Eu prometo a você





"Posso passar anos presa sobre este amor... Posso viver sem ter o que realmente desejo... Mas meu corpo sempre irá clamar pelo dele... Aquele que me ensinou a amar... Me fez feliz... Me fez viver... "

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Ela suspirou olhando para as unhas parcialmente roidas. Odiava roer as unhas e esse habito desagradável começara depois que Remus se fora. Pela segunda vez.
Por causa do bebê.
Instintivamente ela alisou o ventre arredondado e novas lágrimas cairam de seus olhos. Ela surpreendeu-se com isso. Achou que já perdera as forças para chorar.
Ouviu alguém bater na porta mas não se incomodou em ir verificar. Poderia até ser Voldemort mas ela não se importava. Não mais.
Sentiu uma mão quente e forte tocar delicadamente o seu ombro e percebeu que era ele. Ainda assim não se virou. Novas lágrimas deslisaram por sua face e ela impacientemente secou-as com as costas das mãos.
- Dora... - murmurou ele.
Ela se levantou de repente e entrou no quarto deixando-o sozinho na sala. Estava cansada de lutar contra os medos dele. Estava cansada de ouvi-lo dizer que ele não servia para ela. Que era velho demais, pobre demais, perigoso demais...
Fechou a porta com um estrondo e quase caiu quando tropeçou no tapete do quarto.
O choro dobrou com esse pequeno acidente. Ela não conseguia nem mesmo entrar no quarto sem provocar um desastre.
Trancou a porta magicamente e foi deitar-se esperando que ele fosse embora para seu mundinho fechado onde sempre vivera. Um mundinho do qual nem ela e nem seu bebê faziam parte.
Cobriu o rosto com o travesseiro quando escutou uma batida na porta.
Ignorou. Ela sabia que ele iria embora novamente. Nem se atrevia mais a alimentar esperanças de futuro. ELE não permitiria isso.
Depois de cinco minutos, as batidas cessaram.
Ela mordeu os nós dos dedos determinada a parar de chorar. "Ele provavelmente veio pegar roupas ou livros." Pensou ela ainda escondida debaixo do travesseiro.
"Preciso dormir. Amanhã eu mando para ele o que ainda ficou aqui."
Mas não conseguia deixar de ouvir a voz dele nos seus devaneios. O voz rouca levemente hesitante que ainda povoava seus sonhos e que agora enchera seu coração de mágoa.
Levantou-se da cama para beber um copo de leite tentando desesperadamente afastar as lembranças dele.
Sorriu levemente quando o bebê se mexeu como que irritado com a atitude da mãe em esquecer o pai dele.
-Tem razão querido. Ele sempre esteve aqui não? Acho que você virou meu lembrete instantâneo.

Caminhou lentamente pelo corredor escuro em direção a cozinha e quase caiu quando pisou na barra da camisola. Mas, foi salva a tempo por ele.

- O que você está fazendo aqui? - Perguntou ela de modo ferino desvencilhando-se dele. - Você foi embora lembra? Seu lugar não é mais aqui.
Remus suspirou pesadamente e Dora viu naquele momento que seu rosto estava marcado por lágrimas. Ele também estivera chorando.
E por incrível que pareça, isso não fez com que ela se sentisse melhor. Apenas fez com que seu coração doesse a cada batida. Uma vontade irresistível de aconchega-lo em seus braços para enchugar aquelas lágrimas e dizer que ela estava ali e que acabaria tudo bem tomou conta dela. Mas ela resistiu. "Quem iria consola-la se ele fosse embora novamente?" Quem iria juntar os pedaços do seu coração quando ele dissesse que iria com Harry, Rony e Hermione numa aventura qualquer?"

-Dora eu sinto muito. - murmurou ele olhando diretamente para os olhos dela. - Minha vida tem sido um inferno sem vocês.
-A SUA vida tem sido um inferno? - Esbravejou ela. - E como você acha que tem sido a MINHA vida? Como você acha que eu lido com o fato de ser abandonada grávida pelo meu marido? Marido esse que foi embora sem me dar satisfação alguma! Sempre mergulhado no seu mundinho do qual eu NUNCA fiz parte porque você nunca quis que eu fizese. Porque você diz que tem medo. Medo de que homem? De ser feliz? Você não passa de um covarde. James morreu tentando defender a mulher e o filho, Sirius morreu tentando nos ajudar, Dumbledore sempre o apoiou e morreu por um mundo melhor, Fleur não se importa com o problema do Gui. Porque você SEMPRE tem que criar dificuldades?

Remus passou as mãos nervosamente pelos cabelos sentindo cada palavra como se elas fossem um soco no seu estômago. Ela estava certa. Ele não passava de um covarde.
Mas não iria perder a sua família. Não de novo.
-Você disse quase tudo Dora. - Suspirou ele resignado. - Mas faltou o mais importante.
- O que eu ainda não disse Remus? - Desafiou ela. - Que você é arrogante, egoísta e covarde?
-Não. Que eu amo vocês. E eu percebi agora que não importa o que aconteça. Eu não vou deixar nada nos separar. Somos uma família agora.

Ele conseguira. Finalmente conseguira fazer com que ela perdesse a fala. Percebeu que sua expressão se modificava lentamente até que um sorriso incrédulo apareceu no rosto em forma de coração da mulher.
- E o que eu ganho se aceitar você de volta?

Remus também sorriu e aproximou-se dela abraçando-a em seguida.

- Um marido chato e covarde, dores de cabeça nas noites de lua cheia, brigas porque você é maluca e acima de tudo, você ganha um marido extremamente apaixonado que não sabe mais viver sem você.
Ela gargalhou com a súbita declaração. Ele nunca fora do tipo romântico apesar de ser doce.

-Eu também amo você seu chato. Eu e Teddy.
-Acho bom que ame mesmo porque eu não saio mais de perto de você.
-Ah nem OUSE sair Remus. Da próxima vez, eu saio atrás de você até no covil de Lord Voltemort se for preciso.
-Nunca haverá uma proxima vez. - Sussurrou ele antes de beija-la. - Eu prometo.

FIM












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