Acidente ou Vingança?

Cap 10 - Acidente ou Vingança?

No geral, Hermione podia considerar que passara uma noite agradável ao lado de Draco. De lembrar, já ficava com uma vontade incontrolável de voltar no tempo...

Flashback

Draco interrompeu o beijo, com um sorriso nos lábios.

- Lembrei de uma coisa - disse ele ainda sorrindo - Vem comigo.

Os dois levantaram do chão e Draco conduziu Hermione até o jardim.

- Olha - ele apontou para o céu; uma lua belíssima brilhava em meio à uma profunda escuridão, e as estrelas pareciam pontinhos invisíveis, ofuscadas pelo brilho da lua - Eu li em um pergaminho que hoje seria noite de lua cheia.

- Merlim - sussurrou Hermione num fio de voz. Nunca tinha visto nada tão bonito na vida, nem tivera uma experiência dessas - É incrível, não?

Draco sorriu e deitou na grama, Hermione ao seu lado, sem perceberem que as mãos estavam unidas.

- Eu sempre tive vontade de fazer isso, mas era impossível - comentou Hermione mirando o céu - O Filch rondava esses lugares do jardim quando eu saía, e quase sempre ele me pegava.

- Então você não é tão certinha quanto parece, é?

- Não, não sou - Hermione riu - Regras são feitas para serem cumpridas... e nem sempre são.

- Ah, você só tem isso em mente, certo?

- Draco, eu sigo as regras que todos seguem. É óbvio que eu quebro várias leis, já fazia isso desde o primeiro ano, então é constante alguém me encontrar fora da Torre à meia-noite, andando por aí.

- Entendi... toda regra tem uma exceção, não é?

- Exatamente - Hermione suspirou - Se eu tivesse que fazer uma lista de sonhos que eu pretendo realizar, eu escolheria as estrelas. São infinitas.

- Sonhadora você, Hermione - falou Draco - Sonhar faz bem.

- É, eu sei, Draco. Não são só sonhos, são... não sei, coisas que eu queria fazer.

- O quê, por exemplo?

- Acho que tudo se resume em uma única coisa.

- O que é?

- Ser feliz com alguém que me faça feliz - respondeu Hermione, os olhos brilhando - Eu não preciso de nada, além disso, entende.

- Felicidade é difícil de explicar, não é?

- Nem sempre. Às vezes temos experiências, em que descobrimos o que é felicidade, Draco.

- Você já teve experiências assim?

Hermione parou um pouco e pensou. Não tinha sido feliz ao lado de Rony, mas sim ao lado de... Draco. Merlim, ela não podia falar aquilo!

- Não sei, acho que não - mentiu Hermione - Eu não fui exatamente feliz com Rony. Foi uma coisa boa, mas não acho que foi felicidade.

Draco não conseguiu reprimir um sorriso no canto dos lábios, e agradeceu por Hermione não ter percebido. Ficaram um tempo sem falar, observando as estrelas. Se tudo aquilo fossem os sonhos de Hermione, seria difícil para ele realizar algum. “No que eu estou pensando, realizar os sonhos da Granger, por Merlim, que ridículo!”. Quem sabe assim ela não começasse a enxergá-lo de outro jeito. “Pra quê me enxergar de outro jeito? Que outro jeito, fiquei louco, é isso?”.

Hermione ainda olhava o céu, quando reparou em uma coisa incomum; uma estrela cadente cortou a escuridão durante meio segundo. Ela soltou uma exclamação de surpresa, sobressaltando Draco.

- Merlim, o que foi?! - ele perguntou irritado.

- Acabou de passar uma estrela cadente - contou Hermione, animada - Eu li em um livro trouxa que quando passa uma dessas e você faz um pedido, ele se realiza.

- Sério? - Draco pareceu espantado - E vale se eu fizer um pedido depois que ela passar?

- Bom... não sei, mas deve valer - respondeu Hermione pensativa - Nossa, você está levando em conta o que um livro trouxa diz?

- Não, estou levando em conta o que você disse - corrigiu Draco sorrindo “daquele jeito”.

- Hum... entendi - disse Hermione parecendo uma boba - Draco...

- Que foi?

- Por quê você e o Jack brigaram? - perguntou ela, receosa - O motivo mesmo.

- Na verdade, ele me provocou, Hermione.

- E o que ele disse pra você ficar tão... irritado?

- É uma coisa à toa, nada demais - respondeu Draco tentando fugir do assunto, mas infelizmente Hermione percebeu isso.

- Não fuja do assunto, Draco. É sério, que foi que ele disse?

Draco tentou pensar rapidamente em uma mentira, mas seu cérebro não processou nenhuma que fosse conveniente.

- É que ele disse que... - começou o Loiro inseguro.

- Que...? - incentivou Hermione, sentando-se - O quê ele disse?

- Vocêqueelepreferiaeuque! - Draco disse rapidamente e enrolando a língua, sentando-se também.

- Ahn?!

- Que você pref-feria ele que eu, foi isso!

Hermione prendeu o riso, e nem a escuridão conseguiu cobrir o rosto corado de Draco.

- Ah, foi isso? - ela perguntou, tentando parecer displicente - Achei que tinha sido alguma coisa grave.

- Não foi grave? - indagou Draco, e logo em seguida desviando o olhar para o lago.

- Bom... não sei - respondeu Hermione confusa - Achei que não tinha sido pra você. Afinal, eu sou apenas a sangue-ruim.

- Não, não é. Ah... er... é... eu quis dizer, aaah, hum... eer, é...

Hermione não agüentou e deu um sorriso.

- Ai, Draco, você é tão fofo! - ela pulou em cima dele, o derrubando de costas no chão outra vez - Muito, muito fofo!

- Eu não sou fofo - disse Draco fingindo estar irritado.

- É sim, é fofo, demais, muito fofo! - insistiu Hermione rindo, ainda em cima dele - Por quê não seria fofo?

- Porque eu não sou gay.

- E não precisar ser gay para ser fofo. Precisa?

- Precisa.

- Então você é uma exceção da humanidade - Hermione beijou o rosto de Draco e caiu para o lado - Porque você é fofo. Certo?

- Adianta discutir?

- Não!

- Portanto, fico sem resposta - Draco sorriu, consultando o relógio - Acho melhor entrarmos.

- Ah, não, está tão bom aqui!

- Eu sei, por mim eu juro que continuava aqui, mas você sabe, o Filch.

- Você tinha que lembrar? - perguntou Hermione chateada - Ok, então vamos!

Draco levantou, estendendo a mão para ela, que a agarrou sendo levantada, o que resultou em uma aproximação muito próxima [N/A: haishaihsiahsiaisa, aproximação muito próxima, curtiiiram heein ?] entre ambos, com um espaço milimétrico de distância.

Podiam perceber o quão a respiração deles estavam descompassadas e exatamente no mesmo ritmo. As mãos ainda unidas, os narizes a um centímetro de se tocarem, as bocas semi-abertas e os olhos fixos uns nos outros. Nada podia impedir que aquilo acontecesse, a não ser que... clique.

- Que foi isso? - perguntou Hermione assustada - Por Merlim, Draco, você não ouviu?

- O quê? - quis saber Draco irritado, por ter tido aquele momento interrompido - Não foi nada!

- Collin Creevey - murmurou a Castanha - Draco, volte para a sua sala comunal - o garoto continuou parado - AGORA!

Draco correu em direção à sua sala comunal, Hermione para a sua, no momento que Collin Creevey chegava ao jardim, acompanhado por Filch. Hermione correu como condenada, doida para chegar sã e sala à sala, mas ao mesmo tempo se preocupava com Draco. “Se ele não chegar... ah, Merlim, coitado!”.

Hermione chegou ao retrato da Mulher Gorda depois de correr cinco minutos, ter errado o caminho e corrido mais cinco minutos; estava um tanto ofegante. A Mulher Gorda não a queria deixar passar, mas acabou permitindo, quando a garota alegou chamar Dumbledore. Ela se jogou no primeiro sofá que viu, pondo a mão no peito à procura de ar.

Fim do Flashback

Hermione levantou do sofá, ainda preocupada com Draco; essa preocupação logo passou, quando Aquiles, a coruja dele [N/A: sim, ela agora tem nome ! brigaada, Anna P...Otaku..o/:], bateu na janela com o bico, carregando uma carta.

- Aquiles! Graças à Merlim! - Hermione correu para a janela e abriu-a; Aquiles entrou e pousou no meio da mesa, esticando a perna para que a garota pegasse a carta - Então, como vai? Faz tempo que eu não te vejo! - ela falava com Aquiles como se ele fosse algum ser racional.


Hermione,
você conseguiu chegar bem?
Está tudo ok por aqui.
Não demore a responder.

Draco.


- Eu não disse que ele é fofo! - exclamou a garota, pegando uma pena no tinteiro e escrevendo rapidamente, feliz por ele ter lhe mandado uma carta - Pronto, Aquiles. Dá uma mordida na orelha dele por mim, ok? - Hermione riu, e a coruja saiu pela janela.

×______×

Draco andava de um lado para o outro na sala comunal, esperando a resposta de Hermione. Já estava desesperado, ela aidna não tinha respondido. Se fosse preciso, iria até a sala de Filch procurá-la, não queria que Hermione sofresse as conseqüências sozinha, afinal, ela tinha avisado de Collin.

- Ah, até que enfim! - exclamou o Loiro, quando Aquiles entrou na sala com a carta na perna - E aí?


Estou bem, Draco.
Errei o caminho uma vez,
mas cheguei em tempo.
Fico feliz que tenha chegado bem.

Hermione.


Draco sorriu ao terminar de ler, e quase jogou Aquiles pela janela, quando a coruja lhe deu uma mordida na orelha.

×______×

- Hermione, acorda! - alguém a chamava - A McGonagall transferiu o jogo de quadribol pra hoje. Anda, é Sonserina contra Grifinória!

Hermione abriu os olhos. Quadribol de domingo? E os treinos? Sonserina × Grifinória? E Draco não havia lhe falado nada?! Nem Harry?! Nem Rony?! Nem Gina?!

- Ai, Ju - resmungou Hermione, depois de constatar que a garota que lhe chamara era Jully. Parecia que tudo rodava - Quadribol hoje? Mas ninguém me falou nada!

- É, o jogo seria semana que vem, mas a louca da professora transferiu para hoje, por razões que só ela sabe.

- Mas e os treinos? Como eles vão jogar se não treinaram? - indagou Hermione trocando de roupa apressada - As táticas, não sei...

- A McGonagall disse que final de semana que vem vai ter um passeio a Hogsmeade.

- NÃO FOI ISSO QUE EU PERGUNTEI, CARAMBA!

- Aah ! O que foi, então?

- EU PERGUNTEI E OS TREINOS? ELES NÃO TREINARAM NESSA SEMANA, JULLY! - gritou Mione irritada.

- Ué, segundo ela, os jogadores devem treinar muito antes dos jogos, e já deviam estar preparados para o jogo.

- Ah, tá - Hermione se acalmou, enquanto prendia o cabelo num alto rabo de cavalo - Vamos logo, não quero perder esse jogo por nada.

- A Gina não vai jogar.

- Por quê não?

- Achei que você sabia notícias da sua amiga!

- O que aconteceu com ela? - quis saber a Castanha assustada.

- Depois que nós saímos da ala hospitalar com o Harry, ninguém sabe como, ela quebrou o pulso.

- Oh, coitada! - exclamou Hermione pondo as mãos na boca - Como ela está?

- Acho que bem, a Madame Pomfrey a liberou hoje mais cedo - informou Jully eficiente - Ela já foi para o campo com a Luna, que como de costume está com o Chapéu-Leão.

- Que mico - murmurou Hermione.

- Não, não é mico. É leão.

Hermione deu um tapa no ombro de Jully, no momento que entraram no salão para o café. Metade dos alunos já tinham ido para o campo, mas alguns jogadores ainda permaneciam lá. Hermione tomou um suco bem rápido e comeu algumas torradas, igualmente à Jully.

Não foi difícil encontrar o pouco chamativo chapéu de Luna no meio da multidão torcedora da Grifinória. Gina estava ao seu lado, aparentemente bem, sem dar importância ao pulso enfaixado. Jully gritou pelas duas, e chegaram a tempo de pegarem exatamente dois lugares na arquibancada. Hermione aguardava ansiosa o início da partida, na esperança de poder comemorar com Draco a vitória da Sonserina. Ah... Sonserina?! A Grifinória iria ganhar, e ela torceria pela sua casa. Ou não... ah, sem dúvidas, a Grifinória iria vencer, iria ganhar, e ela iria torcer por isso.

Antes que o relógio marcasse 11 horas, os jogadores entraram em campo, voando em suas vassouras. Hermione procurou Harry e Rony com o olhar; em seguida, procurou Draco. Draco e Harry apanhadores... Merlim! Mais um jogo que prometia ser emocionante.

Dessa vez, o jogo foi narrado por McGonagall, que se embaralhava com os nomes, as posições e os nomes das bolas. Goles era o pomo, o pomo era o balaço e o balaço era a goles. Era uma confusão, que chegou uma hora que Gina deu um berro de lá e correu para a cabine, assumindo a locução, o que melhorou em 100%. [N/A: como a autora ainda nem sabe escrever a narraçãao de um jogo de quadribool, eu vô falando umas coisa msm pra enche linguiça, oks ? ^^]

Hermione acompanhava Harry voando na Firebolt e Draco exatamente igual, exceto pela cor do uniforme... e, é claro, o cabelo. Ambos pareciam que queriam salvar a pátria; eram empurrões, obviamente xingamentos, ofensas e aquelas coisas de sempre. Por alguns momentos, Harry parecia mais veloz que o Loiro, mas outros momentos, era antagônico. Draco tinha no rosto uma expressão decidida, e Harry não conseguia disfarçar a raiva que sentia, depois de uma hora e meia de jogo sem conseguir visualizar a bolinha de ouro.

O placar era quase idêntico: Sonserina - 130; Grifinória - 120. Pela segunda vez, a Grifinória estava atrás da Sonserina, mas ainda havia a chance da virada.

Não tinha necessidade, mas Gina berrava para narrar o jogo; estava nervosa. Nunca mais vira um jogo de quadribol, era mais comum ela jogar. A garota tentava a todo custo, incentivar Harry, dando indiretas de onde estaria o pomo, no entanto, sempre errava a localização.

Outra desesperada era Jully, que se dividia entre o namorado e os amigos, na situação semelhante à de Hermione, que tinha a cabeça apoiada em uma das mãos, expressão preocupada e ligeiramente entediada.

Duas horas de jogo, sem intervalos, sem sinal do pomo. Cada time subira trinta pontos. Talvez não tivessem soltado a bolinha... mas Hermione já ouvira falar de um jogo que durara três meses. Merlim, e se este durasse dias, semanas, meses... anos?! Tomasse todo seu domingo?

Num momento, porém, que ela imaginou ser ilusão, viu uma coisa dourada passando logo na frente da arquibancada. Levantou-se, e deu graças a Merlim que o pomo estava parado.

- HARRY, O POMO! POR MERLIM, HARRY, O POMO ESTÁ AQUI! - esganiçou-se a Castanha, arrancando o leão da cabeça de Luna, e acionando-o seguidas vezes - O POMO, HARRY!

Isso pareceu produzir algum efeito, porque lá de longe, sabe-se como, Harry ouviu um gritinho e desviou o olhar. Parecia impossível, que Hermione estaria berrando? Ele foi se aproximando, e quando ouviu “pomo”, “aqui” e “corre”, encaixou as peças, e aumentou a velocidade do vôo. Tinha Draco grudado em si, mas parecia voar bem mais rápido.

E ele tinha razão, sua velocidade era maior, mas a sorte de Draco vencia. O pomo resolveu desviar a trajetória e voar no sentindo contrário de Harry. Aproveitando-se da situação, e da confusão de mais vinte pontos para a Grifinória, Draco esticou a mão e sentiu alguma coisa dentro dela se debatendo. De longe, ouviu uma voz vagamente conhecida, gritando “Draco Malfoy pega o pomo-de-ouro”, e foi aí que se deu conta. Pegara o pomo. Vencera o Potter. Vencera o jogo. Vencera a Grifinória. Draco soltou uma exclamação de alegria, parecendo mais um alívio, e foi descendo até o chão [N/A: chão, chão, chão, chã-chã-chão, chão, chão, vai descendo até o chão, chão, chãao !, HAIHSOAIHSIAHSI].

Da arquibancada, Hermione gritava feito louca, acompanhada de Jully, e ao mesmo tempo sentiam uma pontada de culpa. Harry e Rony atravessavam o campo derrotados, arrastando as vassouras no gramado. Jully gritou um “vamos lá embaixo”, mas Hermione só entendeu por leitura de lábios, tamanha era a zona. As garotas desceram para o campo, e encontraram Harry e Rony na porta do vestiário.

- Ei, Rony! - chamou Hermione - Não fiquem assim, ok? É um dos poucos jogos que vocês perdem, ainda não foram desclassificados, estão em segundo lugar, recuperam isso em um jogo.

- Eu sei, mas é que é chato, Mione - interferiu Harry chateado - Fique tranqüila, eu deixo você ficar feliz, afinal... seu namorado ganhou o jogo!

- Assim você nos faz sentir culpadas, Harry - confessou Jully de cabeça baixa - Nós não queríamos comemorar com eles, sabendo que vocês estão desse jeito.

- Qual o problema, Ju? Relaxa - disse Rony sorrindo amigavelmente - Estamos bem.

- Pelo menos eu espero, não é? - sorriu Hermione, indo em direção ao time da Sonserina -
DRACO! - ela correu ao encontro do “namorado”, pulando no seu pescoço - Você conseguiu, Draco!

- Eu sei, não acredito ainda! - Draco tinha as mãos trêmulas, mas não mediu esforços para erguer Hermione do chão, provocando-lhe risos e ao mesmo tempo gritinhos - Isso eu acho que é felicidade.

- É, deve ser - os dois riram, ainda abraçados - Draco... você foi incrível!

- Foi sorte, Hermione - corrigiu Draco abaixando o astral - É que...

- Não foi sorte, foi você! Você conseguiu isso. A culpa é inteiramente sua.

Draco sorriu.

- Fui eu mesmo? - perguntou ele, finalmente acordando do transe.

- Foi.

- Não é sonho? - tornou Draco.

- Não, é realidade, ok? - respondeu Hermione rindo.

- Sério?

- Sério! - exclamou Hermione - Draco... é verdade!

- Então prova - pediu ele, sorrindo maroto.

Hermione não pensou duas vezes... aliás, ela nem pensou; simplesmente lembrou de uma forma de provar que era realidade - meteu-lhe um tapa na cara. Draco arregalou os olhos, mirando-a como se fosse louca. Hermione soltou uma gargalhada e o beijou. Dessa vez, ninguém podia negar que a iniciativa fora dela, mas houve resposta por parte do Loiro.

Draco largou a vassoura que ainda tinha em mãos no chão e abraçou Hermione com mais força, encerrando o milimétrico espaço entre eles. Naquele momento não existia ninguém, não existia nada, nem o chão, nem o céu, nem o sol, nada. Só existia ela. Mais uma vez que ele não se controlara, mais uma vez que ele não impedira, correndo o sério risco de ir mais longe que planejara.

Hermione não sabia o por quê daquilo, mas depois do tapa, o beijo foi a forma mais incoveniente de provar a realidade, ou não. A primeira coisa que veio na sua cabeça, e a mais louca. Era impossível querer parar, querer interromper. Ela não tinha coragem, tinha ficado sem forças, sem noção do tempo. Todo segundo parecia durar uma eternidade, e isso era bom. Era muito bom saber que ainda teria vários segundos.

Jully acompanhava a cena pasma, juntamente com Blaise e metade da escola. Todos sabiam do “namoro” dos dois, mas nunca tinham presenciado uma cena que lhes desse tanta certeza daquele namoro. Harry e Rony estavam vermelhos de fúria; até concordaram em deixá-la namorar com Draco, mas não admitiriam ficarem se agarrando em público! Gina, da cabine de locução, gargalhava alto, incomodando os professores, que ainda não tinham percebido. Alguns alunos - garotos que gostavam de Hermione (e isso incluía Jack Patterson) e garotas que gostavam de Draco (inúmeras garotas) - os fuzilavam com o olhar.

Apesar de todo esse tumulto, os dois continuavam beijando-se, como se não existisse o mundo; apenas eles, porém, em uma espécie de consciência súbita, Hermione se afastou. Simplesmente boquiabriu-se com todos os observando, e pairou um silêncio lúgubre no campo, que chegou a doer os tímpanos. Logo, alguns alunos começaram a comentar, surpresos e apontando para os dois.

Draco a olhou e murmurou um “a gente precisa conversar” antes de pegar sua vassoura e entrar no vestiário. Hermione voltou para o castelo sozinha, deixando Jully e Gina intrigadas. Não esperava uma resposta tão seca do Loiro depois de fazer uma coisa que ele sempre fazia. Além de estressada, estava nervosa; esperou Draco na entrada do castelo, e acertou. Minutos depois ele chegou e a levou para uma sala de aula vazia.

- Hermione, eu vou ser breve - começou Draco - Não podemos continuar com isso.

- O quê? - perguntou a Castanha ainda confusa - Continuar com o quê?

- Com tudo isso, de sermos “namorados” e tal.

- Ok, eu não estou falando nada, por mim...

- Ótimo. Então, a partir de hoje somos Malfoy e Granger - decidiu Draco, o queixo tremendo.

- Não tem problema - mentiu Hermione sentindo uma pontada no peito -, Malfoy.

Draco virou-se para ir embora, mas Hermione o segurou.

- Por quê?

- Medo - sussurrou ele, e saiu da sala, deixando-a sozinha com seus milhares de pensamentos.

Medo de quê ? De quê Draco tem medo?.

- Draco, por favor - ela o chamou de novo, correndo para alcançá-lo, e o encontrou descendo as primeiras escadas que levavam à sala - Draco, a gente não pode terminar assim uma coisa sem pensarmos numa... numa desculpa para darmos!

- Diremos que nós dois brigamos - disse Draco rispidamente - Entenda de uma vez por todas, Granger: aquilo foi longe demais. E não irá mais continuar.

- Claro, eu sei disso - concordou Hermione, a voz fraca - Eu não ligo, entende.

- Não liga? Acho melhor você não esperar eu dizer “oh, querida Hermione, eu me importo, isso tudo para mim foi muito real”. Esquece que eu existo, ok?

- Vai ser um favor que eu farei a mim mesma, Malfoy.

Draco desceu as escadas decidido, sem nem se dar conta que Hermione estaria, minutos depois, trancada no seu dormitório, chorando compulsivamente.

×______×

Gina e Jully estavam na sala comunal, conversando sobre algum assunto; Harry e Rony sentados, jogando xadrez de bruxo, e foi reparando nisso, que Jully se deu conta de uma coisa:

- Cadê a Mione?

- Nossa, verdade - lembrou Gina batendo a mão na testa - Eu não a vejo desde o jogo de quadribol. RONY - gritou a Ruiva para que o irmão ouvisse -, você viu a Hermione?

- Vi sim - respondou Rony distraído.

- Onde ela tá? - perguntou Gina feliz.

- Sua der, eu vi ela no jogo! - brincou Rony, arrancando risadas de Jully e Harry - Mas sério, Gininha. Eu só vi a Mione no jogo, depois... sumiu!

- Hahaha, muito engraçado você - Gina riu sarcástica, voltando a conversa com Jully - Será que aconteceu alguma coisa?

- Eu vou no dormitório procurar ela - disse Jully - Já venho, Gi.

Jully subiu as escadas tranqüilamente, até o dormitório feminino. Parvati e Lilá estavam em uma rodinha com Hermione, que parecia chorar.

- Hermione! - exclamou a garota, afastando Parvati e Lilá da frente - Que aconteceu? AH, SAIAM VOCÊS DUAS DA FRENTE, SUAS FOFOQUEIRAS! SÓ QUEREM SABER DO BAFÃO, NÃO É? SAAAAAAIAM DAQUI ! - berrou Jully empurrando-as com brutalidade - AGORA! - as duas saíram do quarto apressadas, como de costume, cochichando - Mi, o que foi?

- Ele... ele t-term-m... - soluçou Hermione -... c-com-mig-go...

- Ahn?! Repete!

- Ai, Ju... foi o D-Draco.

- Hum... - a garota pensou - AH, entendi... meu Merlim, por quê?

- Não sei...

- Por que você está chorando, Hermione, não por que ele terminou.

- É que... eu fiq-quei chatead-da, oras!

- Ah, mas você já estava querendo terminar com ele, Mi... agora sim, por que vocês terminaram?

- Não sei, Ju, ele... - Hermione enxugou as lágrimas e parou de chorar -... disse que não estava certo, que a gente tinha ido longe demais.

- Você não percebeu ainda, né? - perguntou Jully, xingando Hermione mentalmente de Castanha Estúpida - Sua idiota, ele não mostra, mas...

- Mas o quê, Jully? Você vai falar o que? “Oh, Hermione, ele está perdidamente apaixonado por você”!

- É, por aí mesmo - afirmou Jully rindo - Ah, vai falar que não tá na cara que ele terminou porque não quer mais se apaixonar?

- Não, não tá na cara! Ele só queria que a Parkinson fosse expulsa e ficasse com raiva dele pra terminar comigo. Queria afastá-la. Estou pensando seriamente em inventar para a McGonagall que tudo o que dissemos foi mentira, e re-matricular a Parkinson. Vou me juntar à ela e o Malfoy vai ter o que merece.

- Você tá louca, garota?! - exclamou Jully, surpresa pela atitude da amiga.

- Não... e é exatamente isso que eu vou fazer. E agora - Hermione pulou da cama e saiu do dormitório antes que Jully pudesse impedi-la.

- Merlim, ela vai fazer a maior burrada da sua vida - Jully gemeu, correndo para fora do quarto à procura de Gina.


×______×

Draco andava arrastando os pés, as mãos nos bolsos da calça, a cabeça baixa. Não estava acreditando que tivera tanta coragem de falar tudo aquilo para a Granger. Sempre imaginou que seria fácil falar meia dúzia de besteiras e palavras não-ensaiadas na frente do espelho para aquela Sangue-Ruim, mas depois daqueles minutos ao lado dela, falando todas aquelas coisas, dera-se conta de que tinha imaginado tudo errado. Precisava de coragem, de força. Olhar aquele rosto inocente, aqueles olhos profundos e dizer palavras que machucam, não era nada fácil. Nenhum pouco fácil. Seus pés o levavam automaticamente ao mesmo caminho que fazia todos os dias - o jardim. Mas logo percebeu que antes tinha o pensamento de ir à sala comunal.

Desviou a rota do caminho, e tentou pensar em algo que não tivesse nada a ver com a Granger. No entanto, tudo parecia ter a ver com ela. Cada lugar que olhava enquanto caminhava, tinha uma lembrança da garota; uma briga, um beijo, um abraço, risadas, choros. Ela estava impregnada em todos os cantos do castelo, o perfume dela parecia não querer sair de sua roupa, tinha vontade de jogar todas suas peças foras, comprar novas e esquecer daquela garota que estava em seus sonhos e pensamentos.

Andava distraído, quando trombou com alguém, que caiu no chão, mas em um segundo se recompôs.

- Olha por onde anda, idiota! - exclamou o Loiro, levantando o rosto - Ah, é você.

- Oh, sou tão comum assim? - debochou Gina, massageando o braço que caíra em cima - Dá licença.

- Quê? - perguntou Draco ainda distraído.

- SAI DA MINHA FRENTE, MALFOY! - estressou-se Gina, passando por Draco, deixando-o pregado no chão.

- Que foi que eu fiz?!

Draco voltou a andar distraidamente, sem saber onde Gina estaria indo.

×______×

- Loiro desgraçado - bufou Gina, correndo para chegar a tempo na sala de McGonagall - Ah, Merlim, a Hermione vai fazer uma besteira!

Jully contara à Ruiva tudo resumido, mas esta entendera o que Hermione previa fazer, e corria para chegar a sala da professora, louca para impedir uma desgraça. Barracos, impedimentos e derivados, era com Gina Weasley mesmo.

- Ju! - exclamou a Ruiva, quando finalmente chegou a sala da sub-diretora - Então, ela já chegou?

- Ainda não - resmungou Jully, impaciente - Já sabe como fazer?

- Sim, eu bolei um plano. A gente conversa, se ela não mudar de idéia, provavelmente vai estar com a varinha e tentará nos estuporar silenciosamente. Mas antes disso, nós vamos estuporá-la. Eu primeiro. Meu feitiço, acredito que seja mais fraco.

- Okay, pode ser assim - concordou Jully no momento em que ambas perceberam um movimento ali perto - Será que é ela?

- Não, não vi ninguém - negou Gina.

Ouviram passos vindos do final do corredor, mas continuaram sem ver ninguém. “Alunos”, pensou Gina tranqüila, tamborilando na perna com a varinha. A porta da sala de McGonagall estava semi-aberta, como sempre ficava. A diretora se encontrava lá dentro, fazendo algumas anotações.

- Merlim, cadê a Hermione? - perguntou Jully, correndo os olhos pelo lugar.

- Relaxa, Ju.

Gina estava calma demais, mas isso atrapalhou em 100% os planos das duas. Minutos depois de ouvirem os passos, a porta da sala da diretora abriu-se por completo e em seguida fechou-se. Jully boquiabriu-se, quando, aterrorizada, ouviu a voz de McGonagall:
- Sim, srta. Granger?

- Merlim, a capa do Harry! - exclamou Gina lembrando-se da capa de invisibilidade do namorado - Como não pensamos nisso antes?!

Jully bateu na porta da sub-diretora, que respondeu um “entre” e as duas amigas dispararam para dentro da sala.

- Hermione, por Merlim não faz isso! - gritou Jully antes de qualquer coisa.

- De que você está falando, Jully? - perguntou Hermione sonsamente - Eu estava comentando com a profª McGonagall sobre a festa do dia das bruxas.

- Sim, srtas. Eu pedi à srta. Granger que viesse na minha sala para resolvermos algo sobre a festa, estamos totalmente sem idéias - concluiu a professora como se fosse óbvio - O sr. Malfoy já deve estar chegando.

- Como?

- Sim, srta. Granger. A nossa pequena reunião é entre os monitores-chefes.

- Ah, professora, por favor, não podemos fazer reuniões separadas? - pediu Hermione.

- É óbvio que não. Vocês não são namorados?

- È que... bem - gaguejou a Castanha - Nós t... terminamos.

- Ah, entendo - compreendeu a mulher, parecendo debochada - Mas continuo sem mudar minha opinião.

Jully e Gina se entreolharam e saíram de fininho da sala.

×______×

- O que você ‘tá arrumando aqui, Draco? - perguntou Blaise, quando o Loiro chegou na sala comunal - Até eu fiquei sabendo da reunião entre monitores-chefes com a McGonagall para resolverem do dia das bruxas!

- Sério?! - perguntou Draco espantado. Não fazia a menor idéia de que tinha uma reunião com a velha-precisa-se-aposentar - Merlim!

Draco correu para a sala de McGonagall, esquecendo de tudo. Ou quase tudo. A Granger ainda o atormentava. O que ela tinha a ver com isso? Era a monitora-chefe. O Loiro nem percebeu quando chegou à sala da velha-precisa-se-aposentar.

- Desculpe, velh... aah, professora - corrigiu Draco em tempo - Eu perdi a hora.

Hermione mantinha a cabeça baixa, olhando para os joelhos, que pareciam interessantíssimos. Draco sentou-se na cadeira ao lado da Castanha e tentou por tudo não sentir o perfume dela.

- Bom, agora que estão aqui... - começou McGonagall - Eu e o prof. Dumbledore não tivemos nenhuma idéia sobre a festa do dia das bruxas. Como já lhes foi notificado, desejamos muito fazer um baile, algo mais formal. O problema é que os alunos acostumaram-se com as festas que fizemos ao decorrer do ano letivo, e não sabemos como resolvê-lo. Precisamos urgentemente de idéias, dicas e sugestões para dia 31 de outubro. O que me dizem?

Hermione levantou a cabeça, olhando nos olhos da mulher.

- Professora, eu estive pensando que não seria má idéia fazer esse baile - opinou a Castanha com a voz espantosamente firme -, mudar um pouco de ramo. Festas do tipo que foram feitas, são perfeitas, mas acredito que precisamos mudar. Seria ótimo de fizéssemos esse baile.

- Entendo - murmurou ela, fazendo uma anotação num pergaminho - E o sr., sr. Malfoy?

- Ah... bom... é, eu concordo.

- Concorda... uhum. Então, mas eu e os professores pensamos em fazer o seguinte: deixaremos com os monitores-chefes, no caso, vocês, todo o trabalho da festa. Vocês irão planejar juntos tudo sobre o baile, e anotarão num pergaminho, e me trarão no final dessa semana o projeto. Com o que acham que colocaremos de bebidas, comidas, estilo musical, traje e tudo o mais.

- Não... não podemos dividir os trabalhos, professora?

- Não, não podem, srta. Granger. Serão vocês dois juntos.

Draco respirou fundo e concordou com a cabeça, seguido de Hermione.

- Ótimo. Espero que façam um bom trabalho, estão dispensados.

Os dois saíram da sala receosos, mas seguros. Hermione ia para o lado oposto do corredor, quando Draco a segurou pelo braço.

- Ah... podemos conversar?

- Não - disse Hermione firme - Solta o meu braço, Malfoy.

- Por favor - implorou o Loiro.

- Eu já disse que não. Não temos absolutamente nada para conversar.

- Mas eu tenho.

- E eu não quero ouvir.

Draco soltou o braço dela, mas permaneceu com o olhar frio fixo no dela.

- Prometo que vai ser rápido.

Hermione respirou fundo.

- Se for muito rápido, Draco. Muito.

Ele sorriu e continuou a olhando.

- Era só pra ficar mais um pouco com você e lembrar sempre de como você fez a minha cabeça - disse Draco baixinho, beijando a testa de Hermione e saindo do corredor.

×______×

- Eu te amo muito, sabia? - Hermione entrou na sala comunal no exato minuto que Gina falava isso para o namorado.

- Eu também te amo, Ruivinha.

Hermione rolou os olhos. Não era obrigada a presenciar casaizinhos felizes todos melosos na sua frente. Mesmo que fossem Gina e Harry. O casal que podia ser meloso era ela e Draco. Só. “Ah... que droga, eu pensando naquela coisa outra vez... ele mexeu comigo hoje... eu fiz a cabeça dele, então? Bom saber!”. A garota correu para o dormitório, e para sua surpresa, encontrou Jully.

- Jully! - ela pulou no pescoço da amiga - Que cara é essa?

- Você não viu o aviso? - Jully sorriu e entregou-lhe um pedaço de pergaminho.


Srta. Granger,
temos o prazer de informar que os monitores-chefes
terão dormitórios próprios.
Ambos encontrar-se-ão no corredor do sexto andar,
e poderão ter uso a partir desta quarta-feira.
A srta. poderá permanecer no seu atual dormitório,
ou quando desejar, voltar para ele. Ficará tudo a seu critério.

Profª Minerva McGonagall.


Hermione deu um grito de felicidade, pulando no meio do quarto.

- Finalmente meu quarto! Ah, Merlim, não acredito! - Hermione riu abertamente, mas ao ler “ambos encontrar-se-ão no corredor do sexto andar”, deu uma desanimada boa. Ambos? Ou seja, os dois dormitórios ficariam no mesmo corredor - Ju... ah, não!

- Hermione não reclama, já é um quarto próprio. Você não precisa ficar conversando com o Draco só porque seus quartos são no mesmo corredor.

- É, Jully, mas eu lembrei ainda de que temos que realizar um projeto juntos sobre a festa do dia das bruxas. E não pode ser individual, é assunto com os dois monitores-chefes. Merlim, que eu fiz para merecer isso? - Hermione se jogou na cama literalmente, largando o pergaminho no chão - Tudo bem, é um trabalho. Não significa que eu vou ter que fazer nada mais que um projeto com ele. É só até o final da semana. Temos que entregar sexta mesmo, não é muito tempo. Ou é? NÃO, não é muito tempo! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH !

- Que foi, Hermione? - perguntou Jully sobressaltada - Merlim!

- Eu ‘tô estressada, Jully! - Hermione choramingou, mas na verdade estava mais abalada pelo quê Draco lhe dissera há alguns minutos antes - Uma professora trouxa minha, ensinou bater o pé no chão, bater as mãos e gritar; desestressa, sabia?!

- Sério? Antes de gritar me avisa, pra eu proteger meus ouvidos! - gritou Jully com a voz estranhamente aguda - Ah, eu vou é adiantar alguns deveres...

- Eu também. Melhor coisa que eu faço.

×______×

- Por quê você fez isso comigo? - perguntava Jully, os olhos marejados, à Hermione - Como você teve coragem?

- Eu não sei, foi impulso, Jully! - respondeu Hermione também com os olhos marejados - Não tinha a intenção.

- Ah, não?!

- Não, nunca tive a intenção, Jully! - gritou a Castanha agora chorando - Ele me beijou e eu correspondi.

- MAS QUE DIABOS ESTÁ ACONTECENDO AQUI? - Harry entrou disparado no dormitório feminino, acompanhado de Rony e mais uma cambada - VÃO TIRAR A ROUPA? QUEREMOS VER!

- Ah, que mané tirar a roupa, Harry - Gina surgiu do nada, ou melhor, da cômoda de Hermione, apontando para as duas - Elas estão brigando porque Hermione pegou o Blaise ontem na lanchonete!

- Verdade? Ele beija bem, Mione? - Luna entrou no quarto pela janela, Draco atrás - Como são os...?

- NÃO, VOCÊ ME TRAIU! - gritou Draco inesperadamente - COM MEU MELHOR AMIGO AINDA!

- É tudo um equívoco... - explicou Rony - Ninguém pegou ninguém, não.

- Que equívoco! Eu já peguei a Granger - disse Jack surgindo detrás dos garotos - E o Simas está de prova!

- Verdade, ela pegou nós dois no mesmo dia, na mesma hora - confirmou Simas.

Hermione tinha as mãos na cabeça, chorando e arrancando os cabelos. Todos a fuzilavam com o olhar... raiva... ódio... amor... traição... aqueles olhares a rasgavam por dentro...

×______×

Hermione acordou assustada, suando frio e por pouco não gritou. Depois de terminar a maior parte dos deveres, o jantar, conversas, ela fora dormir no domingo exausta, e tivera esse terrível sonho. Olhou seu relógio: ainda eram três e meia. Levantou da cama, vestiu seu robe e tomou um gole do copo de água na sua cabeceira.

Ela desceu para a sala comunal, esperando não encontrar ninguém. Levava nas mãos seus pergaminhos e penas, afim de realmente finalizar os deveres. Porém, percebeu que isso não seria possível.

- Gina? - ela chamou receosa - O que você está fazendo aqui?

A Ruiva chorava no sofá encolhida.

- Gina, o que foi? - Hermione sentou ao lado da amiga - Por Merlim, o que foi que aconteceu?! Gina, você está me assustando!

- M-meu... p-pulso, Mione - soluçou Gina - Eu n-não sei...

- E o que você está fazendo aqui?! Ala hospitalar!

Hermione ajudou a amiga a se levantar, tentando por tudo não olhar o pulso dela. A garota ainda chorava, porém, um pouco mais calma.

Ela conduziu Gina até a ala hospitalar com tranqüilidade, e ao entrar lá, encontrou Madame Pomfrey acordada, cuidando de um aluno da Cornival que parecia ter um corte fundo na testa.

- Por favor, Madame Pomfrey - pediu Hermione e deitou Gina numa cama - Se a sra. puder dar uma olhada.

- Merlim, é hoje! - a enfermeira caminhou eficientemente à cama de Gina e examinou o pulso da garota - Entendi, você o quebrou de novo?

- Não sei - respondeu Gina - Eu dormi no sofá e acordei, ele estava assim.

- Deve ter sido um mau jeito, srta. Weasley! Eu a recomendei que não fosse a este jogo maldito de quadribol!

- Mas...

- Eu lhe avisei, srta.! - ralhou a enfermeira, voltando sua atenção ao aluno da outra casa - Srta. Granger, faça companhia à ela enquanto termino os cuidados com este aqui que levou um soco do amigo.

Hermione sentou numa cadeira, e pensou em avisar aos amigos.

- Madame Pomfrey, a sra. poderia me permitir... avisar meus amigos?

- Não, Granger - disse secamente a mulher, entregando um copo cheio de um líquido amarelo-escuro para Gina - Tome logo, menina, é para a dor.

Gina virou o copo e quase desmaiou. A enfermeira rolou os olhos, acenando com a varinha para o garoto da Cornival, fazendo com que o corte em sua testa cicatrizasse. Gina amoleceu nos travesseiros, enquanto Madame Pomfrey examinava com maior atenção o pulso afetado. Em seguida, usando a varinha, fez com que o pulso voltasse ao lugar, sob gritos da Ruiva.

- Calma, garota! - sussurrou Hermione aterrorizada - Relaxa.

Gina resmungou mais um pouco antes da operação ser terminada. O pulso parecia intacto, e ela bebeu mais um copo com o conteúdo amarelo-escuro e dessa vez procurou adormecer. Hermione respirou fundo, e olhou o relógio pela segunda vez. Quatro e quinze.

Voltava para o dormitório mais exausta que nunca, preocupada com Gina e o pensamento lá em Draco. “Era só pra ficar mais um pouco com você e lembrar sempre de como você fez a minha cabeça.”. Essas palavras ecoavam na sua cabeça, provocando uma forte enxaqueca e isso resultou em uma péssima noite de sono. “Primeiro eu tenho um pesadelo estranho, depois a Gina quebra o pulso de novo, volto para o dormitório quase quatro e meia da madrugada, tendo que acordar daqui a menos de três horas!”

Hermione nem teve ânimo de avisar Jully sobre Gina, foi direto dormir. Dessa vez, finalmente, ela conseguiu ficar sem ter pesadelos, porém, não dormiu três horas e foi acordada sem pena por Jully.

A garota estava de péssimo humor, não conversava com ninguém e nem sequer avisou de Gina. Quando lembrou disso, Harry quase a esganou, Rony engasgou com o suco e Jully praticamente picou-a em pedacinhos.

- Como você não nos avisou isso antes?! - perguntou Rony surpreso - Eu achei que você teria mais juízo, Mione!

- Okay, mas a Gina está bem! - justificou Hermione enfiando uma torrada na boca despreocupada - Eu vi ela ontem, está tudo okay.

- Mesmo assim - insistiu Harry - Nós te entendemos, mas bem que poderia ter nos avisado ontem, não é?

- Olha, gente, sinceramente! Parem de me encher! - bufou Hermione irritadíssima - Não consegui dormir a noite inteira, poxa! Será que vocês são tão egoístas assim?

- Não é egoísmo, amiga - disse Jully calma - É que...

- MAS QUE DESGRAÇA! - berrou Hermione levantando da mesa.

- Hermione, acalme-se! - ralhou Jully a olhando firme - Você não errou, só estamos falando que você poderia nos ter falado ontem, é isso!

- AGORA É ISSO, NÃO É? - Hermione estava à beira de lágrimas, sem saber por quê - NÃO TENTEM CONSERTAR SEUS ERROS, OKAY? ME DEIXEM EM PAZ!

Ela saiu correndo do salão, deixando os amigos pregados nas cadeiras. A única coisa que Hermione não sabia, era que mais alguém a olhava espantado.

“Merlim! Hoje é segunda-feira, eu odeio segunda-feira, já acordei estressada, meus queridos amiguinhos me estressam mais ainda e nem arrumar meu material eu arrumei! São exatamente sete e quarenta, as aulas começam em vinte minutos e eu aqui, correndo para pegar meus pertences! Que lixo também, não quero ver nenhum daqueles egoístas idiotas. Nem pintados de ouro!”

×______×

-... entenderam como transformá-los? - a aula de Transfiguração estava particularmente chata naquela segunda.

Hermione, mesmo sob protestos, sentara-se com Jully no fundo da sala. A aula era com a Cornival, e isso ajudou muito a Hermione não se estressar mais ainda.

- Mione, vamos transformar? - perguntou Jully, pegando um dos passarinhos para transformar em uma coruja branca. Não era difícil, mas exigia certos esforços para que o animal adquirisse todas as características de uma coruja.

Hermione, o que não foi surpresa para ninguém, conseguiu transformar o passarinho em uma perfeita coruja, na terceira tentativa. Depois veio Jully, que era aluna tão boa quanto Hermione e em seguida alguns Cornivais. McGonagall concedeu vinte pontos para as duas casas, quando terminaram a atividade, passou um dever para eles e os liberou. A próxima aula era História da Magia, com a...

- Sonserina?! - perguntou Jully examinando seu horário de aulas - Ah, tinha que ser!

- Ô Merlim, que foi que eu fiz para merecer isso? - resmungou Hermione, entrando na sala e acomodando-se numa carteira. Jully sentou ao seu lado - Você não vai ficar com o Blaise?

- Não. Você e o Draco estão brigados, não seria sensato - respondeu a amiga sorrindo - Oi, amor.

Blaise cumprimentou a namorada e Hermione, e foi sentar-se com Draco. Cochicharam alguma coisa ininteligível; Hermione não queria saber disso. Harry e Rony logo entraram na sala e começou a aula.

×______×

Jully, Hermione, Harry e Rony combinavam de ir visitar Gina no hospital, logo depois do almoço.

- É, acho boa idéia - comentou Jully - Levamos alguns doces para ela.

- Ótimo - concordou Rony - O que acha, Harry?

- Por mim, tudo bem - disse o Moreno sorrindo - Mas vamos assim que terminarmos aqui, senão não dará tempo.

- Isso mesmo - falou Rony animado.

Os quatro terminaram o almoço e foram na ala hospitalar. Gina ficou muito feliz com a visita dos amigos, e contou que Madame Pomfrey a liberaria no mesmo dia, para o fim da tarde. A Ruiva ainda disse que sentia algumas dores, mas a enfermeira tratava de lhe dar o tal líquido amarelo-escuro para passar a dor. Apesar da cor estranha, Gina segredou que era ótimo.

Hermione, sentindo-se com a consciência limpa de ter visitado a amiga, resolveu que iria pegar todos os deveres e matéria com Luna para Gina. A garota queria fazer de tudo para ajudar a Ruiva.

Depois da visita, Jully e Mione foram até a sala comunal da Grifinória, deixando Rony e Harry caminharem sozinhos para a aula de Adivinhação. As duas cursavam Runas Antigas, e era bem depois do início da aula de Adivinhação, por isso, tinham um bom tempo de descanso.

- Ai, Mione - começou Jully - O Blaise quer se encontrar comigo agora.

- Vai, ué.

- E você? - perguntou a amiga.

- Vou andar por aí como sempre - Hermione riu, e foi com Jully até o jardim, onde Blaise a esperava sentado - Vai lá, Ju.

- Okay.

Hermione observou os dois por um tempo, sentindo uma falta esquisita de Draco, mas não queria pensar no Loiro. Era estranho lembrar dele com esse sentimento de saudade, uma coisa que não sentia por qualquer um. Apesar das constantes brigas, havia sido um tempo diferente, uma coisa boa de viver por algumas semanas. Ficar ao lado de Draco fora de longe a experiência mais maluca de sua vida, e a melhor ao mesmo tempo.

Hermione esperou o horário da aula sentada no sofá da sala comunal, contemplando os quadros nas paredes e o tapete central. Era tudo preto e branco sem Draco na sua vida.

×______×

O sinal tocou, anunciando o término do dia. Hermione e Jully foram direto para a ala hospitalar buscar Gina. Harry e Rony tinham ido para o treino de quadribol; depois do jogo adiantado em uma semana, estavam se prevenindo para mais uma alteração na data do próximo. Jully era a mais animada, brincava com Gina e até Madame Pomfrey animou-se com a garota. Hermione ria das piadas da amiga, e foi aí que ela percebeu o valor que Gina e Jully tinham na sua vida. E o tamanho da importância das duas.

- Vamos logo, Gininha - apressou Jully sorrindo meigamente - Temos coisas para te contar!

- Okay, mas esperem um pouco - pediu Gina e foi agradecer a enfermeira pelos cuidados - Agora sim, podemos ir.

As três saíram do hospital correndo para a sala comunal, Jully estava doida para contar sobre Blaise e coisas mais.

Gina chegou na sala e jogou-se no sofá, feliz por ter de volta o conforto do lugar. Ela ouvia tudo com muita atenção, e quase morreu quando Hermione contou que tinha “terminado” com Draco. Ninguém sabia além de Jully e agora Gina. Rony e Harry saberiam depois. Hermione terminou de contar tudo exausta e com os olhos cheios de lágrimas. Ainda doía falar de Draco dessa forma. “Nós éramos tão implicantes... Era um tempo bom... Ele me abraçava todos os dias... A gente quase sempre se beijava...”.

Não conseguindo mais contê-las, as lágrimas rolaram dos olhos da Castanha. Gina e Jully se entreolharam confusas, mas consolaram a amiga do mesmo jeito. Não era nada fácil ouvir as amigas dizerem coisas de Draco. Ela agüentou o máximo que pôde ali dentro e foi dar um passeio com as duas para ver se esquecia tudo isso.

O universo conspirava contra Hermione, realmente Merlim queria fazê-la sofrer. Quando as três estavam descendo a escada do sétimo para o sexto andar, doidas para verem onde ia ser o dormitório dela, encontraram Draco e Jack gritando a plenos pulmões coisas impossíveis de entender, tamanha a gritaria. Hermione olhou para as amigas, que também estavam sem entender nada.

- DÁ PRA VOCÊS DOIS CALAREM A BOCA?! - berrou Gina, por fim e os dois se calaram - Obrigada.

- O que está acontecendo aqui? - quis saber Hermione, olhando de um para o outro - Vocês piraram, é?

- Não, Hermione! Esse louco - Jack apontou para Draco - resolveu implicar comigo! Ora, vocês terminaram, é a minha chance de conquistar você. E ele deu uma de estressadinho.

- CALA A BOCA SEU IDIOTA! - gritou Hermione - Quem falou que você tem alguma chance comigo?

- Vocês não terminaram?

- Terminamos, mas isso não significa que ela vá querer ficar com você - urrou Draco ofegante - Você não tem esse direito.

- E você não manda em mim, Malfoy - respondeu a outra secamente - Se eu quisesse ficar com ele, eu ia ficar, mas como eu não quero...

- CLARO QUE QUER! VOCÊ ME QUER SIM! - berrou Jack descontrolado - VEJA SE NÃO ME QUER, OLHA SÓ QUEM SOU EU!

- Ela sabe muito bem quem é você, mas não te quer - interferiu Jully com a voz firme - Ela sabe muito bem quem é você, o que está perdendo e o que ganharia se estivesse com você, mas do mesmo jeito... não te quer, Patterson.

- E se acontecesse alguma coisa com ele? - quis saber o garoto - Eu seria o consolo dela!

- EU NÃO PRECISO DE NINGUÉM PARA ME CONSOLAR, JACK!

- PRECISA SIM!

- NÃO, NÃO PRECISO!

- Tem certeza? - perguntou Jack sorrindo diabolicamente - Você não sabe do que eu sou capaz para te ganhar.

- Quanto mais você faz, menos eu quero - disse Hermione com nojo - VOCÊ ME DÁ NOJO, JACK!

- Não só em você, mas em todos nós - falou Draco debochado - Você não presta, seu filho da mãe! Covarde!

- NÃO ME CHAME DE COVARDE, MALFOY!

- EU TE CHAMO DO QUE EU QUISER, PALHAÇO!

- NÃO ME PROVOCA, VOCÊ SABE MUITO BEM O QUE EU FAÇO COM VOCÊ!

- ENTÃO MOSTRA DO QUE O GAROTÃO AÍ É CAPAZ! COMO VOCÊ E O BLAISE PODEM SER IRMÃOS? ELE É TÃO MELHOR QUE VOCÊ!

- Como é que é?! - perguntou Jully alteando a voz - Você e o Blaise são irmãos?

- SIM, SOMOS! O MEU PAI E O DELE É O MESMO! AQUELE TARADO FEZ UM FILHO NA MINHA MÃE E NA MÃE DO ZABINI! ELE SIM, É UM COVARDE!

- Merlim, é claro - murmurou Hermione - Os dois pais têm o mesmo jeito, eu lembro de como o Blaise falava dele, um bêbado descontrolado.

- Sim, o próprio - confirmou Jack - Um bêbado que fez um filho na minha mãe, sim. Descontrolado, um nojento!

- O Blaise nunca nos disse nada - falou Gina baixinho.

- Não mesmo - concordou Jully, dando a entender que não era o momento para discutir aquilo - Exatamente isso, Patterson. Como vocês podem ser irmãos?

- ESSE NOJENTO PUXOU AO PAI E O BLAISE À MÃE, É SIMPLES! - respondeu Draco novamente gritando - UM COVARDE, COMO O PAI!

- EU JÁ TE DISSE PARA NÃO ME CHAMAR DE COVARDE, MALFOY! - Jack voou em cima de Draco, distribuindo socos e chutes.

Draco também o espancava, Jully gritava e Gina estava estática. Hermione correu para separá-los, e conseguiu. Jack tinha o rosto inteiro cortado e Draco estava menos estragado.

- VOCÊ NUNCA VENCE, NÃO É PATTERSON?

- VENÇO SIM, E MINHA MAIOR VITÓRIA É HOJE!

- VAI FAZER O QUÊ? NÃO VÊ QUE SEMPRE PERDE?

- HOJE QUEM VAI PERDER PARA SEMPRE É VOCÊ!

- PAREM POR MERLIM - berrou Hermione à beira de lágrimas - LARGUEM DE SEREM INFANTIS! ESTÃO FICANDO RIDÍCULOS!

- NÃO SE METE, HERMIONE - advertiu Jack - O ASSUNTO É ENTRE EU E ESSE LOIRO AGUADO!

- VAI SE FODER, PATTERSON - gritou Draco.

- SEU RETARDADO, VOCÊ TEM MERDA NA CABEÇA?

- NÃO, MAS...

Draco nunca pôde completar a frase. Jack lhe deu um belo empurrão, e o Loiro rolou escada abaixo como um saco de batatas. Jack riu como um maníaco, Gina cobriu a boca com as mãos.

- DRACO! - gritaram Jully e Hermione em uníssono, descendo as escadas para tentarem alcançar o garoto, que ainda rolava, afinal... eram seis andares até o pátio.











N/A: OII MEUS KERIIIIIIIIIIIIIIIDOS !

qe saudaade de vceiis ! (:

adianteeei o cap 2 diias heein !

HSIOHOIAHSIHAISHAOISHOA³

e aiii ! gostaaram dele ? particularmente foi o cap mais louco e melhor qe eu já escrevii ! foi o maiis sem noçãao de TODOS !