Capitulo único
Fragmentos
O céu daquela noite estava incrivelmente belo, era lua cheia, portanto conseguia vê-la perfeitamente, como se não fosse o suficiente, estrelas brilhavam em meio às poucas nuvens, enfim, aquela noite em especial estava com uma vista magnífica para quem necessitava de um pouco de paz, e era exatamente isso que estava fazendo sentado em um banco que estava praticamente coberto pela escuridão da noite com a cabeça jogada para trás com o intuito de poder contemplar a vista melhor.
Se alguém chegasse perto daquele banco poderia perceber que aquela pessoa na verdade era um homem com seus 17 a 18 anos, de cabelos negros revoltos com olhos que mais pareciam duas esmeraldas e por fim se a pouca luz permiti-se iria encontrar em sua fronte uma pequena mais ainda assim visível cicatriz em forma de raio.
Harry Potter se encontrava jogado em um banco qualquer de uma pequena pracinha um tanto próxima de seu esconderijo, não estava preocupado em ser reconhecido afinal estava em um bairro trouxa de um país pouco conhecido pelos devotos do “grande” Lorde das Trevas, nem ele mesmo conhecia aquele lugar, apenas uma vez tinha feito um trabalho para um professor cujo mencionara o país. O Brasil era muito diferente da Inglaterra, ao contrário, se em seu país era acostumado com pessoas reservadas ali com certeza perderia com toda aquela população habituada a ser abertas e alegres, não que em seu país só houvesse pessoas tristes, o clima tropical também ajudava muito a acalmar todo seu grupo.Mas infelizmente nem mesmo toda aquela maravilha fazia com que seu animo se eleva-se.
Apenas uma pessoa teria capacidade para fazer isso e essa não estava ali a seu pedido, e por mais que fosse o certo não poderia deixar de se culpar por mais isso.
Se ao menos pudéssemos voltar ao tempo
Em que podíamos sorrir inocentemente
Ainda olhando pro céu viu a imagem de uma jovem ruiva de olhos cor de mel se formar em meio a estrelas, deixando assim um pequeno sorriso escapar para o canto de seus lábios.
Pouco tempo depois a pouca luz das estrelas e a fabulosa lua tinham sido substituídas por imagens de momentos saudosos e complicados.
*Flash Back*
Estava se olhando no espelho tentando arrumar cada detalhe desde a roupa até o penteado, não que ligasse para essas coisas, porém não poderia ir de qualquer jeito, sabia que seria fuzilado apenas com o olhar duro que sua “mãe” fazia perfeitamente.
Sorria ao pensar que naquela noite iria acompanhá-la na festa de gala que Dumbledore havia inventado apenas para descontrair aqueles tempos que estavam vivendo.
-Somente Dumbledore para pensar em baile. -Sussurrou para si mesmo divertido.
Lembrava que tinha sido realmente difícil se aproximar dela, que vivia boa parte do tempo cercada pelos amigos e quando esta parecia livre finalmente Rony aparecia do nada e o puxava para o mais longe possível da irmã como se ele fosse atacá-la ou algo mais impróprio.
-Maldito ruivo, até parece que pode aparatar aqui.
-Falando sozinho Harry?-Perguntou Rony debochado.
Era só pensar no diabo que logo aparecia. Enquanto resmungava qualquer coisa como resposta que visivelmente não tinha sido compreendido pelo amigo que ergueu a sobrancelha com um sorriso irritantemente divertido.
-Por que acho que você quer me falar algo?!
O moreno respirou fundo tentando alcançar o máximo de paciência que conseguiu e se virou para encarar o amigo que ainda mantinha aquele sorrisinho besta em seus lábios. Estava na hora de abrir o jogo e ele não faria nada para adiar isso.
-Na verdade você está certo, nós precisamos esclarecer uma coisa e tem que ser agora.
Viu a face do ruivo debochado se transformar em cansaço demonstrando já estar ciente do se tratava, se jogou na sua cama e esperou pacientemente o que viria.
-Provavelmente você já sabe sobre o que quero conversa então irei direto ao ponto. Por que você está tentando me impedir de se aproximar da Gina? –Perguntou demonstrando pelo tom de voz sua indignação com o amigo.
-Harry eu não...
-Ah você está sim, eu sou míope não cego!- Falou Harry cortando qualquer coisa que ele fosse dizer.
-Okay, eu admito estava mesmo tentando afastá-los, mas precisa me entender, não é que eu não confio em você, apenas não confio em seus sentimentos, o fato de você ser o garoto que sobreviveu não afeta em nada, pois Gina corre tanto risco quanto qualquer um dos Weasley, entretanto quando o assunto é Harry Potter ter a possibilidade de ferir novamente o coração da minha irmãzinha eu enlouqueço.
Para sua surpresa o ruivo tinha finalmente aberto o que tanto lhe afligia, olhou o amigo que no meio da sua confissão havia enterrado as mãos nos cabelos agora desalinhados.
- Novamente?- Perguntou bobamente.
Foi automática a reação do ruivo que levantou a cabeça tão rápido que Harry poderia jurar ter escutado todos os ossos de seu pescoço estralar, provavelmente doeria mais tarde, assistiu seu olhar se fixar nele de forma intensa, como se ao mesmo tempo em que tentava controlar a raiva também tentava desvendar se aquilo não passava de uma brincadeira.
Harry corou perante a forma como o amigo o encarava.
-Você não percebeu?-Perguntou desacreditando no quanto lerdo o amigo conseguia ser.
-Deveria?
-Em que mundo você estava esse tempo todo? -Perguntou indignado dando um tapa na cabeça do amigo. –Harry desde sempre minha irmã é apaixonada por você e isso fez com que seu coração viesse a ser machucado cada vez que você fazia algo impensado, por mais que nós aconselhasse ela a te esquecer ela só tomou esta atitude depois que descobriu sobre Cho. Você não tem idéia do quanto foi difícil ficar apenas assistindo o sofrimento dela. –Falou olhando diretamente para o moreno que percebeu a magoa contida neles. –Eu simplesmente não assistir ela se machucar de novo!
Após isso um silêncio constrangedor se instalou entre os dois que não sabiam o que fazer a partir dali, o moreno que ainda se encontrava em frente ao espelho encarou seriamente sua imagem. O que ELE era? Apenas um jovem magricela de olhos verdes que eram escondido por ridículos óculos,um garoto marcado para sofrer até que chega-se a hora de enfrentar sua morte. Deixou sua cabeça cair em desanimo, no que estava pensando quando convidou a ruiva a ir ao baile? Principalmente depois de feri-la tanto? Estaria brincando ele sem perceber brincando com os sentimentos daquela pessoa que há tanto tempo vem a lhe apoiar?
-Você a ama Harry?
Levou um grande susto ao escutar a voz do amigo lhe perguntar algo tão inesperado quanto sua manifestação. Na mesma posição de antes começou a balançar os pés ficando vez ou outra na ponta dos mesmos enquanto era observado com intensidade. O que responderia? Sentia algo pela ruiva sim, mais nunca havia amado ninguém para saber se poderia usar uma palavra tão forte quanto essa para descrever o que estava a sentir.
-Er...eu não sei. -Respondeu Harry sinceramente.
-Então é melhor pensar nisso! –Falou o ruivo no que ao sair mal-humorado bateu a porta.
Com ódio se virou para ver sua imagem no espelho, suas vestes eram negras e estavam perfeitamente arrumadas tirando a gravata que estava enrolada envolta de seu pescoço, com raiva a tirou com um puxão e ficou com os olhos fechados por alguns minutos ao reabri-los ainda tremia de raiva, se odiava cada segundo mais pelo que faria naquela noite, se olhou no espelho e não pode deixar de sentir desprezo por si mesmo, levou as mãos a gravata e começou a fazer um nó cujo apertou com demasiada força fazendo se sentir sufocado enquanto seu pescoço ficava vermelho, relaxou um pouco nó e saiu decidido.
Assim que chegou ao final das escadas que davam ao salão comunal encontrou o ruivo sério ao lado de Hermione que estava bela em seu vestido amarelo, essa segurava o braço do acompanhante, mas sua total atenção era de uma garota ruiva que estava sentada em uma poltrona de cabeça baixa escondendo por tanto sua face que obviamente estaria decepcionada, suas mãos estavam em seu colo e apertavam com força um pedaço do vestido, Naquele momento nada foi dito e talvez nem precisa-se.
-Gina. –Chamou Hermione delicadamente.
-Vocês estão atrasados, melhor irem agora antes que fique tarde demais. –Respondeu à ruiva.
Seu coração se apertou contra o peito dolorosamente ao ouvir o quanto magoada a voz da Gina havia soado, era tudo culpa sua e sabia que o pior ainda estava por vir, sentiu uma repentina vontade de fugir sem dar explicações para ninguém, porém balançou a cabeça e terminou de descer o último degrau, deixando que Rony e Hermione que estavam de frente para Gina fosse capaz de vê-lo, foi visível o olhar preocupado e ao mesmo tempo irritado dirigido pelo amigo, isso fez com que sua culpa eleva-se cada vez mais.
-Gina. -Chamou cautelosamente.
Logo a ruiva atendeu ao seu chamado se virando em sua direção, a mesma o olhou com um brilho diferente, um misto de magoa e esperança, essa se levantou e ajeitou o vestido enquanto ia até Harry.
-Você está linda. - Comentou com a boca incrivelmente seca.
-Obrigada. –Respondeu com a voz fria, algo dentro de si se remexer desconfortável.
Quando ficaram lado a lado o moreno estendeu seu braço no que a ruiva apenas olhou o gesto sem aceita-lo, depois disto Gina deu as costas a ele e passou a caminhar em direção a saída, mas antes de sair esta se virou ainda debochada e perguntando se iria continuar parado, como resposta o moreno apenas acenou de forma negativa em sua direção e enfiando as mãos nos bolsos a seguindo em silêncio.
Um pouco atrás de si pode escutar o casal de amigos falar sobre eles enquanto andavam de braços dados.
-Eu mereço! –Pensou enraivecido.
Tinha passado por volta de duas horas desde que adentraram o baile e esse por incrível que pareça estava conseguindo ser pior que o do quarto ano, haviam ficado o tempo todo sentados bebendo cervejas amanteigadas enquanto a ruiva conversava com os amigos animadamente, sentiu como se uma veia em sua cabeça estivesse a latejar, nunca pensou que fosse tão difícil ver a garota distribuir sorrisos com os amigos quando nem ao menos dirigia um mero olhar em sua direção. Será possível que ela não tinha percebido que eles estavam babando em cima dela? Será que ela iria continuar agindo desta forma o baile todo?
Olhou a pista e viu os amigos dançarem e vez ou outra trocarem beijos apaixonados, Rony não sabia dançar, mas Hermione parecia ter grande paciência para conduzi-lo, assistiu casais irem e virem no centro do salão enquanto dava pequenos goles em sua bebida. Exasperado se virou para a ruiva que ria de alguma coisa que Colin havia dito a fitando com intensidade falou:
-Vamos dançar? -Perguntou mal-humorado.
Gina estava pronta para recusar o pedido dele quando seus olhos mel se encontraram com o verde-esmeralda dele, odiava aqueles momentos, pois eram neles em que ela perdia o todo seu auto-controle e concordava com qualquer coisa que ele fala-se, respirando fundo aceitou a mão agora estendida do acompanhante, lentamente os dois se dirigiram a um canto particularmente cheio de casais, tentando se ocultarem em meio a eles.
Desajeitado colocou suas mãos na cintura dela e a puxou para mais próximo de si sentindo então sua narina se embriagarem com a doce flagrância, as costas delas ainda se mantinham rígidas, porém com o passar da música foram se relaxando cada vez mais , assim como um de seus braços tinha escorregado até a nuca do moreno onde fazia um carinho preciso e relaxante, fechou os olhos e deixou-se contemplar cada toque suave das mãos dela sobre seu corpo, quando os abriu a música já tinha acabado e agora tocava uma mais agitada, ambos se separaram com um sorriso sem graça e começaram a dançar alegremente sem desviar o olhar um do outro.
-Vamos sair daqui? –Praticamente gritou para que ela pudesse entender, mas ainda assim o som da música fez com que sua voz fosse abafada.
A ruiva no entanto tinha entendido o que ele havia sugerido concordando com um aceno de cabeça, a garota pegou na mão dele e passou a sair do salão sorrateiramente aos jardins, porém a idéia de fugir para os jardins havia sido de muito e por todo o lago haviam casais espalhados.
Os dois foram para um canto do lago particularmente afastado de todos, o casal só parou assim que ficaram centímetros apenas de distancia da água. Harry sem conseguir se conter puxou a mão da ruiva para si chamando a atenção dela que antes pertencia ao céu estrelado.
-Você está realmente linda. –Falou encantado, o que foi confirmado pelo seu olhar.
Gina nada respondeu, apenas fez um gesto com a cabeça como disse-se que estava escutando, a garota voltou a desviar o olhar o fazendo ficar o mais longe possível dele, ela o estava evitando e ele sabia disso.
-Gi...Eu sinto muito...eu gostaria de poder lhe explicar o que esta acontecendo mas eu atmbém desconheço esse sentimento. -Falou com sinceridade, deu uma leve pausa esperando alguma reação mais não a teve. –A culpa é minha, pra começar eu nem deveria ter te convidado.
- Se é assim boa noite então. - Falou a ruiva dando as costas ao moreno.
Por alguns segundos tinha ficado imobilizado enquanto assistia tristemente à ruiva ir a passos largos ao castelo, se recuperando do choque correu o mais rápido que pode em sua direção a impedindo de prosseguir quando segurou seu braço, sem medir a força a puxou com brutal violência fazendo com que seus corpos se chocassem com demasiada força, tanto que não foi capaz de amparar Gina que caiu no chão o levando junto.
Para quem visse os dois daquele jeito provavelmente iria pensar que estava aproveitando o jardim deserto, o que com certeza estaria fazendo se não fosse tão burro.
Como tinha sido puxado junto pro chão sentiu rapidamente o chão duro bater em suas costas, seu olhar se perdeu dentro do dela. Seu coração estava disparado, suas mãos pareciam ter vida própria, sua boca seca parecia ter a necessidade de mergulhar naqueles lábios vermelhos, mais não se movel continuou parado onde estava admirando cada detalhe do seu rosto como se fosse pela primeira vez, e o mais incrível é que já conhecia cada sarda, cada traço ou uma pequena cicatriz, tocou delicadamente com uma mão a face dela e se viu se encher por um carinho que nem ele mesmo conhecia ter. Tinha ficado alguns minutos daquele jeito até que a necessidade de tomar aqueles lindos lábios pra si foi maior do que seu desejo de admirá-la, assim que seus lábios roçaram sentiu como se tudo em sua volta não estivesse mais importância, tentar adivinhar o que alguém faria se visse os dois daquele jeito era tão sem sentido quanto deixar de beijá-la naquele exato momento.
Separaram-se apenas quando ouviram barulho se uma alta gargalhada se aproximando, reconhecendo de quem era ambos levantaram em um sobressalto e tentaram se recompor da melhor forma possível, quando um ruivo e uma morena terminaram de se aproximar os dois se entreolharam com pequenos sorrisos.
-Posso saber o que os dois estavam fazendo aqui sozinhos? -Perguntou Rony ciumento.
-Nada que você não faria com a Hermione agora se nós não estivéssemos aqui. - Respondeu a ruiva antes que Harry pudesse dizer qualquer coisa. –Quer saber é melhor irmos Harry, vamos deixá-los a sós pra ver se o meu querido irmãozinho Roniquito aprende a cuidar um pouco da própria vida.
O moreno foi até a ruiva enquanto se desmanchava de rir da cara fechada do amigo, a enlaçando pela cintura e ambos abraçados começaram a caminhar em direção ao castelo sorrindo alegremente.
§
Hoje se perguntava o quanto aquela ruiva o amava, se fosse outra teria o esquecido e ficado o mais longe possível, deixou uma risada escapar de seus lábios, como uma pessoa como Gina Weasley tinha se apaixonado por alguém tão complicado e instável? Além do mais ainda tinha feito várias coisas da quais se arrependia e que provavelmente tinha a machucado.
Assim como um trabalho de vidro
Estou colecionando os fragmentos das minhas memórias
Olhou para o céu e buscou por calma, precisava de calma e parecia que aquele lugar poderia lhe oferecer um pouco daquilo que tanto desejava, tinha passado por tanta coisa horrível que nunca pensou em ver.
Naquele mesmo dia que tanto estava a acalmá-lo tinha sido mais um dos seus vários dias cansativos, algumas horas atrás, quando o dia estava apenas começando tinha enfrentado mais uma dura batalha com comensais da morte, para sua sorte tinham vencido sem grandes perca como a da última vez, deixo que seu sorriso alegre sumisse do rosto e desse espaço para um sarcástico, como justo ele que á pouco tempo não suportava perde uma vida se quer poderia agora estar comemorando não ter tantas perdas quanto o grupo de comensais teve, estava a tratar pessoas que tinham se tornado heróis como mero objetos e nem ao menos sentia dor por elas, era como se estivesse a se tornar uma das pessoas que tanto odeia.
§
Estava em baixo da capa de invisibilidade junto a Hermione e Rony, estavam todos escondidos por de baixo dela por essa ser extremamente pequena para o trio agora crescido, alguns aurores de confiança como também amigos estavam ao seu lado naquele momento escondido em algum lugar daquela aldeia, tinham recebido noticias seguras que ali estava sendo aprisionados vários bruxos nascido-trouxas, o pior seria o destino deles que pelo o que seu informante havia lhe dito os comensais os torturaria até a morte para depois jogarem seus restos mortais pelas cidades. Uma maneira de acovardar qualquer bruxo que pensa-se ir contra eles.
Só de pensar naquela possibilidade seu sangue já gelava, e o suor frio escorria livremente pelo corpo, fez um pequeno gesto para que os amigos andassem junto a ele para mais próximo de onde estariam presos os reféns dos inimigos. Quando se aproximou sentiu o ar lhe faltar, era uma enorme jaula onde cerca de cinqüenta crianças se mantinham vivas chorando silenciosamente envolta de cadáveres adultos que supostamente seriam seus parentes.
-Meu Deus. -Sussurrou Hermione começando a tremer.
Quando as pernas de Hermione falharam Rony a amparou enlaçando seus braços em sua cintura, Harry que ainda não conseguia desviar seu olhar da cena no mínimo revoltante apertou o punho com excessiva força fazendo com algumas gotas de sangue escorre-se de sua mão indo parar no chão. Com enorme esforço se juntaram ao grupo como o combinado e decidiram onde seria o próximo esconderijo após atacarem, os planos eram simples os aurores atacariam os comensais da morte, um segundo grupo estaria encarregado de levar com chaves de portais as crianças até o novo esconderijo enquanto eles ficariam ali dando segurança a todos enquanto a chave não funcionava, seria apenas cinco minutos de batalha mais ninguém se atreveria a subestimar os inimigos principalmente eles tendo uma forma rápida e eficaz de comunicação.
Faltando apenas alguns segundos para a nova batalha começar lembrou-se do rosto daquela que há tanto tempo amava, porém foi apenas por alguns instantes, se um dia quisesse revê-la teria que se concentrar e foi exatamente isso o que fez. Quando os comensais foram atacados pelos aurores Harry, Rony e Hermione subiram em três Firebolts e começaram a sobrevoar a jaula vigiando para que ninguém aproximasse, os que tinham ido salvar as crianças estavam tendo um enorme trabalho para separá-los dos corpos inertes, o segundo grupo foi obrigado a amarrar os reféns para enfim poder salva-los.
Pouco tempo para que as chaves fossem acionada um novo grupo de comensais surgiu no que Harry e seus amigos desceram como raios para cima deles atacando todo e qualquer tipo de feitiço que conheciam, lógico que graças a isso a atenção tinha sido chamada a eles que agora serviam como alvos, mas graças ao reflexos rápido de Rony e Harry nenhum feitiço foi capaz de atingi-los, entretanto Hermione quando tentava se desviar de um foi acertada em uma das pernas, porém ainda assim se mantinha firmemente em sua vassoura.
Assim que todos os reféns vivos já estavam salvos foi o momento de retirada e foi exatamente nessa hora que duas mortes de pessoas do seu time ocorrera, ambos quando tentavam aparatar foram acertado por adversários livres agora que poucos tinham restado, o trio que tinha sido o último a sair não pode fazer nada a não ser acertar dois deles, mas graças a isso Rony quase tinha sido atingido por um feitiço fatal.
§
Quanto mais ficava naquela guerra mais se achava incapaz de esquecer as atrocidades que tinha visto durante todo esse período, algumas imagens seriam gravadas em seu corpo como cicatrizes permanentes, e isso faria que fosse obrigado a reviver tudo aquilo pro resto da vida.
Eram tantas lembranças dos mais variados momentos que poderia ficar louco a qualquer momento, gostaria tanto de poder conversa com alguém naquele momento mais achava injusto fazer isso com Rony e Hermione, sabia que estavam passando pelo mesmo que ele, e isso seria o mesmo que jogar toda a sua preocupação nas costas dos amigos.
Não pode deixar de novamente desejar que Gina estivesse ali ao seu lado, por mais que fosse egoísmo de sua parte, falar sobre seus problemas com ela era o mesmo de fazê-los desaparecer, sempre tinha sido tão fácil e consolador confessar seus medos.
Depois que as perdemos
Como uma jovem pode ter se tornado fundamental em sua vida, nem ao menos havia percebido quando essa começou a entrar em seu coração preenchendo todos e quais quer espaços vazios, e graças a isso há alguns dias atrás tinha ficado em um beco sem saída, tendo que tomar uma decisão que hoje mais do que nunca se arrependia amargamente.
§
-Eu quero ir com você!- Gritou a ruiva enraivecida.
Essa se encontrava com os cabelos levemente embaraçados e a face estava completamente corada pela raiva que sentia, seus olhos estavam vermelhos e brilhosos como se estivesse a se esforça para não deixar que as lágrimas escorressem por seu semblante.
-Mais não pode!- Exclamou o moreno firmemente.
Ambos tinham voltado há Hogwarts aquele ano e Harry sairia para ajudar na guerra no dia seguinte, mas antes decidiu-se despedir da ruiva e era exatamente isso que tentava fazer, porém estava saindo uma tarefa mais difícil do que esperava, nesse momento discutiam no sétimo andar em uma sala vazia próxima ao salão comunal da grifinória.
-Posso saber por que não? – Perguntou exasperada.
O moreno simplesmente bufou diante da teimosia. Será que não entendia que era perigoso? Que não suportaria vê-la se ferir? E que seria uma provável distração para ele?
-Por que não quero Gina.
-E desde quando você manda em mim Potter? Desde quando virou o “dono da guerra”? –Perguntou desafiadora.
Sentiu o sangue ferver ao mesmo tempo em que uma incomoda dor de cabeça começava a surgir, há encarou seriamente e a viu corresponder o olhar com superioridade, aquela mulher estava decidida a não ceder para o seu desespero.
Se permitisse que fosse colocaria ela sem sombra de duvida em perigo, e não se achava capaz de suportar a dor de perdê-la, mais caso continua-se firme em sua decisão perderia grandes chances de ser feliz no resto de tempo que tinha, provavelmente a ruiva faria de tudo para esquecê-lo e não o perdoaria por tê-la afastado dele.
Odiava ser o que era, seria tão bom ser outra pessoa e simplesmente VIVER, fechou os olhos e falou com a voz vacilante.
-Eu não irei mudar de idéia Ginevra.
Ainda de olhos fechados pode sentir duas mãos macias se fecharem ao redor de sua face acariciando com delicadeza, logo depois a respiração descompassa e quente se aproximando de si, sabia muito bem o que estava para acontecer e foi quase impossível segurar a ansiedade, mas como se a realidade caísse diante deles abriu os olhos e segurou as mãos delas afastando de perto dele enquanto desviava o olhar para uma grande estante de livros velhos no outro lado da sala, ainda com os punhos dela preso a suas mãos a sentiu tremer levemente e logo depois puxar seus braços com violência, como se repudiava ser tocada por si.
Nenhuma palavra a mais precisou ser dita, apenas a viu sair apressadamente para fora daquela sala, vontade de correr atrás dela e dizer que tinha sido um completo idiota, que a coisa que mais queria era ela ao seu lado não faltou, mas com grande esforço se limitou apenas a olhá-la sumir de sua vida em câmera lenta.
E daquela forma triste foi a despedida de um amor que mal tinha começado.
§
Nunca havia pensado que seria daquela forma tão desonrosa que acabaria algo tão belo e forte quanto o sentimento dos dois, boa parte da culpa era sua, e o pior era saber que não seria perdoado pelo seu coração que se encontrava em frangalhos assim como daquele que deixou para trás covardemente.
É como um quebra-cabeça dançante
Incompleto e com uma lacuna eterna
Deveria saber que ninguém nunca irá conseguir
Substituir você
Lembrava de quando tinha ficado perdido quando Gina tinha fechado a porta, era como se soube-se que agora estaria sozinho e não teria volta, os abraços da ruiva que a algum tempo tinha se tornado seu melhor abrigo hoje já não pertencia mais a si. Sua única esperança naquela época era que teria feito o certo, ainda guardava com si cada noite que passara desacordado insatisfeito com as suas faltas de respostas.
Ouviu um barulho em meio às árvores e se levantou em um sobressalto apontando a varinha na direção onde tinha visto um leve mexer de folhas, apertou a varinha entre os dedos esperando pelo que vinha, levando assim um enorme susto ao ver um pequeno cachorro vila-lata sair das árvores e caminhar mancando pro outro lado do parque. Suspirou e voltou a se sentar no banco despreocupadamente.
Quando era mais novo nunca pode pensar que uma paixão poderia mudar tanto alguém, justo ele que há tantos anos tentava afastar as pessoas de si hoje se culpava por ter feito o certo, era realmente cômico como as coisas se transformavam de uma hora para outra.
§
-Hermione! -Ouviu a voz de Rony gritar.
Vários feitiços passavam raspando por seu corpo, estava fraco e cansado para continuar a batalhar o que fez com que fosse obrigado a fugir do duelo, por sorte sempre carregava sua capa de invisibilidade e quando esses se distraíram com o berro dado pelo ruivo aproveitou a chance e jogou a capa em cima de si.
Porém não iria ficar ali parado quando visivelmente acontecia algo com os amigos, quando os comensais voltaram sua atenção para ele,seu corpo já tinha desaparecido e isso fez com que vários deles rugissem de raiva enquanto tentava acertar tudo que parecia em sua frente sendo então obrigado a se jogar no chão esperando que eles saíssem de perto para procurar Rony e Hermione vendo que esses não saíam do lugar se levantou e cautelosamente foi onde tinha perdido os dois de vista.
Em meio a escombros viu dois pés, seu desespero foi tanto que não se importou se alguém estava olhando ou não apenas correu até ele largando a capa ao seu lado,quando tirou a maior parte dos destroços reconheceu ser Hermione, seu coração se apertou em desespero, a amiga era a melhor pessoa em feitiços de sua idade e mesmo assim se encontrava tão ferida.
Aproveitando que ninguém estava por perto ativou uma chave de portal , por ela estar desacordava teve que colocar as mãos dela sobre a pequena chave e fechá-la, um minuto depois de ativada essa funcionou levando para longe do campo de batalha a amiga. Sabia que tinha feito o certo, mesmo sabendo que era perigoso deixá-la ir sozinha tinha conhecimento que seria pior se inconsciente e ferida permanece-se ali, além do mais ainda faltava achar Rony.
Jogou novamente a capa em suas costas e continuou a andar em frente, a mais ou menos 300 metros de onde Hermione tinha estado se encontrava uma grande massa de comensais que riam enquanto Bellatrix parecia se divertir em torturá-lo com Crucio. Pegou alguns fogos de artifício que usavam como sinal na guerra e os acendeu, com um aceno de varinha fez com que fossem parar nos pés de cada comensal aproveitando o fato deles agora brincavam com o corpo do amigo sobre suas cabeças.
A partir daquele momento tudo tinha acontecido muito rápido, quando os fogos estavam preste a detonar Harry com um feitiço de Accio fez com que o corpo de Rony fosse parar em seus braços e antes que qualquer feitiço o acerta-se os fogos começaram a estourar queimando os comensais que agora gritavam em agonia, aproveitou novamente da situação e agarrado também a capa de invisibilidade aparatou em um Beco qualquer próximo ao Caldeirão Furado, por sorte esse estava vazio. Suspirou cansado e acionou a chave de portal que enfim os levaria até seu novo esconderijo, e quando isso aconteceu foram cercados por membros da Ordem da Fênix que os olhava com certa reprovação.
-O que acon...
-Onde está Hermione?-Perguntou aflito.
-Está sendo tratada pela Denise. - Respondeu o homem que parecia ser o mais velho de todos, vendo o olhar ainda aflito completou. -Fique calmo homem ela ficara bem. -Isso pareceu o acalmar um pouco, porém quando seu olhar decaiu sobre o corpo mole do ruivo nos braços do moreno sua voz saiu forte. - Leve-o até Denise imediatamente e depois venha aqui.
Logo que adentrou o local encontrou uma mulher de costa para a porta trabalhando agilmente em uma paciente, sua pele mulata e seus cabelos castanhos encaracolados combinavam perfeitamente com seus olhos acinzentados, dando assim um brilho de mistério, mas aquela não era a hora para pensar sobre esse assunto.
-Denise.-Chamou hesitante.
Essa se virou surpresa e ficou boquiaberta ao ver a figura do ruivo, a assistiu fazer um enorme esforço para se manter calma, andou em passos largos até eles e examinou o mais novo paciente rapidamente ainda nos braços do moreno.
-Coloque-o na cama ao lado de Hermione. -Falou no que Harry obedeceu.
Demorou algumas horas para ter notícias sobre o estado dos amigos, antes disso tinha sido obrigado a se retirar da improvisada enfermaria e dar satisfações ao líder do grupo, afinal de contas as suas ações por pouco não tinham custado à vida de duas das três pessoas mais importante em sua vida. Depois de seu breve relato sobre os fatos ocorridos momentos antes se encaminhou até a sala onde tinha deixado os amigos a cuidado de uma novata medibruxa, assim que entrou logo encontrou os amigos dormindo provavelmente sobre efeitos de poção .
Se jogou em uma cadeira qualquer e ficou a observar vidrado os amigos, tinham passado tão perto da morte naquele dia e mesmo assim não tinha ficado com medo de morrer, era como se o seu único temor fosse ficar sozinho, lembrava-se que tinha entrado em pânico assim que ouviu o grito de Rony, seu único pensamento tinha sido o desejo de querer ajudá-los e quando os encontrou prestes a morrer sentiu seu sangue gelar.
Estava tão absorto em seus pensamentos que nem notou que alguém se aproximava, descobrindo sua presença apenas quando essa lhe tocou delicadamente o ombro em um aperto de visível consolo, se virou e encarou a morena que lhe olhava penalizada, forçou um fraco sorriso e continuou a olhar os amigos.
-Eles ficaram bem. –Comentou já sabendo o que se passava em sua cabeça.
-Não tanto quanto ficariam longe de mim.
Sua resposta amarga não pareceu ofendê-la e muito menos intimidá-la, pois esta permaneceu ao seu lado e falou docemente.
-E como você pode saber disso? -Perguntou essa se abaixando e fitando suas Iris verdes intensamente como apenas uma pessoa sabia fazer.
Em um impulso o moreno agarrou o braço da enfermeira e a puxou para perto capturando lhe os lábios em um beijo feroz, a beijada como se aquilo fosse fazer preencher um vazio que o acometia há muito tempo, não pensava na hora e tinha certeza se estivesse pensado isto nunca teria acontecido, pelo menos não se depende-se dele.
Assim que a sentiu ceder e corresponder o beijo com tanta intensidade quanto a sua a realidade sobre o que estava a fazer lhe caiu sobre a consciência, deixando de responder ao contato se afastou dela delicadamente se erguendo da poltrona, suas mãos já tinham ido parar no cabelo o qual ele há essa hora bagunçava enquanto tentava entender como tinha sido capaz de fazer algo tão repugnante quanto usar talvez os sentimentos alheios.
-O que houve? -Perguntou Denise se recompondo.
-Me desculpe, eu não posso fazer isso com você. Estou sendo um canalha. –Respondeu tentando retrair a vontade de socar o próprio rosto.
-Okay, não tem problema, é melhor esquecermos mesmo esse incidente. - Respondeu a mulher ficando de costa para ele.
-Desculpe-me...
§
Tinha sido verdadeiramente difícil aquela semana como se não fosse suficiente o fato de ter levado uma bela bronca de seu capitão ainda era obrigado a assistir sessões de amasso do casal de amigos em meio a olhares furiosos de boa parte das mulheres.
Se odiava por às vezes ainda manter esse péssimo hábito de fazer as coisas sem pensar, era como estive a procura de mais arrependimentos, como se os que tinha não fosse o suficiente para uma vida toda. Encarou novamente o nada e seus pensamentos vagaram mais uma vez a uma lembrança de quatro meses atrás.
Grave sua essência em meu coração
Se for possível, se for possível você me perdoar
Não me importo em sacrificar tudo
Para ver aquele seu sorriso novamente
§
-Você é a pessoa mais teimosa que eu conheço Harry James Potter! -Gritou a ruiva corada.
-Se não gosta de mim por que ainda está aqui do meu lado? –Perguntou o moreno no mesmo tom que a namorada.
Mas infelizmente ou felizmente a resposta não tinha sido nem de perto a que ele esperava receber.
-Por que eu te amo seu Idiota.
Gina tinha se encostado à parede enquanto deixava finas lágrimas escorrer livremente por sua face, sem forças para se manter em pé escorregou até o chão onde abraçando os joelhos ficou a chorar.
Se tinha uma coisa que não suporta ver era uma mulher chorar, principalmente agora se tratando de quem e do porque, esfregou o rosto com demasiada força como se aquele simples gesto fosse capaz de por seus pensamentos em ordem. Era um monstro! Só poderia ser isso, como conseguia ser tão insensível assim para fazer a pessoa que mais amava no mundo chorar?
Ultimamente estavam a ter inúmeras brigas e era sempre pelo mesmo motivo, tanto ela quanto ele não pareciam dispostos a acatar a decisão do companheiro. Nem mesmo Rony e Hermione estavam a suportar o casal aqueles dias.
-Gina me desculpe...
-Não fale comigo!
A ruiva levantou a cabeça apenas para gritar e logo depois a escondeu por detrás dos joelhos novamente.
Respirando fundo, o moreno andou lentamente até a namorada, se agachando assim que ficou na sua frente logo que tocou em seus cabelos a sentiu estremecer, esse era sempre um sinal de que estava preste a explodir, suspirou cansado e fez um leve carinho em seus cabelos quando deixou sua mão escorregar para sua face tentando ergue-la foi jogado para trás, ficando sentado no chão enquanto em cima dele Gina o atingia com socos por diversas vezes.
-Para... Gina...pare! -Mandou Harry tentando se esquivar dos socos dela.
A ruiva estava agora de joelhos na sua frente completamente descontrolada, suas lágrimas ainda desciam por sua face rosada e brilhante, suas mãos se encontrava fechadas e os acertava com grande força tentando que a dor fizesse seu coração parar de sangrar.
Logo que viu uma oportunidade agarrou os punhos da ruiva que ainda insistiu durante um bom tempo se debatendo em seus braços, quando essa se cansou relaxou o aperto mais ainda assim a manteve presa. Mas logo a ruiva tratou de puxa-las para si, no que obteve sucesso por ele não estar usando de força. Quando estava já preparado para receber mais uma sessão de socos foi surpreendido por senti-la se jogar em seus braços em um abraço apertado como se fosse à última vez que se veriam.
-Me desculpe ruiva. -Pediu Harry completamente arrependido.
Essa apenas soluçou em resposta enquanto se acalmava sobre os carinhos do namorado.
-Não me peça pra ficar.
-Não me peça para te levar.
-Mas eu não posso ficar aqui sem você. -Respondeu com a voz vacilante.
-E você acha que eu consigo, meu lírio? Após você roubar descaradamente e irremediavelmente meu coração? - Respondeu Harry deixando um fino sorriso aparecer no canto de seus lábios.
O rosto da garota pareceu se iluminar com aquelas palavras, palavras essa que lhe trouxe esperança. Afastou-se um pouco e olhou fixamente.
-Você quer dizer que vai ficar?-Perguntou hesitante.
Pela segunda vez em toda aquela discussão a resposta não tinha sido esperada, mais também não tinha sido nada ruim recebê-la, melhor do que qualquer palavra havia sido o gesto em que tinha sido representado, um que demonstrava todo o amor que nutriam um pelo outro em um doce beijo.
Assim que se separaram foi praticamente impossível não ver o lindo e magnífico sorriso que ambos mantinham em seus lábios, e foi daquele jeito que haviam passado o resto da tarde, radiantes.
Mas o que não sabiam era que muita coisa ia acontecer, fazendo com que Harry fosse obrigado a quebrar a promessa silenciosa.
§
Na época em que podíamos sorrir inocentemente.
(Em um lugar um pouco distante)
Os preparativos para festa de natal iam de vento e pompa, apesar de todo aquele tempo difícil que os cercava os Weasley’s tinham dado um jeito de manter toda a preocupação longe deles, ao menos era o que achavam.
Muitas vezes era obrigada a ficar durante horas tentando expulsar todas as fadas mordentes do jardim o que era quase impossível, mas de certa forma agradecia a mãe por lhe dar essas oportunidades de ficar sozinha, assim poderia pensar em tudo que lhe afligia sem que ninguém lhe lança-se os odiosos olhares de pena. Será que eles pensavam que estavam a ponto de se suicidar?
Porém naquele dia após ter levado uma mordida de uma das pequenas criaturas sua mãe tinha ficado com dó e permitido que fosse descansar em seu quarto, encarou a mão esquerda onde estava o dedo machucado, esse se encontrava devidamente enfaixado graças aos cuidados de sua preocupada mãe.
Alguns minutos atrás quando tinha entrado em seu quarto a sua primeira reação foi olhar para uma gaiola ainda vazia de uma coruja branca cujo á muitos dias não retornava, tinha se jogado em sua cama e por lá ficou olhando as estrelas desenhadas no teto de seu quarto imaginando o que o moreno estaria a fazer, desejava de todo coração que ele estivesse a pensar nela ou que pelo menos sentisse um terço da falta que sentia dele.
-Por que fui me apaixonar justo por um garoto com complexos de heroísmo do mundo. -Murmurou chateada.
Estava quase noite quando ouviu passos de no mínimo duas pessoas no corredor, escutou eles pararem no que parecia ser enfrente a sua porta e fechou os olhos rapidamente prevendo a entrada deles, assim que ouviu a porta ranger se ajeitou solenemente em sua cama e esperou que quem quisesse que fosse acredita-se em sua pequena mentira.
-Nossa menina está sofrendo Arthur. -Sussurrou Molly olhando a filha em quanto dormia.
-Infelizmente, Molly querida, isso é algo que não podemos evitar. -Falou também observando o sono tranqüilo dela, se curvou e deu um leve beijo em sua bochecha. -No entanto podemos dar todo o carinho e desejar que tudo isso acabe o mais rápido possível.
-Eu tenho medo do que venha acontecer caso o nosso Harry...
Porém não conseguiu terminar sua voz tinha falhado enquanto alguns soluços preenchiam o vazio de suas palavras, provavelmente essa estaria aos prantos.
-Não vamos pensar no pior Molly, Harry é forte e sabemos melhor do que ninguém que ele tem grandes incentivos para voltar desta vivo.
Depois desse curto dialogo os dois saíram do quarto deixando a ruiva “dormir” em paz, mal eles sabiam era que a filha estava bem acordada e que tinha escutado cada palavra dita.
-Harry...-Sussurrou Gina com os olhos marejados.
Fechando os olhos para tentar manter as lágrimas a ruiva deixou que algumas lembranças felizes como os dias em que haviam passado junto ao seu grande amor nas férias ou até mesmo em Hogwarts, e foi com todos aqueles momentos felizes lhe inebriando a mente que acabou por adormecer.
Grave sua essência em meu coração
Se for possível, se for possível você me perdoar
Não me importo em sacrificar tudo
Para ver aquele seu sorriso novamente
Estava tão distraído que se sobressaltou ao escutar em seu bolso seu relógio disparar o alarme, se sentou e remexeu nos bolsos internos até encontrá-lo, era apenas 21:00hrs da noite ainda e só agora tinha se lembrado que não havia colocado de acordo com o fuso horário desse novo país.
Uma idéia completamente doida lhe passou pela cabeça, sabia que seria arriscada mais sua vontade era maior do que seu bom senso e foi pensando exatamente no quanto aliviado e agradecido seu coração iria ficar que pegou a varinha e aparatou.
O lugar continuava o mesmo, apesar de escuro ainda se podia ver uma grande massa de fadas mordentes em meio as árvores, essas lhe olharam receosos, mas não deu atenção e passou direto por eles, provavelmente a Sra. Weasley estava novamente tentando afastar aquelas criaturinhas de seu jardim.
Olhou pro lado esquerdo e pode ver a sua árvore, assim como em Hogwarts ali também tinha um lugar apenas seu e aquela árvore era a qual se sentava em baixo e refletia sobre tudo, e não podia deixar também de se lembrar das tardes saudosas que tinha passado com uma ruiva namorando.
Seu coração disparou logo que sentiu o chão da varanda em baixo de seus pés, estava tão perto agora, só precisava entrar naquele lugar que há tantos anos tinha sido bem recebido e matar a saudades que estava o enlouquecendo, saudades essas direcionadas a sua ruiva. Olhou desconfiado o jardim esperando que alguém estivesse a segui-lo, somente agora que a realidade do perigo que trazia tinha lhe caído sobre a consciência.
Colocou a mão sobre a maçaneta e com a outra encostava sua varinha sobre ela, quando essa virou e abriu Harry faltou saltitar perante a alegria que lhe preenchia, ao entrar na casa que tanto amava lembrou-se de guardar mentalmente de agradecer Hermione por ter colocado aquele feitiço antes dele partirem como forma de segurança caso fossem obrigados a retornarem por algum imprevisto.
Subiu as escadas lentamente e assim que ficou em frente à porta da ruiva pode sentir o pânico do sentimento de revê-la. E se já o estivesse esquecido e nesse momento ama-se outro?E se o impedisse de ir embora sozinho pela segunda vez?
Balançou a cabeça para afastar aqueles pensamentos e abriu a porta, um bicho em seu estomago parecia dar voltas e voltas fazendo ter uma leve sensação de náusea, seu coração daqui a pouco era capaz de fazer parte da banda das esquisitonas ao invés da bateria pela força e rapidez com que batia, e lógico que não precisava nem um pouco de espelho para saber que essa hora estaria pálido como cera apenas por estar perto dela novamente.
Chegou o mais perto que pode da cama dela e a viu dormindo serenamente com um pequeno sorriso em seu rosto, há assistiu dormir por alguns minutos e logo foi surpreendido quando essa sussurrou seu nome em desespero, aquilo fez com que seu coração se contraísse.
-Por favor, não me deixe...
Agora sim tinha certeza de que estava a ser um verdadeiro monstro com ela, como poderia ir e vir de sua vida como se tivesse o direito de fazê-la sofrer.
Caminhou até a escrivaninha onde encontrou um pequeno pedaço de pergaminho onde poucas coisas estavam rabiscadas, mas o que mais doeu foi ver as marcas de lágrimas.
Será que irei suportar não estar perto de ti?
Será que pensa em mim?
Será que quando tudo isso acabar ira voltar para mim?
Por que sua vida tinha que ser tão injusta?! Porque não poderia ser feliz ao lado de quem ama sem sofrer cada segundo de sua vida sabendo que Gina poderia estar correndo perigo? Mas o que mais o irritava era saber que mesmo se sacrificando estava a fazê-la sofrer assim como ele.
Ainda em meio a pensamentos pegou outro pedaço de pergaminho só que esse em branco e escreveu um pequeno bilhete antes de sair e fazer o mesmo percurso de volta.
Meus pensamentos assim como minha vida lhe pertencem minha bela ruiva Grifinória.
Do mais teimoso, Harry Potter.
No dia seguinte Gina ao se levantar sentiu um perfume diferente em seu quarto, seu coração disparou instantaneamente por reconhecer muito bem o dono daquele perfume, se levantou em um sobressalto e começou a revirar o quarto atrás de vestígios de seu visitante não tanto misterioso quanto parecia querer ser.
Quando estava preste a desistir por pensar que provavelmente estava ficando doida se apoiou na escrivaninha no que seus olhos logo focaram um pequeno bilhete em cima de seus rabiscos.
Enquanto lia seu coração batia alegremente com a idéia de que estaria bem e tinha vindo lhe visitar. O motivo de não tê-la acordado seria discutido quando esse retorna-se para levar uns belos socos para ver se aprendia de uma vez por todas que ela queria estar ao seu lado em todos os momentos pro resto da vida.
Guardou seu bilhete em uma gaveta e deixou algumas lágrimas de alivio escorrer por seu rosto agora iluminado, agora sim teria forças para encarar todos os problemas, pois sabia que no final de tudo aquilo teria um final feliz com o seu homem.
Havia dormido muito pouco naquela noite, mas o motivo para isso tinha valido a pena, só de lembrar-se da serenidade que tinha encontrado sua ruiva ao dormir um amor enorme lhe preenchia todo o vazio de seu peito.
-Harry por que você chegou tarde ontem à noite?-Perguntou Hermione na mesa do café da amanhã.
Todos que moravam em seu esconderijo que naquela manhã por incrível que pareça se encontravam extremamente calados dirigiam seus olhares curiosos a ele, que provavelmente corara agora.
-Estava colocando meus pensamentos em ordem. – Respondeu sem muitos detalhes.
Os amigos pareciam saber que tinha algo mais por trás daquelas simples palavras, porém resolveram que aquela não seria a melhor hora e lugar para conversarem, mais tarde quem sabe.
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