Confusões durante a aula
Capítulo 7: Confusões durante a aula
Jane caminhou em direcção às portas do salão principal com a raiva a vibrar-lhe no sangue.
Como é que Harry podia ser tão insuportável?
A jovem apertou os punhos sentiu-se uma idiota.
Primeiro não devia ter pedido desculpa a Ron, ele era um traidor da raça, não merecia tal comportamento da parte dela!
Segundo não devia ter adormecido no colo de Harry para que toda a gente visse!
Terceiro, porque raio dera o seu lugar à Weasley mais nova?
Jane sentiu uma onda de desespero apoderar-se de si, este ataque de dupla personalidade estava a deixa-la maluca.
Já não sabia o que era certo ou errado, já não sabia quem era nem como era.
Deveria ser uma Malfoy, arrogante, cínica, Slytherin, como todos os outros antes dela. Mas algo estava sempre a puxa-la para outro lado.
Tornara-se uma Gryffindor e gostava bastante de todos os seus colegas, até mais do que os da casa das serpentes, revelara-se uma pessoa simpática e sincera.
Afinal qual das duas era a verdadeira Jane?
Enquanto andava pelo salão já cheio de alunos, passou uma mão pelo rosto para tentar afastar estes pensamentos desesperantes.
Arrependeu-se de ter pensado mal de Ron e de Ginny, mas um sorriso perigoso desenhou-se no seu rosto ao lembrar-se de Harry.
- A sorrir sozinha Jane? – perguntou uma voz conhecida
Jane olhou para a sua cópia quase perfeita parada na sua frente e alargou o sorriso.
Estava tão concentrada nos seus pensamentos que nem reparara que ela e o primo tinham chegado.
- Onde estão os outros? – perguntou com desdém
A sua personalidade Malfoy entrara em acção.
- A dormir – respondeu Draco com uma careta
- Onde é que ias? – perguntou Esther observando a irmã
Jane encolheu os ombros.
- Estava sem fome – declarou com uma indiferença arrogante – e também estava à tua procura
Esther durante uns segundos, abriu um sorriso que era único e exclusivamente só para Jane, trava-se de um verdadeiro sorriso sincero.
Depois a sua face torceu-se numa expressão trocista.
- Sentiste a minha falta foi? – perguntou com arrogância ao que Draco reprimiu uma risada
- E tu não és nada convencida – comentou Jane com deboche
- Eu sou realista querida – declarou Esther dando o braço à irmã e arrastando-a para a mesa dos Slytherin
- Aamm… essa não é a minha mesa – afirmou Jane com uma careta
- Ninguém se importa, aliás, deverias estar nela – disse Draco em tom de censura
- A culpa não foi minha, sim? – defendeu-se com ar superior
Os três jovens sentaram-se à mesa das serpentes, e tal como Draco previra, Jane foi recebida como um deles.
- Que aula é que vais ter a seguir? – perguntou o loiro à prima
- Adivinhação – resmungou Jane – nem sei para que serve essa disciplina
- Nós também – declarou Esther com um sorriso trocista – vamos preparar uma surpresa para a professora Sibila Trelawney?
- O que tens em mente? – perguntou Draco abrindo um sorriso perverso
Esther olhou para Jane, os olhares delas cruzaram-se.
As duas irmãs partilhavam um elo telepático muito forte, tal como todos os gémeos.
Jane não precisou de palavras para saber o que a sua irmã estava a pensar.
- Nós podíamos lançar… - começou Esther com ar malicioso
- …Uma bombinha de fumo – finalizou Jane com um sorriso idêntico
- Boa ideia… - concordou Draco com uma expressão perversa – atrapalhar no meio de uma das previsões absurdas da Trelawney… Blaise deve ter dessas…
- O que é que tem o Blaise? – perguntou o rapaz moreno sentando-se entre as gémeas e Pansy ocupando o lugar ao lado de Draco
Os dois jovens tinham acabado de chegar ao salão principal.
- Bom dia Bela Adormecida – escarneceu Jane com um sorriso malicioso
- Bela adormecida?! – exclamou Blaise indignado – estás a duvidar da minha masculinidade?
As gémeas, Draco e Pansy soltaram gargalhadas.
- Olha que eu acho que está – comentou Pansy com um sorriso cínico e provocador no seu rosto pálido
No rosto de Blaise abriu-se um sorriso pervertido.
- Já vai deixar de ter razões para isso – comentou
Jane ergueu as sobrancelhas com um ar de descrença arrogante.
Blaise, discretamente desceu uma das suas mãos para debaixo da mesa.
- Mas então? Estavam a falar de mim? – perguntou Blaise fingindo um ar inocente
Jane sentiu a mão dele pousar no seu joelho e subir devagar pela sua perna.
- Estávamos a planear uma partida à Trelawney – explicou Esther
- Ainda tens bombinhas de fumo, não tens? – perguntou Draco com um sorriso arrogante
- Claro que tenho! – declarou Blaise com um sorriso presunçoso – estão a pensar em rebentar alguma no meio da palhaçada que é a aula dela?
A mão dele introduziu-se por baixo da saia de Jane, fazendo a jovem retirar uma das suas mãos da mesa para segurar na de Blaise e lhe impedir o trajecto.
- Era essa a ideia… - respondeu Jane olhado para Blaise com os olhos semi cerrados
O rapaz retribuiu o olhar com um sorriso de desafio.
- Quando acabar de comer, vou ao dormitório buscar umas bombinhas – disse Blaise com um sorriso cínico começando a fazer festinhas na perna de Jane com a ponta dos dedos
- Vai ser perfeito! – exclamou Esther fazendo um movimento busco com as mãos e derrubando um dos copos de sumo, a sua sorte é que estava vazio
Jane sentiu um arrepio percorre-la, sempre fora como os gatos, qualquer carícia com a ponta dos dedos deixava-a derretida.
Blaise apercebeu-se da reacção dela e arriscou subir mais um bocadinho.
- Sua desastrada! – resmungou Draco – e se tivesse cheio como é que era?!
- Teria que ir tomar outro banho – respondeu Esther em tom de superior indiferença
Pansy soltou uma risadinha histérica enquanto examinava as suas unhas.
Esther imitou-lhe o gesto e observou as suas.
- AAAAAAAAHHHH! – gritou subitamente a jovem, alto o suficiente para se ouvir em todo o salão
Um súbito silêncio abateu-se sobre o salão principal, Jane até despertou do seu transe e Blaise parou a sua mão, quase a chegar ao interior das coxas da jovem.
- Esther? Que se passa? – perguntou Jane assustada
- A MINHA UNHAAA! – gritou a irmã histérica
Jane não queria acreditar, aquele escândalo todo só por causa de uma unha?!
Esther fazia tenções de continuar a gritar, mas Blaise colou os seus lábios aos dela, num beijo quente e sensual.
Jane revirou os olhos, ele realmente não fazia questão de as distinguir.
Isso nunca a incomodara antes, porque é que agora alguma coisa lhe sussurrava quase imperceptivelmente que era errado?
Quando finalmente a irmã e Blaise se soltaram, Pansy debruçou-se sobre a mesa.
- Deixa-me ver querida
Esther com ar infeliz mostrou-lhe a mão.
- Oooh!... – comentou Pansy com dramatismo observando a mão de Esther
- As unhas voltam a crescer… - comentou Draco com uma careta sarcástica
- Meu Merlin, será que burrice é contagiosa? - murmurou Jane revirando os olhos
A jovem não estava a aguentar mais aquela conversa, preferia discutir com Harry do que estar ali.
- Bom, vou andando, tenho que ir buscar uns livros que me esqueci…
- Espera – avisou Draco – vem aí o correio
Jane dignou-se a esperar mais alguns minutos, observando a forma graciosa como as corujas voavam pelas mesas.
No meio daquela massa de penas, a jovem reparou numa coruja linda, de penas brancas.
Seguiu-lhe o trajecto por entre a massa de alunos e viu-a pousar no ombro de Harry.
Sentiu uma onda de ódio invadi-la, porque é que a coruja mais bonita que ali andava tinha que ser DELE??
A coruja de Draco pousou no ombro do dono, estendendo-lhe uma carta.
- Eka! – exclamou Pansy enojada – eu odeio corujas, são peganhentas…
- Não são nada! – exclamou Jane indignada – são tão queridas
- São horrorosas! – afirmou Pansy com voz esganiçada – afasta-a de mim
- São porcas isso sim… - comentou Esther
Draco desdobrou a carta e passou-lhe os olhos.
- É do tio Anton – comentou Draco – ele quer que amanhã quando formos a Hogsmead vamos ter à casa dos gritos
- Não tinha um lugar melhor? – resmungou Esther com uma careta mal humorada
- Para quê? – perguntou Jane de sobrancelhas erguidas com evidente desagrado – amanhã é a primeira vez que vou a Hogsmead… não quero passar a tarde na casa dos gritos!
- Como é que eu vou saber?! – irritou-se Draco – aqui diz “para Blaise Zabine, Draco Malfoy, Esther Malfoy, Gregory Goyle, Jane Malfoy, Pansy Parkinson e Vincent Crabbe estarem presentes na casa dos gritos pois uma grande honra foi lhes concedida, o direito de estarem ao serviço dos grandes…” Onde é que os palhaços do Goyle e do Crabbe se meteram? – murmurou entre dentes
- Será que… é o chamamento do Lord das Trevas? – perguntou Pansy num sussurro excitado
- Eu tenho a certeza que é – declarou Blaise com um sorriso arrogante
– Finalmente deixam de nos tratar como crianças - comentou Esther fazendo um sorriso felino e passando a mão pelo cabelo de maneira sensual
- Vai ser uma honra servir a causa do mestre e livrar o mundo dos sangues de lama imundos e dos traidores da própria raça – declarou Draco com um prazer mórbido – começando pela Granger…
Apenas Jane não se pronunciou, fazendo uma discreta careta de desagrado.
Trabalhar para o Lord? Mas que coisa ridícula…
Esse Lord estúpido de meia tigela, era mais um velho que não tinha nada que fazer, então decidia governar o mundo…
Jane levantou-se do seu lugar, deixando todos a olhar para ela.
- Tenho que ir buscar uns livros – afirmou com um sorriso cínico – já tinha dito
- Vemo-nos daqui nada – disse Esther com uma expressão desdenhosa
Jane já ia de costas e limitou-se a acenar sem se voltar, deixando a irmã, o primo, Pansy e Blaise a falar de futuras missões e de louvores que receberiam.
Jane torceu o nariz, esse Lorde das Trevas bem que podia esperar sentado, ela não era escrava de ninguém, muito menos de um velho psicopata.
A jovem atravessou as portas do salão principal, qual fora a desculpa usada? Livros que faltavam? Reprimiu uma risada, que falta de originalidade.
- Jane! – chamou a voz de Hermione do alto das escadas
Jane olhou para cima e viu a amiga e os dois rapazes já conhecidos ao lado dela.
- Já acabaram? – perguntou surpresa subindo rapidamente os degraus
- Ainda ouvimos o teu grito – comentou Harry num tom de desprezo
Jane semi cerrou os olhos numa expressão perigosa.
- Para tua informação não fui eu! – declarou com superioridade – foi Esther
Harry encolheu os ombros num gesto de indiferença
- Vai dar ao mesmo – comentou ele
- Não, não vai! – defendeu-se Jane
- Pronto! – intrometeu-se Hermione antes que eles recomeçassem a discutir – vamos andando
- O que é que tu vais ter agora Hermione? – perguntou Ron curioso
- Runas Antigas – esclareceu a amiga – uma disciplina séria e realmente fascinante
Um sorriso maroto desenhou-se no rosto de Jane, Hermione ia perder a partida.
- Que sorrisinho é esse? – perguntou Harry desconfiado
- Nada… não é nada… - comentou Jane alargando o sorriso
Os quatro jovens continuaram o seu percurso em direcção às suas salas de aula.
Hermione despediu-se deles no terceiro andar, enquanto que os outros três continuaram a subir.
- Realmente… - resmungou Ron entrando na sala abafada – Artes Adivinhatórias não serve para nada
- Só agora é que chegaste lá? – perguntou Harry com um sorriso torcido sentando-se ao lado do amigo
Jane permaneceu de pé, a observar os alunos que iam entrando, Parvati acenou-lhe e Jane retribuiu o gesto.
- O que faz uma rapariga tão gira aqui de pé? – perguntou Seamus com um sorriso brincalhão no rosto ocupando o seu lugar na poltrona de trás
Jane sorriu.
- Vê lá se não queres que a rapariga bonita te dê um murro – comentou num tom de brincadeira
- Pensei que a violência era só reservada para o Harry – alfinetou Dean
- Não me metas no assunto! – resmungou Harry aborrecido
- Não, o Harry é quadrado de mais para perceber uma brincadeira – comentou com os olhos a faiscarem de raiva em direcção ao rapaz moreno de cabelo espetado
- O que é que disseste? – perguntou ele num tom perigoso
Neville sentando ao lado de Dean e Seamus arregalou os olhos para os amigos numa expressão de pânico.
- Viram o que fizeram?! – murmurou – vão começar a discutir
- Parem lá com isso – pediu Ron – Jane senta-te
O sorriso tinha desaparecido da face da Jovem e sentou-se entre Harry e Ron com uma expressão amuada.
Minutos depois, entraram na sala os seus colegas Slytherin, ao vê-la sentada entre os Gryffindor fizeram expressões reprovadoras.
Jane revirou os olhos com impaciência e fez-lhes um sinal como quem queria dizer:”Dah! Eles são da minha casa…”
Draco abriu um pequeno sorriso sacana e apontou para Blaise que trazia um pequeno embrulho castanho.
“Sim senhor”, pensou Jane “Não dão nada nas vistas”.
Retribuiu o sorriso e levantou o polegar.
Blaise respondeu-lhe com um olhar de provocação galante enquanto caminhava para o seu lugar com a mão na cintura de Esther.
Quando o último aluno ocupou o seu lugar, a professora Trelawney apareceu na sala, com o seu já habitual aspecto bizarro.
Jane olhou para ela com os olhos arregalados e esmagou-se contra as costas da poltrona.
Harry e Ron reprimiram risadas com a reacção dela.
- Parem de rir! – resmungou num sussurro – ela é ridícula
- Meus meninos – começou a professora a falar na sua voz excitada – hoje vamos aprender a ver o futuro em superfícies de água…
- Isto vai ser interessante… - murmurou Harry entre dentes com evidente desagrado
Os alunos foram obrigados a encherem pratos de vidro com água e a ficarem a olhar para a superfície, para ver se tinham uma visão do futuro.
- Isto é uma palhaçada – comentou Seamus baixinho, abafando o som de um bocejo de Neville
Apenas Lavender e Parvati se mostravam interessadas e empenhadas a descobrir realmente alguma coisa.
Trelawney aproximou-se de onde Harry, Ron e Jane estavam sentados e olhou atentamente para Harry
- Provavelmente à espera de que ele veja uma das suas inúmeras mortes sangrentas e dolorosas – disse Ron num murmúrio para Jane que reprimiu uma risada
A professora ao ouvir o riso abafado desviou a sua atenção de Harry e olhou para Jane.
- Jane Malfoy… - comentou com ar sonhador
- Aamm… - Jane ficou atrapalhada com a súbita atenção, onde estava a personalidade altiva e arrogante Malfoy quando se precisava dela? – Sim…uumm… sou eu
- Eu não perguntei querida, eu afirmei
- Oh! Pois… - respondeu Jane franzindo o nariz
Era para a jovem que agora Trelawney dirigia toda a sua atenção, fazendo toda a turma parar o que estava a fazer, ou a tentar, e prestar atenção à cena.
- Diferente da família… - afirmou a professora – diferente… muito diferente… vejo muita dor na tua aura… tanta tragédia… tanto sofrimento… A sua irmã deve estar algures por ai sentada…
Jane com o nariz franzido olhou em volta, para os colegas que a observavam.
Viu Esther lançar um sinal mal-educado para a professora distraída.
- Finalmente deixei de ser eu o observado – murmurou Harry com um exagerado espalhafato atrás da professora, provocando o riso dos seus colegas Gryffindor
Mas falara cedo de mais, Trelawney voltou-se para ele com ar dramático.
- Vocês estão ligados! – exclamou apontando para os dois
- Sim claro! – comentou Ron – só se for para se odiarem
A professora lançou um olhar reprovador para o rapaz ruivo e continuou o seu apaixonado discurso.
- Eu posso ver nas vossas auras! Estão ligados!
Harry e Jane entreolharam-se com uma careta sarcástica.
- Ela que é herdeira de escuridão, receberá em si a semente daquele que está destinado a reprimir o mal… - exclamou Trelawney abrindo os braços, tamanha era a sua emoção
A sala ficou subitamente silênciosa.
- Como é que é? – perguntou Ron sem perceber nada – mas ele é namorado na minha irmã…
Jane arregalou os olhos em pânico.
Nem pensar! Ela não iria ser mãe do filho do Potter! É que nem Morta! Só de pensar tinha arrepios.
Seriam de repulsa? Ou ponderar de facto na possibilidade de realmente os fazer com ele…
Afastou imediatamente essa ideia, é claro que era de repulsa e de nojo!
Harry fez uma expressão idêntica, e no seu pensamento passavam as mesmas ideias.
- A Jane está grávida do Harry?! – exclamou Lavender chocada
- Eu não estou grávida de ninguém! – exclamou Jane indignada e furiosa
- E eu não tenho nada a ver com isso! – concordou Harry igualmente indignado e furioso
Trelawney olhou para os dois alunos com uma expressão preocupada e atenciosa.
- Meus amores não se pode escapar do nosso destino – afirmou comovida
Harry e Jane não conseguirão evitar que os seus rostos se contorcessem em caretas de nojo, e ao olhar um para o outro trocara, olhares de puro ódio.
- Eu acho que é mais fácil eles matarem-se do que se porem a fazer filhos… - comentou Seamus com um ar sério de profissional
A sua expressão e maneira séria de falar foi o suficiente para desanuviar o ambiente e fazer com que todos os alunos começassem a dar a sua opinião sobre o assunto e a concordarem com Seamus.
- Agora estão a discutir a minha vida é? – perguntou Jane observando a balbúrdia da sala com ar irritado
- Ao fim de algum tempo habituas-te – resmungou Harry
- Sim, se fossemos pelo que a Trelawney diz o Harry já estaria morto e enterrado há anos – comentou Ron
- Uumm… ela gosta de prever a tua morte, hum? – disse Jane com ar arrogante
Harry lançou-lhe o olhar sombrio.
- Não me olhes com essa cara de calhau – exclamou Jane com uma careta
- Se eu sou um calhau, tu és o Grand Canyon – retorquiu Harry com uma expressão de desafio
- Ah, Ah! Que piada – comentou Jane de forma sarcástica, fazendo um sorriso cínico – mas sabes, pelo menos o Grand Canyon é imponente e majestoso, ou seja tu estás na minha sombra – acrescentou com um sorriso de satisfação cruel
- E tu não és nada convencida
- Realista meu caro
Ron suspirou e revirou os olhos, iam recomeçar.
Do outro lado da sala, os amigos Slytherin de Jane estavam indignados.
- Como é que a Trelawney tem a lata de dizer que a minha irmã vai para a cama com o Potter?! É simplesmente absurdo e revoltante – vociferou Esther furiosa
- Não se deve levar a sério o que esse projecto de professora diz – comentou Draco – mas só por ter dito aquilo, insultou a nossa família, o meu pai e o tio Anton vão saber disto
- Alem disso, ninguém vai tocar na Jane, ela é minha – declarou Blaise com ar arrogante – muito menos o menino bonito de Dumbledore
Pansy fez uma careta de desagrado olhando Harry e Jane a discutirem do outro lado da sala.
- Traidor da própria raça – murmurou
- E se lançássemos a bombinha já, no meio deste caos ainda vai ser melhor – sugeriu Esther com um sorriso perigoso
- Óptima ideia – concordou Draco com um sorriso perverso – vamo-nos vingar do que a vaca da Trelawney disse da minha prima
Blaise abriu igualmente um sorriso sacana, introduziu a mão no interior do pacote que transportava e apertou a bombinha entre os dedos retirando-a do seu esconderijo.
Subitamente a sala foi envolvida por uma espessa nuvem de fumo, fazendo com que todos os alunos parassem de tagarelar e começassem a gritar assustados.
- Para fora da sala! Rápido! – gritou Ron levantando-se e assumindo o seu papel de monitor
Harry e Jane também se levantaram e tentaram abandonar a sala.
Algures no meio do fumo era possível ouvir os gritos da professora, dizendo que se tratava do fim do mundo, fazendo-lhe coro ouvia-se os gritos dos alunos
Jane foi subitamente empurrada por algum colega apressado e caiu ao chão com um grito.
Harry parou ao aperceber-se do grito da jovem e da sua queda, sem saber muito bem porquê não a iria deixar para trás.
Olhou para baixo e viu os contornos indefinidos da jovem no chão e baixou-se para a ajudar a levantar.
Jane sentiu uns braços fortes segurarem-na pela cintura e erguerem-na do chão, pelos cabelos negros e despenteados percebeu que era Harry.
Quando se voltaram a levantar os seus corpos ficaram encostados durante uns segundos.
Um súbito arrepio e uma deliciosa vertigem no estômago atravessou os dois.
Jane sentiu a sua respiração ficar acelerada, antes de se soltar de Harry e balbuciar um obrigado.
“Eu só posso estar a ficar maluca!” pensou a jovem para si, atravessando a sala cheia de fumo.
A turma concentrou-se toda à entrada da sala da professora de Artes Adivinhatórias a comentar o sucedido.
- Finalmente vimos o nosso amigo Ron entrar em acção no seu papel de monitor! – exclamou alegremente Neville dando uma palmada amigável nas costas de Ron
- Não sejas estúpido – comentou o ruivo envergonhado
- É verdade! Mas também quem teve a ideia de lançar uma bombinha de fumo é um génio! – concordou Parvati
Jane que até ali estava ainda meio atordoada com o contacto com o corpo de Harry abriu um pequeno sorriso.
- Estás a rir-te de quê Jane? – perguntou Ron olhando-a com um sorriso brincalhão – parte desta confusão é culpa tua e de Harry
- Minha?! – exclamou Jane sorrindo e fingindo-se indignada – eu não tenho culpa que a Trelawney invente coisas
- Harry… - chamou Neville passando uma mão na frente do rosto do amigo
- Uumm… o que foi? – perguntou Harry despertando do seu transe
- Estás a dormir em pé Harry? – perguntou Jane obrigando-se a ignorar as borboletas que lhe atrapalhavam o estômago e esforçando-se por parecer irónica – que eu saiba fui eu que não dormi hoje
- Muito engraçadinha… - comentou Harry com uma careta sarcástica, esforçando-se por afastar o torpor que antes o dominara
Jane sentiu uma mão segurar-lhe no braço, puxa-la e encostá-la de encontra a parede.
Era Blaise.
- Estás maluco! – exclamou Jane indignada - estamos no meio do corredor e pode aparecer aqui algum professor a qualquer momento
- Não gostei do que a Trelawney disse sobre ti e o Potter – comentou Blaise com irritação
Jane abriu um sorriso perverso.
- Ficaste com ciúmes, foi?
Blaise não teve tempo de responder, pois a professora Mcgonagall furava a multidão de alunos presentes no corredor, com ar extremamente severo.
- Estamos lixados… - murmurou o rapaz arregalando os olhos
Jane abriu um sorriso maroto.
- Veremos… - murmurou
- O que é que aconteceu aqui? – perguntou Mcgonagall com voz ríspida
- Minerva! – exclamou Trelawney, estava ainda mais despenteada que o normal – um fumo horrível encheu a minha sala… foi um aviso do além!
- Eu acho que não… penso que se tratou de uma partida que uns meninos que se acham muito engraçados – comentou a professora de Transfiguração com um pequeno sorriso no canto dos lábios
Trelawney olhou para ela como se não tivesse percebido bem.
- Acho por bem Sibila, dispensar os seus alunos por hoje, até que a sua sala volte a estar em condições – sugeriu Mcgonagall
A resposta da professora de Artes Adivinhatórias foi abafada pelos gritos de felicidade de todos os alunos presentes.
Blaise não deu tempo a Jane para fazer mais nada, agarrou-a pela cintura e arrastou-a dali para fora e pelo caminho agarrou no braço de Esther.
- Onde vamos? – perguntou Esther com um sorriso perverso
Blaise lançou-lhe um olhar de lado e abriu um sorriso presunçoso.
- Para algum lugar sem ninguém para chatear – respondeu o rapaz
Jane limitou-se a ser arrastada, precisava urgentemente de apagar as sensações deixadas por Harry, e sabia que o que Blaise queria poderia ser a forma mais rápida de isso acontecer.
Caminharam pelos corredores de Hogwarts até encontrarem um vazio.
Blaise olhou para Jane com um sorriso perverso.
- E agora para me vingar por me teres chamado Bela Adormecida e pelo que a estúpida da Trelawney disse… - murmurou o rapaz encostando o seu corpo ao de Jane e prensando-a contra a parede
Jane sentiu os lábios de Blaise capturarem os seus e a língua dele invadir a sua boca, passou os seus braços à volta do pescoço dele e retribuiu o beijo.
Esther observou durante alguns segundos a irmã a ser beijada, mas era chato ficar só a ver.
Então, resolveu fazer algo que nunca tinham feito antes, decidiu participar.
Encostou devagar o seu corpo nas costas de Blaise, começou a beijar-lhe o pescoço e a introduzir as suas mãos pelo interior das calças dele.
Jane sentiu o rapaz soltar um gemido abafado na sua boca e abriu os olhos.
Encontrou o olhar de Esther, um enorme sorriso perverso e perigoso.
Blaise deixou escapar outro gemido ligeiramente mais alto, o sorriso de Esther intensificou-se.
Jane interrompeu o beijo e olhou para baixo.
O que viu deixou-a terrivelmente enojada, as mãos da irmã tinham desaparecido por dentro das calças do rapaz e viam-se movimentos por baixo do tecido.
Ela não queria acreditar no que estava a acontecer, mas que raio se passava pela cabeça de Esther para estar a fazer aquilo?!
Elas já tinham partilhado rapazes, mas nunca as duas ao mesmo tempo!
A jovem desprendeu-se dos braços de Blaise e afastou-se para o outro lado do corredor, sentindo-se terrivelmente suja.
Os outros dois não pareceram ficar aborrecidos, Esther limitou-se a ocupar o lugar da irmã e a continuar com as mãos no interior das calças de Blaise.
Jane recuou alguns passos, precisava sair urgentemente dali, estava a sentir-se realmente muito mal.
Mas as costas da jovem embateram em alguém e ao voltar-se para ver quem era, deu de caras com Harry.
--*--
Quando a professora de Transfiguração liberara os alunos, Ron declarou que iria esperar à porta da sala de Hermione até que a amiga saísse.
Harry concordou, embora estranhando um pouco, mas não fez comentários.
Os dois amigos estavam a caminhar pelos corredores do castelo, quando ouviram a campainha a tocar, anunciando o fim das aulas.
- Hei Ron! – comentou Harry – acho que vou ter com a Ginny e já vos apanho
- Ok… - concordou o amigo – depois vai ter connosco perto do lago… e Harry?
- O quê?
- Nada de poucas vergonhas!
- Mas tu pensas que eu sou como tu?! – exclamou Harry na brincadeira afastando-se
O rapaz moreno deu meia volta e afastou-se do amigo, que lhe fez uma careta como resposta.
Estava a caminhar calmamente pelo corredor, quando de deparou com uma cena bastante chocante.
Encostada à parede estava Jane Malfoy a ser beijada por Blaise Zabine, que por sua vez tinha Esther Malfoy abraçada às suas costas, distribuindo beijos no seu pescoço e brincando com as mãos dentro das suas calças.
Harry piscou os olhos várias vezes, para se certificar de que não estava a sonhar.
Viu Jane abrir os olhos e passados alguns segundos afastar-se enojada, será que ela não sabia que estava na marmelada com o mesmo rapaz que a irmã?
Pelo ar aflito e enjoado que fazia dava a ideia de que não tinha reparado em tal facto até aquele momento.
Harry viu a jovem recuar na sua direcção.
--*--
Jane olhou para os olhos muito verdes de Harry e sentiu uma onda de pânico.
Teria ele visto alguma coisa?
Não bastava estar a sentir-se péssima, ainda tinha que aparecer ele?
- O que é que estás a fazer aqui? – gritou furiosa fazendo a irmã e Blaise separarem-se rapidamente
- Acredita que eu não tinha vontade nenhuma de ver esta bonita cena – comentou Harry com nojo na voz
Jane empalideceu, ele vira!
- Potter! Desaparece daqui! – exclamou Blaise vermelho de raiva
- Já me estou a ir embora, dispenso ver gente a comer-se no meio do corredor – atirou, com uma pontinha de mágoa na voz, como é que Jane podia estar ali no meio?
- Como te atreves! – gritou Esther empunhando a sua varinha e lançando um feitiço a Harry, que facilmente se desviou
- Esther! – exclamou Jane horrorizada – estás a passar-te da cabeça?!
- Pára de o defender! – gritou-lhe a irmã vermelha de raiva – eu vou reduzi-lo a pó, que é aquilo que ele realmente é!
- Experimenta só e vais ver o que te acontece – ameaçou Harry empunhado também a sua varinha
- Não nos ameaces… - murmurou Blaise de forma perigosa erguendo também a sua varinha
Jane sentiu o seu coração acelerar, e agora o que fazia? Defenderia Harry ou juntava-se a Blaise e à irmã?
Respirou fundo e ergueu a sua própria varinha.
- Dois contra um é um bocado injusto não acham? – perguntou com voz cínica apontando a varinha a Esther e a Blaise
Harry olhou-a surpreso, tinha quase a certeza de que ela iria assumir o lado dos outros dois, um discreto sorriso formou-se no canto dos seus lábios.
- Tu só o defendes por ele ser da tua casa! – exclamou Esther com veneno na voz – só fazes isso para não ficares mal vista! Para não dizerem que atacas os da tua própria casa! Não vez que ele não merece isso? Ele é um traidor da própria raça! Não merece sequer que penses nele!
Jane não teve tempo de responder, pois uma voz terrivelmente conhecida e assustadora invadiu o corredor.
- Mas afinal o que se passa aqui?
Aquela era a última pessoa na terra que gostariam de ver naquele momento…
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