O Reencontro

Hermione estava andando pelas ruas, desgovernada. Estava pensando nos acontecimentos do dia; tudo tinha sido tão rápido. Lembrara-se de Ron o dia inteiro, recebera uma carta de Gina, brigara com Robert e agora havia saído de casa. Definitivamente aquele dia tinha tido informações demais para ela. Sentou-se em um balanço em um parquinho por onde passava e colocou o malão do lado. Levou as mãos até o rosto e respirou fundo o ar gelado da noite. Tinha que se concentrar, não podia chorar...

Tarde demais - quando reparou, seu rosto estava embebedado em lágrimas e sua respiração se confundia com os soluços “Merlin! Será que eu só escolho os homens errados?” - ela pensou enquanto chorava; Robert e Ron não eram diferentes... Ambos haviam magoado Hermione de uma forma colossal... Era bem verdade que com Robert doera menos... Talvez por que ela já tinha aprendido a lição com Ron... Ou talvez por que ela não conseguia esquecer Ron - e olha que ela tentava. Olhou o colar em seu pescoço mais uma vez: a estrela brilhava forte, o que fez a dor da garota aumentar, assim como o choro. Ela não podia amar Ron...

Ela olhou para a rua e viu alguns garotos vindo ao longe, todos vestidos de preto... Ela não podia ficar ali por muito tempo; mesmo que tivesse varinha não poderia usa-la contra os trouxas – essa era uma lei pessoal, que Hermione não transgredia... Eles não podiam se defender de magia.

Para onde ela iria? O Caldeirão Furado pareceu solitário demais, a Toca com gente demais. A casa de seus pais estava fora de cogitação, eles estavam morando na França. Decidiu ir para o Largo Grimmauld – Gina e Harry com certeza a receberiam bem e eles eram os melhores amigos que ela tinha na vida. Levantou-se do balanço a tempo de ouvir um dos garotos dizendo:

_Olha aquela ali, parece gostosa!

_É! – os outros concordaram em uníssono.

_Vamos lá! – um outro garoto disse.

Hermione saiu correndo, com medo do que poderia ocorrer. Entrou em um beco escuro e ouviu os garotos dizerem alto na rua:

_Que idiota, foi pro beco! – e então, ela aparatou, deixando-os para trás, provavelmente sem entender como sumira.

Hermione estava na frente do número 12 que, para ela, não era invisível. Estava ofegante e assustada “Era só o que me faltava” - pensou, triste. Estendeu a mão e tocou a campainha da casa de Gina e quando a porta se abriu, Gina não olhou diretamente para Hermione que estava lá, tremendo; ela olhava para dentro da casa, gritando:

_Harry! HARRY! O James está usando a pata de trasgo como mordedor de novo! Eu estou abrindo a porta, você pode fazer o favor de vir aqui e pegar o seu filho? – ela finalmente olhou para o lado de fora e viu Hermione. Então, gritou – MIONE? Mas... O que...? – ela olhou a mala da amiga e correu para abraça-la. – Entre! Venha... – e conduziu a amiga para o interior da casa. – Que aconteceu? Por que essa mala? O que houve com seu rosto? Por que você está com essa cara assustada? – Gina perguntava tudo de uma vez, o que deixou Hermione confusa.

_Calma Gin. Eu te explico tudo... Mas eu... Eu... Eu preciso passar a noite em algum lugar e... Sabe...

_Você vai ficar aqui e não quero um não como resposta! – disse a garota, sorrindo. Hermione apenas sorriu de volta: sabia que a amiga entenderia o agradecimento silencioso. – Vou levar o seu malão lá em cima e quando eu descer você vai me contar tudo!

_Gina, quem é? – Harry vinha perguntando da porta da cozinha com James no colo. – MIONE? – ele gritou, vendo a amiga parada ali perto da escada. – O que? – e ele entregou James à esposa, abraçando a amiga. – O que aconteceu?

_Eu ia explicar isso para Gina agora – ela disse, sorrindo. Era incrível como Harry e Gina conseguiam acabar com a tristeza de Hermione. – Mas antes disso me deixem pegar o meu afilhado no colo um pouco! – e ela tomou James do colo de Gina, beijando-lhe o rosto.

_Vou levar suas malas para o quarto – disse Harry, sorrindo.

_Obrigada, Harry.

Ela viu o garoto começar a subir as escadas e Gina a encarando preocupada. Ela sorriu para a amiga e disse:

_Calma, Gin... Não foi nada demais... Só uma... Briga de casal. – Gina continuava com a mesma expressão e começou a dizer:

_Mione, o problema é que o...

_Gina? – uma voz que fez os cabelos da nuca de Hermione se arrepiarem chamou da escada – Onde estão as toalhas de... Mione? – Ronald Weasley estava ali, parado na escada, olhando para ela. Ele estava apenas de calças e com o cabelo molhado – provavelmente tinha acabado de sair do banho.

_Oi, erm... Ronald. – ela respondeu. Hermione observava o garoto, embasbacada. Ele tinha mudado muito em três anos: seu abdômen estava incrivelmente definido – mas ela não podia pensar aquele tipo de coisas; não com ele. Gina disse:

_Ron, você está seminu, pode ficar doente. – era uma fala típica da Sra. Weasley, mas Hermione sabia que a amiga tinha um motivo pra dizer aquilo: sabia que Hermione ainda amava Ron e que estava morrendo por vê-lo vestido daquele jeito. Ele respondeu simplesmente:

_Não me importo. – desceu as escadas sem tirar os olhos dos de Hermione por um segundo sequer. Ele tomou James do colo da garota e entregou a Gina, que assistia a cena com qualquer coisa de medo na expressão; Hermione estava pensando desesperadamente: “Não me abrace, não me abrace, não me abrace”...

Para Hermione tudo pareceu ocorrer em câmera lenta: após entregar o bebê para Gina, Ron virou-se para a garota que estava ali, petrificada, e a envolveu em um abraço reconfortante. “Incrível” - ela pensou - “Mesmo após tanto tempo ainda nos encaixamos perfeitamente.” Ela não sabia, mas o garoto estava pensando a mesma coisa. Encostou um pouco mais a cabeça no peitoral do garoto, aninhando-se ali, sentindo-se protegida de novo; respirou fundo e o cheiro de Ron invadiu suas narinas e seu cérebro, fazendo-a perder o equilíbrio por um momento. Ele perguntou:

_Mione, está tudo bem? – ela apenas assentiu com a cabeça, sem sair do abraço do garoto, sentindo-se perdida naquele cheiro, naquela pele, naquele homem. Deixando-se levar pelo sentimento, ela tirou uma mão que envolvia o garoto e levou-a até o ombro dele, deixando-a chegar até o pescoço, onde sentiu algo gelado; ela abriu os olhos e se afastou dele, encarando a corrente prateada em seu pescoço: o anel que ele havia dado para ela no dia em que a pediu em casamento estava ali, pendurado, brilhando. De repente, ela voltou a realidade e se lembrou a razão pela qual aquele anel não estava em seu dedo.

Hermione encarou Ron nos olhos, as mãos dadas, no altar. Harry falava algumas palavras:

_E eu me sinto extremamente orgulhoso de poder ser o mestre de cerimônia dos dois melhores amigos que eu poderia ter ou sonhar em ter. Quem diria que depois de tantas aventuras e brigas vocês acabariam se casando? – Harry tinha lágrimas nos olhos e Hermione sorriu para ele - No fim o feitiço ‘Sol, margaridas, amarelo-maduro’ teve efeito, ainda que tardio. – ele sorriu para o casal à sua frente com ternura. – Espero que vocês possam ser eternamente felizes e que Merlin os proteja sempre. É no amor verdadeiro que encontramos quem realmente somos e assim como eu encontrei – ele lançou um olhar à Gina, que chorava muito também – vocês se encontraram. Agora, vamos ao feitiço e aos votos. Hermione Jane Granger e Ronald Billius Weasley, vocês aceitam-se como marido e mulher, – disse, apontando a varinha para as mãos entrelaçadas do casal – jurando amor e respeito eterno?

_Juro. – respondeu Hermione, as lágrimas rolando por todo o rosto.

_Não. – disse Ron. Hermione encarou o noivo, espantada: que tipo de brincadeira era aquela?

Hermione pareceu acordar de um pesadelo, com Gina chamando:

_Mione? Mione vamos conversar na cozinha? – ela estava descendo as escadas sem James no colo e com as mãos nas de Harry. Hermione, que não tinha visto a amiga sair, assentiu e não encarou Ron de novo. Os quatro foram até a cozinha, que agora não era mais escura e sombria, mas colorida e convidativa. Foi Harry quem perguntou:

_Que aconteceu, Mione?

Ela contou toda sua história: que estava cansada de Robert, que ele não a deixava trabalhar (aqui Gina soltou um “Não acredito!”), que ela não conseguia ter filhos, que eles haviam brigado por causa da festinha de James, que ela havia saído de casa porque estava cansada, dos garotos que a perseguiram na rua. Ela omitiu tudo relacionado a Ron e ao tapa. Os outros três ficaram em silêncio um minuto e então Gina perguntou:

_E essa marca em seu rosto, o que é?

_Nada... Eu... Caí enquanto corria dos garotos. – ela mentiu, desconcertada. Ron pareceu ter percebido a mentira, pois perguntou:

_Hermione, aquele babaca te bateu? – seu tom de voz era baixo; parecia que tinham acabado de lhe contar algo que não era possível ocorrer, talvez o retorno de Voldemort.

_Não, não... Ele não... Me bateu – ela hesitou. Ron pareceu perceber de novo "Por que ele tem de me conhecer tão bem?" ela se perguntou, quando ele levantou dando um soco na mesa e gritando:

_Eu vou matar aquele desgraçado! Como ele se atreveu a fazer algo assim com você? Como ele pôde te machucar assim?

_Talvez da mesma forma que você. – ela respondeu, os olhos flamejando na direção do garoto. – O tapa dele doeu tanto quanto, ou até menos, que o seu ‘não’ no altar. – ela estava começando a sentir a mesma raiva que sentira no dia do casamento, tudo por causa das lembranças.

Ron parecia ter levado um soco forte no rosto. Ele começou a dizer:

_Hermione, eu não...

_Não se justifique, Ronald. Eu já te dei essa oportunidade e você não aproveitou.

_Mione, eu não posso te contar o que aconteceu.

_Provavelmente não. Com certeza foi muito melhor ter me magoado.

_Mione, eu...

_Ronald, eu não quero pensar nisso, ok? Nossa história já acabou de qualquer maneira.

Ron lançou um olhar ao colar que jazia pendurado no pescoço da garota e depois olhou nos olhos dela. Ela – assim como ele – sabia que não tinha acabado, mas preferia acreditar que tudo estava bem enterrado em algum lugar do passado. Hermione sentiu o rosto esquentar e lágrimas salpicarem o canto de seus olhos; ia chorar de novo, e o pior, ia chorar na frente de Ron. Gina, como se lesse o pensamento da garota, se levantou, contornou a mesa e a abraçou. Lançou um olhar furioso ao irmão e disse:

_Mione, venha se deitar. Você deve estar se sentindo péssima.

Hermione se levantou e as duas saíram da cozinha. Gina a conduziu até o antigo quarto de Régulos, que estava totalmente redecorado: as paredes estavam pintadas de lilás e havia uma cama grande encostada na parede, entre um criado mudo e um guarda roupas não muito grande. Gina entregou uma toalha de banho à amiga e disse:

_Se você quiser tomar um banho, Mione... Sabe onde fica o banheiro... E não se abale com o Ron... Ele é o pior idiota que pode existir; vou manda-lo para a Toca ainda hoje.

_Não precisa, Gin. Eu não vou ficar aqui por muito tempo de qualquer forma... Ele... Está morando aqui com vocês? O que houve com o apartamento dele?

_Ele vendeu. Está de mudança para Paris... Vai em algumas semanas.

Apesar de tudo, o estômago de Hermione afundou. Uma lágrima finalmente caiu e secou rapidamente, como se não tivesse vindo a tona. Ela só conseguiu repetir três palavras que a amiga tinha dito:

_Mudança para... Paris?

_Sim. Proposta de trabalho. E... – a garota hesitou um momento, mas sob o olhar questionador e inquisidor Hermione, disse finalmente: - Ele vai se casar, Mione.

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N/A:

Oi, Genteeeeeee!
Postei rápido! Esses três capítulos eu já tinha aqui, prontinhos então pude atualizar rápido... Quero ver agora se eu vou conseguir escrever tão rápido de novo! :O

Queria agradecer demaaaaaaais a todos que leram, a todos que votaram e a todos que comentaram :D To muuuuuuito feliz, de verdade!

Um agradecimento especial hoje pra Juh Berblack, que fez a capa da fic, tão linda! (A Juh é uma das melhores capistaaaaaas que têm! - falei hein! :D)

Obrigada, obrigada e obrigada por comentarem:

Edn: Nossa, que bom que você quer que continue! Já postei o terceiro, espero que goste de novo! =] Continue lendo e comentando, hein?! xD Tanto as coisas boas quanto as ruins! xD A Mione não estuporou ele, mas ele ainda vai voltar e quem sabe ela não faça isso depois? xP~

eduarda pirini pedro: Atualização rapidinha, vai! Atualizei pq já li e reli o capítulo e achei que já tava bom pra postar, afinal.. Pra que ficar com ele pronto aqui no PC?! XP~ Espero que goste desse capítulo! Obrigada por ler! ;D

Alessandra: Mew, que bom que achou a fic perfeita @.@ Não acho que seja perfeita, mas gosto dela *-* O reencontro então :O Espero não ter decepcionado! Continue comentando hein!? xD

Ana Fuchs: Meeeeeew, muuuuito obrigada mesmo pelo comentário @.@ Espero que não tenha decepcionado! :D Que bom que sua atenção ficou presa, a minha tambem ficou super presa na sua, por isso peço aqui, ATUALIZAAA! AUShasuASHUAShASUshA A festa ainda não aconteceu, mas o reecontro sim, né? Espero que tenha gostado, mas pode deixar que a festa também vai ter MUITA coisa nova :O Continue comentando, obrigada mesmo³, mais uma vez =]

LUISÂO (Luis H. R. Almeida): Eu, no lugar da Mione também torturaria o babaca do Robert, maaaaas eu não acho isso muito a cara dela... Mas quem sabe ele não é estuporado depois? :P~ AUHSuAShsuSHUSAhAS Que bom que vc gostou do Cap 2 tb! Espero que continue curtindo, lendo e comentando! =]

Abraços a todos que comentaram, e balas da DEDOSDEMEL pra vocês *-*

Àqueles que não comentaram e leram, leiam, comentem, votem @.@
Preciso saber o que vocês acham para melhorar sempre!

Espero que curtam o capítulo 3, e eu volto no 4 daqui uns dois ou três dias :D

Abraços o/

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