Snape's Goodbye



SNAPE’S GOODBYE

Era quase meia noite em Londres. Horário inusual para um encontro, mas as circunstâncias pediam. O mundo estava em guerra. E no meio dela se encontrava ele. Um jovem arredio de cabelos oleosos e escorridos, que parecia ter olhos nas costas enquanto caminhava apressado até o local combinado.
O escuso rapaz de vinte e poucos anos seguiu pela ruela escura que ia dar em um parque de diversões abandonado. A fumaça, cujos moradores achavam ser típica da cidade inundava o quarteirão. Havia uma pessoa sentada no balanço que estava na penumbra, aparentemente distraída, mas assim que Severo Snape alcançou uma distância de 5 metros, o vulto se levantou e apontou sua varinha para ele.

- Desprotegido, Alvo? – o rapaz perguntou ao senhor de meia idade com uma voz que oscilava entre desprezo e receio.

- Bem sabe, meu rapaz, nunca estou desprotegido. – Dumbledore disse numa voz mansa e decidida. – Tenho agasalhos sobressalentes sempre à mão. – E sorriu.

- Se importaria de dar-me algum? Estou com frio. – Disse o rapaz numa voz que beirava o tédio.

-Absolutamente...

O homem chamado Alvo Dumbledore se levantou e começou a caminhar lado a lado com o rapaz. Depois de alguns segundos de gelado silêncio o rapaz soltou desanimado:

- Quem elabora essas estúpidas senhas?

O senhor meramente sorriu.



-Como estão as coisas no lado das trevas, Severo?

Snape fez uma careta de contragosto. Era um traidor. Traíra aquilo que ele mais almejara ser: O Maior Comensal da Morte. Agora, aquela guerra era ruim pra ele, independente do lado vencedor.
Mas tudo tinha uma razão de ser. Se ele ao menos pudesse salvá-la, teria valido à pena.

Com pressa contou ao velho tudo o que sabia e suas suspeitas. Acabar com aquele desconfortável encontro o mais depressa possível era tudo o que ele desejava no momento. Mas quando ele achou que seria dispensado, Dumbledore voltou-se para ele mais uma vez com os olhos penetrantes, numa ordem:

-Você escoltará uma pessoa até a estação dos trouxas, Severo. Se vestirá e se portará como um perfeito trouxa até que o trem saia, amanhã pela manhã às 7 horas na estação King’s Cross, plataforma 4.

O rapaz assumiu imediatamente uma expressão de ultraje e abriu a boca para retrucar. Mas não teve tempo. Os intensos olhos azuis o olharam por cima dos óculos de meia lua

“- Qualquer coisa” a fala dele mesmo ribombou em sua cabeça. Não havia volta. E nem ele queria.

O rapaz fez um muxoxo e deu de ombros. O senhor abriu um largo sorriso.

- Vocês se encontrarão na St James's Roman Catholic Church às 6 horas, dentro daquelas caixinhas com duas cabines que os trouxas chamam de confessionário. Aqui está sua senha e contra-senha – E estendeu um pequeno pedaço de pergaminho para ele escrito numa rebuscada tinta verde. Logo depois, aparatou.

******


O sol mal havia nascido naquela manhã de junho e o Jovem Snape rumava para a igreja. Vestia um terno preto antigo, que usara no enterro de seu pai trouxa, Tobias. Dentro da construção majestosa procurou as caixinhas descritas por Dumbledore. As achou sem dificuldade e entrou.

Esperou uns 20 minutos até que ouviu:

- Perdoai-me padre, porque pequei – Disse uma voz feminina

- Não é o pecado maior que o arrependimento sincero. – disse sem entusiasmo.

- Então me absolves? – A voz soava estranhamente familiar, quase como um sonho. E um brilho avermelhado dos cabelos da figura se refletiu sobre ele, pela fresta das treliças que separavam as cabines.

- Quem deve perdoar-lhe, senão unicamente aquele que sofreu-lhe os males? – Ele disse, já num tom de espanto enquanto saía da cabine.

A garota ruiva, da mesma idade dele, também havia saído e parecia estar tão espantada quanto ele.

- Sev… – Ela deixou escapar – Você m..

Mas não teve tempo de completar a frase. Um exasperado Severo Snape a interrompeu:
-POR MERLIN, O QUE FAZ AQUI, LÍLIAN? “Eu Mato aquele bruxo dos infernos!!!” pensava consigo.

-VOCÊ – e apontou o dedo para o rosto da jovem – Devia estar escondida... – Ele tinha esquecido o quanto ele havia ficado mais alto que ela. Por um instante ele mirou os olhos estupidamente verdes de Lílian Evans Potter antes de abaixar a mão, derrotado.

-Eu estarei bem, assim que você me levar. – ela disse com a voz um pouco distante

- E Potter? – Severo olhava todos os cantos da igreja à procura de seu rival.

- Em casa, tomando conta do Harry. Dumbledore pediu para trazer um artefato do Thiago pra analisá-lo... Também vim comprar o presente de aniversário do Harry – ela disse meiga enrolando o cabelo nos dedos – Nem acredito que ele vai fazer um ano...

Snape não respondeu. Mas foi caminhando com ela para fora do santuário, pegando a mala que ela deixara ao lado da cabine.

ELA estava indo embora. Até o fim da guerra.

“So you’re leaving
Então você está indo
In the morning
Pela manhã
On the early train
No primeiro trem
But I could say everything is alright
Mas eu poderia dizer, está tudo bem
And I could pretend and say goodbye”
E eu poderia fingir e dizer adeus.”

“Got your ticket
“Pegou sua passagem
Got your suitcase
Pegou sua mala
Got your leaving smile
Pegou seu sorriso de despedida
I could say that’s the way it goes
Eu poderia dizer, é assim que as coisas são.
And I could pretend and you wont know
E eu poderia fingir e você não saberia
That I was lying”
Que eu estaria mentindo”

“Because I cant stop loving you
“Porque não consigo deixar de te amar
No, I cant stop loving you
Não, eu não consigo deixar de te amar
No, I wont stop loving you
Não, eu não vou deixar de te amar
Why should I? ”
Por que eu deveria?”

“We took a taxi
“Pegamos um taxi
To the station
Para a estação
Not a word was said
Nenhuma palavra foi dita
And I saw you walk across the road
E eu te vi atravessar a rua
For maybe the last time, I dont know”
Talvez pela última vez, eu não sei.”

Entraram na estação, Snape carregando a mala de Lílian, Como um perfeito trouxa. Ele evitou olha-la nos olhos novamente, não podia perder o pouco do controle que ainda havia sobre si. Mas tudo o que ele queria era abandonar todo e qualquer controle.

Mas isso a afastaria, como já havia feito uma vez.

-Bom, eu acho que é isso, Evans. – Ele deu de ombros, fingindo não se importar e apontando o trem na plataforma 4 aonde as pessoas já embarcavam. Faltavam 15 minutos para a partida segundo o grande relógio de ferro.

Mas Lílian não guardaria o silêncio. Ela o estivera observando durante todo o caminho. Quando ele tentou entregar-lhe a mala para que ela seguisse, ela segurou-lhe a mão esquerda, aquela em que ele carregava a Marca, que o assombraria até o fim de seus dias.

-Severo, o que houve com você?

Ele baixou os olhos evitando novamente os raios verdes que emanavam daqueles orbes esmeralda. Não conseguia conceber como podia se sentir tão vulnerável. Ele, que mentia à quase um ano ao Próprio Lord das Trevas.

-Muito mais do que realmente seria possível dizer. – ele sentenciou, seu tom seco caindo por terra ao final da sentença. No momento em que ele a olhou de volta.

- Mas você voltou para o nosso lado, não? Você é a fonte de Dumbledore. – A ruiva esboçou um pequeno sorriso de entendimento, o primeiro que ela dirigia à ele em anos.

-Lílian... Me perdoe, por aquilo. No quinto ano... – ele desviou novamente do olhar penetrante da ruiva como se aquela lembrança ainda doesse. Quando ele abrira mão daquilo que ele descobriu mais tarde ser seu bem mais precioso – Eu realmente...


Mas as palavras não saíam.





-É.. Você fez algumas escolhas erradas... – Ela voltou a encará-lo com aqueles olhos cor de esmeralda que tanto habitaram os sonhos dele – Mas eu nunca perdi realmente a fé em você, Severo.

Sem se conter, Severo Snape abraçou aquela mulher que pra ele significava tudo, amiga, irmã, paixão e amor.
Seu coração parou. E assim ele também desejou que parasse o tempo, para que ele pudesse gozar a eternidade naquele abraço.




Porém, nada duraria tanto tempo.

- Depois dessa guerra a gente não podia voltar a ser amigos? Você poderia passar lá em casa, tomar um chá. – Ela sorriu novamente.

-Potter... – Snape fez outra careta de desgosto.

-Ele pode ter os amigos dele, não? Então eu posso ter os meus! – ela sorriu de novo, daquele jeito que parecia irradiar a uma luz acolhedora.

“Feeling humble
“Me sentindo ínfimo
Heard a rumble
Ouço um ronco
On the railway track
Vindo dos trilhos
And when I hear the whistle blow
E quando eu ouvir o apito tocar
I walk away and you wont know
Eu irei embora e você não saberá
That ill be crying”
Que eu estarei chorando

O apito do trem soou.

-Vai. – Ele disse com esforço, finalmente lhe entregando a maleta.

Ela se virou num último sorriso:

-Promete que vai vir?

Severo esboçou um sorriso e assentiu com a cabeça antes de se virar para andar na direção contrária. Os olhos úmidos.

“Because I cant stop loving you
“É que não consigo deixar de te amar
No, I cant stop loving you
Não, eu não consigo deixar de te amar
No, I wont stop loving you
Não, eu não vou deixar de te amar
Why should I?
Por que eu deveria?
Even try
Sequer tentar?
Ill always be here by your side
Eu sempre estarei aqui ao seu lado
(why why why)
(Por quê? Por quê? Por quê?)
I never wanted to say goodbye
Eu nunca quis dizer adeus
I’m always here if you change,
Eu sempre estarei aqui se você mudar,
change your mind”
mudar de idéia”

So your leaving
“Então você está indo
In the morning
Pela manhã
On the early train
No primeiro trem
But I could say everything is alright
Mas eu poderia dizer, está tudo bem
And I could pretend and say goodbye
E eu poderia fingir e dizer adeus
But that would be lying, no”
Mas isso seria uma mentira, não”

Ele já alcançara as escadas.
O trem já estava em movimento, ele viu. Subitamente, não pode conter suas pernas. Quando se deu conta, estava novamente na plataforma, correndo em direção ao que restava do trem:

-LÍLIAN!!!

Because I cant stop loving you
É que não consigo deixar de te amar
(cant stop loving you)
(eu não consigo deixar de te amar)
No, I cant stop loving you
Não, eu não consigo deixar de te amar
(I wont stop loving you)
(eu não vou deixar de te amar)
No, I wont stop loving you
Não, eu não vou deixar de te amar
Why should I even try
Por que eu deveria sequer tentar?
Because I cant stop loving you
É que não consigo deixar de te amar
(cant stop loving you)
(eu não consigo deixar de te amar)
No, I cant stop loving you
Não, eu não consigo deixar de te amar
(thats all I can do)
(é tudo o que eu posso fazer)
No, I wont stop loving you
Não, eu não vou deixar de te amar
Why should I
Por que eu deveria?
(why should I)
(por que eu deveria)
Why should I
Por que eu deveria?
(tell me why)
(me diga o porquê)
Why should I even try
Por que eu deveria sequer tentar?


Seus pés exaustos estancaram quando o trem sumiu. Ela não deve tê-lo visto, ele sabia. E no momento era encarado como um estranho, por toda a estação repleta de trouxas.

************************************FIM*******************************************



Notas da Autora:

“I can’t stop Loving you” é uma música de Phil Collins (aconselho lerem a fic escutando-a. Dá um ritmo e sentimento adequados... mas a anta aqui não sabe como põe o arquivo de música no meio da fic!)

St. James's Roman Catholic Church é uma Igreja de verdade em Londres. Achei um barato eles se reencontrarem na Igreja de São Thiago! ^^

Alvo Dumbledore, Lílian Evans Potter e Severo Prince Snape são personagens de J.K. Rowling.

Eu só estou me divertindo, espero que você se divirta também!!

Para aqueles que lerem e gostarem, Comentem! Para aqueles que lerem e não gostarem, Comentem Também e digam como posso melhorar! E se vosê estiver sem inspiração pra comentr, ao menos vote na fic! A autora agradece!

Estou trabalhando em uma nova fic, sintam -se convidados à visitá-la!

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