Um caso de estupro
20º capítulo – Um caso de estupro
Hogwarts, 28 de outubro.
Contagem regressiva para o baile: 3 dias
Harry não podia ter representado melhor hoje. Foi perfeito, até eu acreditei na cena quando a vi.
Eu entrei na sala de interrogatório mais uma vez no dia seguinte, meu olho estava roxo devido a poderosa maquiagem, queria que todos acreditassem que Harry havia me batido, daquela vez meu interrogatório não foi com o detetive Jennings e sim com a detetive Walker.
- Meu parceiro me disse que você insinuou que tinha sido violentada, senhorita Weasley?
- Meu olho roxo lhe diz algo, senhorita Walker? – eu murmurei sorrindo – Meu ex-namorado não é o que podemos dizer de uma pessoa paciente quando não tem o que quer.
- É realmente difícil de acreditar que Harry Potter, tenha lhe feito isso. – ela comentou se levantando – Ele parece tão cavaleiro.
- Realmente é, quando lhe é conveniente. Harry pode ser o garoto perfeito para qualquer menina, mas ele não aceita muito bem quando as pessoas lhe dizem não.
- Então a senhorita realmente quer reportar uma acusação de estupro contra ele?
- Eu tenho provas de que ele fez o que fez. Mas não tenho a proteção necessária para que ele não me deixe com o outro olho roxo, ou tenho?
- Vamos conversar com o senhor Potter, senhorita Weasley, não se preocupe. - ela murmurou parecendo convincente.
Eu deixei a sala dela e ao sair quase trombei com Harry com um olhar aniquilador para mim. Tudo o que ele estava fazendo estava dentro dos planos, portanto ele sabia o que dizer.
Eu presenciei o interrogatório dele, o agente Jennings usou um feitiço para que eu pudesse ouvir e ver tudo o que se passava na outra sala, no entanto Harry não podia me ver ou me ouvir.
- O senhor está ciente do que a senhorita o acusou, senhor Potter? - a detetive perguntou como se isso fosse um mistério.
- Acredito que ela deve ter sugerido algo que eu não fiz. - Harry murmurou encarando a detetive.
- Você deve estar esquecendo que uma acusação de estupro pode acabar com sua rede de heroísmos mostrada ao mundo mágico.
- Ah... sim. - ele murmurou cansado do jogo de palavras - Então foi isso que ela falou, disse que eu a estuprei, provavelmente deve ter até dito que tinha provas contra mim.
- Você então está confessando? - a agente questionou.
- Não, eu estaria confessando se eu dissesse que eu a estuprei, mas não foi eu. - ele murmurou quieto - Outra pessoa o fez.
- Não se esqueça que suas palavras podem condená-lo senhor Potter. - ela murmurou levantando-se interessada no que ele diria a seguir.
- Você nega que estava no quarto dos monitores com a senhorita Weasley na noite de 18 de outubro? - ela perguntou tentando instigá-lo a mentir.
- Não, é claro que não. Mas naquela época, eu e Virginia não namorávamos. - ele sussurrou como se contasse um segredo - Naquela época éramos, apenas 'amigos'.
- Um outro tipo de amizade, creio eu. - a agente comentou - Senhor Potter, quero dizer que se acha que isso é uma espécie de brincadeira, se enganou. Estamos investigando um suicidio e um estupro e provas concretas nos levam a crer que você estuprou Virginia Weasley.
- Eu já disse que eu não o fiz. - ele murmurou tentando permanecer calmo.
- Você acabou de dizer que estava naquela noite com a senhorita Weasley, temos fotos que mostram vocês dois na cama. - a agente exclamou tentando pressioná-lo.
- Eu já disse, que eu não a estuprei. - Harry falou num tom mais alto.
- Você nega que desejava a senhorita Weasley? - ela perguntou - Nega que queria que ela fosse sua?
- Eu não a estuprei. - ele repetiu tentando descontar sua raiva na cadeira.
- Então se não foi você, senhor Potter, quem o fez?
- Malfoy, Draco Malfoy.
- Estamos progredindo neste interrogatorio. - ela murmurou quando o outro agente entrou na sala.
- Walker, estamos com Malfoy na outra sala. - ele murmurou contido.
- Ótimo, em breve continuaremos nossa conversa senhor Potter, até lá você está liberado.
Maravilhosa encenação, não achou? Foi o que eu achei. Harry foi impecavel, no entanto muitos alunos ficaram sabendo dos boatos que andavam pelos corredores. Muitos até mesmo nos olhavam de esguelha, meu irmão temia pela minha proteção e inacreditavelmente ele começou a ignorar Harry.
Foi no almoço daquele mesmo dia, que eu notei que meu irmão estava diferente parecia que uma raiva crescia dentro dele e ele não estava conseguindo contê-la.
- Porque você fez isso Harry? - Rony perguntou num sussurro.
Todos estavam comendo em silêncio e Hermione tentou controlar Rony, mas foi tarde demais. A discussão já tinha começado.
- Não fiz nada, você tem que acreditar em mim. - Harry murmurou tentando permanecer calmo diante da visivel raiva de Rony.
- Gina, não mente. Ela nunca mentiu. - Rony disse agora em tom audivel - Ela é uma santa, ela não mentiria.
Eu fiquei calada na minha ao lado de Neville e tentava fingir que meu nome não estava sendo mencionado.
- Você precisa conhecer mais a sua irmã Rony. - Harry disse respondendo a provocação - Ela é tudo menos uma santa.
Não observei como foi que aconteceu, mas quando vi Rony já tinha voado socando Harry com toda a força que podia, ele tinha um ódio incontido e estava descontando tudo nele.
- Parem! - eu gritei assustada - Parem com isso!
Eu não pude mais aguentar a cena, não era uma encenação, era real. Eles realmente brigavam como animais. Eu saí correndo com direção a Torre da Grifinória, não podia mais suportar aquilo, tudo por causa de uma vingança que começou a gerar intrigas devastadoras.
Eu seguia um corredor que nem sabia onde dava quando Draco me segurou me abraçando. Foi um dos abraços mais carinhosos que ele ja tinha me dado.
- Eu... não sei o que fazer. - eu debulhei em lágrimas nos braços dele.
Depois ele me trouxe de volta para o quadro da mulher gorda e eu estive aqui até agora. As pessoas tem me olhado de um jeito estranho, me vendo como culpada e não vitima. Como se de um jeito doentio eu quisesse incriminar o menino que sobreviveu, o garoto de ouro de Hogwarts.
Naqueles últimos dias a minha imagem de santa estava caindo, estavam conhecendo a verdadeira Gina, mas de um ângulo diferente ao que eu desejava. Os murmurios no castelo não cessavam, todos acreditavam que eu tinha seduzido Harry, eu dei motivos para ele ter feito o que ele fez.
No entanto, eu tinha que seguir os planos, não podia deixar tudo a perder, só porque Rony estava se sentindo emocionalmente abalado.
~*~
Draco não estava muito feliz com as inumeras perguntas que os agentes fizeram para ele naquele dia. De alguma maneira, ele estava ficando cada vez mais sem respostas. Estavam o encurralando.
- Draco, está tudo bem? - Natasha perguntou.
- Estou parecendo bem? - ele perguntou frio.
- Ah... não faça melodrama, toda sonserina sabe que você se envolvia com a Hellen, agora ela morreu, você não gostava dela, do mesmo jeito.
- Não é isso que me preocupa, Nat. - ele falou passando a mão na cabeça - O que me preocupa são os detalhes mais secretos por trás de tudo isso. Se ficarem soubendo de certas coisas que não podem saber, eu estou morto.
- Que coisas seriam essas Draco? - ela perguntou encarando-o.
- Se eu te disesse eu já estaria morto, não acha?
- Provavelmente. - ela murmurou sorrindo maliciosamente - Mas a morte não é tão ruim quanto parece, quando você vê, você sobreviveu ao pior de tudo.
Natasha puxou Draco pelo braço e o guiou até seu quarto, sabia que ninguém iria incomodá-los naquela hora. Praticamente, Hogwarts estava um rebuliço com todas os chocantes boatos que surgiram.
Natasha beijou Draco suavemente nos lábios, depois o guiou para cama, desabotou os botões da blusa dele e começou a beijar seu peito.
- Só isso mesmo, para me fazer relaxar... - ele murmurou se entregando ao prazer - estou tão estressado.
Natasha sorriu diante dos comentários e depois retirou as calças dele, começou a beijar savemente o membro dele ereto.
- Por favor não pare... não pare. - ele gemia de êxtase.
~*~
- Rony, por favor não fique assim. - Hermione falava em vão para o namorado.
- Você ouviu o que ele disse Hermione. - ele falou sentido - Eu não conheço a minha irmã, ela não é essa santa.
- Ele não está errado. - Hermione falou séria vendo a expressão severa dele.
- Você também se juntou a ele?
- Não Rony, só acho que você devia conversar com a sua irmã e perguntar para ela a verdadeira ordem dos fatos. - Hermione o aconselhou - Ela é sua irmã, ela vai te dizer a verdade mesmo que você não esteja pronto para ouvi-la.
Rony se levantou prontamente e sem dizer mais uma palavra para Hermione deixou o dormitório e foi para o salão comunal conversar com Gina.
- Gina, eu preciso conversar com você. - ele falou sério.
Ela estava sentada na poltrona de costas para a lareira, escrevendo em seu diário. Ela o fechou rapidamente e falou:
- Pode falar.
- O que está acontecendo? - ele perguntou com a voz fraca.
- Eu estava esperando que viesse me perguntar. Eu mudei, Rony, mesmo que você não queira acreditar. Eu não sou mais a Gina inocente, eu tenho escondido minha verdadeira personalidade por trás de uma máscara para não te magoar.
- Mas porque você mudou? Você era tão meiga e gentil, agora parece uma... uma...
- Vagabunda. - ela completou - Eu sei o que dizem sobre mim, minha mascara caiu mais rápido do que eu esperava. Mas, finalmente posso dizer para você que não sou a santa que você acha que sou e Harry e Hermione sabem disso. Na realidade eles já descobriram isso faz tempo.
- Porque não me disseram? Porque esconderam de mim? - ele murmurou com lágrimas nos olhos - Eu sou seu irmão, o único presente na sua vida.
- Eu não mudei completamente, eu ainda sou meiga, gentil, amiga, mas não sou tão inocente e pura quanto você imagina. Quanto a história do estupro, não se preocupe comigo ou com Harry, essa história não deve abalar a amizade de vocês, no devido tempo você vai descobrir as minhas intenções ao fazer isso.
- Eu ainda tenho dúvidas de como você pode ter mudado tanto em tão pouco tempo, Gina. Mas se você quer que eu te aceite assim, vou tentar. Não prometo que vai ser fácil, mas tentarei.
- Obrigada, por tentar me compreender.
- Apesar de tudo, você ainda é minha irmã. - ele sussurrou levantando-se e a abraçando.
~*~
Ainda naquele dia, os agentes pareciam um tanto quanto ansiosos para terem a prova final que os levaria a apreensão temporária de Draco ou Harry, dependendo da versão que constasse mais mentiras, um dos dois partiria de Hogwarts ainda naquele dia.
- Eu já disse que não estuprei Gina Weasley. - repetiu Draco sem paciência.
- Não foi isso que disse o senhor Potter. - murmurou o agente Jennings.
- Ah... por favor, Potter tem um ódio mortal de mim, o que acha que ele faria, assumiria a culpa?
- Você tem mais culpa no cartório que Potter, Malfoy, tenha muito cuidado, antes de falar coisas que sem sentir.
- Você acha que eu estou me divertindo aqui? - ele falou se levantando - Eu já estou de saco cheio de tantas intrigas e jogos, você quer que eu fale a verdade, tudo bem, eu vou falar a verdade.
- Até que enfim o senhor resolveu, dizer algo coerente.
- Eu não estuprei Gina Weasley e também não estuprei Hellen Kurtis e muito menos fui razão dela ter se matado. - ele disse com raiva.
- Ninguém aqui falou que você tinha estuprado Hellen, senhor Malfoy. - o agente disse convicto - Mas isso será levado em consideração.
- Oh... pelo amor de Deus. Agora eu serei julgado pelo que digo. Estou de saco cheio disso, eu vou embora.
- Senhor Malfoy, se sair por esta porta sem minha permissão será levado para Londres ainda hoje. - o agente o avisou.
- Não tenho medo de você e muito menos do povo do ministério, meu pai aniquilaria os dois em um segundo. - Draco falou deixando a sala.
- Acabou pra você Malfoy. - Jennings murmurou se levantando e o segurando pelas mãos - Você está preso pelo estupro de Hellen Kurtis e Gina Weasley.
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