Capítulo Único 2007-08-19 Por Miss Laura Padfoot For You I Will O céu estava cinzento, um cinza que apenas alguns poucos flocos de neve ousavam quebrar. A neve ainda não cobrira totalmente a grama dos jardins, mas era possível ver que esta já estava congelada, o lago aos poucos também congelava, por enquanto, possuía apenas uma fina camada de gelo. Foi neste dia cinzento que reparou nela pela primeira vez: cabelos negros como uma noite sem lua, os olhos entre o dourado e o castanho, contrastando com o alvo da pele macia dela, bochechas levemente rosadas e boca de um natural vermelho carmesim. Como nunca reparara nela antes? A garota, encostada numa árvore, lia um livro atenciosamente. Seu rosto era quase como um quadro do que sentia no momento, agora particularmente estava um pouco aflita, mordia o lábio inferior suavemente, um gesto simples, mas que o arrepiou de forma que ninguém nunca havia conseguido. Ousou descer os olhos para observar o corpo da menina. Ela estava agasalhada, usava um blusão preto, cachecol vermelho e calça jeans escura. Estava realmente linda, mas não foi isso que lhe chamou a atenção, e sim o fato dela estar descalça neste frio, nem ao menos calçava meias, fazendo com que os pés ficassem levemente azulados. A menina, até então concentrada no livro, levantou os olhos deste, acabando por encarar os olhos do rapaz. O rapaz acabou por se deixar desenhar um sorriso nos lábios rosados, revelando os dentes brancos e perfeitos, um sorriso que conseguia ao mesmo tempo ser maroto e tímido, contrastando fortemente com o cinza dos olhos, olhos que por mais que o rapaz estivesse feliz sempre seriam amargos, marcados pela dura infância que tivera, a pele era clara, os cabelos lisos e negros caindo com elegância sobre os olhos-cinza. Os dois ficaram a se olhar, por quanto tempo nenhum dos dois sabe dizes ao certo, só sabem que quem quebrou o contato visual foi a garota ao se levantar da onde estava sentada. Ela pôs se a andar para o castelo, passou ao lado rapaz como se o contato nunca tivesse existido, o garoto não compreendeu o que acontecera de fato, afinal, ele era Sirius Black! Ele era um dos garotos mais populares de toda Hogwarts, poucas foram as garotas que tiveram o privilégio de ficar com ele, como aquela garota, após o olhar que eles tiveram pôde simplesmente ignora-lo, como se ele fosse apenas mais um qualquer? Mais um qualquer... Isso ecoou na mente de Sirius, será que ele era apenas mais um qualquer? Sirius passou a observar a garota atentamente, mesmo que não percebesse e não tivesse intenção. No mesmo dia descobriu que ela se chamava Marlene McKinnon e que estava na mesma casa e ano que ele, na Grifinória e sétimo ano, descobriu que ela e Lily Evans, a namorada de seu melhor amigo, James Potter, não se davam bem por algum motivo bobo, que não se deu o trabalho de saber. Aos poucos Sirius foi se tornando um verdadeiro especialista na arte de observar Marlene, inconscientemente, mas se tornara: já sabia como ela dispunha a comida no prato, que horas ela saía para tomar café, que horas ela ia estudar para os N. I. E. M’s, que horas ia dormir... Já sabia que se algo a afligia ela mordia o lábio inferior, se estava entediada enrolava o cabelo no dedo, se estava feliz ela simplesmente não conseguia parar de sorrir (como ele gostaria de vê-la sorrindo um dia para ele)... Se estava triste ela chorava, chorava até não ter mais lágrimas (ele gostaria de poder reconfortá-la nessas horas, poder abraçá-la e dizer que tudo iria ficar bem). Apesar de Sirius sempre estar a observar Marlene, o próximo contato mais próximo deles demorou dois meses. Era meio de Novembro, e ambos jantavam na mesa da Grifinória, murmúrios, como sempre, eram escutados, Os Marotos, grupo o qual Sirius fazia parte, tentavam bolar mais algum plano mirabolante envolvendo Severus Snape, a Lula Gigante e alguns elfos domésticos sobre os protestos indignados de Lily, que não gostava das brincadeiras dos garotos com o seu amigo. Sirius dividia a sua concentração entre observar a garota e ao plano, absorvia cada palavra que os amigos falavam, mas os olhos sempre estavam de soslaio mirando Marlene que comia calmamente uma torta de frutas vermelhas. O rapaz acompanhava o trajeto da colher do prato a boca carmesim de Marlene, ficava extasiado com os movimentos da garota, quando ela colocava uma mecha do cabelo atrás da orelha ou quando ela colocava a pequena língua rosada para buscar algum pedaço da torta que caíra da sua boca, gestos extremamente singelos, mas que ao mesmo tempo pareciam ser calculados para provocá-lo ao máximo. Os outros Marotos pararam de discutir o plano para ver o porquê de Sirius estar tão ‘avoado’, ou quem sabe a palavra certe seria mesmo ‘bobo’. Os meninos viram Marlene e não conseguiram disfarçar o sorriso. Sirius ao perceber que os amigos pararam de falar, tirou os olhos de Marlene e os encarou com uma das sobrancelhas levantadas, os outros Marotos apenas começaram a rir, acabando por chamar a atenção de Marlene, que encarou o grupo com curiosidade. Sirius balançou a cabeça e se virou para olhar Marlene, para sua surpresa, as duas orbes douradas estavam postas sobre si, e ela sorria, sorria para ele. Ele quase que por instinto levantou as sobrancelhas para ver se ela queria algo. Marlene sentiu as bochechas queimarem e o coração disparar assim que viu as sobrancelhas levantadas, o que ela iria dizer agora? - Nada, não. – Ela disse, se levantando e saindo do salão principal. Sirius abriu um sorriso ao ouvir pela primeira vez a voz dela, elas faziam bem aos seus ouvidos, era uma voz macia, por assim dizer. Uma voz que ele ansiava ouvir mais vezes. Marlene caminhava para a torre da Grifinória com os pensamentos a mil. “Nada não”... Isso soara tão patético quanto parecia ou era apenas impressão? Mais duas semanas se passaram, e Sirius tentava ao máximo ouvir a voz de Marlene, mas a menina parecia evitar freqüentar os mesmo lugares que eles, fazendo ele ser obrigado a segui-la por debaixo da capa de invisibilidade de James, isso estava virando uma obsessão. A cada dia aprendia mais sobre ela, sabia que as melhores amigas dela eram Emmeline Vance e Dorcas Meadowes, ela sempre andava com as duas garotas, a lealdade daquele trio era incrível, uma defendia a outra, mas Marlene era quem se destacava, ela atacava os adversários com palavras, e aquelas palavras conseguiam ferir mais do que uma maldição imperdoável. Tivera o prazer ou o desprazer de presenciar um destes ocorrido, um Sonserino do sexto ano chamado Gustavo Mials chamara Emmeline de sangue-ruim, Emmeline não havia ligado para o comentário, mas Marlene havia, e não deixaria que a amiga levasse desaforo para a “casa”. - Retire o que disse, Mials. – Ela disse com uma voz fria, bem diferente da macia que o rapaz havia ouvido. - E por que eu retiraria, McKinnon? – O garoto perguntou com o ar superior que achava que tinha. - Porque eu estou mandando, acho que esse é um ótimo motivo. – Ela disse e no ótimo foi possível perceber sua impaciência. - Não vejo, porque eu deveria obedecer a uma traidora do sangue como você! – Disse o garoto com uma cara de nojo típica dos sonserinos. Sirius começou a caminhar na direção do garoto para desferir-lhe um belo de um soco, mas fora impedido por uma mão, Lily havia o parado e feito um gesto para que esperasse para ver o que acontecia. - Uma traidora do sangue como você! – Imitou Marlene com uma voz fina – Sou traidora do sangue e com muito orgulho! Se olha no espelho dá próxima vez que for dirigir a palavra a uma amiga minha ou a mim! Nós não queremos que a escória com mania de superioridade infantil comece a falar uma série de lamúrias intermináveis e sem sentido em nossos aparelhos auditivos, pois de certo que não gostamos de perder o nosso tempo com a ralé e assim procuramos ignorá-la, mas quando a ralé passa dos limites, nós temos que revidar, fazendo um discurso desnecessário como esse, para colocar a maldita da ralé no lugar dela, muitas vezes temos que falar como se eles fossem o bando de retardados que são e começamos a fa-lar pau-as-da-men-te, pa-ra ver se des-sa for-ma eles nos en-tem-dem me-lhor, mas como percebemos que isso não adiante, voltamos a falar normalmente, com falsas esperanças de que assim eles nos entendam... - Do que você está falando, sua demente? – Perguntou Mials. - Mas como sabemos que eles não vão nos entender, ignoramos eventuais interrupções, e como uma palavra não penetra na cabecinha deles, usamos meios trouxas, fazendo penetrar na cabecinha deles um belo soco! Terminado o discurso, Marlene, deu um soco no menino, e com um barulho abafado o nariz do garoto se quebrou e começou a sangrar. - Uau! – Foi a única coisa que conseguiu dizer antes de Lily começar a dispersar a multidão e dar uma detenção à Marlene. A garota deu nos ombros não ligando para a detenção, então ela olhou para os lados e o viu. Ele a olhava impressionado com a boca ligeiramente aberta, mas ele rapidamente fez questão de fechá-la para dar um belo sorriso. Ela tentou ignorar o coração acelerando e as mãos suando, se virou e começou a volta à torre com as amigas. Como alguém como ele poderia ter este efeito com ela? Ele era Sirius Black, ele não se importava com ninguém exceto ele próprio... Ele era capaz de golpear qualquer um. Mas não era isso que ela havia feito? Não havia desferido um golpe no Sonserino? Ela não preferira começar um discurso idiota e lhe dar um soco? Por que agora tudo lhe parecia ser tão bobo e infantil? Depois deste dia em que recebera o olhar de admiração de Sirius Black, este pareceu freqüentar a sua mente com mais freqüência, não que ele já não a freqüentasse antes, mas agora a quantidade de vezes que se pegava pensando nele era assustadora, conseguia relacionar qualquer coisa ao rapaz, e isso a deixava frustrada. Aos poucos foi se tornando mais sensível à presença deste. Agora já sentia quando os olhos dele a observavam mesmo estando de costas, já sentia o perfume que ele emanava... Foi numa madrugada de sexta-feira, que não conseguiu parar de pensar nele. Acordou no meio da noite e viu o livro que lera na primeira vez que realmente reparara nele, o quarto já estava a sufocando, as paredes pareciam gritar o nome dele. Vestiu um robe vermelho com bolinhas pretas, por cima do pijama de calça vermelha e blusinha preta, calçou pantufas de pé de monstro e desceu as escadas. Ao chegar ao Salão Comunal, o viu conversando com James Potter, ambos não pareceram notar a sua presença e agradecendo aos céus saiu do salão. Depois de andar uns cinco minutos chegou aos Jardins A neve já estava com vinte centímetros de altura, tirou as pantufas e pisou na neve gelada. Podia parecer loucura, mas amava sentir o gelado da neve nos seus pés, começou a caminhar e olhou para o céu, nenhuma estrela, apenas nuvens cinzentas, era um céu amargo, cinzento e amargo como os olhos de Sirius Black, esse pensamento a fez por a pantufa e voltar para o castelo. Andou por toda Hogwarts, tomando cuidado apenas para não ser pega por um professor, monitor ou Filch. Somente quando eram três horas da manhã entrou no salão comunal, aos resmungos da Mulher Gorda, por tê-la acordada. Quando se virou, viu Sirius Black sentado em uma poltrona olhando diretamente para ela. Marlene sentiu o coração acelerar, não era para ele estar ali, principalmente quando ela está tentando não pensar nele, já estava por subir as escadas quando sentiu a mão dele encostada em seu braço, ele não precisou pegar no braço dela, o simples toque já a arrepiara e a paralisara. Ela se virou calmamente e olhos dourados se encontraram com os cinzas. - Onde você estava? – Ele perguntou, mas não deixando mostrar preocupação. - Só estava andando por aí... – Ela disse estranhando a pergunta. - Estava com um ga... Bom... Você sabe... Estava com alguma outra pessoa? – Sirius perguntou receoso sentindo o coração acelerar por alguma razão. - Não... Eu estava sozinha. – Ela disse para depois voltar a subir as escadas. Dessa vez, no entanto, Sirius pegara em seu braço a puxando de volta, Marlene quase caiu, mas Sirius a impediu de cair a envolvendo em seus braços. - Desculpa. – Ele disse um pouco sem graça. - Tudo bem... – Respondeu Marlene. Sirius olhou bem fundo nos olhos da garota e lhe deu um forte abraço, primeiramente Marlene ficara surpresa, mas depois correspondeu o abraço. A garota sentiu o coração de Sirius bater mais rápido, e quase como de propósito o seu fez o mesmo. Sirius afrouxou o abraço lentamente para poder olhar novamente nos olhos de Marlene, a garota levantou os olhos para encará-lo melhor. Sirius se aproximou lentamente de Marlene, estava há um pouco menos de cinco centímetros de distancia quando a garota fechou os olhos, e Sirius pousou delicadamente os lábios na testa da garota. Na noite do dia seguinte Marlene não conseguia dormir, não conseguia parar de pensar no beijo que Sirius lhe dera, o beijo fora depositado em sua testa, mas ainda assim fora um beijo de Sirius Black. Estava parada olhando as estrelas pela janela do salão comunal, a neve ainda não havia derretido e o céu já não lhe lembrava mais os olhos de Sirius. Marlene insistia em bater os dedos em um ritmo incomum na janela, no entanto algo fez com que parasse de o fazer, sentiu um perfume forte, era o perfume dele, tinha certeza, era um Calvin Klein. Logo em seguida sentiu dois braços fortes a envolvendo por trás, os braços dele a aconchegavam em um abraço, que lhe arrepiou até o último pelo da nuca. Sirius fez Marlene se virar e olhou no fundo dos olhos desta. A garota fez o mesmo. Ambos ficaram assim por um tempo, tentando extrair o máximo de informações que conseguiam um do outro. Sirius aproximou seu rosto ao de Marlene e lhe selou os lábios, Sirius pediu passagem com a língua e Marlene logo cedeu, Sirius para aprofundar o beijo colocou umas de suas mãos na nuca de Marlene, fazendo com que esta tivesse que ficar na ponta dos pés. Foi assim que se deu início a um dos casais mais belos de Hogwarts, se não o mais belo. N/B: Sério. Laura e Aline, eu só leio as S/M de voces duas. Sabem por quê? PORQUE SAO PERFEITAS! Principalmente as suas, Lau! Caaaara. A respota que a Lene deu pro Sonserino foi... UAAAAU! Amei essa fic! Tá fofa! N/Nine: Ai, que amor a fic ta, né não? Ficou uma perfeição, eu nem acredito que ganhei ela de presente de amigo não-secreto. Pois é, eu ganhei, vocês não. X: Continuando, o shipper mais perfeito do universo conseguiu ficar mais perfeito ainda nas mãos da Lau. Resumindo novamente: PERFEIÇÃO N/A: Então... Esse foi o presentinho da Nine! Uma S/M, porque a Nine nem gostas de S/M... Até parece... Cof... Cof... Espero que vocês tenham gostado e que a fic não tenha ficado clichê ^^... Por favor, comentem, porque é de graça... E se comentarem vão deixar uma pessoa feliz (quantas pessoas vocês podem fazer felizes no dia com pequenos gestos? Muitas! Com pequenos gestos podemos mudar o mundo!)... Eu não sei mais o que falar... Por isso... Bejinhus a todos, que leram a fic e que tiveram a paciência de ler todos esses N’s =P. Compartilhe! anúncio Comentários (0) Não há comentários. 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