À Beira de Um Ataque De Nervos

À Beira de Um Ataque De Nervos



Capítulo II – À Beira de Um Ataque de Nervos


OoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoO ________________________________________________________________


Porque toda vez que eu vejo seu rosto animado


Eu sinto um arrepio num lugar bobo Começa na ponta dos meus pés


Me faz enrugar o nariz


Para onde For, eu sempre sei


Que você me faz sorrir


Por favor, fique por um instante agora


Não tenha pressa


Em qualquer lugar que você vá


(Colbie Caillat)


________________________________________________________________




Lily Evans


 


Já se passaram duas semanas desde a nossa chegada a Hogwarts e as coisas estão realmente agitadas. Os professores andam nos atolando de dever de casa e nos dando discursos quase diários sobre o quanto os NIEM’s são importantes para nós.


 E como se já não bastasse todo esse stress, ainda tem mais uma coisinha tentando me deixar louca da vida: James Potter.


 Ele só pode estar querendo me dar o troco ou algo parecido. Sabe o que aconteceu entre nós durante estas duas semanas? Ele me deu três “oi”, quatro sorrisos e duas piscadas! Pode dizer: “Se toca, Lily, ele te odeia e não dá a mínima pra você! Quem mandou dar tanto fora?”


 O quê? Eu sou dramática? Não, eu não sou.


 Bem, talvez eu seja um pouquinho.


 Ah, eu faço muito drama mesmo, e daí? Uma garota não pode ter pressa para viver o amor dos sonhos? E eu também não sou tão exagerada assim, mas voltando ao assunto: eu estou a ponto de subir pelas paredes! Em tempos normais eu já estaria no centésimo septuagésimo terceiro “Não Potter, eu não quero sair com você” e agora eu me resumo a esperar um “oi” no café da manhã? Ah, isso é humilhante!


 


- Srtª. Evans? – a voz do professor Flitwick me chamou de volta à realidade.


- Presente. – respondi sem pensar e o resto da turma caiu na gargalhada.


- Estamos vendo que está aqui, Srtª. Evans, agora, pode nos responder qual é o efeito do feitiço? – perguntou bem mais simpático do que deveria.


- Ah... Do feitiço? – perguntei sem entender. É isso que dá pensar em James Potter na hora da aula! – Ah... Er...


- Professor. – uma mão se ergueu a minha direita.


- Sim, Srtª. Butcher? – Flitwick desviou sua atenção de mim, o que eu aproveitei para me informar sobre o que estava acontecendo.


- Ele está dando uma revisão, perguntou o efeito do Vermillious, em que mundo você estava? – disse Jéssica.


- Muito bem, Srtª. Butcher, cinco pontos para a Corvinal. – disse Flitwick – Srtª. Evans, sugiro que preste mais atenção a aula.


- Aquela metida. – resmunguei – Eu sabia o efeito.


- Mas não sabia o feitiço. – disse Nicole, que estava sentada do meu outro lado – E, se serve de consolo, eu também não gosto da Butcher.


 


Kathy Butcher é uma das colegas de quarto da Nick. Uma garota de cabelos castanhos que vão um pouco abaixo dos ombros e olhos azul claro. Super nerd e adora mostrar a todo mundo o quanto sabe. É por isso que não gostamos muito dela.


 .............................................................................................................................................


 


Jéssica Buttler


 


Quando a aula chegou ao fim, Lily e eu fomos à torre deixar os livros e Nick seguiu para o grande salão junto com David. Combinamos de nos encontrar na biblioteca depois do almoço, vamos aproveitar o horário vago para fazer as atividades.


 


- Então, no que estava pensando na hora da aula? – perguntei fingindo dúvida, afinal, eu já sabia o que era.


- Sei lá, Jeh. Não sei o que aconteceu comigo, estava tão desligada... – mentiu Lily. Ah, quando ela vai se tocar que não sabe mentir?


- Ih, olha só o Potter e a turminha dele no fim do corredor... O que será que eles estão aprontando? – perguntei com uma dúvida real agora. Eles não são exatamente meus amigos, mas tenho certa simpatia pelo Potter.


 


Os quatro garotos estavam agrupados no fim do corredor cochichando apressadamente. Muito suspeito. Mas o que me chamou mesmo a atenção foi que Lily, ao ouvir o nome “Potter”, imediatamente começara a ajeitar os cabelos. Eu não consegui controlar e dei uma risada alta.


 Eles olharam para a nossa direção todos ao mesmo tempo, parecia até ensaiado. Lily gelou ao meu lado. Apaixonado é fogo...Pensei comigo.


 


- Então, resolvemos os detalhes mais tarde. – disse Remus Lupin. Um rapaz não muito alto, de cabelos lisos castanhos e aparência cansada.


- Ok, vamos Sirius. – disse James ao garoto ao seu lado, Sirius Black.


 


James e Sirius andam juntos desde... Sempre, eu acho. Eles até se parecem fisicamente, tem a mesma altura, a mesma cor de pele, os dois são morenos... Só que James tem olhos castanho-esverdeados, usa óculos e os cabelos extremamente bagunçados enquanto Black tem olhos azul acinzentado e cabelos lisos.


 Remus (o de cabelos castanho claro e olhos da mesma cor) foi para um lado do corredor acompanhado de perto por Peter Pettigrew (um garoto baixinho, com cabelos louros e ralos, olhos castanhos e um pouco gordinho) enquanto Potter e Black vieram na nossa direção e o nervosismo da Lily começava a me incomodar.


 Potter piscou para ela quando passou e ela soltou um resmungo triste, algo parecido com “três”.


.............................................................................................................................................


 


Lily Evans


 


Mais uma semana se passou e aqui estamos nós, em plena manhã de sábado, na biblioteca, fazendo os 354671657 deveres que os professores passaram. Mas veja bem: a perspectiva de uma visita a Hogsmead no próximo final de semana já animou bastante as coisas.


 


- Eu odeio poções! – exclamou Jéssica de repente fechando um livro com força e cruzando os braços.


- Ah Jeh, nem é tão difícil. – falei tentando acalmá-la.


- É, pra você que é uma mestra de poções, não é mesmo? – perguntou realmente irritada.


- Olha, porque você não pega este livro aqui. – escrevi o nome do tal livro num pedaço de pergaminho e a entreguei – Eu acho bem melhor que esse aí que você tá usando.


- Tá ok, vou continuar tentando. – falou emburrada antes de se levantar para ir atrás do livro.


- Mas onde diabos o David se meteu? – perguntou Nick de repente – Ele foi atrás de um maldito livro de transfiguração faz quinze minutos!


- Ah Nick, esquece isso e tenta se concentrar no seu dever. Ele deve estar fazendo hora pra não estudar. – respondi.


- É... Talvez esteja. – resmungou e voltou a atenção para o livro – Ah, quer saber? Vou atrás daquele preguiçosinho! Ele vai sim estudar conosco. – E saiu decidida.


 


Eu apenas revirei os olhos e tentei me concentrar outra vez, mas é claro que eu não pude, ou você acha que a minha vida é assim fácil?


 


- Bom dia minha cdf! – a voz animada fez meu coração disparar e eu tomei um lindo susto.


- O que você quer, Potter? – perguntei tentando parecer normal, apesar de saber que eu sou estranha e não há como negar as origens.


- Já que você perguntou... Sair com você, aceita?


- Não, Potter. Era só isso? – OH MEU DEUS!! O QUE FOI QUE EU ACABEI DE FAZER!?


- Bem, era. – ele sorriu um pouco afetado, mas ainda encantador. Eu juro que não fiz de propósito! – Bons estudos. – falou piscando pra mim e indo para a seção de Feitiços.


 


Esperei até que ele sumisse de vista para dar o meu ataque silencioso. QUE TIPO DE ANTA EU SOU? Por que eu fiz aquilo se tudo que eu fiz nas últimas três semanas foi esperar pra ouvir aquelas palavras?


Estou realmente tentada a ouvir uma voz irritante dentro da minha cabeça, sabe o que ela está gritando? É algo mais ou menos assim: se mata Lily, você não merece viver.


Eu estava batendo com cabeça no livro a minha frente quando percebi que Jéssica estava parada a minha frente e me olhava de uma forma muito, muito estranha.


 


- Eu li em algum lugar que isso ajuda a memorizar bem as coisas. – respondi na maior cara dura e com um grande sorriso amarelo.


.............................................................................................................................


 


Nicole Carrew


 


- Então é assim? – ouvi a voz dele e segui.


- Exatamente, está bem claro ou vou ter que te explicar outra vez? – perguntou uma voz feminina que parecia estar a algumas estantes de distância de mim.


- Não será necessário. Te vejo por aí.


 


Segundos depois, David saiu detrás de uma estante alguns passos a minha frente, tinha um semblante irritado.


 


- David? – chamei, ele parecia não ter me visto.


- Ah, oi Nicole. – sorriu fracamente.


- Não me chama de Nicole, por favor, parece que não temos intimidade. – pedi da maneira mais simpática que consegui.


- Ok, Nick.


- Bem melhor. – sorri – O que aconteceu com você? Parece chateado.


- Nada demais...


- E com quem estava falando? – perguntei curiosa.


- Ah... Ninguém. – mentiu. Tenho certeza que ele mentiu.


- E esse ninguém se chama...? – insisti no mesmo instante em que uma garota saia do lugar onde David estivera – Kathy Butcher? O que ela queria com você?


- Nada. Na verdade, eu fui atrás dela. – falou olhando para o lado.


- Pra quê?


- Eu queria que ela me explicasse uma coisa.


- Lily podia ter feito isso, viu o tom esnobe que ela usou? – falei irritada.


- Ah, Nick, pára com isso. Não precisa ficar atacando a garota só porque não gosta dela. Eu não queria perguntar a Lily, foi só. – disse irritado – Vem, vamos voltar a fazer o trabalho.


- Não precisava ter falado assim também. – falei chateada. Odeio gente ignorante.


 


Ele suspirou, sorriu docemente, me abraçou e começou a afagar meus cabelos.


 


- Me desculpa, ok? Eu tô só preocupado com as notas. – sussurrou – Não tem nada a ver com você.


- Tá bem, eu sei que pego pesado as vezes. – admiti.


- Amo você, sabia?


- Sabia, mas pode repetir o quanto quiser. – sorri convencida e ele me beijou delicadamente.


 


O melhor namorado do mundo é o meu.


 


XxXxXxXxXxXxXxX


 


Voltamos para a mesa após uns cinco minutos. Jéssica parecia mais animada e Lily aparentemente lia o livro a sua frente, mas seus olhos estavam desfocados. Terminamos os estudos só perto da hora do almoço, onde seguimos cada um para a sua mesa e combinamos de nos encontrar mais tarde.


.............................................................................................................................


 


Jéssica Buttler


 


Após o almoço, eu e Lily fomos para o dormitório em meio a um silêncio realmente perturbador. Ela está assim desde que eu voltei para a mesa da biblioteca e a encontrei batendo com a cabeça no livro. Foi bizarro.


Ao chegarmos, ela se jogou na cama e enfiou a cara no travesseiro. Eu me sentei ao lado dela.


 


- Lily, o que houve com você? – perguntei preocupada.


- Nada. – o resmungo veio abafado.


- O mesmo nada que tem te deixado distraída? Ou será o mesmo que te fez bater a cabeça no livro? – um travesseiro veio em minha direção quando acabei de falar – Hey! Eu estou só perguntando.


- É. Mas a culpa disso tudo é sua. – falou emburrada se sentando na cama.


- Minha? – me espantei – Que foi que eu fiz?


- Você, com seus malditos conselhos certos, me fez perceber tudo. – falou em meio a um suspiro.


- Aaaaaaaaaah, é isso. – falei aliviada – E eu aqui preocupada.


- Como assim “é isso”? Você tem alguma noção da gravidade do problema!? – Lily e suas habituais crises de ansiedade – Ele... Ele nem liga mais pra mim e quando liga... Eu faço aquilo.


- Isso tem a ver com você metendo a cabeço no livro, certo? – perguntei, ela confirmou com a cabeça – Então, o que aconteceu?


- Ele me chamou pra sair outra vez hoje de manhã!


- E...?


- Eu disse não... Mas queria ter dito sim! – juro que fiquei com pena da expressão no rosto dela.


- E por que não disse? – perguntei meio confusa.


- Eu não sei! Não tenho a mínima idéia o que deu em mim naquela hora, eu simplesmente disse “não”, foi quase automático.


- Ok, ok. Então faz o seguinte: fica calma e da próxima vez que ele vier te convidar, você diz “sim”, combinado?


- Como se ele fosse me convidar outra vez. – falou triste.


- Que bobagem, Lily, é claro que vai. – retruquei.


- Tá certo, se você diz...


 


XxXxXxXxXxXxXxX


 


Matéria ridícula, pra que estudar isso? Eu não preciso saber fazer poções se pretendo ser jornalista, certo? Além da aula ser completamente inútil, esta sala fede e ver o Slughorn por duas horas babando em cima dos alunos favoritos dele me dá náuseas.


Por que mesmo que eu me matriculei nisso? Ah é, minha mãe teria um pití se eu não fizesse. Ela sonha que vai ter uma filha curandeira...


 


- Muito bem, hoje vamos treinar uma simples poção do amor, que não é uma exigência dos NIEM’s, mas será ótima para que treinem a forma correta de manusear ovos de Cinzácaro. – o professor fez uma pausa – Mas antes de começarmos a trabalhar, nesta lista – com uma aceno de varinha, um pergaminho com alguma coisa escrita apareceu num canto da sala – estão os nomes das duplas que sorteei para a apresentação de um trabalho detalhado sobre Acônito. Olhem seus nomes e não aceito reclamações. Já têm as instruções – com outro aceno da varinha, as palavras apareceram no quadro negro – podem começar.


 


Nick foi olhar a lista, Lily foi pegar os ingredientes e eu fiquei de acender o fogo dos caldeirões, afinal, é o que eu faço de melhor nesta aula infame.


As duas não demoraram a voltar.


 


- Jeh, você está com um tal de Charlie Stark. – ela lia os nomes anotados na mão, tem uma péssima memória pra isso – A Lily pegou o Frank Longbottom e eu... Droga, esqueci de anotar o meu.


- Você não conhece a pessoa? – perguntou Lily enquanto distribuía os ingredientes igualmente para nós três.


- Não... É algo parecido com Lemus Rupin, eu acho. – falou pensativa.


- Seria Remus Lupin? – sugeri.


- É, isso aí mesmo. – falou empolgada – Sabe quem é?


- Ah, por Merlin, Nick, ele anda com os marotos. – falei impaciente.


- E quem são “os marotos”? – perguntou intrigada.


- Tá brincando, né? – perguntei incrédula.


- Hey! Tá na hora de trabalhar. – disse Lily interrompendo a conversa.


- Ok, vamos nessa. – falei desanimada ao olhar os ingredientes e o caldeirão a minha frente.


 


OoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoO


 

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.