Solidão



Os curandeiros saíram do quarto para atender outro caso e deixaram Ginny encarregada de cuidar do novo paciente. Ela continuava com a sensação de que aquele rosto lhe era conhecido, então procurou a pequena ficha do jovem que estava perto da cabeceira da cama. Foi com um sentimento de surpresa que ela leu, com dificuldade, “Draco Malfoy”. Ficou pensando enquanto limpava o rosto sujo de Draco... Se não fosse por aquele nome no papel, não teria percebido que era um Malfoy. Pôs-se a imaginar se tudo o que ela pensava daquela família não seria apenas produto do que os outros a convenceram de pensar. Mas, como se quisesse afastar aqueles pensamentos, lembrou-se de tudo que já passara nas mãos de Draco, em Hogwarts.

Ele mudara muito. Apesar de não ter mais as feições finas que tinha, parecia mais indefeso e delicado agora do que antes. Talvez fosse a situação, ele ali deitado numa maca do St. Mungus.

Ginny percebeu que o tempo passara e foi se ocupar de outras tarefas, porém a triste coincidência daquela noite ocupava sua mente e a deixava distraída, o que fez com que ela recebesse reclamações de um curandeiro superior.

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Quando o dia já amanhecera, Ginny foi dispensada do plantão e aparatou, cansada, até a sua casa.

Adentrando pela mansão, constatava mais uma vez que o gene megalomaníaco de Harry se manifestara com força quando ele comprara a casa. Ginny ia caminhando pelo extenso corredor do hall e observando os detalhes. As grandes portas de carvalho, os detalhes pintados à mão nas paredes, o teto alto adornado com lustres.

Ginny achava tudo aquilo vazio e triste. Sentia saudades d’A Toca, onde sempre havia alguém para lhe esperar em casa depois de um dia difícil disposto a ouvi-la e confortá-la. Mas, depois do noivado frustrado dela com Harry, e depois que todos os seus irmãos saíram de casa, Ginny perdeu um pouco do contato que sempre tivera com seus pais. Especialmente agora, que seu pai havia se aposentado e os Srs. Weasley passavam o ano viajando pelo mundo.

Ela pensou em ir a casa de uma amiga desabafar, contar as novidades. Uma chama de interesse se acendeu em sua mente, mas logo se apagou ao sentir uma dor de cabeça forte e se lembrar que, talvez, nada daquilo que ela mais queria contar para alguém (inclusive o incidente envolvendo Draco) não iria interessar as suas amigas.

Fazendo votos de que o dia seguinte fosse melhor, Ginny foi se deitar e teve uma noite sem sonhos.

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