Capítulo VII




Operação: Garotos à Vista.
Copyright 2008 by Aline Fonseca (Nine Black)
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Festa do Pijama.
ou Capítulo VII.



Narrado por: Lily Evans.
Hoje, Quinta, 14 de Fervereiro.
Ouvindo:
Melt The Sugar – The Summer Obsession (na cabeça).


Descrever este momento, nesse exato momento (?) vai ser realmente difícil, não é sempre que pegam Lily Evans se declarando pra um cara que ela conhece há tipo... quatro dias?

Bom, pra falar na real, estou começando a me arrepender, porque só agora eu percebo o quão isso foi precipitado, talvez James esteja pensando que eu sou uma maníaca ou algo do gênero.

- Escuta, eu me precipitei. – eu disse antes que ele abrisse a boca pra me mandar embora dali e/ou pedir um mandato judicial para me manter longe dele.

Não que eu seja perigosa, mas minha atitude foi meio insana, sabe como é. Talvez ele me mande para o hospício.

- Não queria ter te encurralado na parede, digo pilastra, nem nada. – eu continuei quase que imediatamente.

- É, foi meio precipitado. – James disse e eu juro que comecei a tremer por impulso. – Mas isso não quer dizer que o que nós sentimos um pelo outro não seja verdadeiro.

Eu estou começando a ficar gelada. ELE DISSE NÓS?

Aí o ‘Nós’ que eu tinha acabado de ouvir começou a ecoar pela minha cabeça e invadir meu cérebro.

- Você disse ‘Nós’? – eu perguntei só pra confirmar.

James deu um sorrisinho simpático que fez uma covinha meiga brotar na sua bochecha esquerda.

Ai, meu Deus. POSSO TE MORDER E TE APERTAR ATÉ ENJOAR?

O James, não Deus.

- A gente pode dar uma chance para nos conhecermos melhor, não? – James continuou com aquele sorriso maroto preso nos lábios.

E aquela covinha que estava fazendo meu corpo ser tomado por impulsos insanos do tipo ‘Eu quero te morder, eu quero te lamber, eu te quero covinha. Right here, right now’.

Woooow, mente insana, mente insana. Quero dizer, mente impura.

- Você falou igual a mãe da Dorcas quando recebe o questionário respondido pela ex do cara que ela ta saindo. – eu disse prendendo o riso.

- E isso significa? – ele indagou levando a mão esquerda até a nuca e dando uma ‘chacoalhada’ no cabelo.

Essa mania dele de mexer no cabelo é tão... Acho que eu vou começar a suspirar.

- Que a gente pode começar a se conhecer melhor. – eu disse rindo vendo que James se aproximava de mim.

Minhas pernas começaram a se derreter e a quase virar gelatina. Ai, cara. Alguém me segura porque eu to virando uma espécie de pasta gelatinosa, aqui.

Foi aí que James percebeu que eu estava “derretendo” e me segurou pela cintura. Nossos corpos estavam bem colados e a gente meio que estava quase se beijando, com os nossos lábios há centímetros um do outro.

- Vocês podiam parar de se agarrar e fazer o favor de entrar no carro? – berrou Emmeline com a cabeça do lado de fora da janela.

- Não sem antes você me dizer para onde estamos indo. – disse eu caminhando em direção ao carro. – Eu não quero ser seqüestrada.

- Engraçada. – Emmeline murmurou fazendo uma careta. – Estamos à caminho da gravadora. Lembra da demo?

- E tem como esquecer? – eu sussurrei no ouvido dela enquanto entrava no carro. – Cadê a Dorcas e a Marlene, ahn... e o Sirius?

- Dorcas foi resolver o lance do primo dela. – disse Emmeline, e eu percebi que ela estava sentada no banco que fica do lado do motorista, e adivinhe quem era o motorista?

Miguel McKinnon. Você acertou!

- A Marlene foi com o Sirius, que chegou atrasado. – continuou Emmy e uma vozinha na minha cabeça apitou dizendo algo do tipo: “Grande Surpresa!”

O Sirius não tem a capacidade de chegar cedo nos lugares, e eu tenho certeza que ele nasceu na Inglaterra – apesar da família dele ser francesa – e isso contrapôs totalmente o que a minha mãe diz que é basicamente alguma coisa sobre os ingleses sempre chegarem na hora.

Eu acho que ela chegou a esse conclusão por conta do ‘Big Ben’. x:

Quando eu digo ‘Big Ben’ eu quero dizer do relógio, não de algum cara que era grande e se chamava Ben.

- Ei, amanhã vocês vão ter aula? – perguntou Miguel tirando os olhos da direção e virando a cabeça para trás.

- Não. – respondi sacudindo os bracinhos. – Os colégios surtaram, não foi? Acho que a maioria deles resolveu mudar o feriado de data.

- O diretor da St. Aidan’s disse que se não tivesse aula hoje não iam imprensar amanhã. – contou Dougie.

Foi impressão minha ou ele estava com uma cara de enterro? Acho que é assim que você fica quando vê a sua falsa-namorada sentando ao lado do ex-rolo dela.

Isso deve ser tipo tortura! Deve ser até pior do que assistir Discovery Kids o dia inteiro, sem intervalos e só passando ‘O Urso da Casa Azul’.

Peraí, ‘O Urso da Casa Azul’ passa na Disney, não é? Tanto faz, é só um exemplo de tortura mesmo.

- Emmeline, eu vou te deixar na casa da Lily, ok? – Miguel disse se virando pra mim. – Tem algum problema?

- Achei que estivéssemos indo para a gravadora. – eu falei sem entender nada, o que não era muito comum vindo de mim.

Eu sempre entendo tudo, eu sou muito inteligente. /enche o pulmão de orgulho/ Só que dessa vez, eu não estou entendendo nada. /esvazia o pulmão de orgulho/

- Ah, não. – o Edgar pareceu sair do transe e resolveu me encarar. – O Miguel é supersticioso, acha que dá má sorte.

- Sério? – indagou Emmeline sem acreditar.

- É, mais ou menos. – confirmou Miguel. – Eu já tentei gravar um CD com platéia assistindo e não deu muito certo, ok?

- E o que aconteceu? – eu quis saber, mas naquela hora Miguel pareceu corar rapidamente.

- Umas coisas aí. – ele disse dando de ombros e se voltando para a direção do carro.

“Umas coisas aí”, deve ter sido algo realmente embaraçoso, talvez se eu perguntar depois para a Marlene ela me diga.

- Lily, sua casa é por onde? – perguntou Miguel.

- É só dobrar nessa esquina agora, é a única casa terracota da rua. – eu disse quase enfiando as mãos no meu rosto.

Por que meus pais resolveram pintar minha casa de terracota? Tipo assim, é quase da cor do meu cabelo! E ano passado eu ainda tive que aturar a minha irmã falando para as amigas dela que aquilo tudo combinava com o meu cabelo! E elas ainda completavam com: “É verdade, o cabelo dela é ruivo com de tijolo!” E caíam na gargalhada.

Ah, francamente. Cresçam suas popularezinhas metidas à merda. Eu sou muito mais eu.

Dá uma sacada no meu poder, eu tenho um quase-namorado-de-verdade mais gato do que qualquer uma de vocês já se aproximou a ter.

MORRAM DE INVEJA.

- Chegamos. – falou Emmy descendo do carro.

Ela nem olhou para o Cover-Dougie, poxa! E ele ficou com a maior cara de pinto molhadinho! Ele arregalou os olhões azuis, depois fraziu as sobrancelhas e fez um biquinho de pessoa mal-amada.

- Tchau, Jay. – eu disse dando um selinho nele.

Eu tenho um QUASE-NAMORADO-DE-VERDADE! E eu vou me aproveitar disso, eu vou usar e abusar dele (6) É assim que a gente faz na terra das garotas.

Eu desci do carro e fiquei acenando até o carro desaparecer, então me virei pra Emmy.

- Coitado do Bones, Emmeline! – eu a repreendi fazendo uma cara de desgosto.

- Coitado nada, Lily. – Emmeline retrucou. – Eu soube que ele andou ficando com outra garota. E quer saber, eu nem to me importando.

Emmeline é o tipo de pessoa que quando diz uma coisa, ela quer dizer exatamente o contrário, por isso eu fiz uma cara de quem não acreditava e ela me lançou aquele olhar de depressão.

- Ok, eu me importo. – ela falou. – Mas o problema é dele se ele quer ficar enfiando a boca dele em qualquer bueiro, francamente eu tenho o meu valor, por mim eu terminaria esse falso-namoro agora!

- Você gosta dele? – eu indaguei abrindo a porta de casa.

- Não. – respondeu Emmy.

- Ok, e eu sou uma toupeira ruiva careca. ‘--

- É sério, o meu lance com ele é só pegação, juro a você que o papo dele é chatinho. – Emmeline disse enquanto subíamos as escadas.

O lance do Cover-Dougie é que ele é meio que convencido demais, o tipo de cara que cuida da aparência – nem tanto assim já que ele usa camisas bordadas com o próprio nome – e esquece do interior.

- É, ele é meio sem conteúdo mesmo. – eu disse piscando o olho.


Narrado por: Dorcas Meadowes.
Hoje, Quinta, 14 de Fervereiro.
Assistindo: Solteira na Cidade.


Eu me joguei no sofá e coloquei o pé no centro. Ai, cara. Minha mãe consegue ser tão idiota às vezes.

- Mãe, se eu conseguir alguém maior de idade para ir com a gente pro show, você me deixa ir? – eu berrei enquanto mudava de canal com o controle remoto.

- Se for alguém em quem eu confie. – mamãe respondeu de volta colocando a cabeça por fora da porta da cozinha.

Então isso vai ser fácil, porque se eu conseguir designar meu papel no plano que a Marlene bolou e ter êxito no meu resultado, nós vamos para o show com a pessoa mais legal que é responsável que eu conheço.

Ai, que merda. Não ta passando nadica de nada na porcaria da TV, é nessas horas que eu olho ao redor e me pergunto: “Por que eu não tenho uma porcaria de TiVo?” Com ele eu poderia gravar meus programas preferidos e aí eu assistiria na hora em que eu quisesse.

E não teria que ficar assistindo aos reprises de “Solteira na Cidade” como se o programa já não fosse ruim sem ter as reprises.

‘Hello little boys, little toys, we’re the dreams you're believing. Crawling up the walls, running down your face.

Tenho que lembrar de trocar a porcaria de toque do meu celular!

- Marlene? – eu indaguei só pra confirmar o que estava escrito no visor mesmo.

- Sou eu! – ela berrou, e eu imagino que ela estava pulando enquanto explodia meus tímpanos. – E aí, já falou com ele?

- Ainda não, ele ainda não chegou em casa. – eu expliquei enquanto um cachorro começava a latir do outro lado da linha.

- Você não disse que ele chegava pontualmente às seis? – indagou Marlene e eu juro que quase me arrependi de ter concordado com aquilo tudo.

- Disse, mas ele se atrasou dessa vez, entendeu? – eu repliquei.

- Eu entendi. Na verdade, eu percebi. Já que você ainda não perguntou a ele, e são 18:30. – Marlene conseguiu ser mais chata do que a Lily em dia de TPM. – Ou vocês desistiu do plano?

- Eu não desisti, mas se você continuar me irritando eu vou acabar o fazendo. – foi aí que a porta se abriu e alguém adentrou a sala. – Beijo, Lene. Tchau.

- Ele chegou? – E ainda por cima consegue ser mais lenta do que a Emmeline quando acaba de acordar.

- Aham, também te amo, gorda. – e então desliguei o telefone, antes que ela me prendesse por mais tempo.

E como eu já imaginava, era meu primo que tinha acabado de chegar e estava esparramado no sofá que nem o carinha do comercial de “The King of Queens”.

Anotação Extra-Mental: Parar de assistir “Charmed”, eu nunca vou ser como a personagem da Alyssa Milano. Fora que os comerciais são chatos e me fazem pensar merda, exemplo disso: o comercial de “The King of Queens”.

- Achei ela tão feinha. – eu disse me sentando na poltrona, já que alguém se apossou do sofá inteiro.

- Quem? – perguntou Matt coçando a cabeça.

- A guria do programa. – eu expliquei batendo a mão na testa.

Só que agora que eu to olhando bem pra ele, o Matt está com a camisa toda amarrotada mais amarrotada do que o normal – que já é bastante coisa, devo acrescentar – e ele também está com a boca toda vermelha, tipo como fica quando a gente esfrega pra tirar batom.

Ui, será que ele estava com alguém? É bem possível já que ele chegou atrasado. (6)

- Ela tem uma bunda bonita. – analisou Matt e eu demorei um pouco para ligar as coisas e perceber de que mulher ele estava falando.

- Deixa eu ver. – ok, isso pode soar estranho, mas eu analisei a bunda dela e, grande surpresa: - Enchimento.

- Como assim? – Matt quis saber.

- Calçinha com enxerto. – eu expliquei apontando pra bunda da mulher.

- Como você sabe? – ele perguntou.

Matt parecia mesmo impressionado com a minha capacidade de percepção, afinal ele estava me olhando com os olhões sexy dele bem arregalados. Talvez ele esteja pensando que eu tenho visão raio-lazer daí eu posso ver o que tem através das coisas, que nem o SUPER MAN.

AEAE, conheçam SUPER DORCAS! Ela enfrenta o mal, ela desafia as leis da gravidade, e tudo isso sem perder a pose no salto alto!

É, eu preciso mesmo parar de assistir “Charmed”.

- Experiência, meu caro Watson. – eu respondi balançando as sobrancelhas.

Pura experiência. Eu tenho o poder. Uhum-Uhum.

- Sério? Você também usa? – disse Matt rindo.

- É claro que não, seu bobão. – e lá fui eu empurrar ele. – Mas eu conheço alguém que usa. X:

- Ah, é? E quem? – Matt consegue ser mais curioso que Marlene antes de assistir o episódio novo de “The Tudors”.

Certo, eu tenho mesmo que parar de comparar as habilidades dos outros com a de outras pessoas.

- A nossa professora de Português. – eu respondi rindo. – Ela usa enchimento desde que eu me conheço por gente.

- Cê ta brincando, né? – ele gargalhou alto. – Ela declarou isso na frente de toda a sala?

- Claro que não. – respondi. – Mas quando ela levanta toda vez que está sentada por muito tempo a calçinha mexe e a bunda dela fica fora do lugar.

Matt começou a rir sem parar, e eu percebi que ele tem uma risada engraçada, tipo uma risada esganiçada como se ele tivesse imitando um carneiro.

Sabe, é aquela risada que primeiro você encara chocada e depois você começa a rir porque é contagiante.

- A gente apelidou a bunda dela de Godofreda. – eu disse entre risos.

Foi aí que eu percebi a merda que fiz, o Matt começou a rir descontroladamente, e não foi de um jeito fofo, foi mais pra bizarro, mesmo.

Cara, qual é o seu problema? Você pode até ser meu primo gostoso, mas você tem que saber a hora de parar, poxa! Não pode ficar rindo descontroladamente por aí.

- Dorcas, RAXEI contigo, agora. – Matt disse vermelho de tanto da risada.

Pelo menos tem algo bom nisso, alguém finalmente reconhece meu senso de humor.

- Meu Deus, o que vocês estão fazendo? – perguntou mamãe aparecendo na sala de avental. – Venham jantar.

- Tia, sua filha é cômica. – Matt disse.

Aham, eu sou muito cômica. Francamente, o que tem de engraçado numa professora de português que já passou dos 40 anos e que usa calçinha com enxerto, apelidada carinhosamente de “Godofreda”?

Isso não é engraçado, isso é triste!

Esse é o futuro das mulheres que ficarão para titia.

- Matt. – eu chamei.

OH GOD, eu tinha esquecido.

- Escuta, você vai pro show de McFLY que vai ter mês que vem? – eu perguntei sorrindo.

“Objetividade, Dorcas, você tem que ter objetividade. É por isso que você sai mal nas suas redações. Você foge do assunto, você acaba misturando as coisas. Você tem que se concentrar no seu objetivo”

Ok, vocês ectoplasmática da minha cabeça, você pode parar com esse sermãozinho barato, eu já perguntei para o Matt.

- Vou sim. – Matt respondeu. – Os caras são bons, me lembram um pouco dos ‘The Beatles’.

- Você vai? – eu quase saltitei ali, no meio da sala.

- Aham, eu comprei os ingressos faz um tempinho, já. – ele continuou.

- Ai, cara. Matt tu vai ser nossa salvação. – Aham, e bota salvação nisso. – Você é maior de idade, e é responsável. Mamãe não está deixando eu ir sem um adulto.

- Tudo bem, priminha. – Matt disse batendo a mão na minha cabeça.

Eu sou incrível, eu sou incrível. /dançinha imaginária da garota incrível/ Eu sou a SUPER DORCAS WOMAN! Aham, Aham!

E aí? Cadê o sermão sobre objetividade? Pois é, meu bem, eu tenho o poder da persuasão, muito melhor, saca?

- Matt, brigada mesmo. – e eu beijei a bochecha dele.

- Venham jantar, se não esfria. – mamãe berrou lá da cozinha.

Me idolatrem, beijem meus pés, eu sou a nova Cleópatra, só que ao invés da Rainha do Egito, eu sou a Rainha da “Operação: Emmeline ♥ Miguel”

- Mãe, eu arranjei alguém maior de idade e responsável para nos acompanhar no show. – eu disse me sentando à mesa.

- Ah é? – indagou mamãe colocando macarrão no meu prato. – Quem?

- O Matt. – eu disse apontando pra ele e Matt acenou com a mão.

Eu sei encurralar mamãe, ela não ia chamar o Matt de irresponsável na frente dele, e sabe como é, ela já tem um histórico com o pai do Matt – que é meu tio – ele ia ficar chateado se mamãe duvidasse da integridade de seu filho mais velho.

- Ele é responsável. – eu disse balançando a cabeça. – O colégio acha ele responsável pelo menos, já que contratou ele como nosso professor de literatura.

- Não se preocupe, tia. – disse Matt e minha mãe continuou estática. – Eu vou cuidar delas direito.

- Er... – minha mãe tentou pensar numa desculpa plausível. Só que eu fiz tudo certinho esse ano, justamente por conta do show. – Acho que tudo bem.

- Será que eu posso ir, também? – perguntou Mitch, minha irmãzinha de 9 anos.

- Eu vou ignorar isso. – disse mamãe rindo.


Narrado por: Marlene McKinnon.
Hoje, Quinta, 14 de Fervereiro.
Ouvindo: I'm a terrible person - Rooney.


Hoje eu fui inventar de entrar na internet depois que o Sirius me trouxe pra casa, parece que a banda vai gravar um demo, o que é bem legal se vocês querem saber, porque eles são bons e eu acho que um dia eles podem vir a fazer sucesso.

Voltando, entrei na internet e meu MSN ainda mostrava o nick da galera toda que tava namorando, aparentemente isso vai durar bem mais que a semana dos namorados, porque ela termina amanhã e hoje é dia dos namorados.

Que maldade, poxa. Eles vão gravar a demo bem no dia dos namorados – mesmo eles sendo os nossos falsos-namorados – eles tinham que estar com a gente! Nós somos importantes. õ/

Tá, talvez nós não sejamos tão importantes assim, até porque eles não gostam da gente de verdade, não da maneira que um namorado deve gostar da namorada pelo menos.

Tava no meio de uma conversa com a Joanna – que estava me dizendo o quanto achava que o Miguel estava tendo uma recaída pela Emmy – quando uma janela abriu do nada e lá estava escrito: “Namorado Virtual”

E eu não estou de onda, estava mesmo escrito ali em rosa com o fundo laranja “Namorado Virtual”, então eu abaixei a página, o que aquilo ali iria ter demais?

TCHRÃ! Criaram uma página na internet onde você monta o namorado perfeito. É tipo assim, o sonho de todas as garotas do mundo, saca? AEAE, quem precisa de um namorado se já existe a internet?

Sim, garotas atualmente o nosso homem perfeito está há míseras teclas de distância de você. E você pode escolher o tipo físico, a cor dos olhos, o cabelo, a barba, e até se ele vai ser mauricinho, esportista e as coisas todas. O único problema é que ele não é de carne osso, mas e daí? Agora você tem a certeza de que ele NUNCA vai te trair, ele vai estar sempre ali quando você precisar, e ele SEMPRE vai ti escutar. Já que ele nunca fala, mesmo.

Não é incrível? Eu estava no meio da montagem do meu quando a minha mãe começou a gritar alguma coisa da sala. Eu estava concentrada demais pra dar importância, ela devia estar me pedindo ajuda com alguma mala, já que ela e o papai vão viajar e eu e o Miguel vamos fazer uma festa do pijama coletiva amanhã.

Mamãe e papai vão fazer 20 anos de casados e querem comemorar com estilo, pra isso estão indo viajar para Paris.

Então uma janela de conversação do MSN abriu e quando eu fui ver quem era a criatura que estava interrompendo a construção do meu namorado-virtual, eu levei um baita susto porque: ADIVINHA QUEM ERA?!

Foi aí que meu MSN abriu uma janela de conversação e quando eu fui ver, era Claire falando comigo! Sim, a Claire! Com aquela foto na praia dela na imagem de exibição como se fosse a Barbie Malibu - numa versão menos favorecida, é claro.

Claire D’Lune - the couple of the year. - diz:
Oi, Marlene. Tudo bom?

Lene - so in love with you - diz:
Hey, Claire. Tudo sim e contigo?

Claire D’Lune - the couple of the year. - diz:
Mais que fantástico, escuta, eu sei que tivemos umas desavenças no passado, mas eu quero muito me redimir. Então, será que você e as suas amigas podem aparecer na festa que eu vou dar? Podem levar seus respectivos boyfriends. ;) É sábado às 21:00hs, é uma festa de “Valentine’s Day” traje normal.

Lene - so in love with you - diz:
Er... Eu vou ver com as meninas e te aviso, certo? Agora eu tenho que ir, minha mãe está me chamando.

Lene saiu da conversa.

Minha mãe não tinha realmente me chamado – não naquele momento – mas algo estava martelando no meu cérebro, tipo assim, a Claire com certeza está planejando algo, e na minha humilde opinião não é coisa boa.

Ou talvez ela só esteja com saudades de sentar na mesa “P.O.P” e por isso que ser legal comigo e com as meninas, o que é loucura já que a mesa “P.O.P” nem é tão legal assim, os papos são mó furados e – ao contrário do que eu imaginava – e eles não têm um garçon servindo cada um e colocando guardanapos de tecido no colo. Ah, e a comida nem é melhor, é até mais fria porque você tem que andar mais pra chegar na mesa.

Fora que a mesa-popular lembra bastante aquele episódio do ‘Manual de Sobrevivência Escolar do Ned’, em que os populares riam de qualquer merda que aquele cara loiro dizia. “Rosas são vermelhas, bolas de basquete são laranjas” ok, você descobriu a América, meu bem.

Mas, certo. Eu ainda estou em completo – e total – estado de choque, já que não é todo dia que a Barbie-Malibu-Edição-Desfavorecida chega pra mim, levanta a bandeira branca e me chama pra ir pra uma festa na casa dela. Quero dizer, ela sempre foi tão nazista.

Eu sei que não deveria estar julgando, mas acho que aquela maratona de 5 horas seguidas contando a história de Hitler que passou no Discovery Channel – e que eu fui forçada a assistir porque eu não fiz p(rra) nenhuma o dia inteiro – anda me influenciando e me levando para o mal caminho.

E eu já tenho histórico bastante abrangente de influencias externas, como na vez que eu inventei de ler “Judy Moddy: Advinha o Futuro” e acabei passando o resto da semana falando merda e coisas desconexas.

E teve também a vez que eu fiz uma maratona de literatura inglesa, e devorei todos os livros de Shakespeare. Mamãe disse que passou dois dias pra perceber que eu estava citando Romeu e Julieta.

Eu disse que ela precisava ter mais cultura, aparentemente ela não gostou do meu comentário.

Se bem que ninguém gosta quando eu faço um comentário inteligente, tenho que começar a fechar a boca e a controlar meu cérebro, não quero virar um super-gênio do tipo Einsten, quer dizer, eu ainda quero lavar o cabelo sem ter medo que afete o meu cérebro ou a minha inteligência. Até porque eu não pretendo me transformar num Snape-Feminino, né?

Tanto faz, eu já tenho namorado – mesmo que seja um falso – não preciso me cuidar, o Sirius gosta de mim do jeito que eu sou, celulitosa e com as bochechas-big-bolonas herdadas da tia Mary. Ele não ia se importar com o sebo do meu cabelo, a esposa de Sebá – o professor de geografia, lembram? – não se importa com o dele. Quando o amor é verdadeiro pouco importa o cabelo.

Um, Dois, Três. Controla o cérebro Marlene McKinnon.

- Marlene! – a voz da minha mãe adentrou a minha mente vaga e desprodutiva, e eu me dei conta que ela estava me chamando.

Um, Dois, Três. Controla o cérebro Marlene McKinnon.

- Oi, Mãe. – eu disse descendo as escadas.

- Você tem que pegar a Mel no veterinário, lembra? – mamãe disse e eu liguei os pontos e descobri que ela estava falando da minha Border Collie que foi tosar.

- Você vai me deixar ir só? – eu perguntei sem acreditar muito, porque mamãe nunca me deixa sair de casa depois das 19:00hs pra alguma lugar que fique a mais de dois metros da nossa casa, acredite: nem na casa do vizinho eu posso ir só a noite.

Acho que ela pensa que eu posso ser seqüestrada na esquina, ou que algum maníaco por sexo pode me agarrar e me mandar ler o kamasutra em voz alta – porque ele não sabe ler e tem em mente outra pessoa pra pôr as técnicas em prática – pra depois sair correndo procurando a minha vizinha da casa da frente pra poder “estuprá-la”.

Entre aspas porque ela é a esposa neurótica dele.

Às vezes chego a achar que eu e minhas amigas somos as únicas pessoas normais da cidade, mas aí eu me lembro que a gente pagou alguns caras para fingir que são nossos namorados, é quando a ilusão desaparece.

- Não é você que sempre me pede pra ser menos protetora? – mamãe indagou cruzando os braços, o que não era um bom sinal.

Certo, o que aconteceu hoje, ein? A banda do meu irmão gravou uma demo – não que eu ache que eles não tenham talento, mas eles foram descobertos - a Claire nos convidou para uma festa – o que pode não ser estranho se ela tiver alguma maldade pinicando o cérebro dela – e a minha mãe me deixando ir pra rua de oito horas da noite.

Tá bom, hoje é o dia dos namorados, não o dia em que o “Impossível é possível”.

- Já sei. – eu exclamei arregalando os olhos e fazendo uma cara de “Eu descobri, mãe, não precisa mais disfarçar”. – Você está ocupada com as coisas da viagem e não pode sair de casa, e como o Miguel não chegou, você está querendo que eu vá buscar a Marlene.

CACETADA! Eu sou o Sherlock Holmes feminino, ninguém pode comigo, não é meu caro Watson?

- É, agora vá buscar a sua cadela. – e então ela subiu as escadas.

Então – como eu fiquei falando sozinha do pé da escada – resolvi que era melhor eu ir pegar a Mel mesmo, são apenas dois quarteirões mesmo e eu assisti “Miss Simpatia” o suficiente para me defender de qualquer tipo de ataque, seja ele frontal ou por trás.

Sendo assim, para que medo? Ele é um simples preconceito dos nervos, e um preconceito desfaz-se, basta a simples reflexão, hã-hã.

Passei pela porta da frente e quando vi que o céu lá fora já estava bem escuro desejei – por tudo o que é mais sagrado – que mamãe tivesse terminado de arrumar as malas e descesse as escadas correndo dizendo que ia me levar de carro para buscar a Mel.

Oh, great. Vou morrer congelada aqui. Eu não tinha pensado nisso, mas são dois quarteirões o que significa que eu vou andar quatro, já que eu vou ir e voltar.

CACETADA! Não dizem que border collie é a raça mais inteligente da espécie canina? Por que diabos a gente não ensinou a Mel como voltar sozinha pra casa do veterinário? Qual é, só são dois quarteirões, ela tem essa capacidade, com toda a certeza.

Enquanto eu respirava e contava até um milhão para poder me acalmar e me convencer de que nenhum maníaco da tesoura iria me pegar, e cortar cada pedaçinho do meu corpo com um faca afiada, digo, tesoura afiada. Uma garota do nada veio dar uma de Mariah Carey depois do Dreamweek e esbarrou em mim, como se quisesse arrancar meu braço – e eu que achava que o único perigo que ia correr por aqui era o maníaco da tesoura.

- Abre o olho aí, ein periguete. – ela me “alertou”. Pronto, agora eu fiquei morrendo de medo.

Fracamente, vá se olhar no espelho – isso se você tiver um. Sorry, maldade a minha dizer isso. (y) – porque não fui eu que passei blondor¹ nas madeixas depois de dar uma pisa nele, fora que o seu Cenoura e Bronze já passou da validade neném, sua pele está desbotando.

Ah, to pra isso mais não, cara. Tenho cara de que? De Ruffles, a batata da onda? Não! Então nem venha tirar uma com a minha cara porque da próxima eu ponho o pé pra você cair, querida.

É óbvio que eu não disse isso em voz alta, porque – antes que eu pudesse abrir a boca – uma voz extremamente familiar e linda – do tipo que te faz esquecer até da dor no seu braço, e do ódio que você está sentindo por quem o fez sentir isso – me chamou e em seguida um motor de moto foi desligado.

- Marlene. – Sirius me chamou com um sorrisinho brotado no canto esquerdo dos lábios. Ui, que perigo.

- Por favor, não me diga que você também ouviu aquilo. – eu falei enfiando as mãos no rosto.

Eu não ouvi resposta, mas deduzi que aquilo era um sim, então afundei ainda mais meu rosto na palma das mãos.

- Promete não zoar comigo? – eu disse abrindo uma fresta entre meus dedos.

- Zoar com você? – ele indagou rindo. – O que foi que ela disse mesmo?

- AH, que amor. – e eu dei um soquinho no ombro dele. – Sem comentários com os garotos e com as meninas, ok?

- Seu desejo é uma ordem, milady. – ele fez uma reverência cômica e eu entrei na brincadeira dizendo:

- Não fala assim, que eu levo a sério.

Uma única brincadeira do Sirius, e ele me faz esquecer até do porque de eu estar na rua a essa hora da noite. Bem lembrado, eu tenho que ir pegar a Melinda.

- Sirius, eu tenho que ir pegar a Mel. – eu disse e de supetão quase caí pra trás que nem nos desenhos animados do piu-piu e frajola.

- Opa. – Oh, Mr. 212 Sexy. É você que me faz ficar assim, poxa. Você sabe, né? Com as pernas tremidas e os joelhos fracos. Ah, é. Quando ele disse “Opa” ele me segurou, ok?

- Brigada, eu ando meio... – Apaixonada (????) – Distraída.

Sirius deu um sorrisinho.

- Eu também estou indo no veterinário. – Como assim, cara? Tá indo no veterinário e nem me chamou pra dar uma voltinha contigo? Você não quer me levar pra passear? Eu não uso coleira, mas sei obedecer aos comandos do meu dono.

MY GOD! Me diga que eu não pensei nisso.

- Se você quiser, eu posso te levar, e depois a gente pode ir tomar um sorvete e eu te trago de volta. – Pera, um pouco. @!#@$#*¨%$#$!#@##$$%$&¨%*%¨#%#$!#@!$#%$¨%&%¨*¨%&¨% ELE ME CHAMOU PRA SAIR, !#!@$!#$#$%$#%#%#$% Pronto, break para respirar, agora.

- Não sei, não. – eu sabia qual era a resposta, mas tipo assim, se fazer de difícil é tão mais legal. - Não me leva a mal, não, ta Sirius? Mas moto me deixa um pouco enjoada e se você vai me trazer de volta, onde a Mel vai?

Foi aí que o Sirius puxou meu lindo bracinho machucado e me mostrou uma espécie de mini-carrinho grudado na moto, tipo aqueles que os cachorrinhos de filme e desenho animado sentam com seus capacetes sob-medida e seus óculos para enxergar enquanto o vento despenteia os seu pêlos.

- Ui, que maneiro. – eu disse olhando o carrinho bagageiro de perto. – Isso é tão Scooby Doo.

Posso te levar pra casa? Amarrar na minha cama e fazer de você meu objeto sexual mais versátil?

MY GOD! Me diga que eu não pensei nisso. [2]

- E então? – Sirius perguntou fazendo uma cara de pidão que eu fiquei na dúvida se era mesmo de pidão. – O que me diz?

- Só porque eu vou realizar um desejo de infância. – EU VOU FAZER UMA CENA DE FILME VIRAR REALIDADE!

- E a companhia não conta? – Uh, conta muito, mais do que você imagina.

- Conta sim, adoro o seu cachorro. – pisquei o olho e Sirius subiu na moto.

Meu Deusinho Amado, esquece aquilo que eu disse sobre a minha vida ser um lixo, viu?

Sentei atrás de Sirius respirando até não agüentar mais aquele perfume maravilhoso que faz jus ao seu apelido. Então, meus lindos bracinhos – estando um machucado, graças a... ao o que mesmo? – agarraram aquele abdômen que eu sei que é totalmente definido, porque da última vez eu não me esforcei em nada para parar de apalpá-lo a cada freio que a moto dava, mas antes disso eu coloquei aquele capacete branco que acaba com o penteado de qualquer criatura.

How wonderful life is now you’re in the world…



¹: Blondor: Água Oxigenada.




Narrado por: Emmeline Vance.
Hoje, Sexta-Feira, 15 de Fervereiro.
Ouvindo: . É a Dança da Minhoca ? Não, é não.


Uma, Duas, Três, Minhoquinhas. Quatro, Cinco, Seis, Minhoquinhas. Sete, Oito, Nove, Minhoquinhas. Dez no mesmo lugar. Iam se enfiando terra abaixo quando meu salto agulha se aproximou. E as pequenas minhoquinhas quase, quase morreram.

Sim, isso foi uma adaptação da tão mundialmente conhecida música dos indiozinhos que, obviamente, está incrivelmente e espirituosamente bem feita.

Certo, tenho que anotar:

1- Inventar músicas para minhocas não ajuda há passar o tempo;
2- Inventar músicas para minhocas é coisa de gente como: Carrie, a Estranha;
3- Cantar músicas para minhocas que você inventou não ajuda há passar o tempo;
4- Cantar músicas para minhocas que você inventou é QUEIMA!

Por favor, quem tiver lido isso não espalha, beleza? Primeiro porque eu tenho um nome e uma reputação a zelar, segundo porque vão soltar piadinhas sem graças, e terceiro: vai haver fofocas sobre: “O Dia em que Emmeline Vance ficou contando minhocas no dia dos namorados, tendo um namorado gostoso e que é o Dougie Poynter cuspido e mijado por inteiro (apesar de ninguém saber se ele tem ou não o moicano na bunda, eu estou falando do Edgar, o moicano do Dougie já é comprovado e famoso)”.

Eu nem devia estar aqui fora, sabia? Eu podia estar fazendo alguma coisa balaka lá dentro de casa, tipo, desentupindo a pia ou passando vidrex na televisão. Mas não, aqui estou eu, sentada nos degraus da escada que dá para os fundos – da casa, ok? – contando minhocas e esperando o crepúsculo começar a aparecer para eu ir bater na casa da Marlene.

Bolei uma planilha bem maneirinha pra a nossa “Festa do Pijama”, mas a lista foi pro brejo quando a Marlene disse que o Mig ia levar a galera. Ou seja, vou cortar das revistas fúteis a seção “Qual roupa cai melhor na sua altura” – pra Marlene – “Qual maquiagem vai melhor com seu tom de pele” – pra Lily – e “10 Dicas para você conquistar um cara tímido sendo tímida” – pra Dorcas – pensando bem, é melhor eu deixar as revistas fúteis pra outra. Festa do Pijama, quer dizer.

O que será que eu devo deixar da lista? To pensando em pôr uns joguinhos legais, sabe? Nada como “Perfil” ou “Banco Imobiliário” algo que faça todos nós nos conhecermos melhor, apesar de eu já conhecer o Miguel muito bem.

Ai, droga. Eu tenho que me decidir, sério. O Cover-Dougie já é tão batido, sei lá, ele já me chifrou com trocentas piriguetes de plantão, daquelas do tipo: cinto-saia, sutiã-top.

Assim não dá, beleza? Enfeite na minha cabeça só se for de strass e ainda assim tem que ser very cute.

Planilha Maneirinha to the “Pijama’s Party”:


01. Pipoca;
02. Coca-Cola;
03. Brigadeiro; (Bora, gôrda!)
04. Saco de Dormir;
05. Revistas Fúteis “Verdade ou Conseqüência”; (6)
06. Maquiagem “Eu nunca...”; (6)²
07. Filmes (Todas Contra John, Quatro Amigas e Um Jeans Viajante Em Busca da Felicidade);
08. Jogos de Tabuleiro (Detetive, Imagem e Ação);
09. Travesseiro; (Opa, quase que eu esqueço.)
10. Pijama de Flanela. (Sempre o mais confortável.)

Fim.


Será que eu esqueci de alguma coisa? Tipo, do Napoleão, meu urso polar de pelúcia importado do Alaska? Ou da minha máscara facial de abacate, mel e aveia? Pois é, meu bem, minha pele também come, somos duas gordas!

Pelo jeito vai demorar um pouco para o pôr-do-sol , será que eu vou ter que começar a contar formiga ao invés de minhoca? Mas se a gente for pensar nem é tão ruim assim, pelo menos eu não estou numa rehab, né Britney?

Certo, eu tenho que parar de ler sites sobre artistas, isso é coisa da dióxido de di-hidrogênio¹, aquela loira-falsa desclassificada que acha que abala o mundo em cima daquele Jimmy Choo falsificado.

Ela deve estar piradinha se achar mesmo que eu e as meninas vamos dar o ar da graça na festinha dela no sábado. Quem ela pensa que é? Madonna? Elton John?² Vai saber, né? Esse povinho que acha que abala servindo girino e dizendo que é caviar, molusco e dizendo que é escargot e usando sandálias falsificadas Jimmy Choo, é fogo!

Opa, eu não me referia a você, Elton John – você não usa sandálias do tipo “Jimmy Choo” – nem a você Madonna – eu sei que o seu lance é ova de outro tipo – não quis ofender, ok? Vocês foram só uma referência, eu poderia ter usado o Prince, mas vocês tão no auge da idade e é bom aproveitar em quanto ainda estão vivos, hã?

Certo, o céu já está ficando róseo é melhor eu ir logo para a casa da Marlene porque se não eu vou acabar virando uma invertebrada aqui fora, right minhoquitchas-gatichas?

Opa, já ‘tô pegando a gíria local da região, legal, né? Mais legal que isso só o fato de eu ter de ir andando para a casa da Marlene com uma bolsinha – lê-se bolsão – na mão e um saco de dormir nas costas.

O ruim de ter pais ocupados e separados é isso aí galera, e o pior é que nem o carro eu posso pegar emprestado, porque a política da minha mãe é: “Carteira de Motorista só com 18”. Graças à mãe da Lenoviske – Marlene – que enfiou isso no cérebro dela.

Aê, titia. Quer vim me pegar aqui em casa pra me levar pra tua casa, hun? Não? Ah, poxa, tia! Assim não dá, né?




Casa da Marlene, 20:30 – Sala de Estar.
(Ok, isso foi tão “Três Espiãs Demais” que chega me comoveu.)


Ok, agora eu vou ter que dar um pulo na narração porque ninguém quer saber como foi o meu interessante trajeto de vinda para casa da Marlene. Alguém aí está interessado(a) em saber como eu consegui seduzir o gringo que estava atravessando a rua a trazer meu saco de dormir e a minha bolsinha até a porta da Marlene?

Ninguém? Graças à Deus, porque eu não quero ficar com fama de rodada por aí, o máximo que eu posso vir a ser é uma Mercedes SLR McLaren com uns 10km percorridos.

Ok, 15km porque 15 é o total de boffys que eu já peguei até hoje. AEAE, pegadora. õ/

Eita, que eu estou muito boçal, hoje. Deixa eu respirar um segundo pra pôr a mente no lugar e começar a falar sobre a festa do pijama.

Estávamos todos bem acomodados no sofá esperando a pipoca terminar de estourar e conversando banalidades quando o Sirius veio com uma de jogarmos “Verdade ou Conseqüência” o que era meio estranho levando em conta que ele é o senhor dos mistérios.

- Mas se a gente for jogar nem vai dar pra ver o filme... – Lily resmungou com a cabeça no ombro do James.

- Cala a boca, Lily, que tu nem ia ver mesmo. – eu disse rindo e lançando um olhar maroto pro casal 20. ;)

- Ela ficou sentida porque agora não vai dar para os dois se agarrarem durante o jogo. – Lily lançou uma cara de “Tu é mamão, se mata logo de uma vez” para o Bones que logo fechou o bico.

Isso aí, amicá! Aprendeu comigo, é assim que se faz com o Bones. Aquela cara de cavalo sem dono fica so cuuute nele.

- E então? – Marlene apareceu na sala saindo da cozinha com uma tijelona de pipoca na mão. – Já colocaram o filme?

- Não, a gente vai jogar “Verdade ou Conseqüência” – a Dorcas contou, e eu sabia o que estava passando naquela cabecinha “tímida”.

“Eu vou conhecer o Remmie melhor! Eu vou conhecer o Remmie melhor! Eu vou conhecer o Remmie melhor!”

Tsc-Tsc-Tsc! Eu acho que está mais para:

“É hoje que eu vou me dar bem com o Remus, tomara que caia em conseqüência e alguém diga pra ele me beijar.”

A Dorcas não é santa, não, gente. O que ela tem de “pureza” ela tem de “malícia”, é meio a meio.

- Mentira, né? E eu fiz a pipoca pra nada? – Marlene bufou fazendo uma careta bizarra.

- Pra acompanhar a vodca. – James disse pegando a tigela e mostrando uma garrafa de Sminorff Ice.

- E é assim, é? – Marlene levantou a sobrancelha. – Minha casa vai virar antro de perdição?

- O Miguel que teve a idéia. – Remus emendou abraçado a Dorcas.

- Mas o Miguel é um sem-juízo, mesmo. – Marlene riu. – Vamos fazer um círculo, ok? Como é que a sandália vai girar se não tem espaço?

Sentei-me entre o Dougie-da-Mamãe e o Miguel porque assim ia ser bem mais difícil a sandália apontar para mim e para um deles na mesma hora. Já pensou um deles fazendo perguntas muito... desconfortáveis pra mim?

“Quem beija melhor? Eu ou o Miguel?” Poutz, e eu estou muito bêbada para conseguir mentir.

- Gira, gira, gira! – Dorcas disse girando a sandália.

Retardada. ‘--

- Lily pergunta para o Edgar. – Marlene apontou para a sandália, ela era a mais sóbria entre nós.

Eu cruzei os dedos para que não fosse nenhuma pergunta sobre o fato dele ter me chifrado.

- Vocês já tiveram alguma queda por algum homem? Digo, vocês já tiveram quedas por homossexualismo?* – Lily perguntou super séria.

Como assim, amicá? Queda por homossexualismo? Tá pensando que eles são o que? Brokeback Mountain? Mas essa eu gostei, estou tentando imaginar o Bones beijando o Porteiro da escola... UAU!

- Eu, não. Mas o Remus tem uns pôsters do Village People³ na parede e morre de vontade de conhecer o Mika³+¹ - Dorcas arregalou os olhos e soltou a cintura do Remus.

AEAE! Y.M.C.A e “Sucking too hard on your lollipop, oh love's gonna get you down..(Chupando demais seu pirulito, oh, o amor vai te derrubar)!

Que nojinho!

- Enfia isso no seu... – Remus falou dando o maior tapão no Bones, enquanto a Marlene tapava a boca dele. – Meu sonho é me vestir de banana e cantar Lollipop (Miká) com um pirulito na boca. (y)

- Dále, Remmie! – James riu. – Gira aí a sandália, todo mundo sacou que isso foi piada do Bones, ninguém aqui é coca que está mais pra fanta, beleza?

Foi aí que eu me estourei. Imagina só o Remus todo laranjão! Ui, delícia.

- James para a Emmy. – a essa hora eu da noite eu nem sabia mais quem é que tava falando, só que tinha dito meu nome.

- Hum... Você já beijou alguma amiga sua? – James perguntou... era o James, não era?

- Er... Ano passado a gente tinha bebido demais numa festa na casa da Jane e eu acabei beijando a Sarah. – eu disse e depois comecei a rir. – Ah, e ela disse que eu beijava bem!

- Ela estava certa. – Miguel falou e na hora eu GELEI.

Eu pude sentir a cor se esvair do meu rosto, meu deus, o Miguel disse que eu beijava bem... na frente do Bones!

Marlene lançou um olhar significativo para a Lily e para Dorcas, só que se era significativo eu estava por fora, já que eu fiquei sem entender.

- Dorcas para o Sirius. – Edgar girou a sandália, sério.

Será que ele tinha ficado chateado? Será que aquilo tudo tinha produzido algum efeito nele?

- Se você fosse gay, com qual garoto da banda você ficaria? E por que?* - Dorcas perguntou.

Eu ainda estava meio estática encarando o chão e agradecendo por estar no meio dos dois e não na frente de um deles.

- Wow! – Sirius disse rindo. – Essa é uma hipótese totalmente impossível...

- Nóssa. – Marlene falou colocando a mão na boca. – E eu que duvidava da sua masculinidade.

- Ei! – Sirius protestou. – Você duvida, é?

Sirius estava prestes a agarrar a Marlene e eu sabia que ela estava entrando em desespero, Marlene tem medo de meninos no geral.

- Eu tenho uma pergunta boa! – eu falei levantando a mão, eu estava um pouco sã no final das contas.

- Deixa o Sirius responder a dele. – Miguel falou puxando a Marlene para frente.

- Eu pegaria o Miguel, porque ele é parecido com a Marlene. – Sirius disse dando uma piscadela bem marota, foi quando a Marlene fez uma careta bizarra.

Sirius, que furo! Além de você ter comparado ela com um garoto, você soltou uma pala das piores. Desse jeito eu vou ter que te ensinar a cantada da coca, só pra ver se você aprende.

- Emmeline pergunta para o Sirius.

- Sirius: Por que diabos você sempre chega atrasado? – eu vi o Sirius arregalar os olhões. – Sério mesmo, você todo dia fica em detenção, é?

- Não. – Sirius disse. – Eu vou visitar um parente.

Ele ficou meio cabisbaixo. Ui, eu disse alguma coisa errada?

- Miguel pergunta para Marlene.

- Quem é a sua melhor amiga? Só vale responder uma!* - essa pergunta eu nem liguei muito, eu sabia o que ela ia responder e o porque da resposta.

- É a Dorcas. – Marlene respondeu sorrindo. – As meninas são minhas melhores amigas, também. Mas eu e a Dorcas temos um ligação bem forte e elas tanto entendem, como sabem disso.

Como eu imaginava... A Marlene e a Dorcas se conhecem desde que nasceram e faziam de tudo juntas... mijavam, cagavam, comiam, todo o tipo de coisa que crianças fazem.

- Eu para o James... – Marlene disse. – Hum... Samba-Canção, Boxers ou cuequinha?

- EI! – eu protestei. – Todos têm que responder... (6)

- Samba-Canção. – James respondeu rindo.

- Essa é fácil, Boxers. – Sirius falou entre risos.

- Samba-Canção. – Remus e Miguel disseram em uníssono.

- MENTIRA! – Marlene berrou rindo. – O Miguel usa boxers apertadas, eu já vi. Aliás, eu presumo que elas sejam apertadas, porque o tamanho delas é muito pequeno.

- WOOOOOOOOOOOOOOOOOOOW! – Lily gritou e todo mundo começou a rir, menos o Miguel que ficou parado encarando a gente.

- E o Bones usa cuequinha com o nome bordado combinando com as camisas dele! – eu disse rindo.

- Como você adivinhou? – Edgar indagou rindo. – Uso samba-canção bordadas com meu nome.

- Sua mãe que bordou? – Dorcas perguntou séria.

- É... – Edgar respondeu. – Eu sempre perco minhas coisas.

- Ei, a gente nem fez com conseqüências! – Marlene lembrou, e eu senti meu estômago doer. – O que vocês acham da gente escolher duas coisas para cada grupo fazer? Tipo, os meninos escolhem o que as meninas vão fazer, e a gente escolhe o que os meninos vão fazer.

- E nada com nudez, por favor! – Lily ressaltou.

- Ah, assim não dá. – James bufou dando um selinho nela.

- Ei, eu tenho uma pergunta... – disse Remus. - O que meninas fazem no banheiro juntas? uma 'segura' para outra, por acaso? o.o*

- OIUEOIUEOIUEOIUEOIUE.. – a Dorcas gargalhou. – Outro dia eu te conto. ;P

- É uma boa pergunta, o que você fazem? – James emendou.

- O que acontece no banheiro feminino, fica no banheiro feminino. – Lily disse se soltando de James para se unir a nós.

Cinco Minutos depois...

- Nós, depois de muito pensarmos... – eu comecei totalmente séria. – Chegamos à conclusão de que seria muito engraçado ver a cara da vizinha quando suas calcinhas chegassem por correio. Então, a missão de vocês é subir na sacada da vizinha e roubar as calcinhas dela, pôr num envelope e colocar na caixa de correio dela.

Eu sei, nada criativo, mas nossa mente é tão vazia quanto o buraco negro. Mas eu aposto que o máximo que saiu da mente fértil dos meninos foi a gente fazer uma dança stripper num cano cantando: “Gimme, Gimme More”.

- E a de vocês, é passar um trote para esse número aqui... – disse Miguel me passando um pedaço de papel rasgado. - Tem que ser um trote convincente.

- E de quem é esse número? – Marlene perguntou.

- De um conhecido nosso. – ele disse dando uma piscadela para os meninos.

Já pressinto, isso vai dar em merda.




Frases com o Asteriscos (*) foram sugestões das pessoas que responderam o tópico da comunidade, agradeço MUITO a quem participou: Deh Rezende, Giovana Joris, Letícia, Gaby, Vanessa, Duda, Flá, Raíssa Lins, Carolzinha, Frann, Amanda, Jor.

Gente, as perguntas que não foram selecionadas não consegui encaixar no contexto, desculpa. :*




¹: dióxido de di-hidrogênio é o vulgo: água oxigenada.
²: Referência aos famosos que deram festa depois do Oscar. :D
³: Banda que lançou o hit gay: Y.M.C.A.
³+¹: Gayzão mó, que canta músicas do tipo: Lollipop.




N/A: Uau! Foram no total: 21 páginas, 8.248 palavras. Ninguém aqui vai vim reclamar que o capítulo ficou pequeno, né? Bom, a partir do próximo capítulo nova fase da fic. Não, eu não vou mudar o jeito de escrever, mas vocês vão começar a sacar os dois lados de cada personagem, uma reviravolta na história vai acontecer e eu espero que vocês estejam preparados para o inesperado. Wow! Cruzem os dedos, porque nesse feriado eu vou dar uma adiantada no próximo capítulo e em breve ele estará aqui. A outra novidade é que eu vou viajar fim-de-semana que vem com o colégio e vou fazer um diário de viajem com todos os podres da galera, e torçam pra que rolem alguma coisa comigo e com (top secret), se rolar altas narrações quentes vão vim parar aqui. :P
[OFF] Qualquer erro falem comigo mesmo, porque nem pela beta isso aqui passou ainda, acabou de sair do forninho a lenha - porque aqui eu faço tudo à moda antiga. :P

N/G: G de Gih, sacoé? Giovana Joris ou Miss Prongs, aloo. eu estou pensando em mudar meu nick, mas enfim, eu não vou falar disso aqui, ou seja, na OGV. Cara, paga um pau para mim. Eu estou fazendo uma notinha na OGV. Chupa essa manga, amicá como diz a Nine. Cara, me diz se esse capitulo não foi TU-DO de bom e um pouco MA-IS (?). Ela escreveu o capitulo e ainda me ajudou com a minha tarefa de Química, isso que é uma amiga multi uso (?) again. Véi, eu amei as perguntas. Eles se enrolaram muito para responder, own! *-* Mew, a partir do capítulo 8 essa fic vai BOM-BAR! Sentem-se e apertem os cintos, pois a nova fase de Operação: Garotos À Vista está prestes a decolar. Te amo Nine [p](L)[g]

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