Capítulo Único



Colares Coloridos



Sempre gostei de mulheres que tinham o colo semi-coberto por colares coloridos. Sei que gosto delas desde pequeno, minha mãe foi a primeira mulher de colares coloridos que entrou na minha vida. Quando pequeno, as cores me fascinavam e o barulho das contas batendo uma nas outras me entretia, ambos faziam uma combinação perfeita.

No Natal do ano passado perdi a minha primeira mulher de colares coloridos, lembro-me muito bem como tudo acontecera.

Remus, Sirius e eu estávamos, no salão comunal, jogando uma partida de Snap Explosivo, quando uma coruja castanha entrou no salão voando baixo e deixou uma carta de envelope arroxeado no meu colo.

Caro Senhor Potter,
Com pesar informamos que a sua casa sofrera um ataque de Comensais da Morte e que sua mãe, Christine Potter, fora encontrada morta ontem à noite.
Jonathan Hustton.


Lembro de ter lido estas palavras em voz alta e com lágrimas nos olhos. Sirius e Remus também choraram, eles sempre consideraram a minha família como a segunda família deles. No começo do ano fora o meu pai, e no Natal a minha mãe. Agora a minha única família era Sirius, indiretamente, mas era.

No dia seguinte nós três fomos assistir o enterro, minha mãe repousava em um caixão de cedro escuro, vestia sua veste de gala branca e usava os colares coloridos. Os colares preferidos dela, os meus colares preferidos. Não consegui evitar de pensar que talvez ela estivesse indo para algum lugar melhor, algum lugar em que não houvesse guerra.

Agora a minha vida é diferente, agora eu sou responsável por mim mesmo, agora tenho que encarar o mundo sozinho, agora me arrependo de não ter falado “eu te amo” para os meus pais tanto quanto eu gostaria.

Desci as escadas do meu dormitório, sofrer de insônia é realmente irritante, acabei por me deitar em um dos sofás perto da lareira e adormeci.

- James? – Disse uma voz doce.

Olhei ao meu redor para ver quem me chamava e vi uma mulher de cabelos negros entrando em um quarto de decoração amarela cuja única fonte de luz era um abajur.

A mulher caminhou até um berço e pegou um bebê de cabelos negros e que chorava no colo, ela pareceu não me ver.

- O que aconteceu, bebê? – Perguntou a voz.

O bebê nada respondeu, será que eu era este bebê?

- A mamãe já está aqui, Jamsey... Pode parar de chorar... – Disse a voz, a dona da voz era minha mãe?

Sim, a dona da voz era a minha mãe. Vi os colares coloridos em seu colo, me vi aos seis meses esticar o braço para poder pegá-los, quando os peguei, parei de chorar. Amava os colares coloridos.

Minha mãe cantarolava alguma música de ninar e me balançava levemente, me fazendo adormecer.


Abri os olhos. Que sonho estranho. Eu não costumo ter sonhos desse gênero, não sonho comigo bebê.

O que será que isso significa? Para a professora de adivinhação eu não pergunto, ela provavelmente iria dizer algo como “você morrerá dentro de sete dias”.

Olhei a minha volta e vi que ainda estava escuro, devia ser umas quatro horas da manhã, acho. Não sou muito bom de chute ¬¬’.

Levantei-me e a vi, ela estava sentada em uma das poltronas perto da lareira lendo um livro um tanto fino comparado aos que ela está acostumada a ler.

Lily Evans estava no mesmo ano que eu, mas era um pouco mais velha, tinha cabelos ruivos e espessos na altura dos ombros, pele clara com algumas sardas e os olhos amendoados e verdes esmeralda mais belos que eu já vi em toda a minha vida.

Lily e eu somos amigos desde o nosso terceiro ano, mas amigos do peito mesmo, se ela não fosse garota diria que fazia parte do grupo dos Marotos.

Levantei-me, e um pouco cambaleante sentei no braço da poltrona de Lily.

- Oi ruiva... – Eu disse baixinho. – O que lê?

- Oi Jamsey... O livro é Le Petit Prince. – Ela disse fechando o livro.

Não pude evitar um arregalar de olhos, ela havia me chamado de Jamsey, como a minha mãe no meu sonho... E além de tudo... Ela usava colares coloridos, senti o meu coração bater aceleradamente contra o meu peito.

- Alguma coisa errada? – Lily perguntou me olhando preocupada.

Apenas me virei para ela e disse a primeira coisa que me veio à mente, por mais estranho que pareça foi isso que veio a minha mente.

- Non… Je suis seulement fait à une impression… Savoir le français, rousse? (Não... Só estou impressionado... Sabe francês, ruiva?)

- Je sais… Ils ont douté de mes capacités? (Sei... Duvidou das minhas capacidades?) – Ela perguntou fazendo biquinho enquanto falava e levantando uma sobrancelha.

- De la forme certains… Mais nous allons à l'arrêt de parler dans le Français? J'ai cela à penser très et je suis avec le sommeil maintenant. (De forma alguma... Mas vamos parar de falar em francês? Eu tenho que pensar muito e eu estou com sono agora.)

- Como quiser... – Ela disse e um sorriso perfeito brotou em seus lábios, como nunca havia reparado nesse sorriso antes?

- O livro é bom? – Perguntei olhando pela primeira vez diretamente nos olhos dela.

- Se é bom, James Allan Potter? – Ela me perguntou em um tom quase que ofendido – O livro é maravilhoso... É simplesmente maravilhoso!

- Não está mais aqui quem falou... – Eu disse sorrindo de soslaio, fazendo com que ela sorrisse e voltasse a ler.

Permaneci sentado no braço da poltrona de Lily, meus olhos se entretiam em observar o crepitar das chamas da lareira e Lily.

Estava mais uma vez fascinado com as cores dos colares-coloridos, sempre que ouvia o barulho das contas fechava os olhos como que para fazer com que o som ficasse mais tempo em minha mente, talvez isso soe patético para você, mas te asseguro que não é.

Lily lia o livro com um interesse que nunca achei que um ser humano seria capaz de demonstrar por algo, os olhos são as janelas da alma, e os olhos da Lily não piscavam, apenas se mexiam em um movimento contínuo da esquerda para direita.

Algumas vezes Lily mordia o lábio inferior para reprimir um sorriso, mas este sempre lhe escapava e lhe enfeitava o rosto.

Estava quase adormecendo quando Lily se levantara.

- Já acabou o livro? – Eu perguntei espantado.

- Não... Le Petit Prince é um livro para se ler com calma e para se refletir. – Ela disse.

Depois disso Lily se virou e se pôs a caminhar em direção as escadas que iam para os dormitórios femininos. Quando Lily começou a subir as escadas, corri até o começo delas e perguntei:

- Não ganho um beijo de boa noite?

Lily parou de andar, podia imaginar o seu rosto quando ouviu essa pergunta. Ela girou os calcanhares para me responder, mas acabou por se desequilibrar.

Tentei pegá-la para que ela não caísse, mas o impacto fora mais forte do que eu calculara e acabamos nós dois no chão com um baque surdo.

Não sei o que deu em mim, mas pousei os meus lábios nos dela, os lábios dela eram quentes, diferente dos meus. Pedi passagem, e ela para a minha surpresa concedeu.

Ficamos nos beijando, por algum tempo, as mãos de Lily passeavam sobre o meu peito, desenhando linhas de fogo, ninguém nunca havia feito com que eu me sentisse daquela forma antes.

De repente, senti Lily rolando de mim para o chão, quando abri os olhos a vi sentada a minha esquerda com os olhos arregalados.

- Descu... – Eu comecei a dizer, mas ela me olhou de certa forma que me fez calar de imediato.

- Por que você fez isso? – Ela perguntou calmamente, querendo entender.

Olhei para ela, nem eu sabia o porquê de fazer aquilo, apenas senti como se aquilo fosse o certo, mas também havia os colares.

- Quer ser a minha mulher dos colares coloridos? – Perguntei quase que inocentemente para ela.

Era isso... Eu amava Lily Evans, e o meu sonho combinado com os colares me ajudaram a ver isso de certa forma.

A Lily sempre esteve ao meu lado, com ela podia falar qualquer coisa, ela era minha melhor amiga e depois da morte da minha mãe a única mulher com quem eu realmente me importei, sentia ciúmes de vê-la saindo com outros garotos e chegava muitas vezes a ameaçá-los para que parassem de sair com ela. Por que essas coisas são tão óbvias e tão imperceptíveis ao mesmo tempo?

- Como assim... Mulher dos colares coloridos? – Ela perguntou confusa.

- Quer ser metade da minha laranja, Lily? – Eu perguntei, usando uma expressão trouxa que a própria Lily me ensinara.

Ela arregalou mais os olhos, se possível, e selou os meus lábios com os dela.

Lily é a minha mulher dos colares coloridos e ninguém vai tirá-la de mim, os colares não deixarão, as cores deles nos unem e o barulho das contas diz que fomos feitos um para o outro, eles dizem que nos amamos... E eu acredito neles.




N/a: and so is this...
É uma oneshot bem curtinha… u_u
Donde eu tirei essa idéia?
Bom... É meio vergonhoso dizer, mas tirei essa idéia da foto em que a Hayley está com os colares coloridos (a foto da capa)... Me diga... Que tipo de pessoa se inspira em algo assim?
Ui... Ui... Mas isso realmente não importa, não é?
Eu realmente gostei dessa fic... Não é aquela coisa de nossa como a fic está linda, mas eu gostei dela... O que é raro, já que normalmente ninguém gosta do que faz...
Bom... Espero que tenham gostado e que comentem bastante... ^^
Beijos =*
N/b: EU AMEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEI! Que fofo! *_* Eu não tenho colares coloridos, mas se algum James aparecer e for fanático por esses colares, eu os uso ho* Taaah fofa! VOCÊS VIRAM O DIALOGO EM FRANCÊS??????? SABE QUEM TRADUZIU? SABE? EEEEEEEEEEU! Ha. Enfim. Comentem, ok?

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Comentários (2)

  • Dindi Black

    ahhh,ficou em lindinho vai =)

    2012-01-27
  • Luana S. Potter

    AAAAAAAAWN QUE COISA MAIS FOFA MEU MERLIM. Sério, quase chorei. Foi genial essa sua ideia de colares, ficou tão singelo e TÃO LINDO. Parabéns, continue escrevendo!

    2011-09-27
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