma, assustadoras. Severo estava certo, então. Remo era de fato um lobisomem. Ela não sabia o que pensar. O mais surpreendente, para ela, foi a atitude de Severo. Ela o conhecia há quase 10 anos. Realmente não esperava aquele comportamento dele. Ou será que esperava? Depois de tudo, não sabia mais se conhecia Severo tão bem assim.
Agora Potter... bem, o fato de ele querer defender o admirável. Sem mencionar que tanto ele como Sirius e Pedro pareciam saber há um certo tempo que Remo era um lobisomem e mesmo assim eles eram tão amigos. Para Lílian, isso era uma forte demonstração de amizade e lealdade. Talvez os Marotos não fossem tão ruins quanto ela imaginava...
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