Sunflower.
..Girassol..
No começo, eu realmente não gostava de você, você parecia tão comum, é, eu acho que era isso, você era dona de até então, uma beleza comum, comum perante as outras que me cercavam, mas em tão pouco tempo, você conseguiu me conquistar, o meu amor por você começou a fluir no dia em que você acenou para o Edgar Bones naquele jogo de Quadribol, no qual nós vencemos e você foi consolá-lo, ao invés de me parabenizar.
Quando eu me dei conta por completo deste sentimento, você já era namorada dele, e eu, bem, eu tinha muitas, muitas namoradas, na verdade, uma para cada dia, era como uma coleção, um álbum de figurinhas, no qual você não participava, você era a minha figurinha premiada, aquela que não é facilmente encontrada, e muito menos inventada.
Até então, eu tentava te esquecer, e foi da pior maneira que eu tentei, usando-as. Eu não me daria por vencido, o amor não venceria dentro de mim, mas venceu; você o fez, o que até então era protegido por uma barreira impenetrável foi atingido, você aqueceu o meu coração transformando toda a minha dor, em alegria.
E quanto mais eu fugia deste sentimento, mais ele vinha á tona. Eu te via nos meus sonhos, e isso aumentava ainda mais a minha dor, e todo aquele sentimento de alegria que você transmitia quando sorria, foi se transformando novamente em dor, eu te amava, mas não podia te ter, aquilo me corroia por dentro.
Eu não sabia mais o que fazer, a sua beleza comum, começou a se destacar da multidão, e não era só eu que tinha percebido, eu e todos os garotos da escola, mas você continuava sendo dele. Minha vida estava começando a ficar sem rumo, a única coisa que eu queria, era acabar com vocês, mas eu jurei a mim mesmo não prejudicar o seu namoro, eu jurei, mas não pude evitar, a culpa não foi minha, nem sua, a culpa foi do amor.
Então, meses depois, você e ele terminaram, foi aí então que Edgar Bones veio tirar satisfações comigo, ele disse que era tudo culpa minha, que eu a persuadi a terminar o namoro, e que eu a iludi. Eu era o motivo do termino do namoro; não posso negar que fiquei feliz. Você, Marlene, tinha terminado com ele, porque descobrira que me amava, e este foi o dia mais feliz daquele ano para mim.
- Marlene.. – eu murmurei me aproximando de você, eu estava receoso, não sabia se era verdade, queria ouvir dos teus lábios. – então, é verdade?
- Que eu terminei o namoro com o Bones? – perguntou você. Não sei se você não havia entendido, ou se só queria aumentar a ansiedade dentro de mim. – Sim, é verdade.
Você não parecia confusa, nem abalada, parecia que vinha pensando nisso há algum tempo.
Eu me aproximei mais, o jardim da escola estava florido, era primavera, você continuava com o olhar fixado no horizonte, nem ao menos se mexeu com meu toque ao seu ombro.
- Mas.. É verdade que.. bem, os boatos.. – eu disse tímido, você tinha esse efeito em mim, me deixar tímido. Você me encarou e eu pude invadir sua alma através dos seus olhos castanhos, agora eu entendo porque dizem que os olhos são o espelho da alma, eu enxergava tudo com clareza, você me amava. – Eu acho.. eu acho que te amo.
Era uma meia verdade, eu não achava, eu tinha certeza, aquilo que eu sentia chegava a rasgar meu peito, eu queria gritar aquilo para todos ouvir. EU TE AMO, MARLENE MCKINNON.
Você olhou no fundo dos meus olhos, talvez querendo descobrir se era realmente verdade assim como eu fiz, então você finalmente sorriu e eu tomei-lhe os lábios.
Provavelmente o que eu venha dizer agora seja comprometedor, ou muito meloso, mas aquele fora o meu primeiro beijo verdadeiramente dado com amor. Eu me senti diferente, era como se fôssemos um com o outro, um com o universo, não existia mais eu e você, era apenas nós.
Então, alguns anos se passaram depois disso, como todo casal, casal, essa palavra saía pela minha boca naturalmente pela primeira vez, nós éramos um casal, e é claro que como todo casal, tivemos nossas brigas, mas nunca nos separamos, éramos um com o universo. Foi quando nos formamos, ambos auror, que você decidiu fazer um pequeno curso de Curandeiro(a), você dizia que era para cuidar de mim.
- Você ainda é uma criança, Sirius. – disse-me rindo e selando meus lábios com um pequeno beijo. – E eu quero cuidar de você.
- Só cuidar? – eu indaguei abraçando a sua cintura. – Você quer abusar ainda mais de mim.
- É pra isso que você serve. – e pegando um pouco da tinta que usamos para pintar a parede, você pintou meu nariz. – Eu uso e abuso de você, você é o meu brinquedinho preferido.
- É? – eu disse enquanto você fazia do meu rosto uma ‘obra-de-arte’. – Então agora é ‘A Revolta do Brinquedo’. – e você começou a rir enquanto eu fazia cócegas em sua barriga.
- É o brinquedo que eu amo. – você sussurrou em meu ouvido comprimindo seus lábios nos meus .
- Dá pra vocês terminarem de pintar a sala da Ordem?
O Remus sempre gostou de atrapalhar nossos momentos, lembro-me como se fosse ontem da vez em que estávamos nos beijando atrás de uma estátua e ele nos delatou para Profa McGonagall, eu nunca gostei dele ter sido escolhido monitor.
- Vem comigo. – eu chamei entrelaçando sua mão na minha.
- Aonde nós vamos? – você perguntou me seguindo e eu sorri daquele jeito que fazia você derreter. – Não sorri pra mim desse jeito!
- Por quê? – eu indaguei já sabendo a resposta, então me recostei na estátua.
- Porque eu não resisto. – você respondeu colocando suas mãos uma em cada lado do meu corpo me encurralando contra a estátua.
E mais uma vez o Remus chegava para nos interromper, será que nunca teríamos um momento a sós?
- Gente, vocês não facilitam.. – disse Remus, e eu ri. – Eu avisei da outra vez! E a Profa McGonagall já ta de olho, ela quer vocês dois na sala dela.
Ok, a culpa não foi realmente dele, nós não facilitávamos mesmo, o que posso dizer? Nós éramos adolescentes apaixonados.
Adolescentes apaixonados.. Foi assim que tudo começou, na nossa adolescência. Lembro-me perfeitamente do dia em que você me contou o porquê de gostar tanto da primavera, você dizia que a primavera era a mais mágica das estações do ano.
- Os Leprechauns batem com sua bengala duas vezes no chão e dizem palavras mágicas, assim eles se transportam de uma ponta a outra formando um arco-íris, transmitindo sorte ou azar para as pessoas, cada uma recebe o que merece. – você me contava mexendo nos meus cabelos enquanto minha cabeça descansava em seu colo. – E na primavera, as fadas jogam seus pores mágicos nas flores fazendo-as desabrochar, elas passam o inverno produzindo pores mágicos, sabia?
Você me olhou de cima sorrindo, eu achei que estava sonhando, nós dois embaixo de um enorme carvalho; você me contando histórias; você e eu; eu e o amor da minha vida, em plena primavera.
- Incrível como eu amo a primavera. – você suspirou olhando o campo cheio de flores.. – Ela é especial em cada detalhe, parece que foi desenhada.
- Você vai estragar nossos filhos contando essas histórias. – eu disse e você riu inclinando-se para me beijar. – Desse jeito eles vão ser gays.
- Miguel não vai ser gay! – você protestou e eu me levantei sorrindo. – Quanto a Brighid, eu não duvido que ela tenha um certo gosto apurado para homens.
- Você e seus nomes.. – eu murmurei sorrindo mais ainda.
- Nem vem que você concordou. – você disse levando as mãos a cintura.
- É claro, eu não ia discutir com uma mulher decidida. – eu respondi sentando-me ao seu lado e você descansou a cabeça em meu ombro. – além do mais, Miguel é melhor que Helianthus.
- Todos os nomes que eu escolho tem um significado. – você disse olhando para o céu azul. – Brighid é uma deusa celta e você já sabe da história, quanto a Miguel, ele é um arcanjo. E Helianthus é o nome científico do Girassol, que é minha flor preferida.
Você sempre achava um significado para tudo, para cada vírgula, para cada acento, para cada tropeço dado pela vida. Você nunca se deixava abater, levantava sempre a cabeça e seguia em frente com o seu objetivo, eu era um simples mortal ao seu lado.
Nunca entendi que capacidade era essa que você tinha de me amar. Alguém tão perfeito amando um alguém tão cheio de defeitos, não que eu esteja me desvalorizando, eu tenho muitos atributos e qualidades você sempre soube disso, mas você, você não deixava nada te deixar triste, pelo menos aparentemente, a primeira vez que te vi triste, foi quando brigamos pela primeira vez, mas este fato, eu prefiro não lembrar, então pulemos para nossa reconciliação.
Foi tudo muito bem planejado por mim, e pelos Marotos, estávamos todos na casa de verão dos Potter, o James e a Lily já estavam juntos há alguns meses, e a Lily foi quem mais me ajudou com tudo aquilo, ela me levou a uma loja de trouxas onde vendiam fogos de artefactio, ou era artefato, artifício.. enfim, era algo do gênero.
- Lene! – eu berrei do alto da janela, mas você não aparecia. – Lene, será que você podia dar uma espiadela na janela só por um segundo?
- Não, Sirius Black. – você disse curta e grossa, e eu realmente achei que você não iria aparecer. – O que você quer? – mas eu me enganei, você sempre foi fácil de persuadir, e nunca conseguiu ficar chateada com alguém por muito tempo.
Você apareceu na janela, e nós acendemos os fogos de nome esquisito, eu pude ver seus olhos brilharem como duas órbitas estrelares, você sorria como uma criança quando ganha um pirulito gigante, ou um presente que tanto desejava.
- MARLENE MCKINNON, EU TE AMO. – eu disse lá de baixo, enquanto os fogos formavam um enorme coração vermelho no céu. – ME PERDOA.
Você desceu as escadas correndo, pulou em cima de mim me abraçando e gritando as palavras: ‘Desculpa’ e ‘Eu te amo’.
Não sei se você ficou com pena de mim, por conta do mico que eu paguei e dos dias que se sucederam com os Marotos tirando uma comigo, mas você estava cada vez mais próxima de mim, nós éramos um casal perfeito, tínhamos a sintonia perfeita um com o outro.
Foi ainda naquele ano que você me levou para conhecer seus pais, nas férias do Natal, nossa ligação estava mais forte ainda, confesso que estava muito ansioso, será que seus pais iam gostar de mim?
No jantar, eu estava completamente tímido, seus irmão me olhavam de cima a baixo, eram mais novos, mas fariam de tudo para te proteger. Você estava sorrindo continuamente para mim, era engraçado como sempre puxava os assuntos mais fáceis para conversar, você me conhecia tão perfeitamente que sabia exatamente o que eu ia dizer e logo em seguida eu já estava mais à vontade, você tinha todos os tipos de efeito em mim, você sempre me deu segurança, a segurança que o amor traz.
Quando voltamos para escola, ainda naquele feriado de Natal, você jurou que seus pais tinham gostado de mim, eu não acreditei muito, principalmente quando você disse que seus irmãos tinham me aprovado.
- Seu bobo, é claro que eles gostaram de você. – você me disse abraçada aos joelhos no sofá da sala comunal. – E se não tivessem gostado, eu não iria me importar, eu te amo e isso é o que importa.
Você me trazia segurança outra vez, era como se cada sorriso seu, emanasse uma doze de confiança.
- Eu também te amo. – eu disse segurando sua mão.
James e Lily que me desculpem, mas sempre fomos o casal mais bonito de Hogwarts, nós éramos invejados e foi por isso que até hoje eu não me perdôo pelo que aconteceu com você ainda naquele Natal.
Você caminhava pela neve que encobria o Jardim, tinha me dito que ia dá uma olhada no nosso carvalho, o lago estava parcialmente derretido, o inverno estava acabando, mas a água continuava gélida, foi quando aconteceu, ela te empurrou no lago, ela, Narcissa Black.
Eu estava dentro do castelo quando ouvi seus gritos serem abafados por jatos de água fria, você não sabia nadar. Eu corri o mais rápido que pude e me joguei no lago para te salvar, quando tomei você em meus braços apenas corri para a Enfermaria tentando não ligar para o frio cortante, e quando chegamos lá Madame Pomfrey fez um feitiço que deixou nossas roupas secas, mas você estava com quase uma hipotermia.
Eu estava preocupado, você não parava de tremer, ela preparou uma poção e me mandou sair, dizendo que depois eu podia voltar quando você tivesse condições de ver alguém. Foi aí, que eu fiquei mais preocupado ainda, me sentia culpado, por causa de uma das minhas primas, você estava deitada numa cama, talvez eu tivesse chegado tarde demais.
Narcissa tinha conseguido o que queria, só depois ela me disse que tinha sido a mando de Bellatrix.
Mas você continuava deitada numa cama, e por minha culpa. Eu realmente pensei em terminar com você, para sua segurança, mas eu não seria capaz de tal coisa, você foi a única coisa certa, que já tinha me acontecido.
Quando Madame Pomfrey me deixou entrar, eu fui correndo te ver, você me disse que estava bem, que não era para eu me preocupar.
- Como não me preocupar? – eu perguntei beijando sua bochecha. – Você nos deu um grande susto. Como está se sentindo?
- Eu estou bem. – você respondeu sorrindo. – Com um pouco de frio, mas estou bem.
Eu me deitei ao seu lado, aquecendo seu corpo sob o meu, você ainda tremia, segurei sua mão gelada e sussurrei em seu ouvido que tudo ia ficar bem.
‘Tudo vai ficar bem..’ é, as coisas começaram a ficar bem assim que deixamos o colégio, depois que nos formamos, entramos para a Ordem da Fênix, você dizia que se fosse para morrer, seria lutando, eu sempre mandava você parar de dizer tal absurdo, e então você comentava alguma coisa que fazia a gente rir.
- Aaaaaaaaaah! – as garotas gritavam na sala.
- O que foi? – perguntou James que estava ao meu lado, e você desceu do andar de cima correndo.
- NÃO MACHUQUEM O RATINHO. – você disse se aproximando do rato e balançando a mão pra ele ir embora, este o fez sem reclamar. – Viu?
- Vocês iam matar o meu parente? – perguntou Peter que estava em cima do sofá junto com Dorcas, Lily e Emmeline que tinham uma cara de interrogação direcionada a você.
Você sorriu.
- Como você fez isso? – perguntou Emmy a você.
- Contato visual? – você sugeriu e todos riram. – É sério, eu não sei. Acho que sempre tive jeito com animais.
- Principalmente com cachorros. – disse Remus olhando para mim e você sorriu.
- Principalmente com cachorros. – eu concordei e você me abraçou.
Você nunca teve medo de nada, você dizia que o medo era um preconceito dos nervos, e que um preconceito se desfazia bastando uma simples reflexão. Você sempre tinha razão, você me mostrou que eu não precisava ter medo da morte, e foi isso que me ajudou nesses últimos dias.
Você também dizia que era uma pobre alma lançada num turbilhão, eu nunca entendi, mas agora eu compreendo o que você quis dizer, você não pertencia a este mundo, você era boa demais para viver num mundo cheio de guerras e cobiças, você era a minha pequena garota encantadora, meu pequeno girassol.
Girassol, a sua flor preferida, o reflexo do nosso amor, eu sempre fora o Girassol, e você a minha Deusa solar, assim como a lenda. Foi também os Girassóis que me ajudaram a ouvir o seu ‘Sim’.
Eu havia ligado para todas as floriculturas do país, meu estômago estava embrulhado de ansiedade, eu tremia nervosamente, eu ficava imaginando a sua reação, você era boa demais para me rejeitar, mas eu ia ver nos seus olhos a sua expressão, se era verdadeira, ou não.
Seus olhos nunca mentiam, e naquele dia, eles foram tomado pelo mais lindo brilho já visto pelos meus.
- Posso abrir? – você perguntou segurando nas minhas mãos que tapavam seus olhos.
- Ainda não. – eu disse te levando ao centro de uma plantação de girassóis que eu havia mandado plantar em frente a nossa futura casa. – agora, pode.
Eu tirei minhas mãos que cobriam seus olhos como vendas, e foi aí que eu vi os seus olhos tomarem a expressão mais bela que já vi.
- Marlene, lembra de quando você me contou a lenda de Helianthus? – eu perguntei segurando sua mão e você confirmou com a cabeça. – ‘Diz a lenda, que certa garota, se apaixonou pelo Deus do Sol, não podendo fazer nada, ela apenas o observava, após nove dias o fazendo, ela fora transformada em um Girassol’, Lene, você é o meu Deus Sol, e eu, eu sou seu Girassol, e para onde você for, eu vou estar sempre te olhando.
Você sorriu mais uma vez me beijando.
- Ainda não. – eu disse me ajoelhando diante de você. – Marlene McKinnon, você quer casar comigo?
Seus olhos brilharam daquele jeito mais uma vez, eu sabia que era um ‘Sim’.
- Claro, com certeza, sem dúvida nenhuma, absolutamente, definitivamente, inteiramente, seguramente. – você disse pulando em cima de mim, e eu lhe segurei pela cintura, você sorriu encontrando-se mais alta do que eu. – Sim! Eu aceito, milhões de vezes, eu aceito.
Eu rocei meus lábios nos seus, coisa que eu estava desejando fazer mesmo antes do pedido, você era a minha menina, eu a carregava nos meus braços como o meu bem mais precioso, aquele fora nosso primeiro beijo como noivos.
Um mês depois deste dia, Lily teve o seu primeiro filho, o Harry, ela nos chamou para sermos os padrinhos, você estava animada, e nós começamos enfim os preparativos para o nosso casamento, que seria no ano seguinte.
Harry estava com 10 meses quando eu, James, Remus e Peter fomos chamados para fazer um trabalho para Ordem, no qual precisavam de membros animagos, fomos enviados para uma sede onde ia haver um encontro de Comensais da morte ao norte da Inglaterra.
Eis agora, a parte mais difícil de ser escrita. Você pediu para eu não ir, estava preocupada comigo.
- Sirius, não vá. – você disse segurando meu rosto delicadamente. – Por favor, eu tenho medo que algo aconteça.
Você já pressentia, você sabia que algo ia acontecer.
- Vamos todos ficar bem. – eu disse selando seus lábios carmim. – Não se preocupe, vai dar tudo certo.
Então, você disse que ia ficar com seus pais, até eu voltar. Eu não achei uma boa idéia, preferia que você ficasse com Lily e Harry que estavam protegidos numa casa enfeitiçada.
Então, aconteceu, eu voltei e você não estava mais lá, por causa de duas semanas longe de você.. Aconteceu, eu não pude acreditar, eu não queria, eu não podia, EU NÃO POSSO ACREDITAR! O meu maior erro, junto com toda a sua família, seu pai, sua mãe, seus irmãos.. e o que mais doeu em mim, junto com você, você havia morrido.
Ninguém pode imaginar a dor que eu senti, por conta de duas semanas que me levaram em vão à uma sede imaginária de Comensais da Morte, você agora estava.. estava no céu, porque é para lá que anjos vão.
Eu voltei para nossa antiga futura casa, olhei pela última vez para nossa plantação de Girassóis, foi quando eu vi um bilhete seu em cima da mesa.
Quando você me pediu em casamento,
Disse que eu era o seu Sol, mas você se enganou,
Eu sou o seu Girassol.
Aonde você estiver eu vou estar te olhando,
Assim como o Girassol segue o Sol,
Eu vou te seguir, eu sou Clythia, a garota que se apaixonou pelo Deus do Sol,
E você, você é o meu Deus Sol.
Eu sempre vou te amar,
E caso você volte, e eu não esteja mais aqui,
Lembre-se sempre disso:
Eu te amarei eternamente, meu lindo raio de Sol.
Marlene McKinnon.
E agora eu estou escrevendo para você, meu coração foi enterrado junto com o teu corpo, e minha alma, estará sempre ligada a sua, eu continuo sendo o seu Girassol, você se transformou numa estrela, na maior das estrelas, no Sol. Você será sempre a minha raiz, e eu nunca amarei ninguém além de ti, você foi e sempre será a única mulher que eu amei.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e a esquerda
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei Ter o pasmo essencial que tem uma criança
Se ao nascer, reparasse que nasceras deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo
Creio no mundo como um malmequer
Porque o vejo, mas não penso nele
Porque pensar é não compreender
O mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia, tenho sentidos...
Se falo na natureza não é porque a amo, amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama.
Nem sabe porque ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência
E a única inocência é não pensar."
[Fernando Pessoa]
Eu só visitei seu túmulo uma vez, você sempre me disse que não gostava de longas despedidades, e assim o fiz, respeitei seu desejo.
Eu te amarei eternamente, meu lindo raio de Sol.
E onde você fora enterrada, nascera o mais lindo dos Girassóis.
N/A: Tributo a Marlene McKinnon. Nunca escrevi um drama desse nível, um drama que me custou tanto tempo, horas e horas, e uma noite sem dormir, nunca pensei que ia chorar escrevendo, nunca pensei que eu fosse conseguir escrever a visão do Sirius sobre a morte da Marlene, eu nunca pensei que fosse conseguir escrever tal coisa.
Marlene McKinnon
..she died, but she lives in our minds..
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