10
Snape recebeu uma coruja pela manhã. Era um convite: “Ao Sr. e Sra. Snape. Convite para o aniversário de casamento do Sr. e Sra. Malfoy. Dia 13 de Fevereiro, às 21 horas. Local: Castelo Malfoy. PS: Haverá um baile – Traje: estilo século XVII.”.
Snape achou estranho, há muitos anos não recebia nenhum convite do Malfoy. Provavelmente teria alguma relação com o aparecimento de Voldemort. Resolveu conversar com Dumbledore.
- Realmente, Severo, é muito estranho.- disse pensativo.
- Achei mais estranho constar no convite Sr. e Sra. Snape. Lúcio está cansado de saber que não sou casado.
- Isso provavelmente foi erro de quem endereçou. Você acha que foi Lúcio quem escreveu cada convite?
- Não, claro que não.
- Bem, mas podemos aproveitar esse erro....
- Como assim? Então devo ir a festa?
- Sim, e é melhor mesmo que não vá sozinho. E, irá viajar disfarçado para não correr riscos.
- Porque tenho que ir disfarçado? E quem irá comigo a festa?
- Vou pensar, amanhã conversamos.
Dumbledore chama Zorya para conversar:
- Sente-se e fique a vontade. – Disse sorrindo.
- Obrigada.
- O assunto que tenho com a Sra. é breve. Está lembrada daquele dia em que Snape foi atacado na floresta?
- Sim. – ela sorriu.
- Ele lhe disse o que aconteceu?
- Não.
- Ele foi atacado por Voldmort.
- Eu não imaginava que tivesse sido isso... Mas porque ele atacou Snape?
- Para obrigá-lo novamente a lhe servir.
- Então Filip me disse a verdade...Snape é um comensal da morte?
- Mais ou menos.
- Como assim?
- Ele faz jogo duplo. É um comensal, mas ao mesmo tempo trabalha para a Ordem da Fênix, nos informa tudo o que Voldmort está planejando.
- Ordem da Fênix?
- Era sobre isso mesmo que eu queria lhe falar.
E Dumbledore conta toda a história da Ordem da Fênix para Zorya.
- Que coragem fazer tudo isso. Quem mais, além de vocês dois trabalham para a ordem?
- Temos muitos bruxos, entre eles estão a Profª. Minerva, Potter, Hermione Granger, parte da família Weasley, e se você aceitar...
- Eu? Adoraria, mas não sei em que poderia ajudar...
- Poderá ajudar em inúmeras coisas, mas no momento estou precisando de algo especial. E explicou sobre a festa Malfoy.
- Tudo bem, eu aceito. Estou cansada de ficar aqui de braços cruzados vendo esse monstro fazer tudo que quer. Pode contar comigo para tudo Dumbledore.
- Que ótimo. Venha até minha sala amanhã pela manhã e conversaremos.
E Dumbledore explica tudo como será a missão.
Após toda a explicação de Dumbledore, Zorya, se sentindo culpada por ter feitos brincadeiras desagradáveis com Snape, foi até a masmorra tentar se desculpar. Ela não agüentava mais vê-lo daquele jeito, nunca mais olhou para ela, nunca mais conversaram, desde aquele dia da floresta.
Chegando na masmorra....
- O que a Sra. deseja? – perguntou Snape friamente.
- Precisamos conversar. Tenho que esclarecer um mal-entendido.
- A Sra. não me deve explicação alguma.
- Eu queria me desculpar.
- Desculpar o que? – ele ficou de pé, estava furioso.
- Desculpar as brincadeiras que disse na floresta aquele dia, eu não imaginava que você teria sido atacado por....
- A Sra. deveria controlar mais suas palavras. Não deve sair por ai fazendo brincadeiras e dizendo besteiras sobre coisas que não sabe.
- Eu lhe perguntei o que havia acontecido, mas você não me disse...
- E a Sra. acha que eu estava em condições de dizer alguma coisa? Por acaso a Sra. sabe como é a sensação de ter recebido a maldição Crucius? Imagina a dor que eu estava sentindo em todo o meu corpo enquanto dava gargalhadas? Não, é claro que não. E ainda por cima, estar naquela situação....que humilhação!
Zorya abaixa a cabeça, lágrimas escorrem dos seus olhos.
- De qualquer forma, eu não sabia. Pensei que você-sabe-quem não tinha como entrar aqui na escola.
- Para sua informação, a Floresta Proibida é o único lugar da escola que ele consegue entrar, não me pergunte como. Esse é um dos motivos que não permitimos que ninguém entre lá, é muito perigoso.
- Desculpe-me, eu realmente não imaginava.
- Tudo bem, eu esquecerei esse assunto, até porque o meu maior desejo é que esse dia suma definitivamente da minha mente.
- Obrigada e eu vou indo então. – olhar cabisbaixo.
- Passe bem.
Snape estava com muita raiva. Mergulhou seus pensamentos nas suas poções e procurou tirar Zorya da cabeça. Sentia algo por ela que parecia estar aumentando a cada dia, mas ao mesmo tempo a odiava. Não era tão fácil perdoá-la por aquele dia. Ela o humilhou.
No outro dia, Dumbledore chama Snape bem cedo pela manhã:
- Bem, o plano é o seguinte: O baile é estilo século XVII, então você usará roupas de época, da cabeça aos pés. Isto inclui até peruca.
- Peruca?
- Sim, toda a corte na época usava perucas, inclusive os homens. Aqueles cabelos brancos com um laço atrás prendendo-os, lembra?
- Ridículo! – Snape fez uma careta.
- Não é aconselhável que fique hospedado no Caldeirão Furado.
- Ficarei onde, então?
- Num hotel de trouxas.
- De novo?
- É, ainda acho que este é um dos melhores esconderijos em Londres.
- E quem será a minha companheira na festa? Uma empregada trouxa do hotel?
- Não, Severo. – disse sorrindo.
Dumbledore se levantou e abriu a porta. Entra a Profª. Zorya. Snape a viu e olhou para Dumbledore furioso.
- A Profª. Zorya será uma ótima companhia Severo.
- Mas ela é uma trouxa, se eles desconfiarem na festa....
- Ela é uma bruxa, tem parentes trouxas, mas é uma bruxa. Também é uma bela atriz e saberá enganar muito bem, tenho certeza. – disse sorrindo.
Zorya olhou para Snape e sorriu. Seus olhos brilhavam.
- Vou providenciar roupas, hotel e dinheiro de trouxa para vocês. – disse Dumbledore. – Antes de vocês viajarem nos reunimos outra vez para rever os detalhes. Podem ir.
Snape e Zorya estavam se levantando para ir embora...
- Ah! Ia me esquecendo.– Disse Dumbledore. – Bem, acredito que, como vai ser uma festa estilo século XVII, além de roupas de época, vocês deverão saber dançar o minueto. Esta é a tradição.
- É verdade. – disse Snape – A Sra. sabe dançar, Profª. Zorya?
- Mais ou menos, faz muito tempo que não danço um minueto.
- Acho que vocês tem que aproveitar estas semanas antes da festa e ensaiar. Ela será sua companheira na festa, mais precisamente uma amiga íntima, e vocês devem estar acostumados a dançar juntos. – Disse Dumbledore.
- Tudo bem. – disse Snape com um ar de quem não gostou nem um pouco da idéia. – Começaremos nossos ensaios amanhã a noite, às 22h. Pode ser Profª.?
- Sim, mas onde? Acho que na masmorra não tem espaço, e na sala de Estudo dos Trouxas também não.
- É. – Snape parou um pouco para pensar. – Bem, poderia ser na Sala de Requisição. Nos encontramos lá na frente. Você sabe onde é?
- Sim eu sei onde é. Estarei lá.
Na noite seguinte, Snape e Zorya se encontraram no local e hora marcado. Fizeram juntos o pedido para a sala que precisavam. Não demorou muito e a porta da sala apareceu. Eles entraram. Era uma sala grande, toda iluminada com archotes. Não haviam cadeiras, só almofadas nos cantos. Havia quadros de dançarinos na parede, longas cortinas nas janelas, alguns acessórios de dança e um piano no fundo da sala.
- A sala parece bem apropriada, podemos começar então. A Senhora conhece os passos?
- Sim, conheço, mas faz muito tempo que não danço...não me lembro muito bem. – Estava um pouco nervosa.
- Música! – Disse Snape apontando a varinha para o piano.
E a música começou a tocar. Ele pegou na mão de Zorya e começaram a dançar.
Esta primeira dança não deu muito certo...
- A Senhora tem que acompanhar meus passos. – disse Snape seriamente - Preste atenção! Olhe nos meus olhos o tempo todo e mantenha o corpo ereto. Passos pequenos, este é o segredo, lembre-se! Vamos novamente.
As duas vezes seguidas foram melhores. Zorya conseguiu acompanhar os passos de Snape.
Neste tipo de dança Zorya não chegava muito perto de Snape, mas podia sentir o calor dele. Sentia o poder do seu olhar, o calor de sua mão. Ficava imaginando mil coisas e acabou perdendo a concentração.
- Profª. Zorya, em que planeta a Senhora está? Se perdeu completamente na dança, estava indo tão bem...
- Desculpa! Eu estava...bem....deixa prá lá, vamos de novo!
- Sim, mas preste mais atenção!
Zorya fazia o máximo esforço para se concentrar. Era difícil. Ficava hipnotizada com o olhar de Snape. E, dançando, começou a “viajar” novamente. ..“Snape parece que é feito de pedra, não demonstra nada. Parece que está dançando com um boneco na frente. Tão diferente daquele Snape da floresta, perdido, sem proteção, e....nu!” Sentiu um calor subindo pelo seu corpo...e....se perdeu na dança.
- Zorya! O que houve? – disse Snape já furioso – Acho que a Sra. não está bem.
- Estou um pouco tonta, desculpe – mentiu. – Acho que é o calor.
- Calor? Mas estamos em janeiro! É inverno! Realmente você não está bem. Continuaremos depois de amanhã. – disse Snape e sorriu disfarçadamente.
Zorya saiu logo em seguida. Foi tomar um banho para acalmar seus pensamentos.
Nos ensaios seguintes, Zorya continuava a tentar se controlar o máximo que podia. Resolveu pegar um leque e se abanar entre uma dança e outra, afinal um leque era um complemento para a sua roupa de época e ajudava a aliviar o calor de seu corpo. Eles começaram a se tratar sem formalidades, pois tinham que treinar, seriam como amigos.
Chegou a noite do último ensaio antes da festa. Era uma quinta-feira. Eles iriam viajar no sábado, após o almoço. A noite estava muito fria.
- Hoje vamos nos fixar nos detalhes da dança. Lembre-se, esta é uma dança de casais, uma dança galanteadora. Pronta?
- Sim, vamos começar.
E a música começou a tocar. Eles dançaram perfeitamente bem. Quando terminou, Zorya pegou seu leque e novamente começou a se abanar.
- Você não pretende fazer isso lá, não é? – disse Snape sorrindo.
- Qual o problema? Vou usar uma roupa do século XVII, e o leque é um acessório da roupa. Além disso, essa dança me dá muito calor.
- Calor é? Só calor? – disse se aproximando.
- É....calor! Só calor! – e começou a se abanar mais forte, enquanto ele se aproximava.
Snape chegou bem perto, abraçou forte Zorya pela cintura e a beijou. Ficaram alguns minutos...sem ver o tempo passar....mas Snape se deu conta do que estava acontecendo.
- Desculpe, eu não deveria.. – disse se virando de costas.
- Desculpar o que? Você não fez nada de errado!
- Temos que nos concentrar na festa. Você-sabe-quem poderá estar lá.
Poderá ser perigoso. Deixaremos este assunto para depois. – ele estava tentando ficar sério.
- Depois?! Tudo bem – e começou a se abanar. – Ela estava vermelha, parecia mesmo que estava pegando fogo.
- Ora, pare um pouco de se abanar, isso não vai resolver! – disse sorrindo.
- Eu sei que não, mas estou nervosa! E com calor!
- Vamos, mais uma vez com esse minueto, para terminar. Concentre-se!
Depois desta noite, até Snape foi tomar um banho para “esfriar a cabeça”. O clima entre os dois estava esquentando demais.
Zorya estava nas nuvens com aquele beijo. Nem conseguiu dormir aquela noite...
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