REUNIÃO DE PAIS

A diretora Minerva McGonagall já se encontrava na enfermaria, juntamente com Harry e os outros. Apesar da aparência cansada da experiente bruxa, sua voz enérgica demonstrava toda sua preocupação com os quatro alunos que haviam faltado a Seleção das Casas. Disposta a colocar os alunos que ali estavam em suas respectivas casas antes do fim do dia, ela trouxera consigo o Chapéu Seletor e pretendia usá-lo assim que a oportunidade aparecesse. De maneira eficiente, Hagrid já repassara toda a situação para ela, ao que ela respondeu dando instruções aos presentes.

- Acho que ainda temos muito o que conversar, porém quero liberar as crianças logo, para que aproveitem o restante da noite em paz. Sr. Riley e Srta. Wood, por gentileza venham aqui comigo – ela chamou, puxando uma cadeira próxima – Você primeiro, Sr. Riley, bote o Chapéu por favor.

O menino colocou aquele velho objeto em sua cabeça, olhando apreensivo para Molly.

Um grande coração, é o que vejo, falou o Chapéu Seletor na mente de Phillip, Vejo também muita inteligência e disciplina, rodeadas por incertezas. Você irá precisar bastante daquilo que você mesmo será: um amigo prestativo e leal.

- LUFA-LUFA! – anunciou o Chapéu, sobressaltando Phillip.

O garoto levantou-se da cadeira, sem saber muito bem como reagir, e entregou o Chapéu Seletor nas mãos de Molly.

- Sua vez Srta. Wood. – falou, educadamente, a Prof. McGonagall.

Ao comando da diretora, Molly sentou-se no banco com um pouco mais de confiança que Phillip, escutando a voz do Chapéu Seletor em sua mente assim que o colocou.

Sinto em você um desejo intenso de provar seu valor, aliado a uma mente criativa e capaz de aceitar as mais diversas diferenças. Seu orgulho individual é seu grande motivador, mas não a fará passar por cima dos outros com deslealdade. A casa que melhor lhe acolherá é –

- CORVINAL!

A pequena garota sorriu, contente com a casa em que fora selecionada, e devolveu o velho chapéu à diretora.

- Prof. Longbottom irá levá-los para realizar o jantar de boas-vindas no Salão Comunal, juntamente com James e Victoire. Orientarei o Prof. Flitwick e a Prof.ª. Sprout para encontrá-los lá e depois acolhê-los em suas respectivas casas. - dito isto, Neville e os garotos se despediram educadamente e seguiram seu caminho em direção ao Salão Principal - Se você não se importar, Hagrid, eu gostaria de ter uma palavra a sós com meus antigos alunos antes de me recolher.

Entendendo sua deixa, o Guarda-Caças deu um abraço em cada um dos seus velhos amigos e dirigiu-se com passos largos em direção a sua cabana. Lá fora, a noite já caíra completamente, revelando um céu sem nuvens, pontilhado por estrelas. No entanto, mesmo com o horário avançado e a bonita paisagem convidando a um passeio despreocupado pelos jardins da escola, coisas importantes precisavam ser discutidas por aquele seleto grupo de bruxos.

As folhas de anotações de Madame Pomfrey passaram de mão em mão por todos os presentes, terminando sua trajetória nas mãos de Gina. Na caligrafia apressada da competente enfermeira, estavam listados os principais sintomas, como febre, calafrios e mudança no tom de pele. Ao final da última página, alguns possíveis diagnósticos estavam apresentados, dentre os quais um estava circulado diversas vezes: infecção por veneno de Acromântula.

- Hermione, quais os meios de envenenamento possíveis? – Gina perguntou, aflita.

- Que eu me lembre, existem três: ingestão, inoculação e contato. – respondeu ela, levantando três dos seus dedos – Porém, James disse que nenhum deles comeu nada no trem, devido ao episódio com Zabini. Isso elimina a possibilidade de ingestão. – Hermione baixou o primeiro dedo – Também acho improvável que eles tenham recebido algum tipo de injeção ou ferroada de animais mágicos. – disse ela, baixando o segundo dedo – Com isso, nos resta apenas a possibilidade de envenenamento por contato. Além do mais, veneno de Acromântula deveria ser forte o suficiente para derrubar um trasgo. Se algum deles tivesse ingerido ou inoculado essa substância, provavelmente estariam apresentando um quadro muito mais grave, devido à quantidade de toxinas.

- E como seria intoxicação por contato? – questionou Harry apressadamente.

- Bem, seria como uma absorção do veneno através da pele, o que faria os sintomas aparecerem com uma velocidade mais lenta.

- Desse jeito daria tempo do responsável prosseguir com seu plano de fuga.

- Acredito que sim.

- Mas alguém simplesmente chegou e jogou veneno em cima deles? É difícil de acreditar que tenha sido simples assim. Eles são crianças, mas teriam percebido algo de estranho. Acho que foi algo mais elaborado, que não desse para eles perceberem instantaneamente... – preocupado, Harry continuou – Você notou algo de diferente quando eles chegaram aqui, Madame Pomfrey?

- Bem… – a enfermeira tentava se lembrar com certo esforço – Quando Hagrid os trouxe, deixou aqui também um par de uniformes sujos. Por questões práticas, troquei as vestes deles por trajes hospitalares e guardei as outras peças de roupa.

- Podemos dar uma olhada nas vestes deles? – Hermione disse, com um ar pensativo.

Madame Pomfrey foi até um armário e retirou de dentro dele as peças de roupa dobradas, entregando-as a Hermione.

- Acho melhor usar luvas para manuseá-las, é uma prática comum da enfermaria, especialmente útil em casos de suspeita de envenenamento por contato – advertiu a mulher mais velha.

Hermione vestiu um par de luvas hospitalares e analisou minuciosamente todas as peças, separando duas blusas que traziam o brasão da escola na altura do peito. Ela então virou-as do avesso, mostrando que o lado de dentro estava coberto com uma fina camada de um líquido azul escuro, aparentemente sem cheiro algum. Ainda com as luvas, ela passou um dedo na parte interna do uniforme, mostrando aos outros os resquícios que haviam ficado aderidos na ponta dele.

- Tenho certeza que não compramos essa versão especial na Madame Malkins – Rony garantiu – Temos que descobrir onde eles arranjaram isso..

- Recapitulando... Quando eles pegaram o Expresso Hogwarts, estavam em condições saudáveis e acompanhados de James e Victoire. Podemos descartar que o veneno estivesse misturado à seiva das escrofulárias usadas na pegadinha que Zabini armou, pois ele também entrou em contato com a planta e deveria estar intoxicado também – Harry tentava pôr uma ordem naquele turbilhão de informações – Sabendo que quando Hagrid os encontrou eles já apresentavam os primeiros sintomas, a única brecha que temos é quando o Prof. Callahan os retirou da companhia dos outros alunos ainda no Expresso de Hogwarts.

- Me surpreenderia se ele estivesse envolvido numa coisa assim – afirmou Minerva – Andrew é meio excêntrico, mas durante seus anos aqui nunca aparentou ser uma má pessoa. Apesar de falar excessivamente sobre seus estudos avançados em Poções, nos quais usa diversos ingredientes perigosos, não esperaria que ele se tornasse uma ameaça aos estudantes.

- Tem certeza que ele não tem nenhum antecedente criminal?

- Não é de meu conhecimento nenhum registro de atividade criminal no nome dele, mas tenho que admitir a possibilidade dele possuir alguns itens classificados como Artigos Não Comerciáveis. Da última vez que tive acesso a seu estoque pessoal, vi alguns frascos sem identificação que julguei serem rejeitos de experimentos fracassados.

- Poderíamos esclarecer essas dúvidas falando diretamente com ele, não é? – Rony arumentou.

- Eu posso chamá-lo aqui, caso queiram. – prontificou-se a Prof.ª McGonagall.

- Acho melhor nós todos irmos até a sala dele – Gina finalizou a conversa, dirigindo-se para a porta.

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Andrew Callahan estava em sua sala arrumando todo o material que iria precisar para os primeiros dias de aula. De maneira bastante metódica, ele organizava os mais diversos materiais: livros, caldeirões, ingredientes, etc. Distraído com sua tarefa, não percebeu quando cinco pessoas entraram sem nenhuma cerimônia no local.

- Prof. Callahan, os pais de alguns alunos querem ter uma conversa com o senhor – Minerva avisou, declarando sua presença e fazendo o professor se assustar um pouco.

Os olhos de Callahan pareceram desfocados por uma fração de segundo, como alguém prestes a perder a consciência. Após esse instante, porém, ele encarou os presentes um a um, com uma expressão facial de quem está se forçando a manter a concentração.

- Harry Potter? É você mesmo? – falou ele, num tom petulante.

- Não se faça de desentendido, por favor! Está subestimando nossa inteligência? – irritou-se Harry.

- O que você quer Sr. Potter?

- O que aconteceu no Expresso Hogwarts depois que você levou Alvo e Rose para longe das escrofulárias?

Uma batalha interna pareceu se travar na mente do professor, fazendo com que ele franzisse o cenho e olhasse para os lados furtivamente. Após algum tempo dessa estranha reação, seu semblante se anuviou de uma vez e um sorriso enlouquecido surgiu no canto de sua boca.

- Hum… Acho que o senhor sabe muito bem. Dei uniformes novinhos para o seu filho e para a garota Weasley, com um retoque meu é claro. – Callahan falava, com seu rosto deformado em uma expressão maníaca, na qual seus olhos vidrados completavam o ar perturbador que ele emanava – Um retoque venenoso…

Ele está completamente fora de si! Com certeza foi enfeitiçado... Talvez ele seja apenas o início dos nossos problemas, pensou Hermione, angustiada.

- Idiota! Ainda fala isso como se fosse a coisa mais normal do mundo! – revoltou-se Gina.

- Podemos dar uma olhada no seu estoque de ingredientes? – continuou Harry.

- Sim! Sim! – os olhos dele estavam mais vidrados do que antes – Tenho um pouco de essência de Beladona, um elixir de Visgo do Diabo e também o meu favorito… Veneno de Acromântula! – ele começou a gargalhar histericamente, perdendo o último fio de noção que ainda restava em sua cabeça.

Gina partiu para cima dele com o objetivo de estrangulá-lo, mas Rony foi ainda mais rápido e segurou a irmã. Hermione olhava para o indivíduo com um misto de raiva e curiosidade, ao passo que Harry, com um meneio rápido e eficiente da varinha realizou o feitiço convocatório.

- Accio Veneno de Acromântula! – um frasco não identificado voou até sua mão esquerda e ele o segurou com firmeza – Teremos que levá-lo ao Ministério, Prof.ª McGonagall. Ele aparenta estar fora de si, mas só teremos uma noção exata amanhã, quando fizermos o interrogatório completo.

O Prof. Callahan continuou gargalhando até começar a ter alguns espasmos, chacoalhando o corpo inteiro como se estivesse tomando um choque.

-. Incarcerous! – bradou Rony, atando o corpo do professor firmemente - Manteremos contato – concluiu o ruivo, preparando-se para ir embora e levando o Prof. Callahan ao seu lado.

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Já na saída dos terrenos de Hogwarts, Hermione aproximou-se do ouvido de Harry e disse baixinho:

- Você acha que foi mesmo ele? Suspeito que alguém usou a Maldição Imperius.

- Também há a possibilidade da Poção Polissuco, reparou que está faltando uma pequena mecha de cabelo próximo à orelha esquerda dele?

- Acho que estão tentando incriminá-lo, Harry!

- Pelo bem ou pelo mal, precisamos tirá-lo daqui.

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Minerva McGonagall estava em frente às gárgulas de pedra, na entrada de sua sala, tentando ainda enxergar algo mais por dentro de todo aquele acontecimento estranho. Concentrada em seus pensamentos, falou a senha e subiu as escadas em direção ao seu cômodo, sem notar um vulto às suas costas.

- Estupefaça! – o feitiço atingiu-a na nuca e ela caiu desacordada.

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N/A: Anny Yaxley Eis o novo capítulo! \o/

Bela Black shippers? Pela Fic se passar no primeiro ano, não pensei muito nisso

Faa L.B. Dumbledore Muito obrigado por continuar lendo! Bem, talvez Callahan não seja tão mau. Ou talvez seja pior.

Daniel Potter Atualizado! Ao seu dispor!

Próximo capítulo só semana que vem. Obrigado a quem leu tudo.

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