Sectumsempra



N/A: Explicações, explicações bem-vindas, não? Elas aqui estão, neste capítulo. Eu e Lety Snape esperamos que gostem e deixem reviews. ^^ Eu sinceramente adorei tudo neste 4º aqui.

Ass. Soph.

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Capítulo 4 - Sectumsempra

- Ora, Potter – Severo soltou uma risadinha parecida com tosse – não é tão impossível como você imagina. Eu já sabia das Horcruxes e sabia das suspeitas de Alvo. Quando voltei para Hogwarts, recebi passe livre para aparatar e desaparatar, já que eu não podia ficar enclausurado no castelo nem deixar que alguém me visse saindo normalmente. Assim, no meu tempo livre, fui atrás das horcruxes restantes e, devo dizer, Alvo estava correto, sempre esteve. Como você sabe, um comensal pode conseguir as informações que desejar, e eu especialmente tenho acesso a coisas restritas. O final da história você já deve ter imaginado.

Harry estava espantado, agradecido, aliviado, confuso e desconfiado. Inspecionou o rosto de Snape a procura de qualquer expressão que pudesse comprometê-lo. Ao cabo de alguns minutos, como não encontrasse nada, perguntou:

- Por quê? Por que você fez isso?

O professor suspirou antes de começar:

- Potter, vou ser sincero com você. Eu não queria matar Alvo, não queria mesmo. Ele podia ter-me pedido qualquer coisa, mas isso? Ele queria muito encontrar essas horcruxes. Pensei que seria bom tentar ajudá-lo. E quando sua amiga Granger, Potter, quando ela me disse que você aceitara minha colaboração... tive certeza de que Alvo queria que eu auxiliasse vocês. Confesso que foi difícil encontrar aquelas relíquias, mas valeu a pena.

Um silêncio sepulcral abateu-se sobre a sala. Harry estava comovido. Nunca esperaria algo assim de seu professor mais odiado. Pelo visto, Dumbledore estivera correto o tempo todo ao confiar plenamente em Severo Snape. Ele podia ser frio e irônico, mas parecia ter um coração de ouro.

Enquanto isso, o Mestre de Poções relembrava tudo o que ocorrera entre ele e Harry Potter e se perguntava como conseguira completar aquela tarefa tão prodigiosa para o menino que sobrevivera. Em outros tempos, provavelmente não o teria feito. Mas o que estava feito, estava feito: Voldemort, finalmente, morrera. Estava de certa maneira feliz por ter ajudado o jovem Potter.

- Então... – tateou Harry querendo quebrar o silêncio – o que aconteceu na noite passada?

- É – brincou Snape – acho melhor refrescar sua memória. O Lord queria livrar-se de você logo. E como você não aprendeu a Oclumência, ele penetrou nos seus sonhos e fez você descer ao Salão Comunal. Eu estava lá, e você não gostou da minha presença. Nós discutimos, conversa esta que não julgo necessário repetir, e eu cancelei a proteção contra aparatação (não me pergunte como o fiz, apenas alguns professores o sabem). Assim, o Lord pôde entrar no Salão Comunal. Você, então, me xingou de traidor e outras coisas rudes, e eu e o Lord desaparatamos com você.

“Foi num local não muito longe daqui que Voldemort iniciou suas provocações, e, como era de se esperar, você se enraiveceu e pôs-se a lançar todo tipo de feitiços. Inutilmente, sinto dizer, já que sua raiva nunca ajuda você, Potter. O Lord, então, percebeu que algo estava errado. Devia sentir falta das suas amadas Horcruxes. Nesse momento, eu invadi sua mente, Potter, e lembrei você de um feitiço perfeito para aquela ocasião. Seu rosto se iluminou ao rever as conseqüências em Draco Malfoy e, mesmo enfraquecido, gritou “Sectumsempra!!”. Foi como música para meus ouvidos. Voldemort ficou gravemente ferido e seus feitiços enfraqueceram-se. Você atacou de todos os modos, mas nada adiantou. Gosto de lembrar da expressão de ódio do Lord – aqui os olhos de Snape brilharam – quando amparei você e juntos lançamos um Avada. Aquele canalha caiu duro e morto, e você, desmaiado.”

“Bela narrativa” pensou Harry. Aos poucos, as imagens da luta voltavam a sua mente. Mas será que alguém acreditaria nele se contasse? Tinha receio de que acontecessem novamente as confusões de três anos antes. Mas não custava nada tentar. E tudo aquilo que contara Snape seria mesmo verdade? O professor podia ter seqüestrado o garoto e colocado aquelas lembranças falsas em sua memória. Tudo que dissera tinha uma ponta de surrealismo. Teria de investigar.

- Só mais uma coisa – pediu Harry – a amnésia... não vejo motivo...

- Voldemort – interrompeu Severo, um pouco irritado, como se aquilo fosse óbvio demais para ser explicado – invadia sua mente, Potter, queria cansar você mentalmente. Essa era a maior arma dele. E você podia tê-la evitado se tivesse aprendido a Oclumência.

Harry não queria repreensões do professor naquela hora. Queria voltar a Hogwarts, rever seus amigos, quem sabe passar o Natal com eles, e o mais importante: ter certeza da morte de Voldemort. Sentiu uma comichão na testa e olhou irritado para Snape.

- Acalme-se, Potter, e deite-se – disse Severo, sorrindo ironicamente – Não sairá daqui até estar apto a andar. Não reclame. Na melhor das possibilidades, estará em Hogwarts no final da tarde.


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A noite se aproximava, e com ela uma forte ventania previa maus acontecimentos. Os olhos de Hermione estavam vermelhos e inchados. Ela passara o dia chorando, talvez não por Harry, mas por Snape. Ela sabia que o professor mudara, que estava positivamente diferente, ela sentia isso; contudo os fatos não apresentavam tal resolução. Mas, afinal, por que passara a preocupar-se tanto com Severo? Ele era sarcástico, imprevisível e mal-humorado. Não dava a mínima atenção a ela e a insultava. Mas, talvez, quem sabe, ele fosse realmente diferente; talvez, por trás daquela máscara séria houvesse um homem vulnerável que necessitava de um ombro amigo às vezes. Quem sabe, por que não, Granger tivesse entendido o sofrimento dele e quisesse apoiá-lo, tornar-se sua amiga. Não custava tentar.
Rony aproximou-se da amiga e chamou-a. Como ela não respondesse, sentou-se ao seu lado. A garota passara a tarde inteira sentada na entrada do castelo, como que esperando Harry entrar caminhando por aqueles portões. Abraçada em suas pernas, olhar vago ao longe, parecia hipnotizada. O ruivo estava realmente preocupado com a amiga. Ela jamais se comportara daquela maneira. Tocou o ombro da garota, querendo chamar a atenção dela; em vão. Desta vez, apertou-o levemente. “Como pode?” pensou. Impaciente, postou-se na frente dela, segurou ambos os ombros da amiga e sacudiu-a. Hermione limitou-se a olhar o ruivo antes que seus olhos ficassem úmidos novamente.

- Ora, vamos, Hermione! – exclamou ele, largando-a – Quer adoecer aqui fora, é?

Silêncio.

- Mione, por favor – implorou o garoto, ajoelhando em frente a ela – Vamos entrar. Você sabe que essa sua esperança não vai nos levar a lugar algum. O Harry não vai entrar por aqueles portões neste exato momento.

Contra todas as expectativas de Rony, um barulho de metal rangendo fez com que se virasse. Lá, atravessando os portões de Hogwarts, estava o menino que sobreviveu, caminhando com certa dificuldade e amparado por Severo Snape. O rosto de Hermione iluminou-se, e ela esboçou um largo sorriso enquanto corria até o amigo, abraçando-o tão bruscamente que quase o derrubou.

- Harry! Harry, que bom! Por Merlin, você está bem? Onde esteve esse tempo todo? O que aconteceu?

- Calma, Mione! Sim, estou bem. Snape me ajudou.

- Professor Snape? – perguntou Hermione, espantada, soltando o amigo e olhando para Severo. Ela pode jurar que viu um sorriso afirmativo aparecer e desaparecer rapidamente do rosto dele.

- Harry! Cara, você está bem? – quis saber Rony, lançando olhares raivosos a Snape.

O clima entre os quatro estava realmente pesado. Era quase tangível. Nada de bom poderia sair dali naquele momento. Entretanto, Hermione sentia-se estranhamente leve, satisfeita. Era como se ver Severo auxiliando Harry a andar fosse tudo que ela precisava para saber que seu professor não machucaria seu amigo. E aquele discreto sorriso de Snape, o que significaria? Granger corou um pouco ao vê-lo.

Sob o preço de ser tachado de “chato”, Severo, com seu olhar mais amedrontador e a voz mais séria possível, disse, empurrando os garotos na direção do castelo:

- Comemorações e conversas acaloradas lá dentro. Algo me diz que será muito mais confortável. E tenho certeza de que Potter tem várias novidades a contar aos amigos.


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- Não, Minerva, eu não estou blefando. O Lord realmente morreu. Tenho certeza absoluta, já que eu e Potter lançamos um Avada.
- Harry Potter lançou uma Maldição Imperdoável?

- Sim, por mais estranho que possa parecer. O Lord sempre o tirou do sério. Esta foi a última gota. Sua raiva e determinação grifinória foram maiores do que qualquer magia de Voldemort.

O silêncio apossou-se da sala. Havia certo desconforto na conversa entre diretora e professor, contudo era inevitável. Depois daquela confusão no último dia de aulas, era necessário toda e qualquer explicação; mesmo tendo um quê de surrealismo. De qualquer modo, não havia do que reclamar. Três anos antes algo parecido aconteceu. Sensação de déjà vu.

Minerva McGonagall estava confusa, não sabia se acreditava ou não no que Severo Snape contara. Durante a Guerra, tudo era possível. Mas um detalhe ainda estava faltando: os Comensais. A diretora suspirou e lançou um olhar indefinível ao retrato de Dumbledore, antes de voltar-se novamente para Snape.

- Severo, e os Comensais?

Os olhos escuros do professor brilharam e um leve sorriso irônico formou-se em seu rosto.

- Estava esperando que você perguntasse. Minerva, eu tenho um plano que, se funcionar, acabará com a Guerra. Mas vou precisar de muita ajuda.



Continua...

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N/A: Então? Que tal? XD Um plano novinho em folha por Severo Snape! Ah, para aqueles que se invocaram com o Sectumsempra, eu explico: quando li o Enigma do Príncipe, fiquei espantada com a força daquele feitiço, fiquei boquiaberta com os estragos que ele fez em Draco. Então, quando pensei em matar Voldemort... as Horcruxes já tinham sido destruídas, mas mesmo assim o cara continuava de pé! Avadas não funcionavam, so... Sectumsempra! XD E acho que perceberam o quanto Rony está bravo com Snape, não? Bravo até demais... ^^ Mais já, já.

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