Único



N/A: é, eu ia postar isso bem antes, mas desisti. Agora vou postar MESMO XD e agradeçam ao McFly, que fez um cover de Mr. Brightside que me fez postar isso. Só que, ahn, a fic não faz muito sentido e é um lixo. E eu não sei mais fazer N/As T.T enfim, espero que pelo menos entendam. Essa fic é dedicada inteiramente ao Pê, que é a razão do meu vício pelos Killers. E QUE VAI NO SHOW T.T certo, eu estou louca. ACHO QUE É PORQUE ESTOU OUVINDO SON OF DORK NO ULTIMO VOLUME E MEUS OUVIDOS ESTÃO COMEÇANDO A TREMER.

chega vai. xoxo,
Luh.





Mr. Brightside





James. James Potter. Em seus dezesseis anos, três meses e nove dias, James era simplesmente o rapaz mais famoso das redondezas. Com seus cabelos da cor do nanquim, lisos, despenteados e levantados, o nariz afilado e marcado por um pequeno corte no lado esquerdo, em formato de lua, a pele branca como leite e lisa como pêssego, o corpo com músculos talhados por anos de esportes e trabalho manual, os cílios longos e grossos contornando olhos da cor da mais profunda madeira com manchas verdes, ele era o que podia se chamar de rapaz perfeito. Perfeito, talentoso, bonito e maroto; o que mais poderiam querer? Absolutamente nada. Ou, talvez, um pouquinho de... Responsabilidade, quem sabe.

James esse que, naquele exato momento, batia no portão de madeira da entrada do famoso Salão de Hogwarts, os olhos piscando por detrás de lentes dos óculos escuros, que contrastavam comicamente com a cartola preta no topo de sua cabeça e o terno preto com camisa dourada. O perfeito Senhor Otimista, como era conhecido. O Senhor Otimista que estava chegando na festa mais importante, no evento mais imperdível, no local mais sagrado dos moradores dos arredores. O Senhor Otimista de cartola, que já batia os pés envoltos por sapatos impecavelmente lustrados no chão, impacientemente, enquanto esperava receber a passagem para dentro.

Que lhe foi concedida por ninguém mais, ninguém menos que o próprio Dumbledore, o homem mais famoso de Londres e do vilarejo de Hogsmeade, próximo à metrópole. O homem que, há cinqüenta anos, começara com a tradição daquele baile, daquela festa majestosa. O homem que não deixava escapar a mínima e mais sutil piadinha.

— Vejo que as cartolas lhe caem bem, James. - ele disse, em sua voz suave e sonhadora, dando passagem para o maroto. — Entre, entre.

— Obrigada, Dumbledore. - James respondeu, educadamente, fazendo uma breve reverência e entrando animadamente no clima que já predominava o salão.

Parou por um momento em frente à parte central do salão, onde vários rostos conhecidos, apesar das fantasias e máscaras, se destacavam claramente. Respirou profundamente. Ah, o doce ar da festa. O ar mais doce que ele já tivera a felicidade de experimentar dentro daquele salão, no baile de Máscaras, como era chamado.

O Baile de Máscaras do pequeno vilarejo de Hogsmeade, ao lado da ampla Londres. Entre cortinas vermelhas e o glamour do teatro, taças de vinho e goles de whisky, entre os vestidos armados e brilhantes e os ternos com gravatas borboleta, era difícil escolher a melhor atração do baile todo; havia tantas pessoas, tanto talento, tanta música e tanta fortuna que era difícil escolher algo preferido. Era uma tradição interminável, o evento mais esperado do ano naquele lugar pequeno e demasiadamente frio onde as pessoas passavam seis meses arranjando suas fantasias e os outros seis ajudando a organizar o evento. Era brilhante. Era glamour.

Naquele ano, a temática do baile seria o teatro, com sua riqueza de detalhes e explosão de cores, falas transformadas em membros do ator e as longas cortinas vermelhas cobrindo boa parte do palco de madeira que ficava num canto do grande salão de mármore branco e preto, esculpido há exatamente cinqüenta anos. Aquilo instigava a inventividade das pessoas, de certa forma; mulheres em vestimentas antigas recitavam falas de Macbeth, grande sucesso de Shakespeare; homens com antigas roupas de acrobatas passeavam por entre os convidados executando curtas peças no estilo Commedia dell'Arte; o espírito do atuar estava incrustado em cada singelo detalhe de prata das bandejas onde eram servidos os licores mais célebres de todo o baile, que embebedavam facilmente e liberavam os verdadeiros políticos e empresários que se escondiam sobre roupas discretas e engomadas.

E é claro que, em todos os bailes, praticamente desde que nasceram, quatro jovens denominados Os Marotos estavam lá para dar risada das vítimas, ou... Serem as próprias vítimas.

— Jay, Jay, Jay! - exclamou uma voz conhecida atrás de James, seguida de um animado e falso aperto de mão cordial. — É uma surpresa te encontrar aqui.

Sirius Black era o melhor amigo de James desde a infância; cresceram juntos, brincaram juntos, paqueraram garotas juntos, roubaram as namoradas uns dos outros juntos, se machucaram juntos e riram juntos; um laço de amizade tão forte que, às vezes, parecia surreal.

Ele era filho dos Black, a família mais dark de Hogsmeade, conhecida por ir ao baile com fantasias e máscaras obscuras e melancólicas. Eles não tinham muitos fãs, e, por isso, Sirius era, de certa forma, discriminado; até que fizera amizade com o menino dos Potter, a família conhecida pela bondade e coragem em toda Londres, e mostrara quem realmente era, debaixo de olhos muito azuis, cabelos pretos e rebeldes e um sorriso tão maroto quanto o possível.

— Também não pensei que você viria, colega. - James respondeu animadamente o aperto de mão, sacudindo o braço do amigo de um lado para outro. — Preparado para hoje, presumo.

O outro maroto abriu um sorriso que era só arrogância.

— Eu sempre estou.

James revirou os olhos, mas seu gesto não foi notado, pois os óculos eram demasiadamente escuros para permitir.

— E Peter, Remus? Onde estão? – perguntou, passando os olhos pelo salão. – Não estão aqui, presumo.

— Devem estar no palco. Você sabe, algumas pessoas tem mania de achar que todas as nossas apresentações nesse baile serão... Como posso dizer? Hum... Marotas como as anteriores. – enquanto falava, fazia gestos largos e exagerados, típicos de Sirius Black e sua fantasia chamativa. — E, na verdade, não vão ser. A desse ano, por exemplo...

— Ei, cale a boca, ok?

Sirius fez uma cara ofendida e torceu o nariz para o amigo, recolhendo seus braços, que naquele momento mostravam todas as pessoas do baile com um gesto.

— Não pegue tão pesado, Sr. Otimista.

Com uma risada, James tirou a cartola e fez uma curta reverência, suficiente apenas para deixar seus cabelos negros caírem em seus olhos, atrás das grossas lentes pretas. Sr. Otimista. Ficaria conhecido assim, com este nome que esbanjava charme, alegria e, claro, otimismo; a não ser que desse algum vexame no Baile, e acabasse ficando conhecido como Sr. Pessimista. Dessa vez, só dessa vez, ele teria que dizer não às bebidas maravilhosas que serviam naquele lugar.

— É o meu trabalho. – ele respondeu, depositando a cartola nos cabelos e a ajustando com suas mãos cobertas por duas luvas brancas estilo Mickey Mouse. — De qualquer forma, acho que vou...

Em qualquer dia normal, Sirius bateria nas costas do amigo e perguntaria o que estava errado, mas não era um dia normal. Era o dia do Baile de Máscaras, o melhor dia do ano todo...

E ele só precisava se virar para entender a mudez repentina de James.

— Que diabos... – Sirius franziu as sobrancelhas, e, por fim, quando achava que James teria um ataque à sua frente, virou-se.

Olhou para a, sem dúvidas, mais bela das atrações do baile.

Como esmeraldas incrustadas em tecido preto, aqueles maravilhosos olhos verdes se destacavam facilmente na pele alva e marcada por delicadas sardas. O sorriso, feito por lábios rosados e claros, cheios no meio e finos nas extremidades, não poderia ser mais bonito, contrastando com cachos enormes e bem feitos do mais profundo vermelho, com o vestido branco e todo rodado na saia, deixando os ombros descobertos. Lily Evans era seu nome; macio como os lírios, marcante como o vermelho de seus cabelos.

O foco da paixão reprimida de James Potter desde que se tornara mulher.

— Lily. – disse o moreno, fazendo uma reverência e depositando um beijo leve na mão direita dela. — É um prazer te ver por aqui.

Lily sorriu.

— Digo o mesmo, Sirius. – a ruiva respondeu, dando uma piscadela. — Mas e você, James, não vai falar nada?

James despertou de seu pequeno transe e tirou os óculos pretos do rosto. Sabia que Lily adorava os olhos das pessoas, e, modéstia bem à parte, seus olhos eram simplesmente maravilhosos. Então, mirando suas íris amendoadas para as verdes da ruiva, tirou a cartola, fez uma reverência e deu um beijo mais romântico nas mãos dela, fazendo-a alargar o sorriso.

— Você está absolutamente linda, magnífica, estupenda. – ele exclamou, pegando-a pela mão e fazendo-a dar algumas voltas. — Tanta beleza assim ofusca meus olhos.

Ela deu risada dos galanteios do maroto. Ele sempre jogara charme nela, surtindo o efeito almejado; Lily achava James o mais fascinante e o mais belo, acabando com qualquer chance de outro que se atrevesse a querer a atenção dela. Mas, mesmo assim, nunca conseguiam ficar juntos. Alguma coisa sempre acontecia, de modo que, até aquele dia, os dois só tinham trocado um beijo singelo e apressado, de três segundos ou menos. E James não agüentava mais ter que esperar um beijo daqueles lábios macios e carnudos que tanto fascinavam.

— Você está lindo vestido como...

— Sr. Otimista. É o meu nome. – James respondeu, soltando a mão de Lily e colocando a cartola novamente em sua cabeça. — Mas agora não é hora de ficarmos parados aqui. Quem quer dançar?

Ele não precisava falar duas vezes, porque, para animar aquele momento “festa”, Remus Lupin e Peter Pettigrew, que formavam o quarteto dos Marotos, chegaram na rodinha de James, Lily e Sirius com tudo, anunciando que a festa já começara... oficialmente.




Enquanto o som enojado de Madonna ressoava no salão enorme e apinhado de gente, James dançava animadamente de frente para Lily, que, com seu salto alto, se movia demasiadamente leve, como se estivesse flutuando. Ele não conseguia tirar seus olhos dos dela, revezando por vezes com os lábios, que eram perigosamente chamativos para passarem despercebidos. Afinal, ele era James Potter e ela Lily Evans. Não havia casal mais perfeito naquele baile, e nunca, nunca haveria.

— Você vê – Lily dizia, enquanto bebia o champanhe de sua taça de cristal. — que a ação já começou a acontecer aqui. – Ela soltou uma gargalhada, e jogou a cabeça para trás, um gesto bem conhecido que fazia verdadeiras borboletas se lançarem contra a parede do estômago de James.

De fato, o que ela dissera era verdade. Muitos rostos famosos, inclusive de alguns professores da escola onde estudavam, já soltavam risadas exageradas acompanhadas de gestos vergonhosos; o efeito do álcool, obrigado. O professor de culinária, Slughorn, dançava de um jeito tão ridículo no canto direito do salão que muitas pessoas estavam aglomeradas ao seu redor, gargalhando e se embebedando também.

— Pra mim, a verdadeira ação acontecerá quando tocarmos a nossa música. – James respondeu, o rosto afogueado pelo calor daquele terno preto.

— E que música será? – ela perguntou, fazendo um movimento engraçado com os braços.

Read My Mind. – disse James, chegando mais perto dela e ficando com seu nariz a míseros centímetros do dela. — Mais uma obra do Sr. Otimista, claro.

Ela gargalhou; uma gargalhada que franzira seu nariz levemente e estreitara seus olhos destacados por maquiagem prata, e que encantara James como nunca fizera antes. Aah, o que o amor não fazia com os apaixonados?

— Mal posso esperar para te ver lá.

Estavam próximos demais. Aquela distância mínima parecia fazer o chão sacudir, o ar debelar e o calor triplicar, pois sensações incompreensíveis e novas percorriam cada parte de seus corpos, como o calor de um chocolate quente no inverno. Mas, quando seus lábios estavam a milímetros de se tocar, os corpos fatalmente grudados um no outro, algo grosso e bruto puxou Lily pelo braço.

Seu salto alto se prendeu na barra de seu vestido por causa da força com que estava sendo puxada, e ela caiu para trás, fazendo James franzir o cenho e se perguntar o que estava acontecendo. Mas digamos que o que estava acontecendo não agradaria muito James...

Amus Diggory era um político jovem e rico, nos seus recentes vinte anos. Tinha cabelos loiros enjoados, que os marotos costumavam chamar de loiro-cor-de-esgoto, olhos azuis sem o menor brilho e um rosto de modelo de comercial, pura maquiagem e cirurgia. Mesmo assim, era considerado um grande partido para as meninas, talvez pela influência que seu pai tinha em Hogsmeade e em Londres.

Em seus braços, ele segurava a ruiva, que agora tentava se equilibrar e ficar em pé. Quando finalmente conseguiu, se virou para começar a xingar o responsável por sua queda, mas, ao invés de xingar, ela acabou sorrindo. Era o famoso Amus, que simplesmente se jogava aos seus pés.

— Lily. – ele falou, com sua voz rouca e sem graça. — Me dá a honra de uma dança?

Ela nem olhou para James ao concordar com um gesto, e saiu andando com Amus para o outro lado da pista, provavelmente onde estavam os políticos famosos e suas “sortudas” acompanhantes.

James se deixou abrir os punhos, que estavam fechados, e se perguntar o que diabos tinha dado na cabeça de Lily para sair com Amus Diggory. E por que aquele cretino tinha de aparecer naquela hora? Eles estavam tão próximos... O beijo parecia estar nas pontas de seus dedos...

— Mau jeito, Sr. Otimista. – brincou Sirius, chegando por trás de James e batendo em seu ombro. — Vá até eles, seu panaca. Ela é sua garota! Não a deixe ir!

Perturbado, ele sacudiu a cabeça e ficou imaginando como ficaria uma Lily bêbada ao lado do Diggory. Todos sabiam que ele adorava beber, e, em todas as festas, bebia até ficar extremamente travado, a ponto de não conseguir se levantar e nem parar de soltar gargalhadas a intervalos longos. Ele fora se meter logo com Lily. Logo com sua Lily. Mas aquilo não ficaria barato. Ah, não ficaria...




As horas se arrastavam lentamente naquele baile. Cada minuto parecia durar uma hora de pessoas dançando ridiculamente por causa de muita bebida, de pessoas monologando peças de teatro, de uma dupla particularmente irritante que fingia ser Romeu e Julieta. O palco na parte do final do salão estava vazio, coberto por cortinas vermelhas. Na frente dele, um tapete vermelho enorme decorado com almofadas fofas e gigantes deliciava os casais que queriam... Bem... Uma pequena sessão de agarramento.

E James não se sentiria tão incomodado com quem assistiria a apresentação de sua banda se um dos casais que se agarravam nas almofadas não fosse Amus Diggory e Lily Evans.

— James. – disse Peter, jogando para trás seus cabelos loiros escuros e batendo no ombro do amigo. – Hora de ir pro palco.

O maroto estava parado na frente do palco, perturbado com a visão do beijo de Amus e Lily. Uma música parecia estar se formando em sua cabeça, para descrever tudo o que sentia ao ver os beijos ficando cada vez mais profundos, piorando a cada vez que ele fumava um cigarro e ela dava uma tragada. Lily nunca fumava! O que estava errado com ela?

Provavelmente bebida demais. Aquele cretino estava levando sua Lily para o mau caminho; cigarros, bebida... Daqui a pouco ela estaria se...

Não pense nisso, ele pensou, consigo, descruzando os braços. Ela não seria capaz disso.

Mesmo não tendo tanta certeza do que pensava, nosso Sr. Otimista subiu no palco, posicionou-se atrás do pedestal onde seu microfone estava preso e esperou o som da música que tocava no salão abaixar-se até não sobrar nada.

Tudo ficou em silêncio no salão. As pessoas, mesmo bêbadas e completamente insanas, conseguiram focar sua atenção nas luzes que agora iluminavam o palco com um cenário cheio de brilho atrás. Os quatro jovens, que estavam segurando nervosamente seus instrumentos, começaram a tocar os primeiros acordes da música, que pareceu acordar os casais que se agarravam perigosamente no chão.

Com um esforço estupendo, Lily abriu os olhos e tirou o rosto da mira de Amus, que parecia beijá-la como se o mundo estivesse acabando. Tudo estava borrado, e um peso anormal jogava sua cabeça para frente, mas ela conseguiu localizar algo. Sim, ela conseguiu.

Ela conseguiu localizar o rosto cheio de amargura de James.

— James, por que não está cantando? – Sirius perguntou, baixinho, quando a banda foi obrigada a parar de tocar porque o vocalista não cantava.

— Mudem a música. Toquem aquela melodia que a gente inventou semana passada e eu canto. – numa respiração só, James declarou, os olhos se marejando ao capturar o olhar assustado de Lily, que nem lutava para afastar as mãos de Diggory de seu vestido.

Já que o povo estava bêbado demais para vaiar, eles começaram de novo, desta vez com um novo ritmo, mais forte e rápido. Não sabiam o que James estava planejando, mas era melhor não contrariar. Ninguém contrariava o rapaz mais respeitável daquele lugar, que estava queimando de ciúmes e mágoa da garota que não era mais tão respeitável assim.

Coming out of my cage, and I've been doin' just fine, gotta gotta be down, because I want it all…

(Eu estou saindo de minha gaiola
E tenho me saído bem
Deve, deve estar baixo
Porque eu quero isso tudo)


As pessoas que ainda conseguiam entender a letra da música soltaram exclamações de alegria. Finalmente uma música boa que não fosse Madonna, alguma banda antiga e tirada do baú ou uma versão de Rei Lear com ritmo de música!

It started out with a kiss, how did it end up like this? It was only a kiss! It was only a kiss! – Cantava James, tentando impedir que as lágrimas de seus olhos rolassem por seu rosto.

(Isto começou com um beijo
Como foi terminar assim?
Foi apenas um beijo
Foi apenas um beijo)


A pouca sobriedade que restava em Lily a deixava entender o que James falava em forma de música. Claro! A música era pra ela! O Sr. Otimista estava fazendo uma música só para ela!

Mas as mãos do porco do Diggory não a deixariam em paz. Elas passeavam por seu corpo sem se preocupar com as regras, e a boca suja dele deixava marcas horrorosas em seu pescoço outrora perfumado, como se ele pudesse. Lily não era sua. Talvez a Lily bêbada e fumante fosse, mas a verdadeira Lily nunca seria tola o suficiente para cair nas mãozinhas estragadas de Amus.

Now I'm falling asleep and she's calling a cab. - James agora se sentia tomado por raiva. Lily só estava parada no chão, enquanto Diggory a beijava onde bem entendesse. O que estava errado com ela?

(Agora eu estou caindo no sono
E ela está chamando um táxi)


James sacudiu a cabeça, e voltou a cantar com mais força.

While he's having a smoke and she's taking a drag! – De repente, James lembrou-se de que estavam num baile onde o tema era teatro, e ele estava vestido como Sr. Otimista. Porém, e a atuação, onde estava? — Now they're going to bed, and my stomach is sick – ele deu uma risadinha desdenhosa. — And it's all in my head, but she's touching his chest now, he takes off her dress now! – James apontou para os dois. — Let me go...

(Enquanto ele está fumando
E ela está dando um trago
Agora eles vão para cama
E meu estômago está enjoado
E está tudo em minha cabeça
Mas ela está tocando seu peito agora
Ele tira o vestido dela agora
Me deixe ir)


Embalado pelo momento, nosso Sr. Otimista começou a se sacudir no ritmo da música, jogando a cartola para o público mais animado e tirando o microfone do pedestal. Se Lily podia se agarrar com um homem no meio de todo mundo, James tinha todo o direito de cantar uma música dedicada a eles fazendo uma dança igual à que ele dançou na mesma noite, só que com Lily.

Ele era o Sr. Otimista, e nada, nada seria capaz de acabar com seu otimismo, que era a única coisa que restava, acima da mágoa e da raiva.

And I just can't look, it's killing me, and taking control… - Lily agora lutava contra Diggory, se afastando cada vez mais. Do jeito que estava, ele era capaz de seguir à risca a música de James. — Jealousy, turning saints into the sea, swimming through sick lullabies, choking on your alibis, but it's just the price I pay, destiny is calling me, open up my eager eyes… 'Cause I'm Mr. Brightside!

(Eu não posso olhar
Isso está me matando
E tomando controle
Ciúmes tornando santos em mar,
Nadando por doentes canções de ninar
Sufocando em seus álibis
Mas é apenas o preço que eu pago
Destino está me chamando
Abra meus olhos ansiosos
Porque eu sou o sr. Otimista)


Empolgado com a dança, James começou a andar pelo palco, apontando para os amigos e depois para o público. Mr. Brightside. Depois daquilo, ele ficaria famoso por sua atuação. Por passar por cima da mágoa. Por ser tão otimista.

Mr. Brightside. Depois daquilo, ele teria Lily se jogando aos seus pés.

E se vingaria de Diggory. Bem do jeito que ele merecia.

I'm coming out of my cage and I've been doin' just fine, gotta gotta be down, because I want it all! It started out with a kiss, how did it end up like this? It was only a Kiss! It was only a Kiss!

(Eu estou saindo de minha gaiola
E tenho feito isso apenas bem
Devo, devo estar decendo
Porque eu quero isso tudo
Isto começou com um beijo
Como foi terminar assim?
Foi apenas um beijo
Foi apenas um beijo)


Enquanto repetia toda a música, James encarava Lily. Podia ver nos olhos dela que ela estava admirada; podia praticamente ler o que estava escrito naquelas magníficas íris verdes. Mas não se comoveria. Aquilo era um baile, uma tradição, e a tradição de sair de lá brilhando como uma estrela não seria quebrada. Era impossível.

Neste ano, ele sairia com o título de Senhor Otimista, e absolutamente nada impediria isso.

Open up my eagle eyes! 'Cause I'm Mr. Brightside...

As pessoas dançavam no ritmo da música, subindo nas almofadas e batendo palmas. Até Dumbledore dançava, acompanhado de Minerva McGonnagal. Aquele era o melhor de todos os bailes.

James sorriu. E, com uma coragem que nem sabia que tinha, desceu do palco, levando o microfone sem fio com ele e andando na direção de Lily.

I never…

Estava muito próximo dela. Ignorou o fato de que Amus Diggory berrava, irritado, sendo segurado por dois homens bem sensatos que não queriam atrapalhar o momento do jovem sr. Otimista.

I never…

Animado e ansioso como nunca, James levantara a mão e a colocara na frente de Lily. Lentamente, ela levantou a sua e entrelaçou seus dedos com o dele, o coração batendo tão forte que nem parecia ser real. Aquele momento não parecia ser real.

I never…

James recuou um passo, quebrando o contato físico dos dois. Abaixou-se, pegou a cartola que descansava no chão cheio de maços de cigarro e recuou mais um passo.

I never! – Ele colocou a cartola na cabeça, e soltou um sorriso. Um sorriso verdadeiro. O sorriso que daria se só houvesse ele e Lily no mundo.

Fez uma reverência e se afastou, subiu no palco, com um pulo, e colocou os óculos escuros novamente no rosto. Nem mesmo a ruiva, arrependida, sendo bonita como era, roubaria a atenção. A atenção era toda dele.

‘Cause I’m mister brightside!

E aquele era simplesmente o melhor baile de todos que tinham vidas cheias de otimismo.

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