Epílogo



EPÍLOGO

Um ano depois


Hermione estava fechando a Galeria Potter quando ouviu Harry chamar seu nome. Sorrindo, viu que ele descia do carro e caminhava até ela. Tirando a chave da fechadura, ergueu o olhar para ele.

— Olá, querida. Parece cansada. — Ele beijou-a de leve.

— Ah, querido... — Ela apertou-lhe os braços. — Está na hora.

— Na hora de quê?

Ela olhou-o diretamente, apontando a barriga enorme. Harry piscou, confuso.

— Agora?

— Bem, do jeito que tive contrações o dia todo, acho que temos uns trinta minutos.

O pânico dominou-o completamente.

— Hermione, por que não me chamou?

— Para fazer o quê? Sentar em casa e ficar me olhando? Com minha mãe e minha irmã grudadas em mim?

Era verdade, pensou ele. Aquele bando de mulheres à volta não seria fácil de agüentar.

— Pode andar?

— E até dançar. Quer ver? — provocou ela, ensaiando uns passos.

— Cuidado! Pare com isso.

Ela riu ao vê-lo tão apavorado.

— Venha. Vamos buscar Kelly.

— Não. O médico primeiro. Lupin pode pegá-la na escola.

— Mas nós prometemos.

— Ela terá que entender. Vamos. — Ele pegou-a pelo braço, mas Hermione não se mexeu. — Não vai discutir comigo agora, vai?

— Nós prometemos.

— Por Deus, Hermione! Vai ter o meu... o nosso bebê. Temos que ir.

— Algum problema, sr. Potter? — perguntou o dono da loja vizinha.

Harry olhou-o e respondeu:

— Ela está em trabalho de parto e não quer ir ao médico. — E apontando para Hermione, concluiu: — Suas irmãs vão me matar.

— Eu vou. Mas não precisa ter tanta pressa. — Um segundo depois, dobrou-se de dor com mais uma contração. — Acho que é melhor ir. Pelo jeito, seu filho é tão impaciente quanto você.

Harry não esperou mais e erguendo-a nos braços, colocou-a no carro. Do outro lado da rua, o policial Lindsey ligou a moto e se aproximou.

— Que tal uma escolta policial, Harry? — ofereceu.

Sentado atrás do volante, com as mãos trêmulas, Harry respondeu:

— Obrigado, Mark.

— Não seja ridículo! — disse Hermione, sem saber se sentia vergonha ou achava engraçado o policial abrindo caminho para eles, com a sirene ligada. Muitos amigos acenavam da calçada, desejando boa sorte.

Menos de uma hora depois, na pequena clínica, Harry segurava o filho nos braços. Hermione praticamente dera à luz na porta do hospital, e agora se sentava na cama, com Kelly ao lado. Colocando o bebê nos braços dela, acomodou-se também na cama, beijando-a na testa. Kelly contava os dedinhos do bebê.

— Eu te amo — sussurrou ele, beijando-a apaixonadamente. — Obrigado. — Ele colocou um anel na mão direita de Hermione, com diamantes, e em seguida um outro igual, com pedras verdes.

— Por que outro anel?

— É por Kelly.

As lágrimas inundaram os olhos de Hermione, e ao beijá-lo, repetiu quanto o amava, e como jamais poderia ser tão feliz.

Os sonhos dela haviam se tornado realidade, e a prova estava ali, naquele quarto.

Harry abraçou sua família, os longos momentos de escuridão afastados para sempre. Tinha sido um homem amargo, triste, isolado em sua torre. Hermione entrara pela porta, forçando-o a viver novamente e a agradecer por todos os presentes que a vida podia dar. Olhando para a mulher e os filhos, ele reconheceu como o amor podia ser maravilhoso e agradeceu pelo dia em que ela entrara em sua jaula e o resgatara. Ao amá-la, ficara livre... A fera tinha sido salva pela bela e recompensada com seu amor.


* * * *
FIM

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