Capitulo 1 - A perda



Um calor escaldante em plena madrugada tomava conta da cidade inteira de Londres. Em uma rua totalmente isolada e escura, no centro da cidade havia apenas três casas, duas estavam abandonadas e suas aparências eram horríveis, porém, no número 19 alguma coisa estava acontecendo, algum movimento, em uma casa tão abandonada quanto as outras. Era muito raro ver alguém naquela rua, ainda mais àquela hora da madrugada. Geralmente só se viam cães abandonados, ou alguns passarinhos, que sempre saiam rapidamente.
Mas aquela noite, tudo estava diferente. A casa abandonada entre os números 18 e 20 estava praticamente “em festa”. Cada vez entravam mais homens encapuzados nela, na verdade, era impossível distinguir se eram homens ou mulheres, mas, entravam de hora em hora, não parecia exatamente uma festa, pois estavam em extremo silêncio, apenas um homem muito pálido de olhos cintilantes falava. Ele parecia dar uma ordem aos outros. Depois de quase meia hora dando-lhes ordens, três pessoas encapuzadas batiam na porta, um deles era mais alto, outro era bem mais baixo, e o outro não era nem alto nem baixo. Os três pensavam que a reunião acabara de começar.

- Entrem. – disse o homem branco, que sentava em uma poltrona aconchegante em frente à porta, os demais homens encapuzados estavam atrás dele, com as varinhas apontadas para a porta. A cobra que estava em seu ombro, pareceu cochichar algo para ele, quando escutaram baterem a porta.

Os três entraram na sala escura e velha e se ajoelharam diante de seu mestre.

- Perdoe-nos milorde, não tivemos a intenção. – disse o homem mais alto, que continuava ajoelhado, olhando para o chão.

- Não tiveram a intenção não é mesmo?– agora o homem branco se levantara, fazendo a cobra ficar sozinha na poltrona. - Mas erraram! Foram fracos o bastante para não detê-lo. – ele passava a língua pelos próprios lábios brancos, como uma cobra.

- Eles tiveram sorte – dizia o mais baixo, com a voz extremamente chorosa. – se nos der outra chance nós vamos conseguir.

- Ora, ora, ora... Outra chance é o que você quer? – ele esticou a mão próxima ao rosto do mais baixo, e fez a máscara que cobria seu rosto cair. – Pois então, Draco Malfoy, você é novo comensal certo? Então, é bom que aprenda que segundas chances não são privilégios de comensais, seu pai deveria ter lhe ensinado isto!

- POR FAVOR, NÃO O MATE MILORDE, EU IMPLORO! – disse a pessoa encapuzada nem alta nem baixa.

- Até você... – agora ele se virara para o nem alto nem baixo, e colocara a mão próxima a máscara, fazendo-a cair igualmente. – Narcisa! Está ficando cada vez mais sentimental não? Pois é bom que você esteja certa sobre seu filho. – disse apontando para Draco Malfoy, o loirinho de apenas 17 anos de idade.


- Lorde, eu sei que erramos, mas podemos concertar! Potter vai voltar a Hogwarts, Draco ainda pode conseguir... - mas Voldemort o interrompeu:

- Bom, então parece que o herói da história é Draco não é mesmo Lucio? Não é só ele que pode trazer Potter até mim?

- Sim senhor – disse Lucio, o mais alto se levantando agora.

- Ótimo, então, não preciso mais de vocês. – disse dando uma boa gargalhada – AVADA KEDAVRA! – um jato de luz verde atingiu Lucio Malfoy em cheio em seu peito, fazendo-o cair no chão imediatamente, com os olhos abertos, Draco acabara de presenciar a morte de seu pai, e Narcisa a de seu marido.

- LUCIO NÃÃÃÃÃO! – gritou Narcisa quando o marido já estava morto no chão. – COMO PODE? – ela chorava inconformada.

- Ah, eu não gosto que me decepcionem, ninguém me tira do sério como vocês me tiraram Narcisa, faltava tão pouco... Mas vocês me traíram, preferiram a vida de vocês do que ser fiel a mim e matar Harry Potter? – ele ficou furioso e seus olhos cada vez mais vermelhos. Apontou a varinha para Narcisa. – AVADA KEDAVRA! – a mesma coisa que aconteceu com Lúcio, aconteceu com Narcisa, um jato de luz verde a atingiu, e ela caiu morta no chão, no mesmo instante. Era a segunda perda para Draco naquele dia.

Ele sabia que não podia continuar ali, estava desesperado vendo sua mãe e seu pai morrerem, sabia que se ficasse ali, ia acabar sendo morto também. Tudo fugia de sua cabeça, não conseguia formular nenhum “plano de fuga rápido”, ele simplesmente abriu a porta e saiu correndo. Os vários homens encapuzados já iam atacá-lo, mas receberam uma ordem:

- PAREM! Deixem-no fugir... Ele será útil para nós mais tarde. – disse Lorde Voldemort, voltando a se aconchegar em sua poltrona, com o punho fechado de raiva. – Tirem esses cadáveres daqui, não agüento mais olhar para cara desses dois. – e os comensais se apressaram a obedecer às ordens de seu mestre.

A no máximo três quadras dali estava Draco Malfoy, o garoto pálido, de queixo pontudo e cabelo loiro. Ele corria muito, cada vez mais, não entendia porque não estavam correndo atrás dele.

Posso aparatar, estou no mundo trouxa – pensou.
Ele havia aprendido a aparatar no ano retrasado, nos N.O.M.s, junto com toda a turma do quinto ano. Sendo assim, ele aparatou para qualquer lugar longe dali. Desaparatou em uma rua escura e sem ninguém de um lugar que nunca havia visto, porém, ele tinha certeza de que continuava em Londres. Já passavam das cinco da manhã, e o garoto não tinha onde ficar. Pensou em voltar para sua casa, mas logo descartou essa opção, seria o primeiro lugar onde os comensais o procurariam.

Ótimo – pensava aborrecido. – já deve estar quase amanhecendo, e não tenho pra onde ir!
Inconformado, ele simplesmente sentou-se na calçada e ficou esperando por algum tipo de milagre. Não conseguia tirar de sua cabeça a imagem de seu pai e sua mãe caídos no chão, um sentimento de raiva tomava conta dele, ele tinha que se vingar.
Depois de mais ou menos dez minutos (que para Draco pareceu uma eternidade) um ônibus roxo, de três andares passou por ele, tão rápido quanto uma bala, e ao ver o bruxo, parou rapidamente, fazendo tudo que estava dentro do ônibus se mexer.
Draco caiu para trás com um pulo, nunca tinha visto um ônibus tão rápido quanto aquele, por um instante pensou que o ônibus era apenas mais um dos trouxas, mas ao ver um com tanta velocidade, reconheceu que era o Noitibus, Crabble tinha falado sobre ele no segundo ano de Hogwarts.
Um homem que vestia uma roupa azul e segurava uma maquina de ticket’s desceu do ônibus olhando de um lado para o outro, ao ver que não tinha ninguém na rua, desceu os degrauzinhos até a rua e ajudou Draco a se levantar.

- Boa noite, quase bom dia agora... Meu nome é Stanislau Shunpike, mas pode me chamar de Lalau, bem-vindo ao noitibus, transporte para bruxos e bruxas perdidos. – disse sorrindo.
- Espera ai, eu sei quem é você... Não estava em Azkaban? – Draco olhava para ele com cara de surpresa e ao falar “Azkaban” viu o homem ficar extremamente bravo.
- Hãn, quer dizer que você também acredita que eu sou seguidor de Você-sabe-quem, não é? Acha mesmo que eles iriam me deixar lá por muito tempo? Essas crianças viu... Ande logo, vai querer carona ou não?
- Vou sim claro... Desculpe... – Desde o ano passado Draco havia perdido praticamente todo o seu jeito de “sonserino malvadão”.
- Então ande logo, aqui esta seu ticket. – disse tirando um papelzinho da maquina e mandando-o entrar no ônibus.

Era a coisa mais bizarra que Malfoy já havia visto. Um ônibus que não tem cadeiras, e sim camas. Perto da cabine do motorista tinham três cabecinhas que pareciam mais um chaveiro de cabeças, uma em cima da outra.

- Como eu já disse, eu sou o Lalau, esse aqui é o Enersto – disse apontando para um velinho que mascava algo parecido com chiclete e segurava o volante. – E não liga pra essas três coisas aqui. – apontou para as cabeças.

- Ei, como assim não liga pra gente? Nós trazemos alegria pra esse ônibus! – disse a cabeça do meio.
- Ta bom, ta bom, agora calem a boca e mandem o Enersto sair logo daqui antes que eu durma.
- MANDA A VER ENERSTO! – disse uma das cabeças.

O motorista logo se apressou a acelerar, o ônibus andava com uma velocidade incrivel e fez Malfoy sair rolando e ir parar na outra ponta do noitibus. Lalau foi acompanhando ele, e mais uma vez o ajudou a levantar.

- Você ainda não me disse seu nome né? – disse colocando a mão na boca,como se estivesse pensando.
- Malfoy. Draco Malfoy.
- Draco Malfoy? Malfoy... Malfoy... De onde eu conheço esse nome? Hm... Não consigo me lembrar agora...
- Vai pra onde Draco?
- Nã... Não sei... – estava dificil de falar, o onibus se mexia muito.
- Como assim não sabe? Pelas barbas de MERLIN! Você estuda garoto?
- Si... Sim, Hogwarts. – o ônibus virou tão bruscamente que Draco teve que segurar em uma cama para não dar de cara no vidro traseiro do noitibus.
- E porque não esta com seus pais?
- é... Eles... Estão viajando...
- E deixaram o filho deles na esquina? Merlin...
- Não, eu fugi... Eles não queriam me deixar ir para Hogwarts – ele queria que a verdade fosse essa, e se segurava muitas vezes para não chorar, ele só pensava em honrar sua familia, seu pai, não poderia deixar isso barato.
- Se vai para Hogwarts suponho que vá para o caldeirão furado certo?
- É, vou para lá então... – mais uma vez o ônibus deu um tranco, e desta vez, não teve como segurar, ele bateu a cara no vidro.
- EU OUVI ALGUEM DIZER CALDEIRÃO FURADO? – gritou o motorista da cabine.
- Isso mesmo, o garoto Malfoy vai para o Caldeirão. – disse Lalau gritando igualmente.
- ENTAO AVISA ELE QUE JÁ CHEGOU! – disse mais uma vez o motorista, gritando cada vez mais alto.
- Você ouviu ele... – cochichou Lalau no ouvido de Draco.
- Esta bem, ja vou descer – disse Draco descendo as escadas do ônibus para a rua.
- Até mais ver Malfoy... – Lalau estava na janela do onibus, dando tchauzinho para Draco que já estava na calçada do lado de fora.

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