Acidentalmente apaixonados



8º capítulo – Acidentalmente apaixonados


Ela acordou no dia seguinte sentindo o calor do sol que atravessava a janela do dormitório da grifinória. Espreguiçou-se lentamente e só depois abriu os olhos e lembrou-se do que havia acontecido na noite passada.


Ela, Natasha e Draco havia se entregado a uma maravilhosa noite de prazer. Ela ainda podia sentir o cheiro dos dois no corpo dela. Ao se levantar e olhar pela janela viu as carruagens do lado de fora do castelo. Lembrou-se que seria aquele o dia do passeio a Hogsmeade.


Trocou-se de roupa rapidamente e verificou que horas eram, ainda era cedo não passava das dez da manhã mas ela podia confessar que havia dormido demais naquele sábado.


Descendo as escadas reparou que o salão comunal não estava vazio, muitos alunos faziam trabalhos e adiantavam exercícios para irem ao passeio que seria no inicio da tarde. Ela olhou de relance para Harry e logo saiu do salão comunal.


Estava curiosa por descobrir a forma que Draco daria para sair com ela em Hogsmeade. Mas ela simplesmente não podia ir ao encontro dele, resolveu ir para o salão principal ver se conseguia comer alguma coisa. Depois saiu do castelo, ela havia levado seu diário para escrever o que tinha sonhado na noite anterior.


Hogwarts, 28 de setembro. Jardim do castelo.


Hoje posso confessar de que estou cansada. Depois da noite de ontem eu poderia simplesmente morrer feliz depois de ter sido extasiada por tanto prazer.
Eu não poderia estar mais feliz. A não ser pelo estranho sonho que tive esta noite, ele nada envolvia sexo ou meus desejos. Ele envolvia um recente sentimento que parece estar crescendo cada vez mais em mim.


Eu estava usando uma calça jeans e uma blusa de manga longa. Era o auge do inverno aqui em Hogwarts e eu parecia estar ainda mais sozinha do que normalmente.


No entanto, ele apareceu, não como aparece sempre querendo me beijar mas apareceu querendo me ver sorrir. Eu não consegui entender muito bem, só sei que quando ele me levou para o bosque e começamos a conversar sobre coisas banais, senti que não poderia haver outro momento que eu pudesse me sentir tão feliz.


Nós éramos tão parecidos, eu e Draco, éramos subjugados por nossos pais e julgados pela sociedade, éramos sozinhos e queríamos apenas uma única coisa, amor.


Eu confesso que parte do meu desejo sexual se originou a partir do momento em que quis me vingar de Harry. Por ele não ter levado meus sentimentos em conta e ter começado a namorar a Cho. Naquela época eu nunca me senti tão triste. Mas quando a tristeza começou a passar e eu comecei a criar um sentimento de raiva por ele.


Eu queria puni-lo por não me amar. Agora, eu sei que amar não é tão fácil quanto se parece. Precisa-se ter zelo e cuidado para não machucar a pessoa que ama e nem sempre a pessoa pode retribuir o mesmo sentimento.


Não sei porque estou escrevendo essas coisas agora. No meu sonho, Draco foi tão gentil e carinhoso comigo que eu comecei a entender o significado da grande frieza do olhar dele. Ele nunca havia sido amado. Eu já tinha sido amado demais pelos meus pais, mas não era suficiente para mim.


Eu queria viver um amor verdadeiro que pudesse fazer qualquer coisa para me conquistar e que sempre que o mundo estivesse preste a cair uma palavra dele me consolasse dizendo que estaria tudo bem.


Eu estou apaixonada, agora sei. E confesso que estar apaixonada por Draco foi a melhor coisa que já pôde me acontecer. Eu não posso revelar meus sentimentos por ele e sei que estou quebrando a segunda regra da sociedade, se eu quiser continuar com isso, terei que ignorar meus sentimentos.


~*~


Quando Virginia fechou seu diário e olhou para a entrada do castelo, viu ninguém menos que Draco saindo dela.


- Eu estive te procurando por toda parte. - ele comentou se aproximando dela.


- Draco, podem nos ver aqui. - ela murmurou levantando-se


- Venha. - ele a puxou pela mão e a guiou até um lugar atrás da cabana de Hagrid.


- Pronto. - ele murmurou encarando-a.


- Para que estava me procurando? - ela perguntou mantendo uma certa distância dele.


Ele estranhou a pergunta dela. O que havia acontecido para ela estar mantendo aquela distância dele?


- Virginia, nosso encontro, esqueceu? - ele a lembrou preocupado.


- Ah sim... - ela murmurou sorrindo.


- Você está bem? - ele perguntou preocupado, ela parecia não querer mais estar ali com ele.


- Sim, claro... - ela murmurou se afastando ainda mais dele - Porque não estaria?


- Porque esta se afastando de mim?


- Não é nada, Draco... - ela murmurou ficando séria e encarando-o.


- Diga-me Virginia. - ele murmurou preocupado - Se você estiver passando mal podemos adiar o encontro.


- Não é isso... - ela sussurrou - é que eu acho que terei que sair da sociedade.


- Não me diga, que desistiu, não quer mais? - ele perguntou sério de aproximando dela.


- Eu estou quebrando a regra Draco. - ela murmurou tentando não encará-lo.


- Eu que estou, você não se encontrou comigo eu quis me encontrar com você porque isso agora Virginia?


- Eu quebrei a outra regra Draco... - ela murmurou saindo correndo da presença dele.


Ele permaneceu ali parado até ter absorvido completamente o que ela tinha dito. Ela estava apaixonada, por ele. Logo ele, não que ele não sentisse nada por ela mas ele não a amava, sentia necessidade de possuir o corpo dela mas nada que levasse a um elo tão grande.


- Ela me ama... - ele murmurou tentando realmente compreender o sentido da frase.


~*~



Como ela podia ter se envolvido tanto com ele e não ter percebido? Na realidade ela tinha percebido, todos os dias que a cada diz que passava a necessidade de estar próxima de Draco aumentava cada vez mais.


Mas porque ela não se sentia feliz? Porque sentia que tinha que ser punida por amá-lo?
Para ela era proibido aquele sentimento. Por ser impossível, a sociedade nunca aceitaria um Weasley e um Malfoy namorando e ainda colocava em risco a existência da sociedade. Isso ela não podia por a perder.


Mas mesmo assim ela ainda vibrava quando lembrava do toque dele com a pele dela e dos beijos dele. Será que ele se sentia da mesma forma em relação a ela?


Aquela era sua principal pergunta. Será que ele também poderia estar apaixonado? E se tivessem como seria? Natasha nunca poderia ficar sabendo, seria perigoso demais. Mesmo que ela gostasse de ter noite de prazer com ambos jamais permitiria arriscar a existência da sociedade.


Virginia afundou ainda mais a cabeça contra o travesseiro. Porque ela tinha que começar a sentir aqueles sentimentos logo por ele? Por ser algo impossível e ao mesmo tempo tão possível? Ela não sabia, queria tirá-lo de seus pensamentos, mas quando fechava os olhos pensava nele e quando os abria pensava em encontrá-lo.


Talvez fosse mais fácil se ela ainda estivesse apaixonada por Harry. Era outro amor que era mais improvável do que o primeiro agora, por que ela cultivava uma raiva e uma vingança por Harry e sentia que só queria usá-lo.


Ela não soube por quanto tempo ficou se martirizando no dormitório. Sabia que naquela hora nada a consolaria a não ser se ele estivesse ali, abraçando-a. Será que era algo tão impossível mesmo?


Eles já eram amantes na cama porque não no amor? O amor tinha que ser puro e Virginia sentia que a pureza já não mais fazia parte de seu espírito o amor que ela sentiu por Harry, matou a parte que acreditava em príncipes encantados e contos de fada. Ela se sentia suja, usava seu corpo para conseguir o que desejava, aprendera aquilo com Draco. Usar as pessoas e dar prazer a elas era a melhor forma de se conseguir o que queria.


Ela tentou parar com aquele sofrimento e se auto satisfazer para esquecer Draco, mas parecia que sua vagina já não sentia prazer ao seu toque. Queria apenas o toque frio das mãos dele. Ela sentia que ele seria o único que podia possuir completamente seu corpo e sua alma.


Aquilo não estava melhorando a confusão da mente dela. Era algo inevitável tentar fugir dele como ela havia feito, ela voltaria a sentir a necessidade do toque do corpo dele e de seus beijos e se renderia a mais uma noite de prazer e quanto a sociedade, ela não se importava que tivesse de sair com tanto que ela pudesse continuar tendo suas aulas com Draco na sala precisa, aquilo era tudo para ela.


~*~



"E eu?" - Draco se perguntava em pensamento andando de volta para o castelo - "Será que a amo?"


Ele nunca soube o que era o amor. Se era desejar sempre o bem para ela e sempre querer ficar próxima dela, então Draco amava Virginia. Ele não sabia quando isso nasceu dentro dele, mas sabia que não poderia ficar sem ver a ruiva ou tocá-la.


O perigo não estava somente em eles estarem, acidentalmente apaixonado, mas sim no fato de que se Natasha ou outros membros da sociedade soubessem eles estariam fora e arriscar um segredo como aquele poderia ser perigoso demais.


Ele se lembrou do primeiro encontro deles a caminho da biblioteca, na realidade ele foi quem deu o encontrão nela, queria irritá-la queria provocar a infelicidade de alguém naquele dia mas nunca pensou que depois daquele incidente fosse se envolver tanto com ela.


Mesmo que ela quisesse provar que não era inocente, de certa forma era. Seus toques em Draco eram tão gentis e cálidos que ela sempre que o beijava ou o tocava fazia-o sem machucá-lo. Quando seu desejo não era mais forte que ela.


Ela estava confusa ele diria, ele também estava. Afinal de contas, eles ainda eram uma Weasley e um Malfoy e isto não seria aceito em nenhuma das duas sociedades. Então o que eles fariam? Se havia algo que podia ser feito?


Virginia deixara de almoçar naquele dia e quando saiu da Torre da Grifinória viu que as carruagens já deixavam o território do castelo. "Ele deve estar lá" - ela pensou inquieta se dirigindo para o salão principal.


No entanto, ele também não havia ido para Hogsmeade e o castelo se encontrava vazio, seria perfeito para ambos se encontrarem e dizerem o que tinha que ser dito.


- Virginia. - ele murmurou chamando-a.


Ela parou instantaneamente e se virou. Começou a encará-lo como se nada houvesse sido dito anteriormente mas era completamente impossível.


- Se você quiser acabar com tudo, para mim tudo bem... - ela falou fitando o chão agora.


- Quem te disse que eu desejaria isso? - ele perguntou-a aproximando-se.


- Eu acho que conclui, eu sei que tem todo o direito de não corresponder ao que eu sinto e eu não me importo, no entanto acho que não poderia viver sem você... - ela murmurou ainda fitando o chão.


Ele se aproximou ainda mais dela e levantou seu rosto segurando seu queixo. Notava que os olhos dela estavam com lágrimas, no entanto ela dizia a verdade. Ela o amava, ele podia enxergar a ternura no olhar dela.


- Eu acho que nós dois quebramos essa regra Virginia. - ele disse encarando-a - Eu não sei se te amo, mas sinto que não posso mais negar que necessito de sua presença.


Os olhos dela se encheram de alegria e esperança. Ela parecia não estar acreditando no que ele tinha acabado de dizer. Ele gostava dela, tanto que necessitava da presença dela.


Gina não agüentou mais esperar e o beijou apaixonadamente. Ela o beijava querendo sempre mais e mais aprofundando o beijo, bagunçando os cabelos de Draco querendo despi-lo ali mesmo, mas ela tinha que se conter, alguém poderia vê-los. Quando ela parou o beijo viu que ele tinha ficado sem fôlego.


Ela sorriu e o abraçou como sempre desejou fazer mas nunca teve coragem. Achava que aquele abraço era uma forma dela sempre estar ali perto dele, que eles nunca fossem se separar.


- Virginia. - ele murmurou apertando-a contra seu corpo - Eu acho que te amo.


Ela saiu do abraço e o encarou sorrindo e disse:


- Então eu acho que somos dois. - ela murmurou sensualmente beijando seus lábios depois.


Depois de muitos beijos e abraços naquele corredor deserto, eles vão correndo sorrindo para a sala precisa ali eles se rendem a uma tarde de prazer.


Virginia estava de pé retirando suas roupas enquanto Draco a esperava deitado na cama. Ela retirou sua blusa e depois sua calça, ficando de calcinha e sutiã. Ela se aproximou dele e murmurou:


- Eu quero que você me ame como se fosse a primeira vez. - ela sussurrou no ouvido dele - E depois eu serei completamente sua.


Draco atendeu os desejos mais infantis de Virginia naquela tarde. A amou como se ela fosse uma criança buscando apenas o amor e as caricias de um homem e naquela tarde acima de tudo, eles foram apenas um casal apaixonado.


Ele beijava toda a pele dela, desde seus dedos até sua testa, passava suas mãos suavemente pelas coxas dela fazendo-a arder de paixão. Ele beijou os seios dela mas com doçura e amor como se ela ainda fosse virgem e ele apenas quisesse fazê-la sentir prazer.


Gina murmurava baixinho o nome dele e dizia sempre para que ele não parasse, ela estava amando aquele momento mais do que tudo em sua vida. Ele penetrava ela como se nunca tivesse feito isso antes, era um gesto tão profundo que ela sentiu que toda sua vida valia aquele momento que estava tendo com ele.


Ela suava e o beijava na nuca sempre passando suas mãos pelas costas dele. No fim, quando ele a invadiu por completo, ela o abraçou e eles ficaram daquela forma por muito tempo. Como se fosse um só corpo, eles dormiram ali, unidos como duas almas gêmeas inseparáveis.


~*~


Os alunos retornaram a Hogwarts por volta das seis horas da tarde e nesse horário enquanto Virginia e Draco estavam dormindo na sala precisa, Harry estava com uma incontrolável vontade de reencontrar a ruiva e beijá-la como da outra noite.


- Rony. - Harry chamou o amigo encontrando-o no salão comunal - Você viu a Gina hoje?


- Não Harry. - respondeu o amigo estranhando a repentina pergunta - Porque?


- Ah Hermione estava procurando-a disse que tinha que falar algo sobre a peça que será apresentada no dia das bruxas. - Harry disse escondendo a verdadeira razão de procurá-la.


- Ah sim. Mione me disse que Gina foi chamada para interpretar a personagem principal da peça. - ele comentou distraído comendo os sapos de chocolate que havia comprado em Hogsmeade.


Naquele exato momento, eles observaram Gina entrando no salão comunal com um belo sorriso nos lábios e Rony não exitou em chamá-la.


- Oi Rony. - Gina falou sentando-se no sofá ao seu lado. - Olá Harry.


- Parece que Hermione esteve te procurando Gina, ela queria te falar sobre a peça do dia das bruxas. - Rony disse enquanto comia mais um sapo de chocolate.


- Interessante. - ela murmurou olhando de esguelha para Harry - Pode me adiantar alguma coisa Rony?


- Bem eu acho que Mione adoraria dizer pessoalmente.


- Olha, ela está vindo. - murmurou Harry observando Hermione vir em direção a eles.


Gina encarou Hermione com um sorriso nos lábios sabia que a garota não se lembrava absolutamente de nada do que havia acontecido na noite anterior, aquelas pílulas que Gina havia dado para Hermione eram alucinógenos que fariam com que ela pensasse que tudo tinha sido um sonho.


- Oi Gina. - Hermione falou sentando-se na frente da menina - Bem eu tenho novidades para você. Como você deve saber, eu sou uma das coordenadoras da peça do dia das bruxas, depois de alguns votos para a personagem principal, você foi a escolhida.


- Eu? - Gina exclamou surpresa - Mas como assim eu não coloquei meu nome em nada para votar.


- Bem, - Hermione continuou - foi o Rony que colocou ele achava que você tinha que participar de algum evento da escola, nada melhor do que uma peça não acha?


- Claro, mas eu nunca vi uma peça na vida e nem sei interpretar. - ela começou a dizer para Hermione - E eu nem sei a história.


- Não precisa se preocupar. - Hermione a acalmou - A história da peça não é tão difícil e seu personagem também não, no entanto você terá que contracenar com alguém um tanto quanto desagradável.


- Quem? - Virginia perguntou curiosa.


- Draco Malfoy, ele foi o escolhido para o papel do galã da história.


Gina quis rir de tanta felicidade, agora ela seria "obrigada" a contracenar uma cena com Draco, era muito bom para ser verdade. Para não rir ela começou a tossir, como tivesse se engasgado.


- É Gi... Bem triste - Rony comentou ajudando a irmã a parar de tossir.


- Ah não se preocupem - ela murmurou depois de inspirar um ar - Eu saberei como lidar com o Malfoy.


- Bem, se não souber é só chamar Harry ou eu. - Rony disse encostando um braço em Harry do seu lado esquerdo.


- Eu me lembrarei de chamá-los. - ela murmurou encarando Harry por um breve minuto - Agora eu tenho que fazer umas coisas, até mais.


Ela subiu as escadas para o dormitório, tinha muito que escrever em seu diário sobre aquele dia e sabia que muito em breve Harry iria querer tocá-la novamente, só que dessa vez ela não teria tanta certeza em deixá-lo fazer isso.



NOTA DA AUTORA: Olá leitores, obrigada pelos comentários, muito obrigado mesmo. Esse capítulo como puderam reparar não teve muitas cenas “picantes” porque eu queria deixar que os sentimentos sobressaíssem mais. Mas aposto que vocês não imaginaram que os dois fossem participar da peça, né?
Bem, só para deixá-los curiosos vou revelar o nome do próximo episódio: “Chantagem” agora quem vai chantagiar quem, eu deixo vocês imaginarem.






Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.