Cap. Único

Ron nem acreditava que a guerra havia finalmente acabado. Eles haviam passado por tantas coisas no ano anterior, que parecia surreal para ele, agora, poder relaxar. O funeral de Fred havia sido naquele dia, pela manhã, e muito mais difícil do que ele imaginara que seria. O de Remus e Tonks seria no dia seguinte.

Os Weasleys, Harry e Hermione estavam todos juntos na Toca e Ron estava grato por isso. Naquela noite, após o jantar, ficaram acordados vendo alguns álbuns, rindo e relembrando os momentos felizes que passaram com seus entes queridos que haviam partido durante a guerra, especialmente Fred. Até mesmo George riu um pouco das velhas travessuras. Já era bem tarde, e todos foram, um a um, se retirando, até restarem apenas Harry, Ginny, Hermione e Ron. Eles conversaram por um tempo, até que Ginny adormeceu no colo de Harry. Ele se inclinou e beijou-lhe o rosto, então, de vagar, a carregou até o quarto e dirigiu-se ao quarto de Ron, para dormir também.

Ron e hermione estavam sozinhos na sala. A casa estava silenciosa, o único ruído vinha do crepitar do fogo na lareira. Ron estava sentado em uma poltrona grande e confortável. Recostou a cabeça e fechou os olhos, mas não para dormir. Ele queria apenas aproveitar o momento. Uma onda de contentamento tomou conta dele. A guerra havia finalmente acabado... Voldemort havia sido derrotado, e ele, Harry e Hermione estavam vivos.

Hermione. Ele estava mais agradecido pelo fato dela estar viva, do que por qualquer outra coisa. No momento em que ela o beijou, ele soube que ela era a única mulher que ele queria beijar pelo resto da vida. Era como se seu futuro inteiro estivesse naquele beijo. Não conseguiu evitar sorrir largamente, lembrando a cena. Quando abriu os olhos novamente, olhou para Hermione, que estava enrolada em um cobertor e dormia tranqüilamente no sofá, próximo à lareira.

“Ela é tão linda... como um anjo,” pensou.

Levantou-se, caminhou até o sofá e sentou-se, de modo que seus olhos ficaram no mesmo nível dos de Hermione, seus rostos há apenas centímetros de distância. A observou por um momento e, lentamente, afastou uma mecha de cabelo de sua testa. Sonolenta, ela abriu os olhos. Seus olhares se encontraram e ela sorriu. Ele acariciou seu rosto. Sabia que provavelmente não era o momento certo, mas havia uma coisa que ele queria muito saber.

“Mione,” disse calmamente, “você me ama?”

O sorriso dela se alargou e pôs a mão no pescoço dele, puxando-o para perto.
“Mais do que tudo,” murmurou, quase inaudível, contra os lábios dele, e então o beijou. Este beijo foi diferente do primeiro. O primeiro beijo foi no calor do momento, este era calmo e carinhoso, mas ainda assim enviava choques de eletricidade pelo corpo de Ron. Ele imaginou que poderia queimar de tanta felicidade naquele momento.
Hermione se afastou lentamente e levantou-se do sofá, sentando no chão ao lado de Ron. Os dois deitaram-se e Ron pegou o cobertor e o pôs sobre eles. Hermione se acomodou ao seu lado e ele sentiu lágrimas de felicidade se formarem em seus olhos.

“Te amo muito,” Ron sussurrou e beijou-lhe a testa.

Hermione se acomodou ainda mais perto dele, e os dois adormeceram nos braços um do outro. E pela primeira vez em anos, sem se preocupar com o que o amanhã traria.

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