Acidente na Casa de Banho
Capítulo 2: Acidente na Casa de Banho
- Malfoy!
Três cabeças voltaram-se ao ouvirem este nome.
Draco e as gémeas estavam na plataforma 9¾ para embarcarem para o seu sexto ano em Hogwarts.
Quem chamara o nome fora Pansy, que sorriu ao ver que os três olhavam.
- Olá! – exclamou com o seu sorriso cínico, dando um abraço a cada uma das gémeas
- Pansy! Como estás? – perguntou Jane com um sorriso mais cínico ainda que o da outra, Esther imitou a irmã
- Mais um ano… a aturar aquela gentinha… - resmungou Pansy
- Olha quem está aqui! – exclamou uma voz masculina
- Olá Blaise – comentou Draco
- Blaise Zabine… - murmurou Pansy para as gémeas – lindo de morrer e disponível, não gosta de compromissos.
Blaise tinha o cabelo escuro e olhos azuis, um rosto bonito a fazer conjunto com o que se poderia adivinhar que seria um corpo perfeito.
O rapaz assobiou e arregalou os olhos ao reparar nas gémeas.
- Vocês devem ser as gémeas Malfoy
- Em carne, osso e perfeição, querido – declarou Esther erguendo a cabeça de forma orgulhosa – Esther Malfoy, prazer
- O prazer é todo meu – declarou Blaise com um sorriso de galã arrogante, beijando a face da jovem. Depois voltou-se para Jane
- Jane Malfoy – declarou ela com um sorriso de superioridade, estendendo-lhe a mão. Ele era bastante bonito.
Blaise apertou-a.
- Hei! Draco, o Crabbe e o Goyle estão a guardar-nos uma carruagem – informou Blaise olhado de esguelha para o amigo, sem largar a mão de Jane
Draco fez um sorriso pervertido e fez um sinal afirmativo com a cabeça. Agarrou Pansy pela cintura e entrou no comboio.
Assim que Blaise viu o amigo desaparecer puxou Jane pela mão e fê-la encostar-se a si.
- Não me dás um beijo? – perguntou enlaçando-a pela cintura
- Devia? – perguntou Jane com as sobrancelhas erguidas e com um ar superior
Blaise deslizou as mãos pelas costas dela, fazendo-a arrepiar-se.
- Devias… - sussurrou perto dos lábios de Jane
- Vou ficar com ciúmes! – declarou Esther com uma expressão amuada.
Blaise e a irmã sorriram
- Isso resolve-se – respondeu Blaise - há espaço para as duas…
O rapaz soltou uma mão da cintura de Jane e passou-a na da irmã, puxando-a para si. Cada uma das gémeas tinha um braço de Blaise à volta da cintura e estavam encostadas ao peito dele.
- Esther a tua irmã não me quer dar um beijo – queixou-se Blaise fazendo beicinho
- Oh! Jane, que mal educada – ralhou Esther fingindo-se indignada
Jane sorriu de forma desdenhosa e inclinou-se para a frente, para beijar ao de leve os lábios de Blaise.
- Já estou mais feliz – declarou o rapaz – venham, vamos ter com os outros
Esther desprendeu-se do braço de Blaise e com um sorriso de arrogância entrou no comboio.
Blaise continuou a segurar Jane pela cintura, quando entraram também para o comboio.
Algures numa carruagem mais à frente Neville Longbottom ressonava baixinho, agarrado a um vaso com uns cactos amarelos de aspecto duvidoso; Luna Lovegood lia uma revista de pernas para o ar; Ron Weasley jogava xadrez com Harry Potter; Ginny Weasley observava o jogo com a cabeça deitada no colo do namorado; e por fim Hermione Granger, também observava o jogo por cima de um livro consideravelmente grande.
- Ron! Pára de destruir as minhas peças! – resmungou Harry
- Estás a perder, meu caro – declarou Ron com um sorriso
- Continuo a achar esse jogo bárbaro – murmurou Hermione voltando a sua atenção para o livro
- Harry, a Angelina Johnson saiu de Hogwarts no ano passado, assim como o Fred e o George. Tu agora foste elegido capitão da equipa… quem vão ser os novos jogadores? – perguntou Ginny
Harry deixou de prestar atenção ao jogo durante alguns momentos.
- Não sei… acho que vou ter de fazer provas
- Não te esqueças de ter cuidado com os Nihals… - murmurou Luna sem erguer os olhos do que estava a ler
Harry, Ron, Ginny e Hermione entreolharam-se e encolheram os ombros.
- O que são Nihals? – perguntou Ron com as sobrancelhas erguidas
- Não vale a pena tentar perceber – sussurrou Ginny
- Pára aí um bocado o jogo, tenho que ir à casa de banho – declarou Harry
- Agora? Logo agora que eu estava a ganhar-te?! – afirmou Ron com desagrado
- Quando eu voltar podes continuar a dar-me uma coça… - comentou Harry rindo – mas agora não dá
- Eu vou contigo – informou Ginny – Também preciso
Hermione escondeu o seu sorriso por trás do livro, Ron olhou para os dois com ar desconfiado.
Harry e Ginny seguiram para a casa de banho e antes que Harry atravessasse a porta trocaram um beijo apaixonado.
Ginny sorriu para o namorado e voltou para a sua cabine.
Noutra carruagem seguiam os três Malfoy, Pansy, Blaise, Crabbe e Goyle.
- Onde é a casa de banho? – perguntou Jane
- Queres ir à casa de banho agora? – resmungou a irmã
- Não precisas de vir comigo, só quero que me digam onde é
- Eu vou lá contigo, mostro-te onde é – ofereceu-se Blaise, no sorriso dele era possível distinguir que ele estava a pensar noutra coisa, que não uma simples ida à casa de banho.
Jane reparou e ofereceu-se um sorriso malandro.
- Mostra-me
Os dois levantaram-se e saíram.
Blaise caminhava à frente de Jane, levando-a pelo corredor até à porta da casa de banho
- Chegámos – apontou a porta
- Muito obrigada – agradeceu Jane com o seu sorriso trocista
A jovem pousou a mão no puxador da porta, mas Blaise impediu-a.
Jane voltou-se para ele e inclinou a cabeça para trás, com um sorrio irónico estampado no rosto.
Ele aproximou-se dela devagar, deixou que os corpos se encostassem suavemente.
- Então Zabine… - murmurou Jane sentindo o hálito dele no seu pescoço – não me deixas ir à casa de banho?
- Não – respondeu ele simplesmente
Jane sentiu o seu corpo ser prensado entre o de Blaise e a porta. As mãos dele seguravam-lhe a cintura fina.
- Só depois de me beijares como deve ser – exigiu com voz sedutora
O rosto de Jane abriu-se num sorriso perverso.
- Como deve ser, hum! – murmurou – está bem
A jovem fez as suas mãos subirem pelo peito de Blaise, até se enlaçarem no pescoço dele.
Aproximou-se devagar e deixou que os seus lábios se encostassem, ia afastar-se, mas ele segui-a e impediu que o contacto se rompesse.
Blaise pediu permissão para aprofundar o beijo, Jane não se opôs. As línguas dos dois encontraram-se numa dança sincronizada e silenciosa.
Jane empurrou Blaise com suavidade e interrompeu o beijo.
- Eu preciso mesmo de ir à casa de banho…
Ele sorriu
- Só se me prometeres que quando voltares continuamos o que interrompeste
Jane pestanejou
- Como é que é?
- A não ser que não queiras
- Eu não sou um brinquedo Zabine – murmurou Jane num tom baixo e perigoso
Ele olhou-a durante uns momentos.
- Eu sei – declarou com um sorriso – mas quero que sejas minha
- Não sou de ninguém – afirmou Jane, um pequeno sorriso aflorava-lhe do canto dos lábios – o que aconteceu ao teu “sem compromissos”?
- Acho que vales a pena
Jane encarou-o com um ar superior de dúvida.
- O que queres de mim?
- Já te disse… - Blaise fez uma careta irónica – não me vais obrigar a dizer com todas as letras pois não?
- Talvez vá… - o sorriso dela era maroto e trocista
O rapaz suspirou e olhou-a de lado, depois voltou-se para ela com um sorriso convencido.
- Miss Malfoy aceitas ser namorada do rapaz mais perfeito, bonito e fantástico da escola?
- E convencido também – comentou ela
Blaise ergueu as sobrancelhas com um sorriso perverso nos lábios, balançando a cabeça com descrença.
- Está bem – concordou Jane rendendo-se à beleza dele
Blaise sorriu e beijou-a ao de leve
- Vai lá à casa de banho…
Preparava-se para se afastar, quando Jane o chamou.
- Hei! Zabine!
Ele voltou-se para ela.
- Podes-me chamar Blaise agora
- Zabine tem mais piada
- Ok…então… - concordou ele sorrindo de forma arrogante – se eu sou perfeito o meu apelido também tinha que ser
Jane revirou os olhos e encarou-o com ar descrente.
- Como é que me vais distinguir da minha irmã?
- Não vou – respondeu o outro com um encolher de ombros e um sorriso maroto
- Uumm… sei – comentou Jane com uma careta – namoro a três
- Que culpa é que eu tenho de teres uma cópia linda igual a ti? – perguntou Blaise fazendo cara de inocente
Jane fez um sorriso torcido e riu de forma desdenhosa.
- Vai lá ter com a tua outra namorada
Blaise sorriu de forma provocante, beijou-a outra vez e afastou-se pelo corredor.
Jane permaneceu encostada à porta, não era a primeira vez que aquilo acontecia, já antes tinham partilhado vários rapazes.
Um por não saber que elas eram duas, outro por não as distinguir e ainda outro por realmente não se importar.
Uma vez Esther até sugeriu trocarem de namorados, sem que eles se apercebessem.
Nunca chegaram a saber.
A jovem suspirou, nunca chegara a apaixonar-se realmente por nenhum deles. E calculava que Esther também não. Talvez fosse por isso que não se importava de trocar ou partilhar com ela…
Subitamente o apoio das costas de Jane desapareceu, fazendo-a cair para dentro da casa de banho.
- Meu Merlin! – exclamou Harry vendo uma pessoa cair aos seus pés
Jane bateu com a cabeça no chão e ficou atordoada.
Harry ajoelhou-se ao lado dela visivelmente assustado.
- Estás bem? Desculpa! – o rapaz tentou ergue-la e afastar-lhe os cabelos do rosto
- Uumm… - gemeu Jane, abriu os olhos e viu todo enevoado, cheio de fios escuros à frente. Estava alguém a segurá-la com cuidado mas não conseguia distinguir quem era
Harry sentiu uma coisa peganhenta na mão que segurava a cabeça da jovem.
Ao olhar reparou que era sangue.
- Olha, não sei quem és mas estás a deitar sangue… por isso… - não esperou que ela respondesse.
Pegou a rapariga semi inconsciente ao colo, aproximou-se do lavatório e lavou-lhe o golpe.
Ela gemeu e estremeceu a cabeça, estava de olhos abertos mas parecia não ver Harry.
Harry precisava chegar à varinha que tinha dentro das vestes, mas não podia largá-la.
Resolveu procurar uma cabine vazia, onde pudesse deitar a jovem e aplicar-lhe o feitiço curativo.
Havia uma cabine vazia perto da casa de banho, entrou para lá com a rapariga ao colo e posou-a no acento.
Ajoelhou-se ao lado dela e murmurou o feitiço.
- Brakihed emendoh
Jane sentiu a sua consciência voltar, a cabeça deixou de doer e parou de andar à volta.
Mas que raio tinha acontecido?
Harry ergueu-se e sentou-se no banco da frente, ainda não conseguira ver o rosto da jovem, uma vez que o cabelo dela estava todo para a frente.
- Uumm… - gemeu Jane erguendo-se com cuidado – que aconteceu?
- Bem… - Harry olhou para as mãos atrapalhado – estavas encostada à porta e… eu abri-a e tu caíste… partiste a cabeça. Mas não te preocupes já está tratado.
Jane afastou o cabelo do rosto e olhou pela primeira vez para o rapaz à sua frente, tinha cabelo negro e rosto muito bonito.
Mas não foi isso que lhe chamou a atenção.
O olhar dos dois cruzou-se e subitamente ambos ficaram presos nos olhos um do outro.
Harry olhava para aqueles olhos de uma cor indefinida entre o azul e o verde, completamente hipnotizado.
Jane estava perdida no verde-esmeralda dos olhos dele.
Os dois jovens sentiram frio e calor ao mesmo tempo e formigueiros estranhos percorreram-lhes o corpo.
Jane ficou assustada. Quem era este rapaz e o que estava a fazer com ela?
Porque é que se sentia tão vulnerável ao pé dele?
Harry estava confuso, não fazia ideia de quem fosse aquela rapariga, mas sentia-se completamente desprotegido e nu perto dela.
Jane não queria demonstrar àquele desconhecido os sentimentos confusos que estava a despertar nela.
Optou pela defesa.
Harry escolheu erguer uma barreira à sua volta.
- E porque é que abriste a porta sem ver se estava lá alguém do outro lado? – perguntou Jane com desprezo
- Porque normalmente as pessoas não ficam encostadas às portas! - Harry exclamou com irritação
Jane levantou-se, Harry imitou-a.
- Bem… - Jane olhou para ele com um ar de desprezo arrogante – obrigada por me curares de uma coisa que tu próprio foste o causador.
- Não tens de quê! – concordou Harry de forma cínica – não te preocupes, não volta a acontecer.
Ambos saíram da cabine e seguiram cada um para seu lado, com um ar de desagrado estampado no rosto.
Harry entrou na sua cabine com um ar extremamente irritado e sentou-se com força no acento.
Ron, Hermione, Ginny e até Luna que largara a revista olharam para ele com olhares interrogativos.
- Harry?... – perguntou Hermione – o que se passa?
Harry bufou irritado.
- Acabei de quase matar e depois salvar a rapariga mais irritante à face da terra – resmungou entre dentes
Os outros voltaram a entreolhar-se.
- Explica lá essa história… - pediu Ron
Jane entrou na sua cabine furiosa, mas como não queria ser interrogada fez um sorriso cínico.
- Esta escola tem alunos muito chatinhos, não? – comentou
- Já te tinha avisado – comentou Draco
- Com quem é que te cruzaste? – perguntou Pansy
- Não sei e tenho raiva de quem sabe – declarou Jane sentando-se ao lado de Blaise, deixando-o entre ela e a irmã
- Ao menos era giro? – tentou Esther saber
Jane ficou calada uns momentos, a pensar numa boa resposta.
- Tinha uns olhos… - acabou por dizer
- Era de que casa? – perguntou Blaise mostrando uma pontada de ciúmes
- Ooh! – exclamou Jane num tom de gozo – isso é tudo ciúme?
- Eu?! Ciúme? –Blaise ergueu as sobrancelhas de forma arrogante – eu não tenho ciúme de um traidor de sangue
- Não sabes se ele é ou não da tua casa – lembrou Esther com as sobrancelhas erguidas
- Se esse palhaço se voltar a meter com alguma das minhas miúdas eu atiro-o da torre de astronomia – ameaçou Blaise com ar superior
- As “tuas miúdas”? – perguntou Draco erguendo uma sobrancelha, mas ao mesmo tempo abrindo um sorriso perverso, levantando a cabeça do colo de Pansy
- Sim – concordou Blaise, depois passou o braço à volta dos ombros de cada uma das gémeas – lamento meninas, mas vocês são bonitas demais para andarem por ai desprotegidas.
Esther soltou um risinho e abraçou-se a Blaise, Jane olhou-o com uma expressão superior.
- Eu sei defender-me sozinha – declarou
Blaise não respondeu, limitou-se a depositar-lhe um beijo no pescoço.
- Mas então… continuamos sem saber quem era – protestou Pansy acariciando os cabelos platinados de Draco
- Esqueçam… não devia ser ninguém importante – afirmou Jane abanando a mão
O que ela não sabia é que estava completamente enganada…
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