50% do capíttulo
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O Devorador da Morte arrastou Jane por um braço, atravessando uma janela partida para fora do Três Vassouras.
Atravessou o mais rápido que pôde vila e arrastou-a para longe da confusão que se instalara.
Por mais que tentasse soltar-se não conseguia desprender o seu braço dos dedos fortes do homem.
- Pára com isso! Devias ter vindo aqui ter pelos teus próprios pés – ordenou o homem encapuçado numa voz terrivelmente familiar
- P…pai…? – deixou a jovem escapar num sussurro
O homem olhou para ela e retirou o capuz.
- Porque é que não foste com a tua irmã? – perguntou com rispidez
Jane sentiu um aperto no peito e os olhos a ficarem molhados.
- Porque não quis! – exclamou na defensiva
- Tu és a peça mais importante do plano do Senhor das Trevas! Não o desiludas – afirmou o pai voltando a arrasta-la em direcção ao que agora se via ser a casa dos gritos
- Peça? PEÇA? – Jane sentiu uma onda de raiva invadi-la, sacudiu o braço com tanta força que Anton Malfoy acabou por solta-la – EU NÃO QUERO SER PEÇA COISA NENHUMA!
- Controla esses modos menina! – ordenou o pai em tom gélido – não deites tudo a perder
- E alguém se importa com o que eu quero?! – Jane fazia um enorme esforço para se controlar – eu não quero fazer parte desse vosso plano estúpido!
- SE NÃO TIVESSES IDO PARA OS GRYFFINDOR TALVEZ O TEU PAPEL NÃO FOSSE TAO IMPROTANTE! – exclamou o pai elevando a voz pela primeira vez
Jane recuou um passou, como se tivesse levado uma bofetada.
- Mas visto que foste para lá, tens um enorme valor devido à possível proximidade com o alvo, que por acaso reparei, me tentou impedir de te trazer – Anton continuou o seu discurso, desta vez num tom mais baixo
Jane manteve-se calada a olhar para o pai, com as lágrimas a queimarem-lhe os olhos.
Um objecto!
Uma peça no meio daquele jogo!
Era tudo o que era para aquele homem que costumava chamar pai…
Apertou os punhos com força.
- Eu não vou… - sibilou em tom baixo
Anton olhou para a filha visivelmente admirado com a audácia dela.
Um sorriso cínico abriu-se no canto dos seus lábios.
- Não tens realmente escolha – declarou erguendo a varinha
Jane sentiu uma calma imensa invadi-la e uma felicidade estupidificante controlar-lhe o corpo, quando a Maldição Impérius a atingiu.
Como se estivesse debaixo de água e absolutamente feliz recomeçou o caminho, mas desta vez sem ser arrastada, pelo menos de forma visível.
Entrou na assustadora casa dos gritos, e várias tábuas rangeram sobre os seus pés, fazendo dois outros Devoradores da Morte, que a jovem conhecia como amigos dos pais, correrem à porta para identificarem os intrusos.
- Finalmente! – exclamou um deles – o Senhor das Trevas estava a ficar impaciente
Jane foi forçada a andar em frente e a entrar numa das salas semi destruídas.
Pelo que pôde ver debaixo da cortina de água em que a sua mente se encontrava mergulhada, vários outros Devoradores da Morte estavam na sala, rodeando um enorme e desgastado cadeirão, onde um homem branco como a morte, de olhos vermelhos e nariz em fenda se encontrava sentado, com uma enorme cobra aos pés.
- Jane Malfoy… - murmurou o homem conhecido como Lord Voldemort numa voz fria e desprovida de sentimentos – finalmente…
Jane foi libertada do feitiço que a controlava.
As suas pernas fraquejaram fazendo-a cair de joelhos.
Ouviu um pequeno gritinho abafado.
Pelo canto do olho viu Esther, o primo e todos os outros que estavam mencionados na carta que os convocara.
Ergueu-se com certa dificuldade e encarou aquele rosto disforme, tão parecido com o de uma cobra.
- Pelo que me constou não querias vir… - comentou Voldemort
A respiração da jovem estava ofegante devido ao esforço de controlar a raiva, queria respondeu à altura, mas sabia que se o fizesse o resultado não seria muito bom.
- O que é que quer? – perguntou de mau modo
Voldemort esboçou um esgar.
- Atrevida, sim senhor…
Jane cerrou os punhos e a sua expressão ensombrou-se.
- O meu alvo como já sabem é Harry Potter – começou Voldemort na sua arrepiante voz gelada – mas desta vez nada vai dar errado. O meu plano é simples: separa-lo de todos aqueles que ele ama, um por um, começado pela namoradinha
- Eu posso resolver isso facilmente, separar a Weasley fêmea do Potter – ofereceu-se Draco com arrogância
- Assim espero – respondeu Voldemort de modo frio – Eu vou vos informando do nome das vitimas quando a altura chegar, mas a primeira já sabem quem é…
- Mas… o que quer que façamos com ela? – perguntou Esther com voz sumida
- Depois de a separarem do Potter vão dar-lhe a beber a poção Oblivius – explicou o Senhor das Trevas – na biblioteca de Hogwarts na zona reservada deve haver um livro que explica a sua preparação
Perante estas palavras os adolescentes entreolharam-se com as sobrancelhas erguidas.
- Agora – disse o Senhor das Trevas erguendo-se com a varinha em punho – está na hora de vos tornar oficialmente meus seguidores… Jane Malfoy o teu papel é o mais importante de todos, tu serás os nossos olhos e ouvidos ao lado das vitimas… estende-me o teu braço…
Jane olhou para Voldemort com um ar profundamente desagradado.
- Eu não vou fazer uma estupidez destas! – exclamou para horror de todos
- Meu senhor! Ela não sabe o que diz… - tentou Anton Malfoy intervir
O comentário do pai fez com a raiva e a coragem da jovem se intensificassem.
- Se eu vou estar sempre com os alvos, se tenho que viver come eles e ser amiga deles… como é que eu posso andar por ai com essa marca no braço?
Voldemort olhou-a por uns momentos, fazendo Jane engolir em seco, será que o convencera? Ela não fazia tenções de seguir as ordens daquele homem, muito menos ostentar a sua marca no braço.
- Acho que tens razão… - concordou Voldemort por fim – passemos à frente
Um a um, todos os outros jovens receberam a marca negra no seu braço esquerdo, menos Jane e Esther que se posicionara ao lado da irmã.
- Esther Malfoy… - chamou Voldemort para a marcar
A jovem permaneceu parada, olhou de realce para a irmã, antes de respirar fundo e responder.
- Eu acho que também não devia ter a marca… quer dizer… e se alguma vez eu e a Jane trocarmos de lugar…?
- Vocês as duas estão a começar a… - afirmou Voldemort de uma forma ainda mais terrível, mas calou-se subitamente, suavizado a sua expressão – uumm… muito bem pensado… acho que têm razão. Agora quero que assinem aqui
O Senhor das Trevas, com um movimento de varinha, fez aparecer um pergaminho e uma pena, em cima de uma mesa próxima.
- Assi… assinar? – gaguejou Pansy
- Rápido! – exclamou Voldemort fazendo todos estremecerem – antes que a vossa ausência se torne suspeita
Jane foi a primeira a segurar na pena e a escrever o seu nome no pergaminho, observando a tinta avermelhada deslizar pelo papel.
Quando se ia afastar para deixar Blaise assinar, começou a sentir uma dor fina e lancinante nas costas da mão esquerda.
Ao olhar para lá viu que a sua pele se começava a rasgar com o formato da sua letra e das palavras que escrevera nem à um minuto atrás: Jane Malfoy.
Olhou abismada para Voldemort, que mantinha um sorriso perverso. Os outros jovens olhavam para ela igualmente surpreendidos.
- Isso é muito simples… - respondeu Voldemort com um sorriso mortal – vocês acabaram de assinar um acordo… se alguém me trair eu saberei o castigo será combustão espontânea.
Os jovens engoliram em seco.
- Se algum de vocês tocar sequer no assunto do nosso plano com alguém que não deva saber… - voldemort não acabou a frase, mas a assustadora expressão no seu rosto foi mais explicativa do que qualquer palavra
--*--
- Será que ela está bem? – perguntou Harry
- Espero que sim… - suspirou Hermione
Harry, Ron, Hermione e Ginny tinham acabado de sair da caótica enfermaria. Parecia que todos os alunos de Hogwarts tinham sido feridos nalgum lado e havia ainda uns que se encontravam inconscientes.
- Meu Merlin… que catástrofe… porque é que foi isto hoje? – perguntou Ginny abraçando-se ao namorado
- Manobras de diversão… espalhar o pânico… - sugeriu Hermione
- O que achas Harry? – perguntou Ron
Como o rapaz não respondeu e manteve o seu ar absorvido, Ron passou a mão à frente do rosto de Harry.
- Terra chama Harry…
- Ai! – exclamou ele ao ser arrastado subitamente para a realidade – não, não acho que tenha sido só isso…
- Não?... – perguntaram os outros jovens
- Eu acho que é capaz de ter tido outro propósito… - comentou Harry com ar pensativo – vocês não repararam? Dava a ideia que aquele Devorador da Morte estava realmente à procura de Jane…
- Visto as coisas dessa maneira… és capaz de ter razão – concordou Hermione
- Mas… o que poderia querer o Devorador da Morte com a Jane? – perguntou Ginny confusa
- Não sei… - murmurou Harry
- Ela está bem… - afirmou Ron ainda que com voz incerta, como se estivesse mais a tentar convencer-se do que a convencer – nós avisámos a professora Mcgonagall que ela tinha sido arrastada… devem ter posto todos os professores e aurores à procura dela…
- Sim! – tentou Ginny também incentivar – aposto que quando nos sentarmos no salão principal a almoçar ela vai aparecer
--*--
Voldemort dispensara os jovens indicando-lhes uma passagem atrás de um armário, que disse ser uma maneira rápida e eficaz de chegar a Hogwarts sem levantar suspeitas.
Anton Malfoy e outro Devorador da Morte afastaram o móvel, deixando a descoberto um buraco escuro e sinistro na parede.
- Eu… eu não vou entrar aí… - gemeu Pansy
- Não sejas tão chata – resmungou Draco arrastando-a por um braço para o interior da passagem
Jane ficou a ver todos a desaparecerem para o interior escuro da parede, com um crescente vazio a formar-se no seu peito.
--*--
Os quatro jovens estavam no topo da escadaria, com vista para o hall de entrada, quando as grandes portas de carvalho do castelo se abriram de par em par, revelando a violenta tempestade que rebentara lá fora e dando passagem a três pessoas.
Remus Lupin trazia debaixo de cada braço cada uma das gémeas Malfoy, abrigadas no seu manto.
- Chegaram… - observou Ron
As gémeas afastaram-se de Lupin com um murmúrio de agradecimento, mas apesar de tudo estavam completamente encharcadas.
- O que se passa com a Jane? – perguntou Harry observando-a de longe
- Que queres dizer? – perguntou Ron preocupado
- Olha para ela… - afirmou Harry
O rapaz observou melhor a jovem que estava parada no meio do hall de entrada, a falar com a sua cópia quase perfeita.
De facto ela estava muito mais pálida que a irmã e tinha um ar inexpressivo, como se naquele momento nada tivesse realmente importância, no entanto os seus olhos contavam uma historia completamente diferente tinham um brilho assustado, quase de pânico.
Harry abanou a cabeça para afastar a sua confusão, ela parecia tão séria… estaria a delirar achando que o que via nos olhos dela era algo totalmente diferente?
--*--
- Pensei que Blaise estivesse contigo – argumentou Esther – ele não ficou para trás como tu?
- Ficou – cortou Jane de forma fria – mas eu não quero falar dele e nem quero falar com ele
- Mas…mas o que aconteceu? – Esther mostrou-se surpresa
- Não interessa – afirmou Jane – ele pode ficar todo para ti, diz-lhe que eu quero que ele arda no inferno
- Por Melin, Jane! – exclamou Esther – estás a assustar-me
- Eu não vou voltar a olhar para a cara dele – declarou Jane
- E posso saber porque? Ele é tão giro… - Esther estava realmente baralhada
A jovem Gryffindor revirou os olhos com impaciência, não queria falar naquilo, não conseguia… só queria chegar ao seu dormitório, deitar-se na cama e fechar as cortinas, era muita coisa para um dia só.
- Não importa, já disse…
- Está bem, está bem… pronto, não insisto mais… - concordou Esther olhando de lado para a irmã – vou procura o Blaise, talvez ele me conte mais que tu
- Força… - murmurou Jane
Esther deu um abraço à irmã.
- Foste muito corajosa hoje – sussurrou no ouvido dela – eu…eu… sei que não querias ir… embora não perceba realmente porquê…
Jane retribuiu o abraço.
- Talvez seja por isso que fui parar aos Gryffindor – comentou tentando forçar um tom de brincadeira
Quando Esther se afastou em direcção às masmorras, Jane começou a subir as escadas em direcção aos andares superiores, já passara da hora do almoço, e apesar de ainda não ter comido nada desde o pequeno-almoço, estava desejosa de se meter na cama e fechar os olhas para a realidade.
Estava tão distraída que nem se apercebeu de ter passado ao lado de Harry, Ron Hermione e Ginny. Só se deu conta quando uma mão lhe pousou no ombro.
Ao sentir o súbito contacto, a jovem sentiu uma onda de pânico tomar conta de si e instintivamente fez um movimento brusco para se livrar de quem lhe tocara.
- Hey! – exclamou Harry – calma miúda…
- Oh! – Jane apercebera-se que tinha sido ele a tocar-lhe – desculpa… eu…
- Estás bem? Quer dizer… o que aconteceu? Ele levou-te para onde? – perguntou Ron muito depressa atropelando as perguntas
- Tem calma Ronald – advertiu Hermione – deixa-a respirar
- O que aconteceu? – perguntou Ginny
Jane daria tudo para naquele momento poder ser sincera com eles, mas os cortes latentes nas costas da sua mão esquerda lembravam-lhe que isso estava fora de questão.
- Bem… eu…
Harry estendeu a mão para desviar Jane de um bando de alunos que passava a correr pelas escadas, e para seu espanto ela voltou a reagir de forma assustada ao seu toque.
- Ai… desculpa Harry – murmurou Jane sem o encarar nos olhos – é que eu… - não conseguiu terminar a frase
As recordações do que acontecera no túnel depois de sair de perto de Voldemort ainda estavam presentes no seu espírito, cravadas na sua pele como ferros em brasa.
Não! Não se queria lembrar! Queria ir para a sua cama…
Harry olhava-a com ar intrigado, algo lhe tinha acontecido…
- Bem, vamos desimpedir a passagem… - sugeriu Hermione – queres nos contar o que aconteceu… ou preferes falar com Dumbledore?
- Acho que gostaria de me ir deitar e dormir primeiro… - gemeu a jovem – não me estou a sentir muito bem…
- Passamos na enfermaria então? – sugeriu Ginny pousando a mão no ombro de Jane, que para espanto de Harry não fez nada
- Deve estar caótica – comentou Ron desta vez foi ele a estender os braços para afastar a irmã e Jane de outro grupo que passava apressado por eles
Tal como acontecera com Harry, Jane reagiu com um salto ao toque de Ron, parecia quase assustada com a proximidade dos dois rapazes. O que raios é que lhe teria acontecido?
O facto também não passou despercebido a Hermione, que lançou um olhar interrogativo a Harry.
- Miss Malfoy? – chamou uma voz conhecida perto deles
Quando os jovens se voltaram, deram de caras com Dumbledore que caminhava calmamente na direcção deles.
- Posso lhe dar uma palavra? – perguntou o director de forma amável
Jane gemeu baixinho, era só que lhe faltava agora, depois de tudo por que passara… nada melhor para rematar que uma conversa com o director da escola.
- Está bem… - concordou seguido o director pelo corredor
- Bem… - comentou Ron – agora que ela já chegou e que sabemos que está bem… acho que já podemos ir para a sala comunal…
- Vamos então… - concordou Hermione
- Vão andando – afirmou Ginny dando um beijo a Harry, perante o ar inquisidor de Ron – vou ver como está a Luna
- Até já… - respondeu Harry depois de corresponder ao beijo da namorada
Depois de percorrerem o castelo em direcção à torre dos Gryffindor, os três jovens disseram a senha à Dama Gorda, entraram na sala comunal, cheia de gente barulhenta e a comentar o sucedido e ocuparam as poltronas perto da lareira.
- Ai… como me doem os pés… - gemeu Ron esticando as suas longas pernas em direcção à lareira
Harry e Hermione permaneceram calados durante um bocado, até que a jovem resolveu quebrar o silêncio.
- Vocês repararam que a Jane se assustava quando vocês os dois lhe tocavam? – perguntou
- Mais ou menos… sim… - respondeu Ron – mas também tens que compreender… não sabemos o que lhe aconteceu…
- É isso que me preocupa… - murmurou Hermione
- Que queres dizer? – perguntou Harry
- Ela não fez nada quando a Ginny lhe pôs a mão no ombro… - explicou Hermione
- Aonde é que queres chegar? – insistiu Harry alarmado com o rumo da conversa
- Ela reagiu com medo ao toque masculino… - continuou Hermione
- Não percebi… - afirmou Ron com as sobrancelhas erguidas
- Mas será que não percebem?! – exclamou Hermione exasperada
Harry arregalou os olhos perante o que a amiga lhes estava a tentar dizer…
Ron permaneceu com um ar confuso e desviava o seu olhar tanto para Harry como para Hermione.
- Continuo sem perceber… - afirmou
- Não pode ser Hermione! – exclamou Harry – tu achas que…
- Eu acho que a Jane apresenta todos os sintomas de alguém que foi violado… - finalizou ela
- VIOLA… - exclamou Ron mas ao se aperceber que falara demasiado alto abafou o resto da palavra – O quê??
- Foi isso mesmo que eu disse – respondeu Hermione
Harry mordeu o lábio inferior de preocupação, não conseguia evitar, mas agora mais que nunca queria saber urgentemente o que é que acontecera à jovem, queria saber se ela estava bem. Uma súbita vontade de espancar quem quer que lhe tivesse tocado tomou conta dele como uma chama.
--*--
Jane estava no escritório de Dumbledore, sentada numa cadeira mesmo de frente para o director. Ele olhava para ela com um ar extremamente sério.
- Eu sei que este ataque foi apenas uma manobra de diversão – afirmou o director observando a jovem com os seus olhos azuis
Jane sentiu que aqueles olhos eram capazes de ver através do seu corpo e que lhe estavam a ler a alma. Estremeceu.
- Sei que Voldemort esteve aqui – continuou Dumbledore
Jane sentiu-se gelar.
- E sei que ele anda a arranjar seguidores… anda a tentar infiltrar-se em Hogwarts…
Neste momento a jovem tinha a impressão que ia desmaiar, tal era o pânico que se esforçava por abafar.
- E disseram-me, que um Devorador da Morte mostrou particular interesse em si…
Jane não pensou duas vezes, levantou a mão esquerda e mostrou-a a Dumbledore.
- Eu… eu peço desculpa… realmente nunca fui muito boa a resistir à maldição imperius… - respondeu de forma nervosa – eu… a sério que eu não queria…
Dumbledore estudou-lhe os cortes perfeitos nas costas da mão, que delineavam o seu nome.
- Não… não tenho a marca… - acrescentou num sussurro
O director olhou-a nos olhos, pareceu ter entendido o que os cortes significavam.
- Já percebi que não pode falar… - afirmou mantendo uma expressão seria – mas a Jane não é como os outros…só uma pergunta
Jane sentia o coração a martelar-lhe com toda a força contra o peito.
- De que lado está?
- Do lado de Harry! – respondeu a jovem sem sequer hesitar – só que não tive escolha…
O director esboçou um sorriso e olhou-a com mais carinho.
- Era só isso que eu queria saber… mas olhe Jane, está numa posição muito perigosa, sei que não pode falar, mas será, se o permitir, o elo entre os planos maléficos de Voldemort e… por assim dizer, o lado dos “bons” – respondeu fazendo aspas com os dedos à ultima palavra
- Eu sei… de qualquer maneira as confusões sempre me perseguiram – respondeu a jovem com um pequeno sorriso e um encolher de ombros
Agora que falara com Dumbledore, e que pelo menos ele sabia o que se passava com ela, parecia que um enorme peso tinha sido retirado de cima dos seus ombros.
- Então não vamos perder o hábito, vamos? – perguntou o director com um sorriso brincalhão, completamente diferente da expressão com que tinham iniciado a conversa – só mais uma coisa, o professor snape pediu-me para lhe informar a si a Mr Potter que a vossa detenção é daqui a vinte minutos, na sala dele
- Oh! – Jane mostrou-se surpreendida – e se estivéssemos na enfermaria? Ia-nos buscar por um braço?
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Quando Jane entrou no salão comunal, trazia uma expressão que, embora não se pudesse dizer que lhe era normal, ao menos parecia mais animada que da ultima vez que a tinham visto.
- Olha quem voltou… - comentou Ron apontando com a cabeça – e agora? O que lhe dizemos se a tua teoria estiver certa?
- Nada! – cortou Hermione em tom severo - ela conta se quiser, não podes chegar lá e simplesmente perguntar, pois não?
Os três jovens viram Jane aproximar-se e parar ao lado da poltrona de Harry.
- Jane… está tudo b…Ai! – perguntou Ron de maneira estranha, fazendo a jovem olhar para ele com as sobrancelhas erguidas
- Pára, Ronald! – sussurrou Hermione dando-lhe uma cotovelada
- Falei com Dumbledore… - respondeu ela
- Como correu? – perguntou Harry de forma preocupada, que não passou despercebida a Hermione
E pelos vistos a Jane também não, pois olhou para ele surpreendida.
- Bem… acho eu… - respondeu com um pequeno sorriso – mas tenho más noticias para ti Harry
- Ai…! – gemeu ele arregalando os olhos
- Snape quer-nos na sala dele agora para a detenção – anunciou com uma careta
- O QUÊ?! – exclamaram os três completamente indignados
– E se estivéssemos na enfermaria? – Harry perguntou indignado
- Eu fiz a mesma pergunta… - respondeu ela encolhendo os ombros – anda lá, antes que recebamos outra…
--*--
(Continua)
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