Prólogo
Quando vi aqueles olhos vermelhos me focalizarem com tanto ódio estampado neles, eu soube que não escaparia dali viva. Meu corpo todo estava tremendo e eu não conseguia movimentar minhas pernas - era como se elas estivessem amarradas por cordas.
Ele ia se aproximando de mim com lentidão, como se quisesse manter um clima de suspense. Em outras circunstâncias, eu certamente estaria rindo daquela expressão de concentração exagerada - aquela típica careta de sobrancelhas cerradas e boca fazendo bico - mas era sério.
Desviei meu olhar de seu rosto e vasculhei ao redor - estava tudo negro. Eu não sabia o que fazer... Os passos estavam se aproximando cada vez mais - e cada passo que ele dava era mais um passo próximo de minha morte. Quando ele parou bem em minha frente e virou meu rosto de lado, deixando minha orelha colada ao ombro, ele lambeu meu pescoço, deixando um rastro de saliva que queimou em minha pele.
Minha tremedeira era incontrolável... E eu sabia que, quando ele abrisse a boca e mostrasse seus caninos afiados... Eu nunca mais veria a luz.
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