O Reencontro
Sirius estava nervoso, estava mais ansioso do que esperava. Estava em Azkaban, tinha que preencher uns formulários antes de vê-la.Entrar novamente naquele lugar lhe trazia péssimas lembranças, fazia ele sentir calafrios, estava em uma sala e logo, ela chegou. Bellatrix não parecia nem de longe a bela mulher por quem ele se apaixonou. Os olhos azuis estavam mais frios do que de costume, a pele sem brilho, o cabelo desgrenhado.
- Quem é vivo sempre aparece, priminho! – o humor negro dela não havia mudado em nada.
- O que me interessa saber é como eu ainda estou vivo?
- E que diferença isso faz? – respondeu olhando para as unhas, como se analisasse se estavam devidamente lixadas.
- Toda.
- Não seja idiota, apenas me agradeça. – ela o encarou com desprezo. – Ou já se esqueceu do que são boas maneiras?
Aquela não era a Bellatrix com quem Sirius estava acostumado, ele sempre foi fria, mas parecia mais dura do que antes, parecia que nada era capaz de tocá-la, irritá-la ou feri-la. Em outras palavras, ela não parecia mais humana.
- Bella, tudo o que eu quero é saber o porquê de você ter me salvado. – a voz de Sirius saiu mais doce do que ele esperava, mas fez com que Bellatrix, que antes o encarava sem demonstrar qualquer emoção, desviasse o olhar.
- Não me chame assim, não te dei essa liberdade!
Aquela sim, era a Bellatrix que ele conhecia, forte, decidida, mas ainda assim tangível.
- Você ainda não respondeu à minha pergunta.
- Acho que fiz isso porque achei que eu estaria morta quando você voltasse. Se soubesse que teria que agüentar você me pedindo explicações, não teria feito. E se quer tanto saber, te mantive vivo com magia negra. Não há nada de bom nisso, satisfeito?
- Por quê?
- Chega!
- Por favor, eu preciso saber.
Sirius se aproximou dela e a segurou pelo braço.
- Me solte, seu traidor de sangue, imundo! – ela bradou.
Sirius se assustou.
- Você nunca me tratou assim, sempre fomos diferentes, mas nunca me xingou por causa disso.
- Eu não sou mais nem a sombra daquela garotinha idiota que acreditava em falsas promessas, Sirius. Fiz muitas coisas que você não pode sequer imaginar.
- Por que tudo acabou assim?
Ela deu uma risada fria.
- Não seja tolo, me diga que não se lembra?
Sirius ficou mudo, ele sabia exatamente do que ela estava falando.
- Então é amanhã o grande dia?
- Sirius, você fica tão bobo falando assim!
- Eu fico assim perto de você!
- Você sabe que não gosto quando fala assim!
- Você é a única mulher que não gosta de ouvir coisas bonitas.
- Simplesmente não gosto de ouvir mentiras masculinas, todas são para nos levar para a cama. Prefiro as coisas como são.
- Te levar para a cama agora seria uma boa idéia.
- Não falei?
Eles riram, era disso que gostavam na relação, não tinha frescura.
- Você entendeu, não é? Vamos partir de madrugada, passo aqui às cinco horas.
- Não sei por que tem que ser tão cedo. Você sabe o quanto eu odeio acordar de manhã.
- Não seja reclamona, não queremos que ninguém nos veja, por isso vamos cedo.
- Ta, ta.
- E tem mais... – ela passou os braços pelo pescoço dele, estava cansada de ouvir novamente as mesmas coisas.
- Ai Sirius, como você é chato! Pára de falar e me beija logo!
Ele sorriu e obedeceu.
Na madrugada daquele dia, Comensais atacaram a residência dos Potter, Sirius já tinha saído quando Lupin conseguiu falar com ele. Eles se comunicavam pelos espelhos de duas faces. Todos os marotos tinham um, e sempre que precisavam, se encontravam por eles.
Sirius não pensou duas vezes, voltou à casa de quem o acolheu e os ajudou. O pai de Tiago foi assassinado naquele dia. (N/A: Nunca a JK explicou o que aconteceu com o avô do Harry, então... eu o coloquei na história.).
Sirius se esqueceu completamente do encontro e da fuga com Bella. Quando se lembrou, era tarde. Já passava das 18 horas. Ele sabia que seria difícil fazê-la entender, mas achou que conseguiria, afinal, ficou para ajudar um amigo. Mas não foi assim. Ela não entendeu, sequer escutou o que ele tinha a dizer, simplesmente o informou que virou uma comensal e estava de casamento marcado com Rodolpho Lestrange, um idiota de família nobre. Ele sempre perseguia Bella, e era por isso que o Sirius o odiava. Ele tentou argumentar, mas ela não cedeu. Ele sabia que ela queria machucá-lo, feri-lo, e de nada adiantaria conversar naquele momento. Esperaria a hora certa.
Mas o momento certo nunca chegou. Logo a guerra estourou e, quando isso aconteceu, já não havia mais a sua prima Bellatrix Black, apenas Bellatrix Lestrange.
Fim do Flashback
- Você nunca me escutou sobre o que aconteceu, talvez seja a hora...
- Cale a boca seu idiota, a hora... – riu com desprezo. – essa hora já passou há muito tempo.
- Mas a explicação é...
- É que cada um de nós escolheu um caminho, e ponto final. E se veio aqui para isso, vá embora, eu não sou obrigada a te aturar simplesmente porque estou presa. Aliás, vá embora de qualquer jeito.
- Não sem antes você me dizer por que salvou a minha vida?
Sirius a segurava pelos braços com força.
- Vamos, me diga!
- Me solta.
Ele achou que era ilusão, mas depois prestou atenção, Bellatrix estava chorando. Uma lágrima rolou de seu olho, e foi como se os olhos delas voltassem a ter vida. Sirius a soltou.
- Me desculpe se a machuquei! Eu não queria...
- Isso não é nada comparado ao que eu senti depois de te esperar por mais de duas horas. Não se preocupe. – ela passou a mão pelos braços onde ele avia apertado, sua voz demonstrava o quão amargurada estava.
- Bella, eu posso te ajudar.
Ela olhou incrédula para ele.
- Harry é influente, nós podemos dizer que você se arrependeu, que ficará sob a minha guarda, que...
- Você sempre um tolo sonhador.
Sirius levantou o rosto dela, de modo que o encarasse.
- Eu estou falando sério.
Ela o odiava, ele conseguia deixá-la sem reação. Se fosse qualquer outro provavelmente estaria morto por tocá-la daquele modo. Para se defender, riu de novo.
- Eu prefiro morrer a receber a ajuda de pessoas como você e o Potter.
- Não seja burra!
- Vá embora!
- Aceite nós ainda podemos...
- NÃO, NÃO PODEMOS NADA! A nossa vida acabou, a minha vida acabou! Nossos rumos se desligaram e nada do que passou vai voltar!
- Não diga isso!
- Apenas vá embora Sirius.
- Por favor, não...
Ela o encarou novamente, já não chorava mais.
- Sirius, você me traz sensações que eu não sinto mais há muito tempo, e não estou disposta a sentir nunca mais... Tudo o que eu quero é morrer logo e me juntar ao meu Lorde onde ele estiver.
- Como?
- Ele nunca me deixou, Sirius, diferente de você! Ele sempre esteve ao meu lado. Mesmo com tantos seguidores, sempre me colocou em primeiro lugar.
Os olhos de Bella brilhavam com um fanatismo desconhecido por Sirius.
- Eu sinto muito por tudo....
- Mas isso não muda nada. Acabou!
- É isso que você quer?
Ela não respondeu, apenas virou e ficou de costas para ele. Ouviu ele se aproximar e virá-la gentilmente para ele.
- Você foi a única mulher que eu amei na vida, e a única que vou amar.
Ela sorriu tristemente, mas sinceramente. – Eu não gosto de romantismo.
- Eu sei.
Sirius a beijou de uma maneira intensa, como se fosse a última vez. Certamente esta seria a última vez que os lábios se tocariam. Não queria soltá-la.
Quando se afastaram, ele encostou a testa na testa dela e ficou de olhos fechados por algum tempo.
- Obrigado por me salvar naquela batalha.
- Não por isso.
- Adeus.
- Adeus.
Sirius se afastou lentamente, quando já estava fora da sala a ouviu chamá-lo.
- Sirius...
- Sim!
Ele sentiu uma nova esperança, talvez ela aceitasse a sua ajuda.
- Tudo o que você me disse no final, é o motivo por você estar vivo. Agora vá!
E ele obedeceu. Não tinha o que fazer.
Bellatrix foi condenada à morte e a sentença foi cumprida uma semana depois desse encontro. E Sirius, bem... ele definitivamente nunca mais amou ninguém....
grunginha weasley, nossa, q honra... fico feliz de ter te convencido... xD
Como eu disse, essa fic é curtinha e esse é o último cap.
Espero que goste!
BjS!
T+!
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