4 Anos Depois
30 de Julho, Harry estava prestes a fazer quarenta anos... Olhou ao lado, lá estava Gina. Ele lembrou do dia em que a conhecera, mesmo dia em que conheceu Rony... Lembrou de quando viu Hermione pela primeira vez, riu, riu ao lembrar-se de que não gostava dela. Tudo isso levou seus pensamentos até Hogwarts, o lugar que era uma segunda casa para ele. Passou a mão na cicatriz... Lord Voldemort. Lembrou-se dele também, a luta no cemitério, a batalha no ministério, a guerra em Hogwarts... Pela segunda vez naquela madrugada Harry riu, já fazia quase trinta e três anos desde a derrota do maior bruxo das Trevas que já havia caminhado na Terra, mas, ilogicamente, seu nome ainda era temido.
Quando Harry Potter olhou pela janela viu que o dia já havia amanhecido. Quarenta anos, em cinco minutos ele havia repassado mentalmente sua vida, uma vida de grandes alegrias, de grandes tristezas... Novamente olhou para Gina, ela também sofrera, sofrera por ajudá-lo, por não desistir dele. Seu grande sonho, se tornar um Auror, fora plenamente realizado. Ela já era Auror, e dos bons, ágil e experiente, agora fazia treze anos que trabalhava nisso. Desde a morte de Voldemort poucos bruxos realmente das Trevas apareceram, no mais eram apenas Foras da Lei comuns.
Ao olhar ao lado percebera Gina acordada olhando para ele, gostaria de passar mais tempo com ela, mas precisava ir ao Ministério trabalhar. Ela também trabalhava no Ministério, era chefe do Esquadrão de Execução das Leis da Magia, mas seu trabalho só era necessário quando fosse solicitado, então ficaria em casa com os filhos.
- Bom dia Gina. – cumprimentou Harry.
- Bom dia. Você vai precisar trabalhar hoje?
- Sim, infelizmente.
- Então vai, vai logo por que você sabe que o Ministério não apanha ninguém sem você. – disse Gina sorrindo.
Harry riu, mas não respondeu. Ela estava certa, já estava na hora de ir ao Ministério, ele levantou-se da cama e desceu as escadas do quarto para baixo. Foi verificar um por um os quartos dos filhos, tudo estava muito bem, este era o último dia de férias deles. Lílian iria começar o segundo ano, Alvo o quarto e Tiago o quinto. Nenhum deles tirava notas excepcionais, ao contrário de Rose, filha de Rony e Hermione. Alvo e Tiago pareciam muito com o pai, viviam metidos em encrencas e eram flagrados duelando com Sonserinos quase mensalmente. Em seguida foi tomar seu banho, precisava tirar a sonolência, ao sair, encontrou Gina e os filhos já tomando café, sentou-se e começou a apreciar as qualidades das comidas também.
Seus filhos estavam numa acalorada discussão sobre a volta à Hogwarts, Tiago era quem mais contribuía com informações, ainda que falsas.
- Você não perde por esperar Lílian! Na aula de Defesa você vai enfrentar Dragões! – disse.
- Mentira! – respondeu a menina. – Não é mentira papai?
- Não é mentira, é verdade mesmo.
- HARRY! – ralhou Gina.
- Ok, não é verdade, estava só brincando...
Mas, Harry não pode se demorar brincando com os filhos, chegara a hora de enfrentar mais um dia burocrático no Ministério. Ele despediu-se de todos e aparatou, em seguida estava num grande salão com chão liso cor Azul Meia-Noite. Acima dele tremulava uma enorme bandeira onde estavam gravados o brasão do Ministério e o retrato de Kingsley Shacklebolt, Ministro da Magia. Harry desviou a atenção da bandeira e seguiu o caminho para a sessão dos Aurores.
- Bom dia Sr. Potter. – cumprimentou Blady Brockbole, chefe da Comissão de Eliminação de Criaturas Perigosas.
- Bom dia. – respondeu Harry.
Ao continuar seguindo seu caminho, Harry chegou ao centro do Ministério, onde ele lembrou que havia uma estátua terrível com a inscrição: “Magia é Poder”. Ele continuou se detendo nas lembranças até que uma voz conhecida o chamou:
- Harry! – era Rony.
- Oi Rony, você está indo para a nossa sala?
- Sim, vamos juntos?
- Vamos.
Rony também era Auror, embora fosse um tanto atrapalhado, ele e Harry tinham a mesma graduação, por isso pertenciam à mesma sala e ao mesmo esquadrão.
- O trabalho está muito chato não é mesmo? – comentou Rony.
- O que você quer dizer com isso?
- Sei lá, mas faz uns três dias que não aparece nada pra gente fazer...
- Quer dizer que você quer que surjam bruxos das Trevas para nos dar trabalho? – perguntou Harry entre risos.
- Não é bem assim... Mas de um modo geral é isso mesmo. – respondeu Rony entre risos também.
A conversa permaneceu levando-os até chegarem à sala dos Aurores, quando entraram já estavam quase todos os outros lá presentes, pela expressão deles, esse parecia que ia ser outro dia comum de tarefas chatas, como vigiar a segurança do Ministro em discursos e outras coisas do tipo. Mas só parecia mesmo.
Tudo estava muito rotineiro até que Augustus Clearwalter, o chefe supremo da sessão dos Aurores, entrou desembestado na sala.
- Vocês! Preciso falar com todos vocês! Sigam-me até o antigo tribunal, todos os outros Aurores estão lá também. Isso é muito importante! – Berrou ele.
- Será que vamos ter alguma emoção finalmente? – perguntou Rony baixinho só para Harry ouvir.
Ao chegarem lá notaram que o chefe não mentira nem estava brincando. A sala estava abarrotada de gente, Clearwalter subiu no palanque destinado ao juiz, amplificou a voz magicamente e começou:
- Vocês estão todos aqui por causa de um acontecimento muito complicado. Alguns membros do Esquadrão de Execução das Leis da Magia foram alertados de que havia um bruxo que estava causando uma devastação tremenda num povoado de Trouxas, ao chegarem lá, todos eles, eu disse todos eles, foram derrotados. Apenas um sobreviveu, seu nome é Gilliard Smealthick. – Clearwalter fez uma pausa em que todos ficaram em enorme silêncio, em seguida continuou. – Este homem informou-me de que esse bruxo de quem estamos falando, denomina-se Grindelwald.
Houve uma explosão de murmúrios, todos conheciam aquele nome. Harry tomou um susto ao ouvir aquilo, Grindelwald fora o bruxo que Dumbledore havia derrotado em 1945. Mas, ele tinha certeza de que o mesmo havia sido morto por Voldemort há vários anos. Certamente era algum maníaco que queria usar um nome que inspirasse terror e péssimas lembranças nas pessoas.
- Eu sei, eu sei. – continuou falando Clearwalter. – Este é um nome conhecido por todos, mas, mesmo assim, eu quero voluntários para acabar com ele. Alguém se habilita?
- Eu vou! – Soaram em uníssono a voz de Harry, Rony e mais alguns outros que haviam levantado os braços para serem mais bem identificados.
Houve alguns momentos em que Clearwalter pareceu contar o número de Aurores que se ofereceram para a luta. Ele terminou, e depois disse:
- Pois muito bem! Todos os voluntários sigam-me, o resto volte cada um ao seu posto.
Harry, Rony e os outros foram seguindo Augustus Clearwalter até a sala dele, lá, havia inúmeros objetos úteis como: bisbilhoscópios, detectores de inimigos entre outros aparatos. Também não deixava de se notar um excesso de papeis enorme, que Harry tinha certeza que eram dados sobre bruxos infratores. O chefe dos Aurores procurou uma lista por algum, logo depois de achar começou a passar as informações.
- O plano é o seguinte: vocês são em vinte, o homem chamado Gilliard Smealthick contou-me que esse tal Grindelwald é acompanhado por um bruxo também talentoso chamado Macnoff, eu quero quatro de vocês para se encarregar dele, o resto se dividirá em dois grupos e atacarão Grindelwald pelo Norte e pelo Sul. Então quem serão os quatro que vão ficar com o Macnoff? – o bruxo passou mais ou menos meio minuto esperando por uma resposta que não veio, então se decidiu por escolher ele mesmo. – Bom, já que vocês preferem que eu escolha... Srs. Potter, Weasley, Dilan e Pudluivert! Algum de vocês tem algo contra em ir enfrentar o bruxo das Trevas chamado Macnoff?
- Não. – responderam os quatro quase na mesma hora.
- Então estamos combinados. O resto cuidará do outro... Já podem partir. – disse Clearwalter. – Ah, sim! Esses dois estão atualmente no povoado de Little Hangleton. Conto com vocês para acabar com eles.
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